segunda-feira, 30 de novembro de 2009
OS FILMES DA MINHA VIDA (6)
«HOMENS DE GELO»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Day of the Outlaw»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : André de Toth
Ano de estreia : 1959
Guião : Philip Yordan
Fotografia (p/b) : Russell Harlan
Música : Alexandre Courage
Montagem : Robert Lawrence
Produção : Sidney Harmon
Distribuição : United Artists
Duração : 90 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Robert Ryan …………………………..……… Blaise Starrett
Burl Ives …………………………………….…. Jack Bruhn
Tina Louise ……………………………….……. Helen Crane
Alan Marshall …………………....……….... Hal Crane
Nehemiah Persoff ……………………..… Dan
Venetia Stevenson …………………..…… Ernine
Robert Cornthwaite …………….………. Tommy
Jack Lambert ……………….….……….…… Tex
David Nelson ………………………….…..….. Gene
Frank de Kova ……………………….….……. o mestiço
SINOPSE
Wyoming, inverno de 1880. Num modesto povoado das Rochosas, o ganadeiro Blaise Starrett e o agricultor Hal Crane estão em vias de se afrontar a tiros de revólver, pelo facto de defenderem interesses antagónicos em matéria de ocupação e aproveitamento das terras da região. Mas, também, porque o primeiro cobiça a mulher do seu adversário, com a qual já mantivera, aliás, uma íntima e pecaminosa relação.
É neste explosivo contexto que, inesperadamente, por ali faz irrupção a quadrilha de Jack Bruhn, que pilhara 40 000 dólares às autoridades federais e que, por essa razão, trás no seu encalço um pelotão de cavalaria.
Bruhn não tem, como é óbvio, a intenção de se demorar na povoação. Apenas parara ali para dar um momento de repouso às montadas e, sobretudo, para que o médico do lugar (que é, na verdade, um veterinário) lhe extraia uma bala que recebera no peito.
Entretanto, os homens do bando de malfeitores –habituados à disciplina de ferro imposta pelo chefe- aproveitam-se do estado de fraqueza de Bruhn para importunarem os habitantes da terreola, muito especialmente as mulheres.
Solidário, por uma vez, com aqueles que o haviam hostilizado, apoiando os pontos de vista do seu rival, o rancheiro Blaise Starrett oferece-se para guiar os bandoleiros através de uma imaginária pista de montanha, afastando-os, assim, da localidade ameaçada pela sua indesejável presença.
Esperando escapar aos seus perseguidores, a quadrilha de Jack Bruhn segue Starrett, que, astuciosamente e com risco da sua própria vida, os vai transformar –com a letal cumplicidade do rigoroso inverno do Wyoming- em homens de gelo.
O MEU COMENTÁRIO
Tendo passado praticamente despercebida (salvo, talvez, aos westernófilos mais atentos) aquando da sua estreia, em 1959, a fita «Homens de Gelo» é hoje considerada, unanimamente, como uma obra-prima do chamado cinema de série B e como uma das melhores películas da farta filmografia de André de Toth.
Apesar de ter disposto de meios financeiros limitados para executar este trabalho, o chamado ‘4º zarolho de Hollywood’ soube criar, com a cumplicidade do brilhante argumentista Philip Yordan, uma excelente obra, que se distingue, essencialmente, pelo ineditismo do tema e pela sobriedade e eficácia da sua realização.
Dotado pelo técnico de câmara Russell Harlan de uma luminosa e belíssima fotografia a preto e branco, o filme «Homens de Gelo» contou com a participação de um lote de categorizados actores. Destaque-se o trabalho de Robert Ryan e de Tina Louise (que já se conheciam do ‘plateau’ de «God’s Little Acre», rodado dois anos antes por Anthony Mann), assim como o do veterano Burl Ives, que, também em 1959 e com um outro western («Da Terra Nascem os Homens», de William Wyler) ganhou o segundo Óscar da sua carreira.
«Homens de Gelo» foi muito apreciado pelos cinéfilos e pelos críticos europeus. O francês Christian Viviani (autor do livro «Le Western», uma das melhores obras editadas no seu país sobre esse género cinematográfico) definiu assim este filme : «…admirável western gelado e ascético, preto de lama e branco de neve, cujo ritmo lancinante é quebrado por uma estranha dança de morte».
Lamentavelmente, mas como já é habitual na nossa terra, também esta excelente película do cineasta húngaro-americano André de Tohn ficou no rol das obras esquecidas pelos editores videográficos nacionais. Nessas circunstâncias, é muito difícil recomendar o seu visionamento aos cinéfilos (e estudiosos) interessados pela descoberta deste western de grande qualidade.
(M.M.S.)
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