quarta-feira, 27 de setembro de 2017

FILOSOFIA BARATA


Lembro-me perfeitamente de Isabel II de Inglaterra nos seus primeiros anos de reinado. Era uma 'lady' graciosa e simpática, que até granjeava as boas graças de gente que se assumia como partidária intransigente da República. Não os contei, embora pudesse fazê-lo, mas parece que, em anos, esta soberana já ultrapassou o longo reinado da sua tetravó, a rainha-imperatriz Vitória. E isto faz-me pensar quão velho já sou; que sou um ancião (sem barbas), cujo prazo de validade está próximo do fim. Coisa que eu encaro -e digo-o sincera e serenamente- com a maior das naturalidades. Porque mesmo que o tempo da existência de um homem se pudesse comprar, eu não tinha dinheiro (nem crédito nos bancos) para adquirir um suplementozinho de vida... E o que me consola, afinal, é saber que as cabeças coroadas, os milionários e os homens mais sábios do mundo também vão, chegada a sua hora, desta para melhor, como sói dizer-se. Essa é, pois, a única justiça que a Natureza pode fazer. Nivelar as coisas e instruir-nos que, na morte, somos todos iguais... como os grãos de areia do deserto.

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