terça-feira, 16 de março de 2010
O INFERNO DE ANDERSONVILLE
Monumentos erguidos à memória das vítimas do campo de concentação de Andersonville, no lugar onde outrora existiu esse sinistro centro de detenção e de morte
Vista geral da gigantesca prisão a céu aberto de Andersonville, no estado da Geórgia
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Foi nas imediações de Andersonville, na Geórgia (então território da Confederação dos Estados do Sul), que funcionou, entre 1863 e 1865, um sinistro campo de concentração, destinado a reter os soldados da União capturados nos campos de batalha da Guerra Civil ou Guerra da Secessão.
Estima-se que terão passado por Andersonville, durante esse conflito fratricida, mais de 45 000 combatentes dos exércitos nortistas. 13 000 desses militares morreram ali, vitimados pela sanha assassina dos seus guardas, pela fome e pela sede, pelas rudes condições climatéricas e por doenças de vária índole, que se propagaram rapidamente devido às lastimáveis condições de higiene dos prisioneiros e à falta de serviços sanitários condignos.
As condições de existência dos detidos desse campo de concentração foram de tal modo degradantes e o morticínio de prisioneiros de tal monta, que o comandante de Andersonville –o capitão Henry Wirtz, um mercenário suíço recrutado pelos Confederados- foi o único oficial da Guerra Civil americana a ser condenado à pena capital e a ser executado pelas tropas vencedoras, depois da assinatura do armistício de Appomatox (9 de Abril de 1865).
13 000 mortos ! E anos de vida vegetativa para dezenas de milhar de outros homens que, desta feita, apenas se distinguiam dos seus carrascos pela cor dos uniformes que envergavam. Sim, porque independentemente do facto de vestirem fardas azuis ou cinzentas, todos eles falavam a mesma língua, todos eles comungavam da mesma fé religiosa, todos eles partilhavam os mesmos usos e costumes e (quase) todos eles eram da mesma raça. Mas todas essas afinidades foram insuficientes para evitar que essa gente se despedaçasse nos campos de batalha, onde correram rios de sangue e de lágrimas, e que, em Andersonville, os mais fortes do momento se comportassem como feras.
Como experiências destas se repetiram, desgraçadamente, ao longo da História (e para o atestar aí estão os sinistros nomes de Auschewitz, de Dachau, de Treblinka, de Ravensbruck, de Maidanek e de muitos outros campos de exterminação da Segunda Guerra Mundial), será justo interrogarmo-nos : quando é que o homem deixará de ser o lobo do homem ?
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Não ! -Não é uma das vítimas do universo concentracionário nazi, mas de um soldado nortista, sobrevivente de Andersonville (fotografia tirada em 1865)
Fotografia tirada no exterior da penitenciária de Washington, fixando o momento da execução de Henry Wirtz, antigo comandante do campo de concentração de Andersonville
Tumbas das numerosas vítimas da sinistra prisão (condado de Macon, Geórgia)
Capa do DVD com cópia do filme «Andersonville», realizado em 1996 por John Frankenheimer. Esta obra retrata, com surpreendente realismo, o dramático quotidiano dos prisioneiros nortistas no campo de concentração
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