domingo, 27 de dezembro de 2009

LÁ VAI O COMBOIO, LÁ VAI A APITAR...


Os meus primeiros comboios (muito pachorrentos) eram puxados por máquinas a vapor deste tipo. As carruagens eram toscas, com assentos de madeira e varandim em cada extremidade.



A transição do vapor para o diesel marcou um progresso notável. Tanto em termos de velocidade, como de comodidade para passageiros e pessoal ferroviário


Sempre gostei muito de viajar de comboio. Aprecio, nesse meio de transporte, o facto de (nos dias de hoje) ele ir a quase todo o lado, o conforto oferecido aos passageiros e a regularidade e a velocidade proporcionadas pelas composições que circulam nos grandes eixos. Assim como o preço dos bilhetes, que, geralmente, ainda anda muito aquém do das viagens aéreas efectuadas numa companhia tradicional.
Um destes dias dei-me ao trabalho de contar os quilómetros que já percorri de comboio e cheguei à conclusão de que atingem o milhão ! Isso mesmo : 1 milhão de quilómetros sobre carris !
A maioria desses quilómetros (uns 800 000 ou mais) foi feita em França, nas composições da S.N.C.F., companhia ferroviária estatizada equivalente à nossa hoje fragilizada C.P.. Durante 15 anos efectuei o trajecto Ruão-Paris St. Lazare-Ruão; mas também, em percurso alternativo, Ruão-Havre-Ruão. Por razões profissionais, está bem de ver. Em Portugal também realizei viagens diárias, durante 4 anos, quando morava no Barreiro e frequentava o Liceu Nacional de Setúbal na já longínqua década de 50. Do século passado, entenda-se. Também utilizei, esporadicamente, comboios belgas, alemães, noruegueses, italianos (no troço siciliano de Palermo-Cefalu) e espanhóis. Tive o privilégio de viajar (uma dúzia de vezes) no TGV, nos percursos Paris-Nantes-Paris e Paris-Avignon e, à medida que a linha era ampliada, Paris-Montpellier e Paris-Sète. Com regresso à capital francesa. As linhas que mais frequentei em Portugal foram as que, de Lisboa, conduzem à minha terra do norte alentejano. Inicialmente aquela que terminava numa estação do ramal de Cáceres e, agora, a que me conduz à capital a partir de uma estação (abandonada, como tantas) da recém-electrificada linha da Beira Baixa; que, nesse troço, acompanha o curso do rio Tejo.
Embora já seja sexagenário, ainda não perdi a esperança de, um dia, apanhar o TGV para Madrid ou Paris. Uma linha de grande velocidade necessária (ao contrário da Lisboa-Porto) para desenclavar o país e uma excelente alternativa ao avião para as muitas centena de milhar de portugueses que residem em França e já se fartaram das monótonas viagens de automóvel. Veremos se a obra se faz …



Esta foi a carruagem em que eu mais viajei. É a confortável 'Corail' francesa, que também é utilizada em Portugal, nomeadamente pelos comboios Intercidades. A diferença está na estrutura : as carruagens nacionais caracterizam-se pela utilização de chapa ondulada em aço inoxidável



Esta foto -tirada em 3 de Abril de 2007- é histórica. Mostra, algures em França, a composição TGV 'Duplex 4402' pulverizando o record mundial de velocidade sobre carris : 574 km/h !

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