quarta-feira, 7 de setembro de 2011

OS FILMES DA MINHA VIDA (68)


«RIO DAS PENAS»

FICHA TÉCNICA
Título original : «The Charge at Feather River»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : Gordon Douglas
Ano de estreia : 1953
Guião : James R. Webb
Fotografia (c) : J. Peverell Marley
Música : Max Steiner
Montagem : Folmar Blangsted
Produção : David Weisbart
Distribuição : Warner Bros.
Duração : 97 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Guy Madison …………………………………………… capitão Miles Archer
Vera Miles ………………………………………………. Ann McKeever
Frank Lovejoy …………………………………………. sargento Baker
Dick Wesson ……………………………………………. soldado Cullen
Helen Westcott ……………………….…………….. Jennie McKeever
Ron Hogerthy …………………………………….…... Johnny McKeever
Onslow Stevens ……………………………….…….. Grover Johnson
Steve Brodie ………………………………………….. soldado Ryan
Neville Brand ………………………………………….. tenente-coronel Kilrain
Fred Carson …………………………………………….. chefe Thunder Hawk

SINOPSE
Miles Archer, um veterano da guerra civil, tem a patente de capitão nas milícias territoriais. É, pois, na sua qualidade de oficial auxiliar das tropas regulares –aquarteladas num forte implantado na periferia da terra dos Cheyennes- que ele aceita uma perigosa incumbência : resgatar as irmãs McKeever (Ann e Jennie) capturadas, uns cinco anos atrás, pela tribo do chefe Thunder Hawk.
Depois do sucesso obtido na fase inicial da missão, Archer e os seus homens (alguns militares a cumprir penas disciplinares e especialmente destacados para o apoiar em território hostil) empreendem o regresso ao forte com as ex-captivas dos ameríndios. A jornada apresenta-se, porém, das mais árduas, já que os brancos não se entendem entre eles e trazem no seu encalço os guerreiros do temível caudilho Cheyenne.
As dificuldades dos militares agravam-se particularmente, quando Jennie (que já estava perfeitamente integrada na tribo pele-vermelha e que fora resgatada contra a sua vontade) decide colaborar com os índios, revelando-lhes a posição dos seus indesejados companheiros. Os brancos suportam a violência dos ataques inimigos nas margens do rio das Penas, onde são salvos pela inesperada intervenção de um pelotão de cavalaria pertencente à guarnição de Fort Darby.
O capitão Miles Archer que, durante a aventura, se enamorara da corajosa e abnegada Ann McKeever, declara-lhe o seu amor…

O MEU COMENTÁRIO
«Rio das Penas» foi o primeiro filme do género western a ser rodado em 3-D, o inovador sistema de cinema em relevo que Hollywood inventou com o intuito de recuperar parte da clientela tradicional das salas obscuras, ‘roubada’ pela televisão.
O filme obteve algum sucesso popular, nomeadamente em Portugal, devido à curiosidade suscitada por essa tão apregoada e espectacular técnica das três dimensões, que permitiu aos figurantes contratados pela companhia dos irmãos Warner arremessarem (com grande realismo) flechas, lanças, machados de guerra e outros objectos contra as embasbacadas plateias da época.
Como o guião desta fita apresenta algumas semelhanças com o roteiro do filme «A Desaparecida» (que John Ford só realizaria em 1956), houve gente que julgou ver em «Rio das Penas» a película precursora daquela obra-prima absoluta do cinema western. Abusivamente, naturalmente, já que o trabalho de Gordon Douglas não suporta minimamente a comparação com o filme inspirado ao mestre pela famosa novela de Alan LeMay. «Rio das Penas» não passa, afinal, de uma fitazinha de série B, agradável de se ver, é certo, porque dirigida com habilidade e porque a sua acção é bem ritmada. Mas nada mais do que isso.
«Rio das Penas» apresenta a particularidade de aludir à figura de uma jovem de raça branca que recusa, categoricamente, a reintegração da sua pessoa na comunidade de origem. Tal como acontece, aliás, com um adolescente de «Terra Bruta» (Ford, 1961) e, também e num primeiro tempo, com a jovem Debbie Edwards, a desaparecida da primorosa película fordiana acima mencionada. Refiro, a esse propósito, que está historicamente estabelecido que a maioria dos chamados ‘índios brancos’ resgatados coercivamente pela autoridade militar (durante as campanhas que o exército dos E.U.A. sustentaram no Oeste contra os ameríndios, até finais do século XIX ) manifestaram, por vezes violentamente, o desejo de continuarem ligados aos clãs pele-vermelhas que os haviam capturado na sua meninice; e que lhes haviam transmitido o gosto por um modo de vida e por valores que eram, afinal, muito mais permissivos e muito menos complicados do que os impostos pelo preconceituoso universo dos ‘rostos pálidos’.
Que eu saiba, este filme ainda não foi editado em suporte DVD na Europa. E é pena...

(M.M.S.)


Cartaz argentino


Miles Archer (Guy Madison) e Ann McKeever (Vera Miles) formam o par romântico desta fita produzida pela companhia Warner Bros.


Cartaz francês


Uma das captivas resgatadas e o capitão Archer socorrem um militar atingido por uma flecha


Cartaz italiano


A revista francesa «Mon Film» dedicou o seu número 410 à novelização do western aqui em apreço


Lutando corpo a corpo...


Cartaz belga


As duas irmãs libertadas ladeiam o herói da fita, o garboso oficial Miles Archer, das milícias territoriais


Cartaz espanhol

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