A casta de uvas brancas Verdelho foi a mais cultivada na Madeira antes do catastrófico aparecimento da filoxera. Estima-se que, nesse tempo, constituiria cerca de 2/3 do total das videiras existentes na ilha. Hoje, essa variedade não representa mais do que 2% das uvas produzidas na chamada 'Pérola do Atlântico'. As cepas de Verdelho também são cultivadas no arquipélago dos Açores (sobretudo nas ilhas do Pico, Terceira e Graciosa) e, curiosamente, em certas regiões da Austrália, para onde foi levada no primeiro quartel do século XIX por emigrantes madeirenses. Embora muita gente lhe encontre um parentesco com as castas Gouveia (cultivada em Portugal continental) e com as castas estrangeiras Verdejo (de Espanha) e Verdecchio (de Itália), a verdade é que, segundo os peritos, o nosso verdelho apresenta características próprias e bem diferentes. Há quem, na ilha da Madeira, preconize a extensão das vinhas consagradas ao Verdelho, visto esta casta apresentar potencialidades para a produção de vinhos secos e meio-secos de grande qualidade. Vinhos que são, sempre no dizer dos entendidos, um pouco mais encorpados e menos acidulados do que os produzidos pela Sercial, outra casta emblemática da Região Autónoma. Curiosidade : antes da filoxera ter devastado a vinha portuguesa (e europeia) havia nas ilhas atlânticas uma variedade denominada Verdelho Tinto, que não foi recuperada e desapareceu.
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