domingo, 18 de julho de 2010
OS FILMES QUE EU VI (OU REVI) ESTA SEMANA :
«BIANCO APACHE» * (dvd)
A minha semana começou mal, com o visionamento deste ‘almeria spaghetti-paella’, subgénero a que alguns cinéfilos (?!!!) ainda teimam chamar western. Não ! –Isto nada tem a ver com o melhor cinema de Ford ou de Boetticher. É apenas uma pálida e tristonha imitação de um género cinematográfico que, apesar de morto (ou talvez por isso), deveria merecer todo o nosso respeito. O que me admira (além de eu ter perdido tempo a ver isto), é saber que os editores videográficos -que têm ainda tanta coisa boa para lançar no mercado da venda directa- gastam energias e invistam dinheiro para ressuscitar abortos como este. Francamente, isto não vale nada e só guardo a colecção de 8 ‘spaghetti’ (arrumados em dois sugestivos estojos metálicos) que me chegou às mãos, porque a dita me foi oferecida por alguém que eu amo; mas que, na verdade, não sabe fazer a destrinça entre o ouro puro e a contrafacção. Contrafacção inútil, desonesta (como todas) e que deveria dar prisão.
«MATADOR» (dvd)
Filme de Pedro Almodóvar, com Assumta Serna, Antonio Banderas e outros talentosos actores do novo cinema espanhol. Que protagonizam as personagens delirantes desta fita, onde o sexo e a morte marcaram encontro. «Matador» é, afinal, um produto típico dos primeiros anos de um realizador cuja inteligência e sentido do cinema provoca, ainda hoje, a controvérsia. Um cineasta que se ama ou que se odeia. Eu cá gosto de Almodóvar, sobretudo dos seus últimos trabalhos, que oferecem um cinema mais elaborado e de uma qualidade temática e visual incontestável. «Matador» conta-nos a história de um toureiro prematuramente retirado dos redondéis por uma colhida inoportuna e que satisfaz a sua ânsia de estocar, matando as suas ocasionais amantes. Nesse jogo de amor e de sangue, ele vai cruzar-se com a advogada Maria Cardenal, que, qual viúva negra, tem por hábito matar os seus amantes durante os derradeiros espasmos do acto sexual. Tema arripiante, pouco recomendado para almas puras e sensíveis.
«UMA SEGUNDA VIDA» (tv)
Filme fantástico de John Frankenheimer, estreado em 1966. Conta-nos (a preto e branco) a história de um homem de meia idade aborrecido com a sua existência monótona e que decide responder ao improvável convite de um amigo morto para mudar de identidade e de vida. Mas as coisas não se passam como ele as havia idealizado… Tema original, abordado com a competência costumeira de Frankenheimer. O papel principal foi entregue a Rock Hudson, que até se saiu muito bem dessa incumbência. Película vista no canal Hollywood, que, de vez em quando, nos reserva boas surpresas como esta.
«TRANSSIBERIANO» (dvd.gr)
Um casal de jovens norte-americanos, que estivera na China ao serviço de uma congregação religiosa ianque, decide tomar o famoso comboio transcontinental para alcançar Moscovo e, depois, a Europa ocidental. Mas a viagem é longa (dura vários dias e várias noites) e não é isenta de riscos, já que o trajecto do famoso comboio se tornou numa das rotas do tráfico de drogas. Vítimas de um ‘amigo’ espanhol, que introduziu heroína nas suas bagagens, Jessie e Roy vão viver uma aventura extraordinária, até poderem escapar a Grinko, um polícia russo, e aos traficantes que perseguem Carlos. O mínimo que se pode dizer deste ‘thriller’ de Brad Anderson, é que é um filme bem conseguido, que mergulha o espectador num mundo estranho, gelado e mortal. Três estrelas.
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