terça-feira, 30 de março de 2010

TERNURA MATERNA


No olhar desta mãe está patente toda a ternura do mundo. A obra aqui apresentada intitula-se «Maternidade» e é da autoria do grande artista português Almada Negreiros

ARQUEIRO DE ALJUBARROTA


Esta magnífica miniatura reproduz um arqueiro inglês do século XIV. Irmão de armas daqueles que -ao abrigo da aliança militar estabelecida entre os reinos de Portugal e de Inglaterra- se ilustraram nos campos de Aljubarrota, no memorável dia 14 de Agosto de 1385. Ajudando, ali, o Mestre de Avis e o condestável dos seus exércitos a derrotar as hostes de D. João I de Castela

GRACIOSAS LIBÉLULAS


Quando chega a Primavera, as libelinhas oferecem-nos a sua graça efémera. De cores variegadas e com o seu voo rápido (ou, por vezes, estacionário), elas fascinam a mais rude e a mais distraída das pessoas

FARTOS DE GUERRAS !


Com a arrogância costumeira que os distingue (associada à sua santa ignorância), os dirigentes políticos dos Estados Unidos querem globalizar uma maneira de estar no Universo semelhante (nas suas regras) à dos norte-americanos. Querem obrigar povos, que, na prática, ainda vivem num mundo equiparado ao da nossa sociedade medieval, a abandonar a sua maneira de ser e de estar seculares, as suas tradições milenares, para abraçar a democracia, tal como a vivem e entendem os habitantes de Chicago, de Denver ou de uma qualquer outra cidade do mundo ocidental. E para que esse milagre se produza, os americanos estão dispostos a alimentar guerras horríveis e intermináveis como aquelas que, actualmente, sustentam no Iraque ou no Afeganistão. Quanto a mim em pura perda de tempo, de dinheiro e de vidas. Porque as guerras em questão -e a do Afeganistão em particular- não são ‘ganháveis’. Que o digam os britânicos e o seu poderoso exército das Índias ou os marechais da antiga URSS, que nunca conseguiram sequer fazer vacilar aquela amálgama de tribos e de clãs, cujos membros sempre viveram da guerra e para a guerra. Gente, agarrada a tradições ancestrais, que ela julga (por razões civilizacionais) melhores do que os hábitos que estrangeiros infiéis lhe quer impingir à força de dólares e pela força das armas. A eles ! Que oferecem aos seus filhos varões um punhal tradicional, quando completam 1 ano de idade e uma ‘kalashnikov’, quando festejam o seu 6º aniversário. Senhor Presidente Obama, cumpra as suas promessas (coisa que só lhe ficará bem) e acabe, voluntariamente, com essas guerras sangrentas e inglórias. Guerras que absorvem, diariamente, somas inacreditáveis, que permitiriam desenvolver o seu país nos campos em que ele ainda apresenta atrasos e lacunas. Como no campo da saúde para todos, por exemplo. O escrevinhador destas linhas acredita que, se não o fizer a curto prazo, é porque, como os seus predecessores, o senhor já está enleado nas teias lançadas pelos poderosos consórcios armamentistas do seu país, que necessitam de guerras como do pão para a boca. Para poderem, como no passado, continuar a acumular biliões de dólares à custa do sangue dos jovens da América do norte e não só. Quanto ao resto –o da necessidade de ver a democracia despontar nesses países- deixe a História (que, obviamente, só se faz e se escreve com tempo) seguir o seu curso natural e os iraquianos e afegãos serem os actores do seu próprio desenvolvimento. Tenho dito.

TITÃ DOS CÉUS


Este impressionante espectáculo de movimento e som é protagonizado por dois poderosos aviões Boeing do tipo 747-400 da companhia Air France


Mas, desde há pouco, a conhecida companhia aérea francesa possui um aparelho ainda maior na sua frota : o Airbus A-380, um verdadeiro titã dos céus, ao lado do qual os gigantes da foto cimeira podem parecer uns pigmeus...

segunda-feira, 29 de março de 2010

MAS QUE GRANDE CONFUSÃO


Eis o confuso mapa político da península Ibérica em 1031, quer dizer um século antes que o condado portucalense tenha ganho autonomia e se transforme no Reino de Portugal. Como se vê, 320 anos depois do desembarque dos exércitos bérberes de Tárique em Gibraltar, as taifas (estados muçulmanos) ainda ocupavam grande parte do território hispânico. Mas o norte cristão começava a ganhar terreno e a empurrar os 'mouros' para sul. Até que, no ano da graça de 1492, a reconquista territorial da Ibéria se tornou total e efectiva, com a tomada de Granada pelos Reis Católicos : Isabel de Castela e Fernando de Aragão; que se lançaram, desde logo, numa nova fase da política ibérica. A da reunificação de todos os reinos peninsulares sob a sua imperial tutela; a bem ou a mal. Mas, como a mal parece que ninguém nos leva, cá estamos nós orgulhosamente sós (passe o termo) neste cantinho à beira mar plantado. Aguentando a crise que por aqui vai. Até ver...

A MAIS VENENOSA


Esta serpente (que raramente ultrapassa os 2,50 m de comprimento) chama-se taipan (de seu nome científico 'Oxyuranus microlepidotus') e vive nos desertos do interior da Austrália. Goza da fama de ser a mais venenosa do mundo; 25 vezes mais do que a mortífera naja


Segundo os especialistas, as suas glândulas contêm uma dose de veneno neurotóxico suficiente para matar 200 pessoas adultas. Chiça !

A MESMA UTILIDADE



Estes objectos foram concebidos para prestar ao homem o mesmíssimo serviço : cortar. Só que o primeiro é uma moderna faca de cozinha, fabricada com aço e madeira; e o segundo, preparado com um pedaço de calcedónia, é obra de homens pré-históricos. Calculam os peritos que tenha sido feita entre os anos 1000 e 1200 a. C.

RECORDANDO GÉRARD PHILIPPE


Rapaz formoso, simpático e talentoso, Gérard Philippe ainda hoje tem um cantinho especial no coração dos seus compatriotas; que após a sua morte em 1959 -quando contava apenas 37 anos de idade- perpetuaram a sua recordação dando o seu nome a ruas, praças, escolas, salas de espectáculo, centros culturais, etc.

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Gérard Philippe (1922-1959) é ainda hoje, passados que são mais de 50 anos sobre a sua morte prematura, um dos comediantes mais queridos do público francês. Tendo revelado o seu incomensurável talento, em 1945, ao interpretar magistralmente o papel de Calígula numa peça homónima de Albert Camus, o jovem actor viu abrirem-se-lhe as portas de todos os teatros e de todos os estúdios de cinema do seu país. Triunfou nesses dois ramos do espectáculo, quer interpretando figuras do teatro clássico (Ruy Blas, Lorenzaccio, El Cid, etc), quer encarnando, para o grande ecrã, papéis de natureza diversa. Entre os seus grandes êxitos na pantalha contam-se «Fanfan la Tulipe», «Le Rouge et le Noir», «Les Grandes Manoeuvres», «Les Orgueilleux», «La Chartreuse de Parme», «La Beauté du Diable», «La Ronde» e «Montparnasse 19».


A administração postal francesa quis também ela, com este selo, manter viva a memória do grande actor de teatro, que aqui está representado no papel de uma célebre peça de Pierre Corneille


No filme «La Ronde», estreado em 1950, Gérard Philippe foi dirigido por um grande mestre do cinema : Max Ophuls

O DURO INVERNO DURA


Já com poucas esperança de termos uma primavera digna do nome (hoje voltámos, novamente, à chuva e ao frio), tentamos encontrar motivos para não desesperar. Num tempo em que já deveríamos andar a devorar saladas e outros pratos ligeiros, apetece-nos, francamente, comer algo de mais consistente, qualquer coisa que aconchegue o estômago e nos anime. Uma comidinha de Natal, por exemplo. Um manjar que justifique a abertura de um néctar como aquele que a imagem ilustra : um Clos Vougeot, 'grand cru' de Borgonha. Ou então, algo de similar, um vinho da mesma categoria, produzido ali para as bandas do Douro...

PELOURINHO


Esta é a parte superior do pelourinho da bonita vila alentejana de Avis, no distrito de Portalegre. No topo da artística coluna de pedra -antigo símbolo do poder municipal- vê-se a ave que deu o nome à terra e que, como elemento falante, figura no seu brasão de armas

NEM TUDO O QUE LUZ... SÃO RUBIS


Parecem (ao leigo) rubis, mas não são. Estas vistosas pedrinhas vermelhas são apenas cristais de espinela (sem grande valor comercial), que despontam da sua matriz de mármore e de calcite

domingo, 28 de março de 2010

INSÓLITA EQUIPAGEM


Até meados do século passado era corrente ver nos Açores coisas como estas : animais -que não burros e outras tradicionais bestas de tiro- puxar carrocinhas com produtos hortícolas a caminho dos mercados. Aqui é um ovino, mas, por vezes, também se utilizavam cães de grande porte, treinados para desempenhar tal função. Esta bonita fotografia foi tirada por pessoa anónima e em data indeterminada na ilha de São Miguel

GIGANTES DA 2ª GUERRA MUNDIAL

Durante a 2ª Guerra Mundial, as nações beligerantes promoviam, assim, a qualidade do seu material :


Cartaz norte-americano apresentando o seu bombardeiro quadrimotor Boeing B-29 'Superfortress' como sendo o maior, o mais rápido, o mais mortífero. O que até era verdade


Este cartaz de origem alemã mostra-nos o (também quadrimotor) Focke Wulf Fw-200 'Condor', como um bombardeiro de lomgo alcance utilizado em missões sobre o Atlântico

AQUI REPOUSA O CID CAMPEADOR


Estive várias vezes na bonita cidade de Burgos. Até já lá pernoitei mais do que uma vez; mas nunca tive o ensejo de visitar o interior desta explêndida catedral gótica votada ao culto mariano. E tenho pena... Uma das razões é que está lá sepultado Rodrigo Diaz de Bivar, o quase mítico Cid Campeador, herói maior da Espanha medieval

OS COROS DO EXÉRCITO VERMELHO



Ouvi-os cantar -ao vivo- em três ocasiões. A primeira delas em finais dos anos 60; a segunda, provavelmente na década seguinte; e a última vez, já no século XXI, depois do colapso do regime soviético. Penso nunca ter ouvido, na minha vida, nada de mais profundo, de mais impressionante. Quando cantavam canções populares russas («Kalinka», «Noites de Moscovo», «Olhos Negros», «Troika», «Os Samovares», etc) ou quando entoavam sentidos hinos patrióticos. Lembro-me que, antes da queda do comunismo na URSS, terminavam sempre as suas actuações com uma magistral interpretação de «A Internacional». Que era simplesmente arrepiante e conquistava nutridos aplausos do público presente nos espectáculos destes fabulosos coros ! Fosse qual fosse a simpatia política das pessoas que tinham o privilégio de os ver e ouvir cantar

'CHEVY' 59



Este é o famoso (e também volumoso e caríssimo) Chevrolet 'Impala', modelo 1959. Lembro-me de ver, quando era miúdo, circular dois idênticos pelas ruas do Barreiro, onde eu morei largos anos. Um deles pertencia a um conhecido industrial de cordoaria e o outro estava nas mãos de uma família residente na rua Miguel Pais. Faziam um vistão, numa terra onde os automóveis eram ainda relativamente poucos e onde predominavam os 'carochas' e os Taunus

PRESUNTOS


Não ! -Não são de Chaves, nem de Lamego. Tampouco Serranos ou de Pata Negra. Estes belos presuntos são originários de Parma. De Itália, país que produz alguns dos melhores presigos do mundo. Tais como, por exemplo, o aqui ilustrado, como o Aosta ou como o San Daniele

QUAL ATLÉTICO ?


Num livro (de edição espanhola) que adquiri recentemente, deparei-me com esta curiosa ficha dedicada a Germano, velha glória do Sport Lisboa e Benfica e da selecção das quinas. Como se pode ver, o nome do inesquecível defesa está uma trapalhada. Talvez mais grave ainda : afirma-se, no texto acima reproduzido, que o grande jogador português foi para o Benfica procedente do... Atlético de Madrid. Quando, na realidade, Germano se transferiu para os 'encarnados' em proveniência do Atlético Clube de Portugal, o popular clube da zona ocidental de Lisboa. Bolas ! Nem já nos livros nos podemos fiar...

SE...


Se souberes estar sereno quando todos em volta
Estão perdendo a cabeça e te lançam a culpa;
Se estiveres confiante quando de ti duvidam,
Mas souberes desculpar que duvidem de ti;
Se fores capaz de esperar sem perder a paciência
E se, caluniado, a ninguém calunias;
Se quando te odiarem não odiares também,
Sem querer ser superior nem parecer bom demais;

Se tu soberes sonhar e não viver de sonhos
E se souberes pensar mas sem deixar de agir,
E puderes defrontar o triunfo e o desastre,
Tratando-os por igual como impostores que são;
Se suportares ouvir verdades que disseste
Torcidas por velhacos para convencer ingénuos;
Se vires desfeito aquilo para que tens vivido
E o construíres de novo com ferramentas gastas;

Se és capaz de juntar tudo que tiveres ganho
Para tudo arriscar numa cartada só,
E se souberes perder e começar de novo
Sem palavra dizer da perda que sofreste;
Se consegues que nervos, braços e coração
Te vão servindo sempre mesmo que já exaustos,
E se seguires para a frente quando já não tens nada
A não ser a vontade intensa de vencer;

Se com falar às massas não perderes a virtude
E de privar com reis não deixares de ser simples;
Se amigo ou inimigo não puder melindrar-te;
Se a todos deres valor mas a ninguém demais;
Se souberes preencher o minuto que passa
Com sessenta segundos utilmente vividos,
É tua a Terra inteira e tudo o que ela tem
E –o que é mais ainda- és um Homem, meu filho !

-Rudyard Kipling-
(tradução de Vasco Lopes Alves)

sexta-feira, 26 de março de 2010

FAZENDO HISTÓRIA...


Diogo Cão mandando levantar o padrão de Santo Agostinho, em 1483, segundo um quadro pertencente ao Museu de Marinha de Lisboa. Este lugar da costa angolana (situado a sul de Benguela) chama-se actualmente cabo de Santa Maria. Este precioso padrão -testemunho das nossas navegações quatrocentistas- foi recuperado (antes que de ali desaparecesse) e encontra-se, hoje, à guarda da Sociedade Portuguesa de Geografia

BEBIBAS FORTES


Beber sim, mas devagar... e com peso e medida. Porque, como diz o ditado, «as bebidas fortes, fazem o homem fraco»

GOODBYE FESS PARKER !...


Tomei conhecimento tardiamente (ontem, através da leitura da «Visão») da morte do actor Fess Parker. Que eu vi pela primeira vez -entusiasmadíssimo- na tela de um cinema, quando tinha uns 12 anos de idade. A fita em questão era «Davy Crockett e os Piratas» e eu ocupei, nesse memorável dia, um lugar privilegiado na primeira fila da plateia do Cinema Ginásio do Barreiro, vulgo cinema da CUF. Penso que também data desse momento o interesse que sempre votei ao cinema western, agora morto e enterrado. Fui, mais tarde, quando já era adolescente, um telespectador curioso da série na qual este saudoso actor encarnou outra figura carismática da conquista do Oeste : Daniel Boone. Depois, interessei-me por obras mais adultas (enfim, nem todas...) interpretadas por Parker, nomeadamente por filmes consagrados à mesma temática, como «Missão Secreta» (Andre de Toth, 1952), «Tempestade na Planície» (Andre de Toth, 1953), «The Bounty Hunter» (Andre de Toth, 1954), «Perseguição Infernal» (Francis D. Lyon, 1956), «A Caminho das Terras do Oregão» (William Beaudine, 1956), «O Rapaz e o Cão» (Robert Stevensom, 1958), «Uma Luz na Floresta» (Herschell Daugherty, 1958), «O Carrasco» (Michael Curtiz, 1959), «Valentão é Apelido» (Norman Z. McLeod, 1959), «Senda de Gigantes» (Melvyn Frank, 1959), além de «O Invencível Davy Crockett» (Norman Foster, 1954), que precedeu cronologicamente a primeira película de Fess Parker que eu vi. Por sorte tenho reproduções videográficas de todas as fitas acima referidas, além de mais umas 700 outras obras consagradas ao cinema western 'made in Hollywood'; o que é elucidativo da paixão que eu ainda hoje nutro por um género fílmico considerado menor pelos snobs e por outros ignorantes.
Isto dito, em modo de homenagem ao actor desaparecido no dia 18 de Março, quero afirmar também que amo praticamente todos os outros géneros cinematográficos, tendo coleccionado para cima de 7 000 cópias de filmes, tantos norte-americanos como de outras nacionalidades.


Fess Parker, que abandonara o cinema e a televisão nos finais da década de 80 para se consagrar à vitivinicultura (o actor possuía uma grande propriedade com vinhedos e lagar no vale de Santa Ynez, Califórnia), tornou-se popular graças aos seus papéis de Davy Crockett e de Daniel Boone. Em França, chamavam-lhe, curiosamente, Jess Parker, pelo facto do seu nome significar (foneticamente) nádega

BALEIA ! BALEIA !


Imagem do passado baleeiro dos Açores : alguns faialenses assistem ao alar de um cetáceo em Porto Pim

IVA D'AQUINO, A ROSA DE TÓQUIO


Esta senhora, falecida em 2006, com a venerável idade de 90 anos, foi uma das figuras mais conhecidas (e mais populares) dos militares ianques que se bateram na chamada Frente do Pacífico. Chamava-se, de seu nome completo, Iva Ikuko Toguri d'Aquino, devendo este seu último apelido ao facto de ter casado com o diplomata português Filipe d'Aquino. Iva nasceu em Los Angeles e era detentora de um passaporte norte-americano. Fez uma visita ao Japão (seu país de origem) em 1941, para visitar um parente doente, e ficou retida nesse país após o ataque à base aeronaval de Pearl Harbour, ocorrido em 7 de Dezembro. Assediada pelas autoridades militares nipónicas, viu-se obrigada a animar uma emissão de rádio (em língua inglesa) chamada 'Zero Hour', que transmitia mensagens de desencorajamento para os G.I's. Mas a escolha das músicas que Iva -aliás Tokyo Rose- escolhia era de tal modo aliciante, que as suas emissões conquistaram muitas dezenas de milhar de auditores.
Depois da derrota do império japonês, de regresso aos Estados Unidos, Iva d'Aquino confessou ser a celebérrima Rosa de Tóquio e foi condenada a uma pena de 8 anos de prisão. Depois de ter cumprido essa pena, Iva ainda esteve para ser expulsa para o Japão; mas bateu-se para poder permanecer no país onde nascera e conseguiu os seus intentos, estabelecendo domicílio em Chicago. O presidente Gerald Ford concedeu-lhe o perdão oficial dos E.U.A, em 1977. A foto (acima) foi tirada a 7 de Março de 1946 pelas autoridades prisionais e consta de um dossiê estabelecido pelo FBI. Quando Iva d'Aquino morreu em Setembro de 2006 era ainda uma celebridade nos Estados Unidos, facto que lhe valeu por parte do jornal «The New York Times» (e não só) uma longa e detalhada notícia necrológica.

GARDÉNIA


Esta belíssima flor, ao que parece originária da China, ficou a dever o seu nome ao botânico norte-americano Alexander Garden. Na Europa, floresce na primavera. Conhecem-se-lhe perto de 250 espécies. A da foto é a 'Gardenia jasminoides', agora também chamada 'Gardenia augusta'

TOM DOOLEY


A conhecida companhia Columbia Pictures distribuiu, em 1959, um pequeno western intitulado «The Ballad of Tom Dooley». Tratava-se de uma série B, quer dizer de um filme de baixo orçamento, destinado a alimentar um mercado (tanto interno como internacional) onde ainda havia público para esse género cinematográfico, já então em plena decadência. A fita em questão –que por cá se intitulou «A Lenda de Tom Dooley»- terá passado despercebida aos olhos dos portugueses amantes de cinema. Não foi, porém, o que aconteceu em França, país onde esta fitazita realizada por Ted Post gozou de uma certa popularidade e tem, hoje, junto dos cinéfilos locais, o estatuto de filme-culto. Isto ficou a dever-se, penso eu, à pungente canção do genérico interpretada, na versão original, pelo The Kingston Trio. Melodia que os franceses adaptaram à sua língua e que obteve um êxito tremendo ao ser cantada pelo estupendo grupo coral Les Compagnons de la Chanson. Grupo que maravilhou os franceses durante mais de quatro décadas.


A trama da película em questão inspirou-se, vagamente, no caso do soldado confederado Thomas Dula implicado num delito de sangue (na pessoa da sua namorada) e que, por esse crime que ele sempre negou ter cometido, foi condenado à morte e executado em 1868. Estes acontecimentos ocorreram na Carolina do Norte, mas tiveram tal impacto na opinião pública, que o prestigioso jornal «The New York Times» lhe deu cobertura. A letra original da canção deve-se a um poeta quase anónimo da região (Thomas C. Land), que a escreveu após a execução do condenado. Quanto à música, ela é da autoria Ronald Stein. A «Balada de Tom Dooley» é ainda muito popular no sudeste dos Estados Unidos e até é considerada, em todo o país, como uma das «Canções do Século».

Eu, que mal percebo a língua inglesa, mas que domino o francês, prefiro, obviamente, a versão livremente traduzida (por Max François) para o idioma de Victor Hugo. Letra que aqui vos deixo na íntegra :

TOM DOOLEY (FAIS TA PRIÈRE)

Fais ta prière Tom Dooley
Ça peut toujours servir
Fais ta prière Tom Dooley
Demain tu vas mourir

Devant ton verre de rhum
Dans le matin blafard
Tâche au moins d’être un homme
Avant le grand départ

Fais ta prière Tom Dooley
C’est tout ce qu’on peut t’offrir
Fais ta prière Tom Dooley
Demain tu vas mourir

Quand au lever du jour
On viendra te chercher
Pardonne à ton amour
C’est lui ton seul péché

Fais ta prière Tom Dooley
Avant de t’endormir
Fais ta prière Tom Dooley
Demain tu vas mourir

Fais ta prière tom Dooley
Y a plus rien d’autre à faire
Fais ta prière Tom Dooley
Pour éviter l’enfer

Tu vas enfin revoir
Celle qui tu aimais trop
Emporte au moins l’espoir
De mieux l’aimer là haut

Fais ta prière Tom Dooley
Demain tu vas mourir
Fais ta prière Tom Dooley
Pour toi tout va finir

Fais ta prière Tom Dooley
C’est la dernière mon vieux
Fais ta prière Tom Dooley
Après ‘bye by’, adieu

(Em França, esta balada foi, igualmente, cantada e gravada em disco por Philippe Clay e por Line Renaud)

quinta-feira, 25 de março de 2010

ENCANTOS DO ALENTEJO


Na foto, vê-se o rio Guadiana correr majestosa e serenamente num recanto verdejante da região de Serpa. -Quem foi que disse que o Alentejo é uma charneca árida ?

quarta-feira, 24 de março de 2010

'AGLAIS URTICAE'


Qual é, em Portugal, o seu nome vernáculo ? -Confesso que não sei... Mas que ela é (como muitas outras das suas congéneres) um verdadeiro milagre da Natureza, lá isso é que é !

EU, BLOGUISTA E A «SAGRES»


A «Sagres» navegando no rio Sena -em 1994- depois da sua visita a Ruão (Normandia), aquando da 'Armada' desse ano


A bordo da «Sagres» em Ruão (1998) : o blogueiro e a esposa ladeando o cadete Rosado (do Redondo), que era, então, o único alentejano da tripulação do navio-escola


A «Sagres» atracada a um dos cais do porto de Ruão (Normandia, França) em 1994. Entre a multidão que admira o belo veleiro português está a mulher do bloguista


Ano de 2003, ao largo da cidade portuária do Havre (França) : ao fundo (no canto superior direito) vê-se a esguia silhueta da «Sagres». Em primeiro plano, entre várias pessoas instaladas num bote da nossa Armada, vê-se o blogueiro; encantado, por ter terminado um inesquecível cruzeiro (de 8 horas) a bordo do mais belo navio do mundo


De novo a «Sagres» navegando no Sena (foto do bloguista) em 1994

EPISÓDIOS DA NOSSA HISTÓRIA : O «REMEXIDO»


Portugal, na primeira metade do século XIX : já depois de ter acabado a guerra civil que opôs o partido liberal aos partidários de D. Miguel (o «Rei Caceteiro», como gostavam de lhe chamar os seus adversários políticos), o Algarve ainda foi cenário de violentos combates. Esses combates colocaram frente a frente o exército regular e os guerrilheiros miguelistas de José Joaquim de Sousa Reis, um ex-capitão de ordenanças das tropas absolutistas alcunhado o «Remexido».
Senhor de uma audácia extraordinária, o «Remexido» (ou «Remechido») chegou a atacar o quartel de Infantaria de Messines e a levar a melhor nalguns confrontos com a tropa de linha. Os seus êxitos ficaram a dever-se ao seu profundo conhecimento do terreno de actuação -o das terras altas do Algarve- ao apoio de alguns elementos da população local e ao papel de verdadeiro comissário político desempenhado, junto dos seus homens (sobre os quais exercia grande influência), por um dos seus seguidores, o padre Marçal José Espada.
A sorte, que durante muito tempo bafejara o «Remexido» na sua luta contra os liberais, esgotou-se em finais do mês de Julho de 1838, quando o famoso e ousado guerrilheiro se atreveu a desafiar as forças, bem equipadas e numericamente superiores, do coronel Fontoura. Derrotado e capturado pelos legalistas, José Joaquim de Sousa Reis foi conduzido a Faro, cidade onde foi julgado em tribunal militar e condenado à morte. Diz-se que a graça ainda lhe foi concedida por autoridade régia, mas a verdade é que o «Remexido» acabou por ser fuzilado na capital do Algarve no dia 2 de Agosto de 1838. A guerrilha miguelista ainda lhe sobreviveu alguns meses, até ser irradicada definitivamente do sul de Portugal.


Durante muito tempo, pouca coisa se soube sobre este singular guerrilheiro miguelista e sobre a sua acção na serra algarvia. A investigação desenvolvida por universitários e por curiosos interessados por esta personagem e a consequente publicação dos seus trabalhos, permitiu, finalmente, dar-lhes alguma visibilidade. «A Guerrilha do Remexido», da autoria de António do Canto Machado e de António Monteiro Cardoso (que eu ainda não li) é uma das várias obras já publicadas sobre o assunto