segunda-feira, 31 de julho de 2017

HUMOR : TRUMP EM PARIS

A decepção de Donald Trump (e esposa) aquando da sua recente chegada a Paris, para assistirem às festividades do 14 de Julho, vista por um caricaturista inglês. O presidente dos EUA pergunta : «É a isto que vocês chamam um carro de estado ?!!». Enquanto Macron, o seu anfitrião, jubila, brandindo um barrete frígio, símbolo da Revolução. Repare-se que o carro de Trump -que no 'cartoon' se encaminha para o cadafalso- é igualzinho àqueles que conduziam a nobreza e os reaccionários à guilhotina...

ARRAIOLOS - O SEU HISTÓRICO CASTELO E TUDO O MAIS

De planta circular, o castelo de Arraiolos é -pela sua forma- um dos mais originais do nosso país. Coroando o chamado monte de São Pedro, a fortaleza foi erguida no reinado de D. Dinis, sendo dada a sua construção como acabada em 1310, ano em que a vila também recebeu Carta de Foral do mesmo soberano.  Em 1367, vila e castelo foram doados a D. Nuno Álvares Pereira, fronteiro do Alentejo e condestável dos exércitos de Portugal, E que, entre outros títulos, também tinha recebido o de conde de Arraiolos. Embora tivesse sido habitada durante todo o século XVI, a fortaleza começou a ser desprezada na centúria seguinte. Mas, aquando da Restauração da independência, em 1640, ainda recebeu melhoramentos, devido à guerra com Espanha e à sua posição estratégica na defesa da região transtagana. Passado o perigo, foi abandonado e as suas muralhas começaram a degradar-se; sofreu o golpe de misericórdia por ocasião do violento terramoto de 1755; que, contrariamente ao que muitos pensam, também causou estragos importantes longe de Lisboa. Curiosamente (ou talvez não), em 1833, o seu Pátio de Armas foi transformado em cemitério, onde foram enterradas muitas vítimas da 'Colera morbus', que assolou a região. Em 1910, com o evento da República, o castelo de Arraiolos foi (como tantos outros edifícios históricos) classificado Monumento Nacional e, entre 1959 e 1963, pôde ser restaurado pelos serviços da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Esta fortaleza é de visita obrigatória para quem passa pela bonita vila alentejana de Arraiolos (no distrito de Évora), que também tem nos seus célebres e valiosos tapetes, nos seus barros artesanais, na sua gastronomia e nos seus vinhos outros atractivos de peso.

PARA ONDE VAIS BENFICA ?

O clube dos meus afectos está a fazer uma pré-época catastrófica. Tendo perdido jogos por resultados humilhantes e que deixam os benfiquistas apreensivos, quanto à possibilidade de ainda se ganhar o penta. Tanto mais que os seus adversários directos parecem estar em excelente forma; com um Sporting e um Porto brilhantes, que, nestes últimos dias, infligiram derrotas a equipas fortes como as do Fiorentina e do Deportivo da Corunha : 1-0 e 4-0. Bem sei que, no passado ano, as coisas também não correram lá muito bem e que o S.L.B. acabou por reerguer-se e por dominar o campeonato. -Será diferente esta época ? Todos esperamos que não, mas, para tanto, será necessário que, com urgência, o treinador reforme e reforce a defesa; que se está a tornar o ponto fraco dos encarnados. Enfim, a ver vamos ! E não cantem, antecipadamente, vitória, os nossos rivais. Porque o Benfica tem o seu orgulho e lutará até ao fim...

A HERANÇA FENÍCIA

É (mau) hábito nosso falarmos da civilização que nos foi inculcada em remotos tempos, por Gregos, por Romanos e por Árabes; como se esses povos fossem responsáveis pela exclusividade da herança que recebemos. Quando, na realidade, outra gente contribuiu para que sejamos reconhecidos por aquilo que somos e, sobretudo, por aquilo que fomos. Porque, entretanto e como é natural, forjámos a nossa identidade com outras influências... Estou-me a lembrar, por exemplo, dos Fenícios, que parecem ter sido dos primeiros povos civilizados a chegar a este distante rincão da península Ibérica, a esta 'Finis Terra' que se chama agora Portugal. Segundo os historiadores, esse povo semita (que vivia em parte da região costeira hoje ocupada pelo Líbano e pela Síria) aportou por aqui há 3 000 anos. E deixou marca. -Quem sabe que, entre outras coisas, foram os Fenícios que ensinaram aos nossos antepassados Ibéricos as técnicas da salga do peixe, da mineração, da metalurgia do ferro, da olaria, da tinturaria, da vitivinicultura e do emprego do azeite na alimentação ? Pois tudo isso é verdade. E é também provável que tenha sido esse povo de grandes navegadores, que nos tenha iniciado na construção de navios capazes de afrontar os perigos do oceano; que acabaram por ter importância determinante na nossa História. Os Fenícios inventaram um dos primeiros alfabetos a ser usados pela Humanidade e um dos primeiros povos a usar o papiro para escrever. Sabe-se que fundaram por cá colónias (Alcácer do Sal e Portimão foram duas delas) e que comerciaram, com os nossos ancestrais, metais úteis como o estanho, o cobre e a prata. Diz-se que foram os primeiros 'invasores' a chegar à nossa actual capital, à qual chamaram Alis-Ubbo (que na sua língua significava 'enseada amena'), vocábulos dos qual parece derivar o nome de Lisboa.


Navio fenício vogando ao largo do mais tarde chamado rochedo de Gibraltar. Os Cartagineses -que também por cá passaram e deixaram algo da sua cultura- eram de descendência fenícia.

UMA FORMA (COMO QUALQUER OUTRA) DE LUTAR PELA NATUREZA

Há hoje, felizmente, muito mais pessoas a defender a necessidade de preservar as espécies animais (mas não só) deste planeta único e insubstituível. Veja-se, por exemplo, o caso dos cetáceos, esses gigantes dos mares que a caça intensiva e incontrolada ia quase extinguindo nos nossos mares e oceanos. A salvaguarda dos maiores animais da Criação (baleias, cachalotes e afins) só foi possível graças a campanhas de sensibilização das pessoas, feita de diversas formas e em numerosos países. Feitas por ecologistas singulares ou reunidos em associações de defesa da Natureza. Curiosamente, os correios de praticamente todas as nações do planeta (mesmo aquelas que não têm costa marítima) associaram-se ao movimento que permitiu banir (quase totalmente) a caça aos cetáceos e salvar espécies ameaçadas. Aqui deixo a ilustração do fenómeno dos selos de correio, que teve incidências muito positivas na luta travada contra a destruição desse património marinho. Que é (e deve continuar a ser) factor de equilíbrio do planeta, como está cientificamente provado. Outros combates de mesma índole serão vencidos; porque o homem e algumas das suas mais prestigiosas e mais úteis instituições (como os correios, entre outras) decidiram, em boa hora, meter o bedelho onde são chamados.

sábado, 29 de julho de 2017

VEDETAS RÁPIDAS DA R.A.F.

Esta vedeta rápida, ostentando as cores da Royal Air Force, é sobrevoada por um caça Hawker 'Hurricane'. A cena passa-se no canal da Mancha em plena 2ª Guerra Mundial. Estas embarcações -dispondo de uma equipagem treinadas para o efeito- percorriam esse largo braço de mar separando a Grã-Bretanha da Europa continental, com a missão de socorrer os pilotos ali caídos durante os renhidos combates da Batalha de Inglaterra e posteriores. A sua acção permitiu salvar a vida a numerosos aviadores implicados na luta contra a 'Luftwaffe'. Aqui há uns bons pares de anos e para grande surpresa minha, pude ver uma destas vedetas -sobrevivente do segundo conflito generalizado- no porto de Dieppe, em França...

O VINHO DO 'ARREDA', PRÓPRIO PARA CURAR DOENTES

Este rótulo pertenceu a antiga garrafa de vinho do Porto de uma conhecida e prestigiosa marca. Marca ainda hoje com actividade comercial. Botelha de vinho fino que foi dedicada ao Infante D. Afonso, que, como é sabido, recebeu do povo da capital a alcunha do 'Arreda'. É que o príncipe -irmão do rei D. Carlos I- gostava de conduzir carros com o prego a fundo nas ruas de Lisboa. E gritava, quando um pacato cidadão se metia na trajectória do seu automóvel, as palavras «arreda, arreda !», para que o dito peão lhe deixasse a via livre. Outra curiosidade revelada por este rótulo é que diz o seguinte (à maneira de mensagem publicitária) : «Vinho escolhido nas melhores Quintas do Alto Corgo (Douro), premiado em diversas exposições. Vinho agradabilíssimo ao paladar, bom aroma e próprio para convalescentes». Ora vejam só, o vinho do 'Arreda' até ajudava doentes a restabelecer a saúde. Nem mais, nem menos !

O NOSSO MUNDO É BELO (126) : COLÔMBIA

'ARCOS DE VALDEVEZ, ONDE PORTUGAL SE FEZ'

O chamado recontro de Arcos de Valdevez -um dos actos fundadores da nossa nacionalidade- teve lugar (segundo alguns historiadores), em data incerta da Primavera de 1141, no sítio da Portela do Vez, junto à vila de Arcos. Depois do rompimento da paz de Tui (firmada entre si e seu primo Afonso VII de Leão e Castelo, no ano de 1137), D. Afonso Henriques invadiu a Galiza e apoderou-se de alguns castelos e lugares pertencentes ao imperador. Na riposta que já se esperava, as numerosas hostes de Afonso VII entraram no condado portucalense e obrigaram o futuro D. Afonso I de Portugal a aceitar negociações. Parece que, com o intuito de poupar  a vida de guerreiros necessários à reconquista do território ibérico aos mouros, foi combinado que as hostilidades se resumiriam a um torneio (ou bafordo, como também se dizia naquele tempo), para o qual cada um dos príncipes escolheria um número limitado (e igual) de campeões. Que se afrontariam segundo as regras há muito definidas pelo código de honra da cavalaria medieval. Os Portugueses levaram a melhor e os seus rivais ficaram (temporariamente e tal como previsto) reféns de Afonso Henriques. Príncipe que aproveitou este excêntrico triunfo dos seus guerreiros, para -através da mediação de D. Peculiar, bispo de Braga- contactar o papa (então Inocêncio II) e lhe pedir para que aceitasse a sua vassalagem a Roma, em troca de 4 onças de ouro por ano. Sabendo que a aceitação pelo Supremo Pontífice lhe valeria, finalmente, o título de rei. A ilustração aqui anexada mostra um dos magníficos painéis de azulejos que decoram (desde 1916) as paredes da estação de caminhos-de-ferro de São Bento, no Porto. Representa, obviamente, o recontro de Arcos de Valdevez e é da autoria do notável ceramista (e ilustrador) Jorge Colaço. Em Arcos de Valdevez e na sua região existem, igualmente, outros testemunhos artísticos que lembram este evento histórico; como, por exemplo, o célebre grupo escultórico realizado pelo artista José Rodrigues, falecido no passado ano. Ou, ainda, o Padrão Comemorativo do Recontro de Valdevez, inaugurado -em 1940- pelo então ministro das Obras Públicas, engenheiro Duarte Pacheco. (Clicar com o rato na imagem de topo para a ampliar).

HARMONIA E BELEZA

Quando uma aranha -minúscula representante do reino animal- e o orvalho (ou a chuva) querem maravilhar-nos, o resultado pode ser surpreendente. -Quem duvida haver algo de harmonioso, de belo, de artístico nestas coisas da Natureza ?

FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (65)

Esta foto mostra-nos um momento em que Augusto Pinochet (general fascista, que, pela força das armas, tomou, em 1973, o poder no Chile) saúda calorosamente o secretário de estado norte-americano Henry Kissinger. Que, com a CIA, foi um dos promotores da Operação Condor, que tantos crimes ignóbeis (assassínios, raptos, torturas, desaparecimentos) perpetrou e consentiu na América do Sul. Mas a acção nefasta de Kissinger (que foi conselheiro de vários presidentes dos EUA) também se estendeu a outras regiões do mundo, como, por exemplo ao Camboja e à Insulíndia; onde (nesta última) foi acusado de ter dado luz verde à invasão de Timor Leste pelas tropas da Indonésia. Ainda sobre a Operação Condor (que selou a aliança dos 'states' com a ultra-reacção sul-americana), refira-se que Kissinger, esse especialista do jogo do pau-de-dois-bicos, disse um dia a um ministro argentino : «se há coisas que precisam ser feitas, vocês devem fazê-las rapidamente». Numa alusão clara à repressão feroz e à eliminação física daqueles que se levantavam contra a ditadura. Esta triste figura da História contemporânea teve o descaro de aceitar (em 1973) o Prémio Nobel da Paz, por ter 'conseguido' um acordo de cessar-fogo no Vietam. Já o co-premiado indochinês Le Duc Tho, se comportou com honra, recusando o galardão. E toda a gente achou que foi pelo facto de não querer ver o seu nome em tão má companhia. No que respeita o «putchista' Pinochet, convém dizer que esse general traidor reinou no Chile -pelo terror- durante mais de uma década e meia. Até que, em 1990, foi banido do governo e substituído pela democracia. O sanguinolento militar (responsabilizado pela prisão de 80 000 compatriotas, por torturas exercidas em 30 000 outros e pela morte de mais de 3 000 chilenos) ainda esteve preso em Londres, mercê de um mandato de captura internacional; mas foi solto graças à intervenção da sua amiga Margareth Tatcher e recambiado para o seu país. Onde ainda foi acusado de ter desviado (em benefício próprio) 28 milhões de dólares, escondidos em Londres, no banco Riggs. Mais tarde, novas notícias o acusaram de corrupção, por ter enviado para bancos de Hong Kong uma incalculável fortuna em barras de ouro. Morreu, finalmente, sem honra nem proveito, em finais do ano 2006. Só deixando saudades aos seus apaniguados e àqueles que beneficiaram dos crimes que esse energúmeno cometeu contra o seu povo e contra a democracia.

MAIS UM PEIXE AMEAÇADO PELA PESCA INTENSIVA

Presente em diferentes mares e oceanos do planeta, o mero ('Epinephelus marginatus') também por cá vive, sobretudo nos Açores e na zona costeira compreendida entre o Algarve ocidental e Peniche/Berlengas. Parece que, no continente, a maior concentração de indivíduos desta espécie é assinalada na costa alentejana, entre Sines e o cabo Sardão. É um peixe que prefere as águas profundas e de fundos rochosos. Pode viver meio-século e atingir grande peso e dimensões. o mero maior capturado em Portugal continental foi pescado (à linha) em Sagres e pesava 51 quilogramas. O seu menu preferido é constituído por chocos e lulas, sendo, pois, estas espécies as, geralmente, usadas como isco. Actualmente a pesca submarina do mero (ao arpão) está proibida no nosso país. O que parece pouco razoável aos praticantes dessa actividade, que revelam que, por outros meios, são capturadas -no continente e ilhas- 100 000 toneladas de meros. E é verdade, que reside na pesca industrial e intensiva o perigo de acabar com o mero nas nossas águas. Tal como aconteceu, há anos atrás, nas outrora piscosas águas do golfo do México, de onde ele já desapareceu completamente...

sexta-feira, 28 de julho de 2017

LUTAS DE ONTEM, LUTAS DE HOJE

Há um século atrás, certos índios da Amazónia ainda tentavam assegurar a inviolabilidade dos seus recônditos e selvagens territóríos com as armas na mão. Hoje, já nem nas reservas eles estão protegidos da avidez do homem branco. Que quer mais e mais e cujo objectivo final é destruir o habitat e o ancestral modo de vida dos ameríndios, dizimando-os ou dissolvendo-os, pouco a pouco, na massa populacional; onde eles, os índios, perderão, infalivel e definitivamente, os costumes e as culturas originais.


Alguns deles ainda tentam resistir, agora por meios mais pacíficos... Como estes índios brasileiros, que manifestam -na capital do país- contra a pouca importância que as autoridades políticas nacionais dão aos seus problemas de sobrevivência.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

ILHAS SELVAGENS


-Sabia que as ilhas Selvagens constituem a parte mais meridional de todo o território português ? Pois é verdade. Durante muito tempo desprezado, este minúsculo arquipélago está-se a tornar uma importante plataforma da biodiversidade e a receber novas estruturas, que não colidam com o habitat das espécies, sobretudo aves marinhas, que ali vivem. Estruturas capazes de acolher cientistas e estudiosos. E, talvez, até -num futuro próximo- um número controlado de turistas da Natureza. «Laboratórios vivos», estas minúsculas ilhas ganham assim uma nova dimensão no contexto nacional, como salientam os responsáveis  do Instituto das Florestas e da Conservação da Natureza (antena da Madeira). Ainda bem que as Selvagens tenham deixado de ser quase terra de ninguém e passem a despertar o interesse de quem de direito.

GLÓRIA AO BENFICA


Esta fotografia (topo) mostra José Águas -um dos mais ilustres jogadores de futebol da História do Benfica, o meu clube- brandido a Taça de Campeão da Europa, conquistada em Berna, na Suíça (contra o Barcelona, que ali foi derrotado por 3-2 pelos encarnados), no ano de 1961. Durante esse memorável 'match' águas marcou o primeiro golo dos encarnados, aos 31 minutos de jogo e Mário Coluna (outro saudoso e histórico atleta) marcou o segundo, aos 55 minutos. O terceiro tento do Benfica foi um autogolo de Antoni Ramallets, guarda-redes dos Catalães. Pelo Barcelona (que havia eliminado o Real Madrid da competição) pontuaram os húngaros Sándor Kocsis, aos 21 minutos e Zóltan Czibor, ao 75 minutos. O desafio teve lugar na capital da Confederação Helvética, no dia 31 de Maio do acima referido ano de 1961. O palco do encontro foi o Wankdorfstadion, que estava repleto de espectadores entusiasmados. E que, no final da partida, saudaram na equipa do Benfica os 'heróis' que acabaram com a hegemonia dos clubes espanhóis nessa prestigiosa competição.

Mário Coluna, aqui com a camisola das quinas.

GUERRA AÉREA NOS CÉUS DE ANGOLA

Depois de terminada a guerra contra o colonialismo salazarista, as FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola) tiveram de sustentar um novo conflito armado contra a UNITA (o inimigo interno) e também contra as forças militares da África do Sul segregacionista. Para ilustrar essa nova e perigosa fase da vida da nação fundada por Agostinho Neto, aqui deixo esta sugestiva imagem; que nos mostra um MiG 21 (avião de caça de fabrico soviético e, provavelmente, tripulado por um oficial cubano) afrontando um Mirage F1 (aparelho de origem francesa) da aviação militar do país do 'apartheid'. Desconheço o nome do autor desta ilustração (e por essa razão não o cito), que reproduz uma cena de combate que se terá desenrolado nos céus do sul de Angola; onde esses confrontos foram mais renhidos e ocorreram com maior frequência...

SÓ OS ABUSOS NOS FAZEM MAL

O calor que se faz sentir por cá, parece convidar-nos a ingerir uns bons 'cocktails'. Que, para além do vinho, são as minhas bebidas alcoólicas preferidas; embora eu nunca tenha abusado deles e poder contar pelos dedos das duas mãos os que bebo durante toda a estação quente. Porque, não sejamos hipócritas, os 'coctails' são bons, deliciosos, mas nefastos para a saúde se abusarmos regularmente do seu consumo. Posso, pois dizer, que adoro caipirinhas, mojitos, margaritas, americanos, perroquets, gins tónicos,etc. Mas não vou atrás da conversa, porque não quero criar habituações, nem vícios. Que, a médio e longo termo, podem custar muito caro a quem põe o pé na argola. Como sói dizer-se.

FERNÃO PÓ, O DESCOBRIDOR

Fernão Pó (também conhecido como Fernão do Pó, Fernão de Pó, Fernando Pó e Fernando do Pó) foi um navegador português do século XV. Que, no reinado de D. Afonso V, descobriu -por volta de 1472- uma ilha do golfo da Guiné, que, ainda hoje, guarda o seu nome. Ilha onde até terá fundado um povoado. Segundo a tradição, também se lhe atribui a descoberta do rio Wouri, ao qual Pó chamou rio dos Camarões e que está na origem do nome do estado africano com esse nome. Essa viagem foi organizada e financiada pelo navegador e comerciante Fernão Gomes, que, em 1469, recebera do rei de Portugal o monopólio dos negócios a realizar no golfo da Guiné. E que em troca desse arrendamento, válido por 5 anos, se comprometia pagar ao soberano uma renda anual e o compromisso (também ele anual) de explorar 100 léguas da costa de África. Gomes recrutou, para o efeito e para além de Fernão Pó, outros capitães e pilotos experimentados, tais como João de Santarém, Pêro Escobar, Lopo Gonçalves e Pedro de Sintra. Diz-se, igualmente, que Fernão Pó foi o fundador de uma póvoa com o seu nome, situada na região de Palmela. Na realidade, e por escassear informação escrita e oficial, muito pouca coisa se sabe sobre o percurso de vida deste navegador quinhentista. Que, no entanto,  deixou o seu nome ligado à gesta das Descobertas e a terras que foi o primeiro a visitar há mais de 500 anos. O que não é pouco.

VISTOSOS JACARANDÁS

Originários de exóticas regiões, os jacarandás são -aquando da sua floração- das árvores mais vistosas, mas bonitas que se podem admirar nos nossos parques e jardins. Tenho pena de, em tempo próprio, não ter encontrado uma dessas árvores para plantar no meu quintal...

GUERRAS, GUERRAS

Não ! Não se trata de um oficial da cavalaria dos Estados Unidos do século XIX. Que combateu as tribos pele-vermelhas da chamada Grande Pradaria durante as guerras pela conquista dos seus territórios. Este garboso cavaleiro era o, então, major Mouzinho de Albuquerque (1855-1902), que, em África, em Moçambique, submeteu os Vátuas do soba Gungunhana. No decorrer de um conflito colonial que, felizmente, não teve as consequências genocidas e definitivas das levadas a cabo por Custer ('the boy general') e por outros oficiais do exército a que pertenceu, até à fatídica campanha de Little Big Horn. Esta tela é da autoria do ilustre pintor e ilustrados Roque Gameiro.

DELICIOSAS BERINGELAS

Sou um verdadeiro amador de beringelas, que eu incluo, frequentemente, na minha dieta. As beringelas são os frutos de uma planta designada cientificamente pelos termos latinos 'Solanum melongena'; que foi introduzida na Europa, através da península Ibérica. Onde chegaram no século XIII, na bagagem dos conquistadores berbero-árabes. Parece, no entanto, que o seu cultivo já é praticado na Índia há mais de 4 000 anos. A beringela distingue-se, entre os outros frutos e legumes dos mercados, pela sua forma oblonga e pela sua pele lisa e lustrosa; que na maioria dos casos é de cor roxa. Já não é de hoje que se conhecem as suas virtudes alimentares e o seu uso medicinal. Com efeito, a beringela é, na opinião de médicos e estudiosos, rica em proteínas, muito vitaminada, cheia de sais minerais e alcalóides; que regulam a pressão sanguínea e previnem várias doenças. Para além disso, a beringela é um fruto (não doce) que tem imensas utilidades na cozinha, entrando na composição de muitos e deliciosos pratos; tais como a mussaca, o cuscus, os suflês, as 'ratatouilles', etc. É também óptima grelhada, frita, cozida, no forno (simples ou misturada com outros vegetais). Pode comer-se só por si, mas também acompanha, indiferentemente, carnes e peixes.


No Paquistão : vendedor de beringelas (de sua produção) à beira de uma estrada.