terça-feira, 23 de março de 2010

NAVIO NEGREIRO



Era um sonho dantesco… o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros… estalar de açoite…
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar…

(…)

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali !
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que de martírios embrutece,
Cantando, geme e ri !

- Castro Alves -

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