segunda-feira, 18 de setembro de 2017

DOIS FILMES EXCEPCIONAIS

Tive a oportunidade de ver, ontem, dois filmes extraordinários :
«ÁMEN», realizado em 2002 por Costa-Gavras e «DESPERTARES», uma obra de Penny Marshall estreada em 1990. A acção da primeira dessas fitas decorre durante a 2ª Guerra Mundial (essencialmente na Alemanha nazi) e conta-nos a história de um oficial do exército que, involuntariamente, serve nas fileiras das terríveis SS; onde ele passa a dirigir os serviços de fornecimento do gás letal Zyclon B, responsável pela morte de milhões de seres humanos nos campos de extermínio do 3º Reich. Cristão convicto, esse oficial (que arrisca a vida a qualquer momento) tenta alertar a hierarquia da Igreja Protestante alemã e até o papa, no Vaticano, sobre a mortandade provocada pelos hitlerianos, mas os seus esforços esbarram, sistematicamente com o 'medo' de se saber e de denunciar o drama horrível e incomensurável que -nos universos concentracinários da Europa, nomeadamente da Polónia ocupada- é vivido pelo povo judeu e por muitas outras minorias étnicas e sociais. Esta é uma história muito bem 'mise-en-scène', que consegue despertar as mentes (mesmo as mais obtusas) para uma das páginas mais trágicas da História da Humanidade. É um filme colorido, com uma duração de 130 minutos e com um elenco onde brilham, entre outros, os nomes de Ulrich Tukur, Mathieu Kassovitz, Marcelo Iures, Antje Schmidt e Sebastian Höss. Nota : 20/20.


O outro filme intitula-se «DESPERTARES» e é protagonizado por Robin Williams e por Robert de Niro. A história contada é a de um médico (especialista em neurologia) que vai exercer num hospital do Bronx (Nova Iorquee), onde ele se vai deparar com uma comunidade de doentes em estado vegetativo. Gente que fora vítima, muitos anos atrás, de uma epidemia de encefalite letárgica e que ninguém sabe e quer verdadeiramente tratar. A sua bondade e o recurso a medicamentos experimentais, vão facilitar-lhe o contacto com os pacientes e a sua terapia resulta -para os doentes- numa melhoria de vida inesperada. Que cria uma onda de solidariedade entre os mecenas de um hospital sem grandes recursos financeiros. Mas o caso de Leonard Lowe, um paciente de inteligência rara e com quem ele (o médico) tecera laços de amizade sincera e que tem uma recaída, trá-lo à realidade e dá-lhe a informação de que a cura é apenas transitória... Trata-se de um filme pungente (e ao que parece inspirado numa história verídica), que ofereceu a Robert de Niro um dos melhores papéis da sua carreira. Colorido e com 121 minutos de duração.
É um gosto ver cinema desta qualidade.

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