quarta-feira, 26 de outubro de 2011
OS FILMES DA MINHA VIDA (81)
«A BALADA DO SOLDADO»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Ballada o Soldate»
Origem : U. R. S. S.
Género : Drama/Guerra
Realização : Grigori Chukhrai
Ano de estreia : 1959
Guião : Valentin Ejov e Valentin Chukhrai
Fotografia (p/b) : Vladimir Nikplaev e Era Savelieva
Música : Mikhail Ziv
Montagem : Grigori Chukhrai
Produção : Mosfilm
Distribuição : Mosfilm
Duração : 90 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Vladimir Ivachov ............. Aliocha Svortzov
Janna Prokhorenko ............ Chura
Antonina Maximova ............ a mãe de Aliocha
Nikholai Kriuchkov ........... o general
Evgueni Urbanski ............. Vasya, o soldado mutilado
Ella Ledjei .................. a esposa de Vasya
Marina Kremniova ............. Zoya
Anatoli Kuznekov ............. Gavrilkin
Evegueni Teterin ............. o tenente
Georgi Yumarov ............... o sargento
SINOPSE
Durante a Segunda Guerra Mundial, na frente russa. Após ter destruído dois carros blindados às tropas inimigas, o jovem soldado Aliocha Svortzov recusa a medalha que os seus superiores hierárquicos lhe querem atribuir pelo seu acto de bravura e obtém, em troca da condecoração, seis dias de licença.
Aliocha vai lançar-se, desde logo, numa verdadeira corrida contra o tempo, para conseguir alcançar a recôndita aldeia russa onde nasceu e, ali, poder beijar a mãe, uma humilde camponesa, viúva de guerra.
Mas, viajar através do devastado território da U. R. S. S. de inícios da década de 40 torna-se dificílimo, pois os raros meios de transporte que subsistem estão desorganizados e são, prioritariamente, reservados à logística do exército vermelho.
Por outro lado, devido à sua grande generosidade, ao seu espírito solidário, Aliocha atrasa-se pelo caminho; e quando, finalmente, alcança a sua terra natal não dispõe senão de uns escassos minutos para abraçar a mãe e saudar os vizinhos.
O jovem militar empreende, então, a triste viagem de regresso à sua unidade, que, na frente de combate, tenta resistir desesperadamente às brutais investidas da máquina de guerra hitleriana.
E, pouco depois do seu regresso à frente de batalha –com o pensamento fixado na mãe e em Chura, uma bonita moçoila que encontrou aquando da sua rápida viagem à terra e da qual se enamorou- o bravo soldado Aliocha Svortzov vai sucumbir na defesa da pátria…
O MEU COMENTÁRIO
É esta a simples e bela história que nos conta o ucraniano Grigori Chukhrai em «A Balada do Soldado», filme que é (a par de «Quadragésimo Primeiro») a obra mais conhecida eapreciada da sua filmografia.
Diante do óptimo acolhimento que crítica ocidental reservou a esta sua «A Balada do Soldado» (realização que, poucos anos depois da morte de Estáline, rompia com o tradicional academismo soviético), Chukhrai afirmou que foi voluntariamente que optou por renunciar à corriqueira imagem do militar sem medo e sem mácula, obsecado pelo cumprimento do dever, que, até então, era sugerido pelas obras de propaganda. Em substituição do herói ideal e ideológico, o cineasta propôs (nesta sua obra) ao público cinéfilo a figura e um jovem e vulgar soldado, capaz de, no seu quotidiano, exprimir sentimentos humanos, tais como o medo, o amor, o simples desejo de regressar a casa para reparar o tecto da isba familiar.
Foi também voluntariamente que Grigori Chukhrai renunciou às tradicionais cenas de batalha e a outros atributos típicos dos filmes de guerra, para se preocupar, exclusivamente, com um tema, que denunciava, afinal, a ignomínia dos conflitos armados. Conflitos esses que, na sua fúria devastadora, arrastam para a morte moços naturalmente bons como Aliocha, que –sem esse flagelo- «poderia ter sido um excelente pai de família, um marido afectuoso, um engenheiro, um sábio, um seareiro ou um jardineiro» (dixit Grigori Chukhrai).
Ressalto e louvo, em «Balada do Soldado», as interpretações dos jovens actores Vladimir Ivachov (no papel de Aliocha Svortzov) e de Janna Prokhorenko (Chura), que muito contribuíram para o sucesso doméstico e internacional desta película, justamente recompensada no Festival de Cannes de 1960 com os Prémios da Melhor Participação e do Melhor Filme para a Juventude. Esta poética fita de Chukhrai também foi galardoado (na União Soviética) com o Prémio Lenine. No tempo das videocassetes, a cópia de «A Balada do Soldado» chegou a ser editada no nosso país sobre suporte VHS.
(M.M.S.)
A película de Gigori Chukhrai começa assim...
Cartaz en língua inglesa de promoção do filme
Equipado com uma arma antitanque, Aliocha vai destruir dois carros blindados ao inimigo hitleriano
Capa da cópia DVD vendida no mercado brasileiro
Grigori Chukhrai (1921-2001), o realizador ucraniano que realizou esta excelente película
O soldado Aliocha Svortzov (Vladimir Ivachov, à esquerda) consegue persuadir o comandante da sua unidade a conceder-lhe 1 semana de licença, em vez da condecoração com que este pretende recompensar a sua bravura no campo de batalha
Capa do DVD com cópia do filme editado e comercializado em França
O sentido da solidariedade de Aliocha (à esquerda) é mais forte do que os seus interesses pessoais. À direita, o actor Evgueni Urbansky, no papel de Vasya, o soldado mutilado
Moscovo : esta fotografia a cores mostra a entrada dos estúdios da Mosfilm, companhia então estatizada, que produziu «A Balada do Soldado»
Depois de algumas horas juntos, os enamorados Aliocha (Vladimir Ivachov) e Chura (Janna Prokhorenko), separam-se tristemente numa estação ferroviária...
Cartaz do XIIIº Festival Internacional do Filme, de Cannes (1960), certame que galardoou «A Balada do Soldado» com dois importantes prémios
A mãe de Aliocha (Antonina Maximova), viúva de guerra, olha para a linha do horizonte, para lá da qual desapareceu o seu filho.Para sempre...
Capa (frente e verso) do DVD editado em Espanha
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