sexta-feira, 23 de setembro de 2011

OS FILMES DA MINHA VIDA (73)


«REPRESÁLIA SANGRENTA»

FICHA TÉCNICA
Título original : «Reprisal !»
Origem : E. U. A,
Género : Western
Realização : George Sherman
Ano de estreia : 1956
Guião : David P. Harmon, Raphael Hayes e David Dortort
Fotografia (c) : Henry Freulisch
Música : Mischa Bakaleinikoff
Montagem : Jerome Thoms
Produção : Lewis J. Rachmill
Distribuição : Columbia Pictures
Duração : 74 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Guy Madison …………………………………………..…… Frank Madden
Felícia Farr ………………………………………………. Catherine Cantrell
Katheryn Grant ……………………………………….. Taini
Michael Pate …………………………………………….. Bert Shipley
Edward Platt …………………………………………….. Neil Shipley
Otto Hulett ……………………………………………….. xerife Jim Dixon
Wayne Mallory ………………………………………….. Tom Shipley
Robert Burton ……………………………………………. Jeb Cantrell
Ralph Moody ……………………………………………….. Matara
Frank de Kova ………………………………………….. Charlie Washackle

SINOPSE
Frank Madden, que comprara um rancho nas cercanias de uma cidadezinha do Oklahoma, assiste involuntariamente ao julgamento dos irmãos Shipley, acusados do assassínio de vários membros da comunidade Cherokee. E não deixa transparecer a sua raiva e a sua indignação quando os jurados, reunidos para a circunstância, ilibam os réus de qualquer culpa e os mandam libertar.
É também em vão que a bela Cathterine Cantrell, filha do responsável pela repartição local de registo de propriedades, tenta alertar Madden para a situação injusta vivida pelos pele-vermelhas da região, que são alvo de constantes vexames, espoliações e agressões por parte da população branca.
Mas, Frank Madden apenas se preocupa com o rancho recentemente adquirido e com a melhor maneira de tirar proventos dessa terra. Até que, um dia, surge na sua propriedade um velho índio, que lhe lembra que é eu avô, pai da sua mãe cherokee.
Madden tenta, num primeiro tempo, repudiar a amizade e a colaboração oferecida pelo seu ascendente, porque a posse de propriedades privadas é um privilégio reservado aos indivíduos de raça branca e porque, na óptica destes, um mestiço é apenas e somente mais um índio.
A atitude de Frank Madden vai mudar radicalmente, quando as provocações dos manos Shipley o atingem pessoalmente e quando o seu velho avô sacrifica voluntariamente a sua própria vida para salvar a do neto mestiço. Os revólveres de Madden dizimam, então, os desordeiros da cidade e, depois de uma confissão pública sobre as suas raízes autóctones, o jovem abandona o rancho que tanto desejara conservar.
Algumas brechas se abriram, no entanto, na atitude intolerante da comunidade branca. E o regresso (num futuro mais ou menos próximo) de Frank Madden àquela recuada região do Oklahoma já não é de excluir…

O MEU COMENTÁRIO
«Represália Sangrenta» (filme com roteiro adaptado de um romance de Arthur Gordon) é um western de boa factura, dirigido por George Sherman, um cineasta experimentado. O tema desta película é bastante original e o naipe de actores escolhido pela produção foi judiciosa, já que todos os intervenientes se empenharam em transmitir às personagens que protagonizaram o ar de autenticidade esperado.
Guy Madison, que dá o corpo e alma ao herói da fita, assinou em 1946 com a companhia RKO Rádio Pictures o seu primeiro contrato de trabalho no mundo do espectáculo cinematográfico. E em 1948 foi escolhido para interpretar o principal papel masculino naquele que seria o seu primeiro western : «O Rio do Massacre». O facto de Guy já ter encarnado, na televisão, a figura de um famoso justiceiro do Oeste –na série «The Adventures of Wild Bill Hickok»- granjeou-lhe popularidade e abriu-lhe novas oportunidades junto das produtoras de cinema, que lhe ofereceram, sucessivamente, papéis noutros filmes ambientados no Faroeste, tais como «O Monte do Diabo», «Rio das Penas», «Sete Dias de Perseguição», «Os Bravos Não Voltam Costas», «Represália Sangrenta» (aqui em apreço), «Desforra Fatal» e «A Marca do Chicote». Em meados da década de 60 (do século passado) o actor transferiu-se para a Europa, onde participou em várias ‘coboiadas’ prodizidas em Itália e na Alemanha. Guy Madison –que foi casado com Gail Russell durante cinco anos- faleceu em 1996, com 74 anos de idade.
Felícia Farr (com seis westerns de longa metragem na sua filmografia) e Kathryn Grant (com três) também são figuras conhecidas dos amadores de aventuras westernianas.
Que eu saiba, «Represália Sangrenta» nunca teve honras de edição videográfica. O que é pena, porque se trata, como eu já acima referi, de um bom western anti-racista, realizado por um excelente fazedor de fitas do Oeste. Cineasta que, recordo, realizou ao longo da sua carreira –que decorreu entre 1937 e 1971, mais de 60 fitas do género ! Entre as quais figuram algumas que jamais se apagarão da memória dos cinéfilos.

(M.M.S.)


O actor Guy Madison encarna, nesta fita, a figura de Frank Madden. Apesar do seu físico de atleta, das suas reconhecidas qualidades de intérprete e da sua grande popularidade, Madison nunca alcançou, verdadeiramente, o estatuto de estrela de Hollywood. Nessas condições, este actor californiano (que se chamava, na realidade, Robert Ozell Moseley) viu-se forçado a abandonar a chamada Meca do Cinema para vir trabalhar para a Europa; onde rodou -a partir de 1960- inúmeros filmes. Entre os quais se contam alguns 'western spaghetti'


Felicia Farr é, em «Represália Sangrenta», Catherine Cantrell, uma defensora dos direitos dos Cherokee


Kathryn Grant representa, nesta película, o papel de Taini, uma bonita índia


Naquele recanto do Oklahoma, os direitos dos índios Cherokee são espezinhados pela população branca...


Cartaz belga


Crise identitária : para beneficiar de direitos reservados aos brancos, Madden (Guy Madison) começa por esconder as suas raízes indígenas...


Os brancos multiplicam as provocações aos membros da população índia. À direita : o mestiço Frank Madden (Guy Madison) e a pele-vermelha Taini (Kathryn Grant)


Cartaz italiano


No 'saloon' da terra, Frank Madden é alvo de acintes; que podem, de um momento para o outro, descambar em violência descontrolada...


Felicia Farr e Guy Madison numa bonita cena de «Represália Sangrenta». Contrariamente ao que se pode depreender pelas fotografias aqui publicadas, esta fita de George Sherman foi rodada em explendoroso Technicolor


Este é um dos cartazes que promoveu «Represália Sangrenta» nos Estados Unidos da América

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