segunda-feira, 5 de julho de 2010

OS FILMES QUE EU VI (OU REVI) ESTA SEMANA :


«O GOSTO DO SAKÉ» (dvd)

Este filme japonês de Yasujiro Ozu é uma espécie de homenagem do mestre aos anciãos do seu país -veteranos de guerra- que se encontram regularmente, à volta de uma garrafa de saké, para fortalecer os laços de fraternidade estabelecidos durante o terrível conflito que eles viveram e que transformou o seu país. A história centra-se em volta da personagem de Shuhei Hirayama, um viúvo que, rompendo com a tradição, consente que a sua filha de 24 anos deixe o lar, onde se ocupava do pai e de um irmão solteiro, para se casar e seguir os caminhos da sua própria felicidade. O autor desta excelente crónica da vida quotidiana de uma família nipónica do pós-guerra faleceu pouco depois da estreia de «O Gosto do Saké», sendo, pois, esta obra o seu último trabalho cinematográfico.


«YOUNG GUNS OF TEXAS» * (dvd)

Pequena fita sem grande interesse, que explora a veia do saudosismo. O elenco deste filme, que nunca foi explorado comercialmente no nosso país, conta, com efeito, com a presença dos filhotes de Robert Mitchum, de Joel McCrea e de Alan Ladd, figuras carismáticas do cinema western. Que aqui protagonizam uma aventura cujo enredo se tece à volta de um grupo de homens e de mulheres que persegue meia dúzia de ex-combatentes da guerra de Secessão, que debandaram com 30 000 dólares pertencentes ao estado federal. No meio de tudo isto há ainda uma história de amor contrariada pelo pai da nubente; noiva cujo papel cabe, naturalmente, a Alana Ladd, a própria filha da inesquecível encarnação de Shane. O DVD com cópia desta fita, por cá nunca vista, foi lançado em Espanha há duas ou três semanas e só interessará aos westernófilos incondicionais.

«EM DEFESA DA HONRA» (dvd)

A acção deste filme de Gregory Hoblit desenrola-se num campo alemão de prisioneiros de guerra em 1944/1945. E relata o conflito que ali se instala entre o oficial americano de patente mais elevada, o coronel William McNamara (Bruce Willis), que planeia uma fuga colectiva, e um jovem e idealista tenente (Colin Farrell) acabado de chegar a esse sinistro lugar de detenção e que está mais preocupado em defender um seu colega negro, hostilizado, simultaneamente, pelos verdugos nazis e pelos seus próprios compatriotas e companheiros de prisão. O jornal «Los Angeles Daily News» referiu esta película como um «poderoso tributo à coragem e à honra». Gostei deste filme que recriou na perfeição o ambiente dos sinistros ‘stalags’ da 2ª Guerra Mundial e que, para além disso, nos oferece boas interpretações e algum suspense.


«EM NOME DO REI – ASCENÇÃO E LUTA» (dvd)

Inspirado, ao que parece, num videojogo de sucesso, esta película de Uwe Boll conta-nos a história de um homem que aspira viver a vida calma de um agricultor, mas que é obrigado a recorrer ao uso das armas (que ele manuseia com inesperada perícia) após o assassínio do seu filho e o rapto da sua mulher. «Em Nome do Rei – Ascensão e Luta» é um relato de aventuras épicas e fantasiosas, onde se cruzam guerreiros invencíveis, mágicos prodigiosos e monstros (os Krugs, meio homens e meio bestas) que tudo avassalam com a sua brutalidade. Vale pelas suas conseguidas cenas de acção e pela presença de alguns bons actores no elenco, tais como John Statham, John Rhys-Davies, Claire Forlani, Ray Liotta e Burt Reynolds.


«UM HOMEM SÓ» (dvd)

Belo filme (a preto e branco) realizado em 1956 -a época de ouro do cinema western- por Harry Horner. Dave Robles, um exímio pistoleiro, hesita entre a vida ociosa, mas perigosa do profissional do revólver e o amor de uma mulher, que aspira viver uma existência normal e calma, longe de brigas e tiroteios. Excelente prestação interpretativa do par vedeta do filme : Anthony Quinn e Katty Jurado. A cópia desta fita rara foi editada recentemente em Espanha, com o título local «Un Revolver Solitario» e foi essa cópia DVD que eu pude agora (re)visionar. Com muito gosto.

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