sexta-feira, 16 de setembro de 2011

FOGO A BORDO


A imprensa de hoje fez referência (em poucas linhas) ao incêndio que se declarou a bordo do navio de cruzeiros «Nordlys» e à morte de dois dos seus passageiros. Essa unidade (de bandeira norueguesa) é especializada em viagens de turismo extremo, estando vocacionada para 'tours' nas regiões árcticas. É um navio que dispõe de todos os requisitos de segurança; mas que, como qualquer outra obra humana, não está ao abrigo de precalços. Este acidente marítimo fez-me lembrar (não sei bem porquê !) o do paquete «Lakonia» (cuja fotografia aqui mostramos), que foi muitíssimo mais grave, direi mesmo que teve um fim trágico. O incêndio do «Lakonia» ocorreu à 1 hora da madrugada do dia 23 de Dezembro de 1963, a uma distância de 180 milhas náuticas da ilha da Madeira. O navio -da companhia Greek Line- transportava seis centenas de passageiros; e, também, numerosa tripulação, que fez tudo para salvar o paquete (ex-holandês «Johan van Oldenbarnevelt») e ajudar os cruzeiristas. Esse esforço foi inútil e o navio afundou-se (quando já seguia a reboque para Gibraltar) no dia 29 desse mesmo mês e ano, quando se encontrava a 250 náuticas do seu porto de destino. Na hora do balanço verificou-se que haviam morrido no desastre 95 passageiros e 33 membros da equipagem do «Lakonia». Mas só 53 dessas pessoas pereceram no incêndio, tendo as outras morrido na sequência de ocorrências diversas : afogamento, ferimentos de vária ordem sofridos aquando do precipitado abandono do paquete, etc. Os sobreviventes ficaram a dever a vida à intervenção do navio «Salta», que assegurava uma linha regular entre Génova e Buenos Aires. Soube-se mais tarde, pelo relatório oficial do naufrágio, que o fogo se havia declarado a bordo do navio grego, devido a um curto circuito ocorrido no salão de cabeleireiro de bordo. O «Lakonia», que fora construído em 1929, era uma unidade com 19 000 toneladas de arqueação bruta e com 186 metros de comprimento por 23 metros e boca. Em suma, um navio de boa dimensão. Quero dizer, para terminar esta evocação da tragédia do «Lakonia», que as viagens marítimas (hoje praticamente reduzidas à actividade dos navios de cruzeiro) são seguras; e que ninguém se deve privar desse prazer por causa de incidentes como o do «Norolys». Que são cada vez mais raros


Esta é uma foto recente do navio norueguês «Nordlys», de bandeira norueguesa, que há dois dias sofreu um incêndio a bordo, incidente que provocou a morte de dois dos seus passageiros

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