domingo, 23 de julho de 2017

VIRA DA NAZARÉ / VIRA P'RÁ NAZARÉ



Adeus Maria, qu'eu vou p'ró mar
Buscar sardinha, p'ra seres rainha
Ela é bonita, da cor da prata
Não tenhas medo, que o mar não mata

Não vás ao mar, Tonho
Podes morrer, Tonho
'Tá lá um bicho, Tonho
P'ra te comer, Tonho
Ai Tonho, Tonho
Tão mal estimado és
Ai Tonho, Tonho
Nem umas meias tens p'rós pés.


O mar e a pesca são temas recorrentes do Vira da Nazaré; que outrora se bailava e cantava nos areais da praia. Quase como uma maneira de esconjurar o medo que inspirava a faina, sobretudo em dias de tempestade, de mar bravio. Mar que era imperativo afrontar, para poder colocar na mesa das famílias dos pescadores (geralmente numerosas) o pão de cada dia. Estes ritos também eram cumpridos em momentos festivos, nomeadamente religiosos, para dar graças à Senhora da Luz, a São Brás ou a Santo António, aos quais os nazarenos eram (e continuam a ser) muito devotos. Os trajos típicos (por trás dos quais -diz a tradição- há a história do naufrágio de um navio carregado de tecidos aos quadrados) ainda hoje são usados para bailar o vira. Mesmo depois de deixarem de ter uso prático para se tornarem folclore... A vila da Nazaré é uma das mais bonitas do litoral português e está, hoje em dia, muito na moda, pelo facto de se ter tornado um dos centros mundiais para a prática do 'surf'. Vale a pena fazer-lhe uma visita, porque a Nazaré guardou, apesar do seu recente cosmopolitismo, alguma autenticidade. Até na maneira de receber os forasteiros. Ah ! E é bom não esquecer que por ali se degusta uma excelente gastronomia, feita, como é bem de ver, à base de peixe e de outros produtos do mar.

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