terça-feira, 4 de maio de 2010

OS FILMES DA MINHA VIDA (16)



«FORTE NIAGARA»

FICHA TÉCNICA
Título original : «Battles of Chief Pontiac»
Origem : E. U. A.
Género : Aventuras
Realização : Felix E. Feist
Ano de estreia : 1952
Guião : Jack De Witt
Fotografia (p/b) : Charles Van Enger
Música : Elmer Bernstein
Montagem : Philip Cahn
Produção : Jack Broder
Distribuição : Realart Pictures Inc.
Duração : 75 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Lex Barker ------------------------------ Ken McIntire
Helen Westcott ------------------------- Winifred Lancester
Lon Chaney Jr -------------------------- Pontiac
Berry Kroeger -------------------------- coronel von Weber
Roy Roberts ----------------------------- major Gladwin
Larry Chance ---------------------------- Hawkbill
Katherine Warren ----------------------- Chia
Ramsey Hill ------------------------------ general Amherst
Guy Teague ……………………………..………------ o ajudante de campo de von Weber
James Fairfax …………………………………………..Sentry

SINOPSE
Está-se em meados do século XVIII, na região dos Grandes Lagos. No lugar onde hoje se ergue a cidade de Detroit apenas existe um forte guarnecido por soldados britânicos, que se encontram sob o comando do general Amherst. Às ordens do general estão também o tenente Ken McIntire –um batedor competente- e uma unidade de mercenários alemães, cujo chefe directo é o coronel Von Weber, um oficial ambicioso e totalmente desporvido de escrúpulos.
Entre estes dois últimos homens existe uma rivalidade visível, provocada por maneiras opostas de apreciar o problema da coexistência com as nações ameríndias da região, nomeadamente com a tribo de Pontiac, um caudilho autóctone que tomara partido contra os Britânicos. Ken acredita na paz, enquanto o oficial tudesco (que despreza em alto grau as populações locais) preconiza uma política de terra queimada.
Quando a guerra parece inevitável, Ken é enviado à aldeia de Pontiac, para que –a favor dos laços de amizade que ele mantém com o chefe tribal- se tente negociar com os índios um compromisso de paz duradoura. O oficial dos ‘scouts’ encontra uma prisioneira branca no acampamento indígena e, para tentar protegê-la do assédio que lhe move Hawkbill –um dos mais belicosos guerreiros de Pontiac- diz-se seu marido e coloca-a sob a protecção do próprio chefe pele-vermelha.
McIntire parte, de seguida, para outro forte britânico, comandado, este, pelo cordial major Gladwin, militar que Ken quer persuadir das boas intenções de Pontiac. Mas, pouco depois, chega também ali o o coronel von Weber, com a firme disposição de fazer a guerra aos índios. No forte grassa uma perigosa epidemia de varíola e o oficial alemão decide enviar um presente envenenado ao povo de Pontiac : as mantas usadas pelos soldados doentes e contaminadas com o mortífero vírus.
O contágio causou, como previra o ignóbil mercenário, grande mortandade no povo de Pontiac, apesar da intervenção –tomada como uma traição- do tenente McIntire; que, embora tardiamente, ainda pudera revelar ao grande líder ameríndio a origem do mal que prostrou a sua gente.
Depois desta infâmia, a guerra estalou entre autóctones e ocupantes brancos. As tropas de von Weber são dizimadas num combate decisivo. Capturado, o oficial tudesco é amarrado a um poste de tortura e enrolado pelos índios numa das mantas infectadas, acabando por morrer, também ele, de maneira atroz. Dando provas de ser um homem sábio e de grande carácter, Pontiac oferece uma paz sem contrapartidas ao major Gladwin, que se encontrava numa posição delicada.
O tenente Ken McIntire é reabilitado aos olhos dos seus superiores e encontra na pessoa da ex-cativa Winifred a mulher da sua vida.

O MEU COMENTÁRIO
«Forte Niagara» é um filme de série B sem grande fôlego, mas que tem o privilégio de evocar –coisa raríssima no cinema hollywoodiano- a figura de um dos mais carismáticos chefes ameríndios do século XVIII : Pontiac, sachem da nação Ottawa.
O filme faz, igualmente, referência a outras figuras históricas da guerra franco-britânica (Pontiac era aliado dos Franceses) pela posse dos territórios da América setentrional, tais como o general-lorde Jeffrey Amherst e o oficial Gladwin. Até von Weber teve um pendente verdadeiro : trata-se, na realidade, do coronel Bouquet, um mercenário suíço (e não alemão, como é apresentado nesta fita) que esteve ao serviço dos Ingleses. Foi aliás esse oficial do exército colonial de Sua Majestade britânica que teve a ideia (também ela verídica) de dizimar os seus inimigos pele-vermelhas com os tais cobertores contaminados pela varíola a que o filme alude. Esse primeiro episódio conhecido da guerra bacteriológica foi, ao tempo, aprovado pelo seu superior hierárquico, lorde Amherst, satisfeito de ver perecer dessa horrível maneira a «mais vil raça que alguma vez infestou a Terra» (sic). Apesar destas referências históricas, «Forte Niagara» encerra alguns erros de palmatória, que a produção até poderia ter evitado, se respeitasse um pouquinho mais o público. A começar pelo facto dos Ottawas de Pontiac se enfeitarem –neste filmezito de Feist- com cócares próprios dos seus primos da Grande Pradaria (Sioux, Cheyennes, Arapahos, etc) e de morarem, tais como os povos nómadas supracitados, em tipis de pele de bisonte. Valha-os Deus !...
O atlético actor Lex Barker interpretou aqui o seu papel de tenente Ken McIntire entre duas aventuras de Tarzan, papel emblemático que ele herdara , em 1949, do nadador olímpico Johnny Weissmuller.

(M.M.S.)


Capa da cassete VHS editada, há já uns bons anos, nos E. U. A.


Capa do DVD editado nos 'states'. Repare-se nos 'tipis' visíveis na fita e onde, na realidade, nunca viveram os nativos da região dos Grandes Lagos; onde, em princípio, se desenrola a acção de «Forte Niagara»

Sem comentários: