sexta-feira, 14 de julho de 2017

UM FILME INÉDITO EXCELENTE

Acabei de visionar um excelente filme (realizado em 2014 por Daniel Barber), que, tanto quanto sei, permanece inédito no nosso país. Por essa razão de peso, tive de me contentar com uma cópia DVD em V.O. e com legendas em castelhano. Facto que, diga-se em abono da verdade, não me criou dificuldades assinaláveis, nem me retirou o prazer de o ver. Trata-se da película «THE KEEPING ROOM», que contou com o trabalho verdadeiramente excepcional das actrizes Britt Harling, Hailee Steinfeld e Muna Otaru. Disse  um crítico, que esta obra (baseada num argumento escrito por Julia Hart) é «um western revisionista e magnificamente inspirado». Não estou de acordo quando se diz que se trata de um western, embora eu não ignore a amálgama feita pelos amadores do género (eu próprio também sofro dessa pecha), entre westerns e filmes ambientados na guerra de Secessão. A acção decorre, pois, no sul da América do norte (nos então estados desunidos) em 1865. Quer dizer no derradeiro ano do conflito, num tempo em que as tropas fiéis ao governo de Washington já devastavam terra inimiga e com uma violência brutal, de terra queimada. Três jovens (duas senhoritas brancas e uma escrava negra) vivem, sozinhas numa fazenda abandonadas pelos homens; que, todos eles, se encontram no exército rebelde, em parte incerta, sofrendo as agruras dos derradeiros combates de uma guerra fratricida. É nesse momento que as abandonadas mulheres da região são expostas às violências de desertores e de outros aventureiros, que calcorreiam e devastam todo o território outrora colocado sob a administração dos Confederados. Após vexames, tentativas de violação e outras misérias, as três jovens vão organizar a sua própria defesa. Com armas nas mãos. Trata-se de uma fita extremamente humana, com laivos de feminismo; que, diga-se de passagem, não é lamechas, nada de bom retira a esta exemplar película. A fita em questão já tem, como referi, cópia videográfica no mercado espanhol, onde lhe foi dado o título «En Defensa Propia». Recomendamos vivamente !

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