quarta-feira, 30 de novembro de 2016

TALVEZ NÃO SAIBA QUE ...


...em 1525, uma frota espanhola -sob o comando do navegador português Estêvão Gomes(*)-  visitou a ilha novaiorquina de Manhattan e explorou e cartografou a foz de um dos rios que a envolvem, ao qual o capitão luso chamou 'río de San Antonio' ? -E que essa região passou, desde então, a ser conhecida, no reino de Espanha, pelo nome de 'Tierra de Estebán Gómez ? -Pois é a verdade das verdades. O rio em causa chama-se, hoje, Hudson, em honra do navegador inglês desse nome, que por ali passou em 1609 (84 anos depois da pioneira visita dos exploradores ibéricos), quando procurava (tal como Gomes) a mítica passagem do Noroeste...

Estêvão Gomes terá nascido na cidade do Porto por volta de 1483. Foi um dos 5 pilotos portugueses que integraram a frota de Fernão de Magalhães, aquando da sua viagem de circum-navegação. Mas não passaria além do estreito que ainda hoje tem o apelido do maior navegador da História das Descobertas. Gomes foi um dos homens que se rebelou contra a autoridade do chefe da expedição e que voltou a Espanha prematuramente. Por essa razão, chegou a ser preso durante alguns meses. No acima referido ano de 1525, navegou -cumprindo ordens do imperador Carlos V- em águas da América do Norte, explorando toda a sua costa leste, desde a actual Terra Nova até à Florida. Sabe-se que, em 1535, foi um dos pilotos da expedição que Pedro de Mendoza levou até ao Rio da Prata. E que, em 1537, ainda no activo, Estêvão Gomes subiu o rio Paraná, à procura de expedicionários que ali se haviam perdido... Alguns historiadores fixaram a sua morte em 1538.

O NOSSO MUNDO É BELO (96) : TRINDADE E TOBAGO

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IMPRESSIONANTES PORTA-AVIÕES DE ESCOLTA !

Impressionante fotografia esta, que nos mostra o USS «Liscome Bay», durante os duros anos da Segunda Guerra Mundial. Trata-se de um porta-aviões de escolta, que aqui tem a sua pista literalmente congestionada por dezenas de aeronaves. Estas unidades ligeiras eram, geralmente, utilizadas na protecção de comboios de navios mercantes, cujo armamento se mostrara insuficiente para dissuadir a aproximação dos submarinos inimigos. Começaram por ser constituídos -na 'USS Navy'- por embarcações transformadas para o efeito; mas, comprovada a sua eficácia, passaram a ser construídos de raiz e, nos EUA, em grande série, ás dezenas. Pode dizer-se, sem exagero, que o emprego destes modestos navios foi crucial nas vitórias navais alcançadas pelos Aliados. Tanto no Atlântico, como no Pacífico, onde operaram.

CINÉ-NOSTALGIA (60)

Hoje apetece-me evocar, aqui, um filme português realizado por Perdigão Queiroga, que teve a sua estreia em 1960. Intitula-se «AS PUPILAS DO SENHOR REITOR» e é, como não podia deixar de ser, uma adaptação para os ecrãs do famoso romance homónimo de Júlio Diniz. Na realidade, esta foi a terceira versão cinematográfica inspirada pela dita obra literária, visto a popular e bucólica história minhota já ter sido levada às pantalhas em duas outras ocasiões : a primeira delas em 1924, por Maurice Mariaud, e, a segunda, em 1935, por Leitão de Barros. Este foi o primeiro filme nacional a beneficiar da técnica do ecrã largo (cinemascópio). Foi filmado a cores e tem uma duração de 110 minutos. Contou com a colaboração artística de Marisa Prado, Anselmo Duarte, Isabel de Castro, Américo Coimbra, Maria do Carmo, Araújo Silva, Alina Vaz, Eugénio Salvador, Elvira Velez, António Silva, Humberto Madeira, Raul Solnado, Raul de Carvalho, etc. A história contada tem acção decorrente em meados do século XIX e é por demais conhecida : numa aldeia minhota, duas irmãs -que sobreviveram à morte dos pais, graças à generosidade do velho e bondoso pároco da terra, que as criou- apaixonam-se pelo mesmo homem... Um escândalo vem sacudir a sociedade local, ainda arreigada a costumes ancestrais de honra beliscada. Filme conforme ao enredo e ao espírito da obra diniziana e com boas prestações interpretativas dos actores contratados pela produção luso-brasileira. Com exteriores rodados em Viana do Castelo, Ponte de Lima e Óbidos, esta película recebeu várias distinções nacionais (entre elas um galardão atribuído pelo S.N.I.) e valeu prémios de interpretação a Raul Solnado e a Isabel de Castro. Não lhe conheço cópia gravada em DVD. O que não quer dizer que a dita reprodução videográfica não exista.

MALFADADO VOO

O infortúnio abateu-se, ontem, sobre a Associação Chapecoense de Futebol, um clube do 'brasileirão' sediado no estado de Santa Catarina. Cuja equipa principal ia disputar em Medellín (cidade do interior colombiano), com o Atlético Nacional, um jogo de final da Taça da América do Sul. Aconteceu que, por razões ainda não apuradas, o avião da companhia boliviana em que viajavam -um quadrirreactor Avro RJ85 de construção britânica- se despenhou a escassa distância (30 KM) do aeroporto de destino, vitimando dezenas de passageiros, entre os quais se encontrava a quase totalidade dos atletas brasileiros. Esta repetição trágica dos desastres de Superga, de Munique e outros, veio lembrar-nos que os mais cruéis golpes do destino também se podem abater sobre os 'ídolos' que o povo venera. E é pena; porque, regra quase geral, eles emprestam mais cor e mais beleza ás nossas vidas; que são cada vez mais rotineiras e mais cinzentas. Aqui fica a minha homenagem às vítimas de Cerro Gordo, representantes de um clube de criação recente (foi fundado há 40 anos), que lograra -à força de entusiasmo e de abnegação- alcandorar-se ao nível mais alto do futebol brasileiro e sul-americano. Enquanto entusiasta do chamado Desporto-Rei, aqui deixo as minhas sinceras condolências às famílias enlutadas, ao Chapecoense e seus adeptos e ao futebol do país irmão.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

AINDA SE RECORDAM DELAS ?

Estas explêndidas mulheres são as actrizes Olivia De Havilland e Joan Fontaine. Que, na vida real, eram irmãs e que no cinema foram rivais e... acérrimas inimigas. As suas desavenças, muitas vezes manifestadas em público, fizeram as delícias e a fortuna das revistas hollywoodianas de fofocas. Que tal como, hoje, a nossa detestável imprensa cor-de-rosa (desculpem-me a sinceridade) se alimenta, sobretudo, de bisbilhotices e da devassa da vida dos 'estrelos' e das meninas do mundo do espectáculo. Estas duas irmãs tiveram uma vida longa. Joan Fontaine (a heroína de «Rebecca», de «Carta de Uma Desconhecida» e de «Terna é a Noite») faleceu, em 2013, com 96 anos de idade. Quanto a Olivia (que protagonizou êxitos como «As Aventuras de Robim dos Bosques», «E Tudo o Vento Levou» ou «Todos Morreram Calçados»), ainda vive em França, país para onde se retirou e onde festejou -este Verão- o seu 100º aniversário. Curiosidade : estas duas belas mulheres eram sobrinhas (por parte do pai) de 'sir' Geoffrey De Havilland, pioneiro da aviação britânica e criador do 'Mosquito', um dos mais famosos bombardeiros ligeiros da Segunda Guerra Mundial.

DONALD TRUMP E A EMIGRAÇÃO

Uma das grandes  obsessões do recém-eleito presidente dos Estados Unidos da América -o multimilionário Donald Trump- é a expulsão dos emigrantes ilegais. Que se introduziram no território dos 'states' como puderam, em busca de trabalho e de melhores condições de vida, para si e para as suas famílias. Tal como o fez em 1885 o seu avô Friedrich Trump, um pobre emigrante alemão proveniente de Kallstadt, uma ignota aldeia da Renânia-Palatinado. Um homem que materializou o 'sonho americano' com a exploração de um bar no Yukon (durante a corrida ao ouro) e com o investimento do dinheiro ali ganho, a vender copos, na aquisição de propriedades em Manhattan; num tempo em que os terrenos ali se negociavam ao preço da uva mijona. Não terá o presidente-eleito a inteligência suficiente para compreender o facto da América do norte ser, na sua essência, uma terra de acolhimento, onde todos os que a habitam têm direito (tal como a sua actual esposa e futura primeira-dama, que veio da Eslovénia) a conquistar, pelos seus méritos, a felicidade ? -Se assim acontecer, este homem -eleito 45º presidente da mais poderosa nação do planeta- não tem, de todo, condições morais (e outras) para governar um país com a dimensão histórica dos Estados Unidos. Que é, que sempre foi, uma terra aberta a quem vem de fora.

TANTOS ANOS PASSADOS...

Sabe quem são estes meninos queques, fotografados no início dos anos 60 do passado século ? -Pois, embora não pareçam, são os elementos iniciais do grupo britânico The Rolling Stones. Agora reduzido a 4 membros, que acabam de lançar o seu último trabalho discográfico, intitulado «Blue and Lonesome». Que longa e trepidante é a História desta 'marca', que já há muito ultrapassou o meio século de existência e recebeu os aplausos de dezenas de milhões de fãs espalhados pela Terra inteira...

FIGURAS (QUASE) DESCONHECIDAS DA NOSSA HISTÓRIA


A princesa D. Sancha Sanches (também conhecida, a partir de 1705, pelo apodo de Beata Sancha de Portugal) era filha de el-rei D. Sancho (primeiro do nome) e, por consequência, neta de D. Afonso Henriques, o fundador da nacionalidade. Esta infanta nasceu na cidade de Coimbra, em 1180. E, depois da morte de seu pai (ocorrida em 1211), e por disposição testamentária deste, recebeu o senhorio de Alenquer e todos os privilégios e rendimentos inerentes, assim como o direito de usar o título de rainha. Tal facto, deu azo a uma rivalidade com seu irmão D. Afonso II, que viu nesse privilégio concedido a sua mana uma entorse à autoridade real e motivo de futuras querelas sobre a integridade do território nacional. O caso prolongou-se até ao reinado de D. Sancho II, soberano que reconheceu (no ano de 1223) os direitos concedidos à tia, mas que exigiu que D. Sancha renunciasse ao título de rainha; ao qual, segundo as leis do tempo, ela, com efeito, não tinha direito. Tendo-se entregado, de corpo e alma, à vida religiosa, a infanta fundou o mosteiro cisterciense de Celas, no qual viveu os derradeiros tempos da sua vida (faleceu em 1229) e onde foi primitivamente enterrada. O seu corpo seria, posteriormente, transladado para o mosteiro de Lorvão, que era governado por sua irmã Teresa. D. Sancha Sanches -assim como a referida infanta D. Teresa, sua irmã- foi canonizada pelo papa Clemente VI, através da bula 'Sollicitudo Pastoralis Offici', datada de 13 de Dezembro de 1705.

A DESFORRA DE JARDIM

Quando o treinador português Leonardo Jardim chegou (em 2014) ao 'hexágono' para treinar a equipa do Mónaco, foi recebido com frieza e suspeição pelo mundilho francês do futebol. E não só pela imprensa ligada ao chamado desporto-rei. Imprensa que fez do homem o tambor da festa, gozando-o como profissional, como homem e até -veja-se aonde chega o ridículo da situação- como falante de francês; língua com a qual ele nunca se havia familiarizado. Essa atitude, que eu sempre achei desprezível, está, agora, a mudar e o nosso compatriota já está a colher os frutos do seu saber nessa matéria tão sensível que é a ciência do pontapé na bola. Que, diga-se de passagem, não é tão fácil quanto se pensa... No momento em que alinhavo este texto, a equipa de Jardim já venceu -brilhantemente- o seu grupo de apuramento para a 'Champions' e segue nos lugares cimeiros da classificação do campeonato de França, a somente 1 ponto do líder. E hoje, na capa do reputado jornal desportivo «L'Équipe», pode ler-se, ao lado da fotografia de um exultante Leonardo, o seguinte :

«A VINGANÇA DE JARDIM

Criticado desde a sua chegada, em 2014, o treinador monegasco faz hoje a unanimidade. A sua equipa pratica agora um jogo que seduz».

Ora tomem lá !!!

(A fotografia anexada é propriedade do órgão de imprensa supracitado).

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

LUXO CHINÊS

Estes automóveis de luxo são (ou foram) fabricados na República Popular da China pela empresa Hóng Qí; termos (por vezes também grafados Hongqi) que significam, na nossa língua, 'Bandeira Vermelha'. Esta marca foi fundada nos anos 50 do passado século e, nos seus primeiros tempos de laboração, apensas construía veículos para os altos dignitários do regime. Na foto de topo, vemos Mao Tsé Tung recebendo o primeiro automóvel 'made in China' que utilizou oficialmente : um Hóng Qí, naturalmente. Esse modelo, de 1958, substituiu um Zil (soviético) que lhe havia sido oferecido por Estáline. A segunda foto mostra um soberbo L5 (em versão descapotável dos anos 80/90), que também foi escolhido para carro oficial da presidência do PCC, dos membros eminentes do governo de Pequim e para uso de visitantes ilustres. O último veículo aqui apresentado é o majestático Hóng Qí (modelo HQD), que goza da fama -justificada, ao que parece- de ser tão luxuoso e fiável como as produções mais elaboradas e mais caras da firma Rolls-Royce.

FALECEU ARLINDO DE CARVALHO E A MÚSICA PORTUGUESA FICOU MAIS POBRE


Faleceu (no Hospital Amadora-Sintra) no passado sábado, dia 26 de Novembro de 2016, o notável compositor, letrista e maestro beirão Arlindo de Carvalho. Que nos legou um vasto e valioso espólio feito de músicas e de canções de raiz popular, sobretudo inspiradas no rico folclore da Beira Baixa; que era a sua região de origem, visto ter nascido na Soalheira, Fundão. -Quem não se lembra de «Chapéu Preto», de «Fadinho Serrano», de «Hortelã Mourisca» ou da «Canção da Beira Baixa», que são só, e apenas, algumas das suas mais apreciadas composições ? -Muitas delas foram interpretadas pelas mais belas vozes de Portugal, como, por exemplo, as de Amália Rodrigues, Maria de Lurdes Resende, Luís Piçarra, Tristão da Silva, Tonicha, Carlos Guilherme e Lenita Gentil. Quero aqui deixar um sentido adeus a este grande músico -galardoado em 2011 com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores- que agora nos deixou (mais pobres) aos 86 anos de idade. A sua memória e a sua obra permanecerão connosco durante muitos e muitos anos.


VEM AÍ O TEMPO DO COZIDO

Na minha terra as temperaturas continuam a cair, ao mesmo tempo que crescem as taxas de humidade. E os nossos corpos já pedem, já exigem, o conforto de uma lareira acesa e a ingestão de pratos com alguma consistência : como um bom Cozido à Portuguesa. Que, no entanto, é comida ultra-calórica, que requer alguma moderação no seu consumo... Se calhar, uma ou duas vezes por mês e em quantidades moderadas, seriam as doses certas... Para acompanhar com um bom vinho tinto nacional. Bom apetite !

domingo, 27 de novembro de 2016

LONDRES DO SÉCULO XXI

A Londres moderna é feita de postais como este; que espelham a modernidade e o dinamismo de uma das reconhecidas capitais do mundo ocidental. E que também nos transmitem a confiança de um povo que espera sobreviver ao 'Brexit'. É o que lhe desejamos, assim como à laboriosa população britânica. Que, lembramos, também é feita de homens e de mulheres de todas as raças e credos oriundas dos quatro cantos do planeta.

SÃO SEBASTIÃO EXÓTICO

Lotan Welshans (1905-1985) foi um artista plástico norte-americano que -nos anos 50 do passado século- se instalou no Arizona; onde pintou inúmeras telas (sobretudo aguarelas) inspiradas pela paisagem, pelas gentes e pelos costumes locais. Tendo enveredado pelos caminhos do surrealismo, ficou conhecido nos meios artísticos como o «Dali do Deserto». O trabalho desse pintor que hoje aqui vos apresento, conjuga tradição religiosa com a natureza e o folclore locais. Aqui se evoca a paixão de São Sebastião num característico quadro western. O mártir está amarrado a um cacto 'saguaro' e as flechas serão, porventura, dos pele-vermelhas que atacaram a diligência que se vê em segundo plano. Aos pés do torturado também se pode observar um monstro-de-gila, réptil da fauna arizonense... Curioso, não é verdade ?

Esta tela foi intitulada pelo seu autor «St. Sebastian at Boulder Pass, Arizona».

COMBOIO ANFÍBIO ?

Comboio anfíbio ? -Não me parece... Do que julgo tratar-se é de uma composição ferroviária -operando numa região madeireira- que foi surpreendida por chuvas intensas (cujas águas inundaram a via férrea) e que deve avançar com a precaução devida até sair da enrascada. Que é como quem diz, até sair da zona alagada. Geralmente, as linhas de caminho-de-ferro são instaladas em sítios proeminentes, para prevenir situações desta natureza. Coisa que, aparentemente e como documenta a fotografia anexada, nem sempre é regra...

sábado, 26 de novembro de 2016

MORREU FIDEL CASTRO

Faleceu ontem (25 de Novembro de 2016) em Havana -com 90 anos de idade- Fidel Castro, 'el Comandante', o líder máximo da Revolução Cubana. Homem controverso, deixou, no entanto, a sua marca na História Universal, pelo facto de ter resistido -durante décadas e dácadas- à política imperialista dos seus poderosos vizinhos do norte; que utilizaram todos os meios, todos os golpes -mesmo os mais baixos- para vencer a sua rebeldia e a do seu povo. Ficará também na memória de todos, mas sobretudo na dos latino-americanos, por ter feito de Cuba um país diferente, onde a população alcançou vitórias significativas (e indesmentíveis) nos domínios da saúde, da educação, do desporto, etc. Isso, apesar de Cuba ter sido submetida a um apertado e vergonhoso boicote económico (que ainda perdura) por parte dos Estados Unidos; que assim quiseram vingar-se dos insubmissos caribenhos de maneira mesquinha. É verdade que a Cuba castrista nunca chegou a ser um paraíso na Terra, mas -é esta a minha opinião- a herança de Fidel é globalmente positiva. Sobretudo, se comparada com a deixada pelos protegidos dos 'states' naquela região do mundo; que se caracterizou pela miséria infame das populações e pela extrema violência com que elas foram tratadas (pelos paramilitares e outros esquadrões da morte de triste memória) em países como a Guatemala, como El Salvador, como as Honduras, como a Nicarágua somozista ou como o Chile de Pinochet, entre outros. Fidel Castro disse uma vez que a História o absolveria. Eu já lhe dei a minha indulgência. E desejo-lhe que descanse em paz, apesar dos ruidosos e asquerosos folguedos dos 'contras' de Miami. Que estão muito bem onde se encontram, sobretudo depois de terem votado maciçamente em Donald Trump...

CINÉ-NOSTALGIA (59)


Amor em tempo de guerra é o verdadeiro tema deste drama realizado, em 1956, por Henry Koster para a 20th. Century Fox. Cuja acção decorre na efervescente Inglaterra dos anos 40 e nas costas francesas; onde as tropas aliadas desembarcaram prematura e desastrosamente em Dieppe (a 19 de Agosto de 1942) e, vitoriosamente, nas praias da Baixa Normandia, em 6 de Junho de 1944. Este filme, «6 DE JUNHO - DIA D» («D-Day, the Sixth of June»), conta-nos a história de Valerie Russell, auxiliar da Cruz Vermelha, cujo amor está dividido entre o seu namorado ausente, um oficial britânico das operações especiais, e um capitão do exército dos Estados Unidos, casado e que se prepara -depois de um período passado na administração militar- para entrar em acção (pela primeira vez) no projectado assalto à fortaleza Europa. Um e outro travam conhecimento durante a gigantesca e mortífera Operação Overlord. Um deles (o inglês) acaba por morrer ao pisar uma mina e o seu rival no coração da bela Valerie é ferido gravemente pelo fogo inimigo. E é evacuado para o Reino Unido, onde é acolhido por uma Valerie, emocionalmente destroçada; que (na cena final) abandona o hospital militar, onde o americano Brad espera a hora de ser evacuado para o seu longínquo país... Fita colorida, com 106 minutos de duração. Do elenco fizeram parte Robert Taylor, Richard Todd, Dana Wynter, Edmond O'Brien e uma plêiade de secundários, todos eles excelentes actores. Bom filme (revi-o ontem num DVD), que obteve um justo sucesso aquando da sua estreia.

RONDA DESASTROSA

A última ronda das equipas portuguesas pelas provas da UEFA foi (do meu ponto de vista) um verdadeiro fracasso. Com, nalguns casos, resultados pelintras, mercê do excesso de confiança em momentos cruciais dos desafios disputados. E, neste caso, estou a referir-me ao jogo Besiktas-Benfica, no qual os encarnados -que fizeram uma primeira parte memorável- acabaram por desmobilizar-se e consentir um empate (3-3) que lhes custou caro. Financeiramente e também do ponto de vista desportivo, pois podiam ter arrumado definitivamente a questão da passagem à fase seguinte da 'Champions'. É normal, pois, que os sócios e adeptos do clube da Luz estejam chateados e algo apreensivos com tal falta de atitude. Agora cuidado, porque vem aí o Nápoles...

O mesmo se poderia dizer do Braga, que, por duas vezes teve o pássaro na mão e que, por outras tantas vezes, o deixou fugir num jogo contra uma equipa belga (Gent) perfeitamente ao seu alcance. Agora tem de correr atrás do prejuízo, enfrentando uma formação ucraniana que -teoricamente- lhe é superior : o Shakhtar Donetsk. A ver vamos como se safa desse enrascanço...

Quanto ao Porto (que empatou 0-0 com o clube dinamarquês de Copenhague) continua a demonstrar que tem uma excelente equipa de futebol, mas que, em matéria de golos, é a mais ineficaz de todas as grandes equipas nacionais. E eu até me permito dizer que os seus problemas vêm daí e não -como pretendem os portistas- das arbitragens. Agora, e no que respeita a sua permanência entre a elite europeia, só depende (tal como o seu rival Benfica) da maneira como encarar o derradeiro jogo da fase de grupos. Nada está perdido, mas é imprescindível que a sua linha avançada melhore a pontaria...

No referente ao Sporting Clube de Portugal -que teve o azar de ver incluídos no seu grupo dois putativos candidatos ao título de Campeão da Europa- fez o que pôde contra os gigantes Real Madrid e Borússia de Dortmund. E já disse adeus à prova maior do futebol continental. Resta-lhe agora demonstrar que é melhor do que o Légia de Varsóvia, indo vencê-lo no seu reduto da Polónia. O que nos parece difícil, quando se sabe que o Légia teve capacidade para marcar 3 golos ao Real e 4 ao supracitado clube alemão. Portanto, só com uma partida perfeita o Sporting o pode derrotar e transitar (como eu lhe desejo) para a Taça Europa...

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

AO QUE LEVA A OBSESSÃO PELAS ARMAS DE FOGO

É doentia a obsessão que muitos cidadãos dos Estados Unidos da América nutrem pelas armas de fogo. Este ano, por exemplo, o governo estadual do Tennessee resolveu instituir -votando por quase unanimidade- a poderosa espingarda-metralhadora Barrett M82. Cal. 50 como um dos símbolos oficiais desse estado federal. Nem mais nem menos ! Assim, esta impressionante arma de guerra, que fez muitos milhares de mortos nas guerras do Golfo, tornou-se -ao lado do íris (flor), do pirilampo (insecto) e do tulipeiro (árvore)- um dos emblemas que reflectem os valores daquela terra. Bem podem as gentes do Tennessee limpar as mãos à parede; porque, com esta degradante decisão, só ajudam a fortificar a ideia (que permanece na cabeça de muita gente) de que os americanos andam com uma Bíblia na mão e com um punhal entre os dentes. Mas, estou certo de que o presidente eleito da União nada terá a dizer com esta atitude irresponsavelmente violenta; que, podem crer, não tardará a ser imitada pelos outros 49 estados federais. Bolas, que hipocrisia !

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O NOSSO MUNDO É BELO (95) : ROMÉNIA

O REAL MADRID PASSA AMANHÃ POR LISBOA

A prestigiosa formação do Real Madrid -que amanhã joga em Lisboa, no estádio de Alvalade contra o Sporting- distinguiu-se no passado sábado num desafio disputado contra o seu rival da capital espanhola, vencendo o Atlético pela folgada margem de 3 golos. Três golos sem resposta, marcados pela sua vedeta máxima, que é, indiscutivelmente, o português Cristiano Ronaldo. Que amanhã tudo fará para vencer os 'leões', embora se imagine que com uma certa mágoa, visto ter recebido formação no seio desse estimável clube lisbonino. É a vida !... Em jeito de homenagem ao mais extraordinário clube de futebol do planeta -que já venceu 11 Taças de Campeão Europeu- aqui deixo uma antiga fotografia dos 'merengues'. De um tempo em que o Real começou a alcançar os primeiros sucessos na mais prestigiosa competição organizada pela UEFA. Nela podemos ver de pé e da esquerda para a direita : Alonso, Navarro, Oliva, Lesmes, Muñoz e Zárraga. E agachados, pela mesma ordem : Molowny, Pérez Payá, Di Stefano, Rial e Gento.


Paradoxalmente, poderá ser este atleta -saído da escola de formação sportinguista- que acabe com as veleidades dos verde e brancos na 'Champions'. Espero que se isso vier a acontecer, o que é espectável, o clube de Alvalade saia da competição com a dignidade que o emblema merece.

ERA UMA VEZ UM AVIÃO...

Na primeira metade dos anos 60 (do século passado, obviamente), o Brasil assistiu a uma verdadeira guerrilha entre dois ramos das suas forças armadas : a Força Aérea e a Marinha. Contestando a primeira dessas armas o direito da Armada em possuir e operar aeronaves de asa fixa. Disse-se até que, nesses recuados e inditosos tempos da ditadura militar, a FAB chegou a ameaçar os seus fornecedores de retaliações, se estes aceitassem encomendas por parte dos 'rivais'. Mas a Armada brasileira, que necessitava de um avião de formação e de treino para os seus pilotos, não cedeu a pressões e encorajou a criação da Companhia Brasileira de Aeronáutica, uma empresa que passou a ocupar um espaço na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, situada no litoral carioca. Onde foi concebido -pelo engenheiro Marc William Niess- o projecto do Niess 7-250 'Fragata'. Um avião com estrutura metálica, de asa baixa, monomotor e bilugar em tandem. A designação escolhida para o futuro aparelho da Marinha (que, na altura, estava na iminência de receber o porta-aviões «Minas Gerais») referia o apelido do seu conceptor, o número da última realização desse engenheiro aeronáutico e a potência do motor a utilizar. E adoptou o nome de 'Fragata', uma ave marinha. Mas a 'guerra' com a FAB endureceu e, em finais de 1964, quando o primeiro protótipo do Niess 7-250 já estava quase pronto para efectuar o seu voo inaugural, o general Castelo Branco, presidente da ditadura, decidiu por cobro à situação que reinava no seio das Forças Armadas. Das quais ele também era comandante-chefe. E o projecto do 'Fragata' foi interrompido, assim como a actividade industrial da efémera companhia Brasileira de Aeronáutica. E era uma vez um avião...