terça-feira, 12 de setembro de 2017

PROMESSAS DE PÃO...

Até há relativamente pouco tempo (tempo que eu, neto e bisneto de agricultores, ainda conheci) a perda de uma seara, devida a pragas e/ou às intempéries, era um drama para as famílias rurais. Que tiravam o seu sustento das boas colheitas. Daí se dizer, que um formoso trigal era uma promessa de pão e de abundância para todo o ano. Hoje os pequenos agricultores já não semeiam trigo (porque se tornou mais barato e menos problemático comprar o dito nos mercados de cereais) ou, se por quaisquer razões ainda o fazem, têm a possibilidade de por a seara no seguro e de, em caso de perda, só ter a lamentar o trabalho e o tempo perdidos. Já vai longe o tempo em que, ao redor da minha aldeia alentejana, se viam searas ondulantes de trigo louro, símbolo de fartura para todos. Agora só subsistem, em vez dos trigais, campos abandonados ou florestas de eucaliptos. Razão que provocou um êxodo sem precedente dos seus moradores (hoje só lá há velhos...) e o declínio irreversível de uma localidade que já foi próspera. -Fatalidade ou incompetências dos sucessivos governantes para gerirem situações e para administrarem com inteligência e com justiça o país de todos e para todos ?

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