O brasão de armas aqui representado é o da bonita cidade de Setúbal, sede do distrito mais meridional da nossa Estremadura. O escudo mostra-nos elementos que indicam a vocação marítima desta terra, cujos habitantes viveram durante séculos, efectivamente, das riquezas retiradas do estuário do Sado e do mar próximo : essencialmente pescado e sal. O topo do brasão ostenta os símbolos (espadas estilizadas e vieira) característicos da Ordem monástico-militar dos Espatários, também chamada dos cavaleiros de Santiago da Espada; que, nos tempos da Reconquista, receberam dos nossos reis praticamente todo o território da península de Setúbal, como prémio da sua ajuda nas operações bélicas contra o ocupante muçulmano. Setúbal, que ainda há meio século atrás era uma cidade de média dimensão, desenvolveu-se muito nestas últimas décadas. A sua população actual ronda os 90 000 habitantes. Mas é, também, uma cidade com graves problemas de natureza social, originados, em parte, pela recessão económica, que muito prejudicou as empresas do seu parque industrial. O que provocou desemprego e as suas naturais consequências : pobreza, tensões e até alguma violência. Fenómeno que, diga-se em abono da verdade, se estende a muitas outras localidades do nosso país.
A Praça de Bocage é o coração da cidade. Do alto do seu pedestal, o poeta Manuel Maria olha a cidade onde nasceu no ano de 1765
Estas construções, vistas do Sado, constituem a prova flagrante do desenvolvimento da cidade de Setúbal nestas últimas décadas
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