domingo, 22 de novembro de 2009

BRECHT TINHA RAZÃO...


Hoje comecei o dia mal disposto. Talvez porque, ao ter ligado a televisão (logo de manhãzinha) para me inteirar do que se vai passando pelo vasto mundo, me vi confrontado com o espectáculo do costume : com notícias (que já o não são) de políticos (ou ex-políticos, agora infiltrados no mundo dos negócios) a serem alvo da desconfiança da justiça e do povo em mil e um casos de vigarices, de roubalheira descarada, de enriquecimento súbito e ilícito. Este país está a tornar-se -definitivamente- num pântano de águas turvas e fedorentas. Que mete nojo. Por exclusiva culpa de tais figurões ! Direi, no entanto, que o relato ou a evocação dessas malfeitorias a que as páginas dos periódicos e as aberturas dos telejornais dão eco, me fazem cada vez mais pensar na nossa própria responsabilidade. O nosso comodismo, o nosso desinteresse pela política do bem comum teria que, infalivelmente, gerar tal cambada. Bertold Brecht afinal tinha razão, quando dizia coisas tão cruas e tão verdadeiras como estas :

…O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E entufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
Da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e internacionais.

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