domingo, 11 de setembro de 2011
OS FILMES DA MINHA VIDA (70)
«CÉU VERMELHO»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Blood on the Moon»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : Robert Wise
Ano de estreia : 1948
Guião : Lillie Hayward
Fotografia (p/b) : Nicholas Masuraca
Música : Roy Webb
Montagem : Samuel E. Beetley
Produção : Theron Warth
Distribuição : RKP Radio
Duração : 87 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Robert Mitchum ………………………………….. Jim Garry
Barbara Bel Geddes ……………………………. Amy Lufton
Robert Preston ……………………………………. Tate Rilling
Walter Brennan …………………………………… Kris Barden
Phyllis Thaxter ……………………………………. Carol Lufton
Frank Faylen ………………………………………… Jack Pindalest
Tom Tully ……………………………………………… John Lufton
Charles McGraw ………………………………….. Milo Sweet
Clifton Young ……………………………………….. Joe Shotten
Tom Tyler ……………………………………………… Frank Reardan
SINOPSE
Oeste dos Estados Unidos, nos fins do século XIX. Solicitado por um amigo de juventude, Jim Garry chega a uma região de vocação ganadeira, onde os agricultores e os criadores de bovinos não se entendem e até já se encontram, praticamente, em estado de guerra aberta.
Jim apercebe-se rapidamente que é o seu amigo Tate Rilling quem manipula os agricultores da região e quem, por cupidês, os levanta contra o honesto rancheiro Lufton. E que é ele, também, quem, pela mesma reprovável razão (que é a de espoliar desavergonhadamente o seu concorrente no negócio do gado), pensa servir-se da sua pessoa e da sua reputação de temível pistoleiro para atingir os seus fins.
Por amor da fresca Amy Lufton, mas também porque ele tem uma consciência (como lhe dirá um dia Rilling), Jim vai mudar de partido, passando, assim, a ser o alvo designado dos crápulas que rodeiam e servem o seu antigo companheiro.
Gravemente ferido no decorrer de uma rixa com os esbirros de Rilling, Jim é socorrido por Amy e pelo agricultor Barden, que, entretanto, se apercebera que a cobiça da pérfida personagem que o aliciara contra Lufton e os interesses dos pequenos proprietários, como ele, não são forçosamente coincidentes.
Uma manobra arrojada permite ao inferiorizado Garry surpreender os seus inimigos e eliminá-los. Com o fim de Tate Rilling e do seu bando de malfeitores, a paz volta, enfim, à região, o que permite a Jim e a Amy fazerem planos de vida futura.
O MEU COMENTÁRIO
Com argumento colhido na obra «Guman’s Choice», de Luke Short, esta fita surge na filmografia de Robert Mitchum entre «Raquel, a Escrava Branca» (de Foster) e «The Red Ponney» (de Milestone), ambas produzidas em 1948 e as duas ambientadas no Oeste americano; embora, a verdade seja dita, dificilmente classificáveis no género western.
A realização de «Céu Vermelho» foi proposta a Robert Wise pelo ‘grande manitú’ da R.K.O (então Dore Schary), na sequência do sucesso obtido pelo cineasta, em 1947, com a sua muito violenta película «Born to Kill». Embora pouco motivado pelo western, género pelo qual ele confessara publicamente não nutrir a mínima simpatia, Wise aceitou a encomenda de Schary pelo simples facto e poder dispor, pela primeira vez na sua carreira de realizador (iniciada em 1944 com a fita intitulada «The Curse of the Cat People»), do orçamento digno de uma produção e série A.
Muito atacado pela crítica da época, por ter ousado extrair o cinema western do seu esquema tradicional («Céu Vermelho» é um filme inovador, pelo facto de Robert Wise ter transferido situações típicas do ‘film noir’ para o universo dos cowboys), esta película parece ter-se bonificado com o tempo. Foi, pelo menos, essa a sensação que eu experimentei, após um recente visionamento da fita em causa. Que, definitivamente, passei a considerar como um bom western.
Essa é, igualmente, a abalizada opinião de Bertrand Tavernier e de Jean-Pierre Coursodon, que, no seu livro «50 Ans de Cinéma Américain», consideram o primeiro western dirigido por Wise como um «excelente» filme, valorizado (referem eles) pela esplêndida fotografia a preto e branco de Nicholas Musuraca.
Saliento ainda que «Céu Vermelho» também beneficiou do rigoroso trabalho de interpretação de todos os actores do elenco. Com menção muito especial para Mitchum, para Robert Preston (este no papel do aventureiro sem escrúpulos, disposto a recorrer às maiores violências para atingir os seus fins) e para a, então, jovem e dinâmica Barbara Bel Geddes. Lembro que esta actriz (já falecida) é, hoje, conhecida mundialmente, pelo facto de ter interpretado o papel de Ellie Ewing na popular série televisiva «Dallas», uma produção da CBS.
(M.M.S.)
Cartaz original (E.U.A.)
Capa do DVD comercializado em Espanha com cópia do filme
Robert Mitchum e Frank Faylen numa cena de «Céu Vermelho»
Cartaz francês
Jim Garry (Mitchum) afronta os guarda-costas de Rilling, seu antigo amigo e efémero empregador
Cartaz promocional usado em Itália. Curiosamente, esta fita teve outro título neste país : «Vento di Terre Selvagge»
Capa do meu DVD, editado em França -há já alguns anos- pelas Éditions Atlas. A qualidade da imagem é medíocre e requer uma urgente substituição
Jim Garry (Robert Mitchum) sequestrou Jack Pindalest (Frank Faylen), um funcionário estatal corrupto ao serviço de Tate Rilling
Outro cartaz promocional norte-americano
Cartaz alemão
Outro cartaz original
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