terça-feira, 16 de março de 2010

RECORDAR É VIVER


Quando eu era adolescente, em inícios dos anos 60 do século XX, as flausinas em idade de matrimoniar-se derretiam-se, literalmente, ao ouvir as canções românticas de um certo Antonio Prieto, cidadão chileno e estrela cintilante dos palcos ibero-americanos. Dos palcos, das rádios, das televisões e até das salas de cinema desse universo onde se falava (ou se compreendia) a língua de Cervantes. A canção preferida das tais flausinas era, sem dúvida, «La Novia», cujos autores (letrista e compositor) eu ainda hoje desconheço. De todo. A dita era particularmente apetecida pelas moças que tinham namorados longe, em Angola, já que a modinha em questão apareceu por cá ao mesmo tempo que partiam para as áfricas os primeiros contingentes do exército português que, naquelas longíquas plagas, iam «defender a integralidade do território pátrio», como diziam os figurões do regime vigente nos seus estafados discursos para Salazar ouvir e esfregar as mãos de contentamento. Como recordar é viver, aqui deixo aos jovens da minha idade (eu já ando nos 65 anos) a letra de tão popular e lacrimejante canção :

LA NOVIA

Blanca y radiante va la novia
Le sigue atrás un novio amante
Y que al unir sus corazones
Harán morir mis ilusiones

Ante el altar está llorando
Todos dirán que de alegría
Dentro su alma está gritando
Ave María

Mentirá también al decir que sí
Y al besar la cruz pedirá perdón
Y yo sé que olvidar nunca podría
Y que era yo, aquel al que quería

Ante el altar está llorando
Todos dirán que de alegría
Dentro su alma está gritando
Ave María
Ave María
Ave María

Ave María


O chileno Antonio Prieto no auge da sua carreira de cançonetista romântico


Foi tal o êxito de «La Novia», que Ernesto Arancibia, cineasta argentino, aproveitou para fazer um filme com o mesmo título, cujo galã era (adivinhem quem ?)...Antonio Prieto

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