quarta-feira, 16 de agosto de 2017

CINE-NOSTALGIA (74)

«MARIA CANDELÁRIA» («María Candelaria») é um clássico do cinema mexicano. Foi realizado, em 1943, por Emilio Fernández ('el Indio'), que também é co-autor do argumento. Teve, na interpretação dos papéis principais, excelentes actores, entre os quais se devem destacar Dolores del Río, Pedro Armendariz, Alberto Galán, Rafael Icardo Miguel Inclán e Margarita Cortés. Foi uma das películas (quiçá a primeira) que revelou o cinema mexicano para além das fronteiras do país; nomeadamente na Europa, onde esta mescla de exotismo, de emoção e de religiosidade surpreendeu muita gente e recolheu rasgados aplausos da crítica. Apresentada no Festival de Cannes, esta fita logrou arrecadar o Grande Prémio para o Melhor Filme; galardão que hoje se denomina Palma de Ouro. Refira-se, a título de curiosidade, que a vedeta feminina -Dolores del Río- já havia trabalhado em Hollywood, onde se estreou em 1926 num trabalho de Raoul Walsh, sendo, por consequência, um rosto conhecido. A história contada -um drama pungente- é a de uma bela indígena, que é alvo da perseguição feita pela população da aldeia onde vive; tal qual sua mãe, que fora acusada pelos seus conterrâneos de conduta imprópria. Enamorada de um rapaz pobre (Lorenzo), María Candelaria é perseguida pelo homem mais importante da sua aldeia, que a cobiça, mas a quem ela recusa determinantemente entregar-se. Quando ela adoece, o seu suspirante pobre comete a 'indelicadeza' de roubar quinino para lhe acalmar as dores e... um vestido de noiva. E é, por cauda desse crime de amor, encarcerado na cadeia local. Para o tirar de apuros e recolher o dinheiro que permitirá libertá-lo, María aceita servir de modelo a um pintor. E os aldeões, excitados por quem lhe quer mal, acusam-na injustamente de ter posado nua. Os ânimos aquecem ao rubro e a jovem e pura beldade -que clama a sua inocência- é apedrejada junto à prisão e expira nos braços de Lorenzo; que conseguira forçar as portas da cadeia. Esta película foi divulgada localmente por Filmes Mundiales e internacionalmente pela M. G. M.. foi filmado (por Gabriel Figueroa, outro grande nome do cinema mexicano) a preto e branco e tem uma duração de 96 minutos. Infelizmente, nunca consegui encontrar uma cópia videográfica desta obra, que já tem o seu lugar na História do cinema mexicano.

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