quinta-feira, 12 de novembro de 2009
VIDA CRUEL !...
Não sei quem tirou esta fotografia (daí não citar o autor), nem como se chama o captor deste peixinho (daí não referir o seu nome), nem que mar é aquele que se vê no plano intermédio da imagem e do qual foi extraído com muito esforço -presumo eu- este extraordinário exemplar de cherne.
Como gosto muito dos pratos confeccionados com a carne gostosíssima (e caríssima) desta espécie, ponho-me a imaginar quantas pessoas deveriam sentar-se numa mesa só para lhe comerem a cabeça. Um exercício reservado, como se sabe, a muito pouca gente, por causa da falta… de estética. É que banquetear-se com uma boa cabeça de peixe, exige muita prática, além do uso das melhores ferramentas com que a mãe Natura nos prendou : as mãos. Coisa que é, já se vê, incorrecta do ponto de vista da etiqueta… Enfim, pelo que aqui fica dito, está feita a demonstração clara das injustiças deste mundo; pois quem poderia saborear plenamente a cabeçorra deste animal de excepção é afastado dessa excêntrica ideia por duas razões de peso : a falta de dinheiro para comprar peixe fino e a ausência de (boas) maneiras. Ah, vida cruel !
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