quinta-feira, 17 de agosto de 2017
CRIME (SALVO SEJA) E CASTIGO
Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, quiçá o mais conhecido português do seu tempo, estima-se vítima de uma cabala; por causa daquela história de impostos reclamados pelo fisco espanhol e também pelo facto de ter sido, no decorrer do seu último jogo contra o F.C. Barcelona, expulso e posteriormente castigado com cinco jogos. Eu não tenho absolutamente nada contra este fabuloso futebolista funchalense, que eu creio não ter voluntariamente fugido ao pagamento de impostos (mas há aqui um assunto que ele tem de esclarecer com as finanças do país vizinho, às quais, estou certo disso, ele poderá apresentar, com calma, as suas razões), nem simulado um penalty no 'match' contra os rivais catalães. Basta ver as imagens da TV, para nos darmos conta de que não houve batota. Mas os árbitros (sejam eles espanhóis ou não) também se enganam e o «melhor jogador do mundo» não sairia diminuído se (por causa desse erro) ficasse impossibilitado de jogar contra o próximo adversário do Real Madrid. O agravamento do castigo ficou estritamente a dever-se ao facto de Cristiano se ter precipitado e ter empurrado o juiz de campo. Nessas circunstâncias, e CR7 sabe-lo, não havia maneira de safar-se ao pesado castigo infligido pela máxima instância do futebol castelhano. Acho, pois, que não foi por Cristiano «ser quem é», que agora se deve sentir injustiçado. É bom que os profissionais de futebol entendam -uma vez por todas- que as regras são para cumprir. Eu sei que um jogo de máxima tensão, como o é sempre o grande clássico da liga espanhola, arrasa os nervos de qualquer dos actores; mas eles têm de controlar os nervos ou... de assumir os erros cometidos e não se admirarem de castigos recebidos e plenamente justificados. Porque o jogo tem leis, que devem ser imperativamente cumpridas. É tudo. Isto dito, eu penso que Cristiano Ronaldo é um moço inteligente e de boa fé e que, acalmados os ânimos, ele até será capaz de reconhecer que falhou. E se o fizer, tal gesto só lhe ficará bem. Quanto ao título deste 'post', quero precisar que quis, apenas, fazer uma brincadeira com o de um romance de Dostoievski. Naturalmente !
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