«LE CRABE-TAMBOUR», realizado, em 1977, por Pierre Schoendoerffer (inspirado num romance de sua autoria), foi um outro grande filme francês que ficou por estrear nas nossas salas de cinema. Vá lá saber-se porquê... A acção deste filme sensível e de grande veracidade, decorre (em épocas diferentes) na Indochina e na Argélia coloniais e, nos mares da Terra Nova, a bordo de um navio de guerra que presta assistência médica aos pescadores de bacalhau. A história centra-se nos encontros e desencontros de dois oficiais da armada gaulesa, que muito se estimaram, e cujas relações acabam por degradar-se por ocasião do 'Putch' dos Generais (também chamado Sedição de Argel); que, em Abril de 1961 traumatizou e dividiu companheiros de armas e acabou por levar à cadeia muitos deles, por desobediência à República. A reconciliação desses companheiros desavindos é tentada por um outro amigo do denominado 'crabe-tambour' -que agora é patrão de um arrastão de pesca longínqua- mas as feridas ainda não sararam no coração do comandante do navio «Jauréguiberry» (que sofre de uma doença incurável e em fase terminal), que, para grande tristeza do Dr. Pierre, seu médico de bordo, apenas saúda o antigo amigo com uma frase seca e protocolar...
Filmada de maneira exímia e com um humanismo raro, esta película é uma das melhores do cinema francês da década de 70 (é, pelo menos essa, a minha opinião) e foi com justiça que recebeu, no ano da sua estreia, os 'Césares' atribuídos ao Melhor Actor (Jean Rochefort), ao Melhor Actor Secundário (Jacques Dufilho) e à Melhor Música (Philippe Sarde). No elenco, distinguem-se os nomes das duas já referidas figuras, para além de Jacques Perrin, Claude Rich, Aurore Clément, Odile Versois e Pierre Rousseau. Esta fita exibe a chancela da AMLF Productions, é colorida e tem uma duração de 2 horas. Para quem se exprime na língua de Molière é fácil encontrar um DVD com cópia desta belíssima fita.
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