terça-feira, 30 de março de 2010

FARTOS DE GUERRAS !


Com a arrogância costumeira que os distingue (associada à sua santa ignorância), os dirigentes políticos dos Estados Unidos querem globalizar uma maneira de estar no Universo semelhante (nas suas regras) à dos norte-americanos. Querem obrigar povos, que, na prática, ainda vivem num mundo equiparado ao da nossa sociedade medieval, a abandonar a sua maneira de ser e de estar seculares, as suas tradições milenares, para abraçar a democracia, tal como a vivem e entendem os habitantes de Chicago, de Denver ou de uma qualquer outra cidade do mundo ocidental. E para que esse milagre se produza, os americanos estão dispostos a alimentar guerras horríveis e intermináveis como aquelas que, actualmente, sustentam no Iraque ou no Afeganistão. Quanto a mim em pura perda de tempo, de dinheiro e de vidas. Porque as guerras em questão -e a do Afeganistão em particular- não são ‘ganháveis’. Que o digam os britânicos e o seu poderoso exército das Índias ou os marechais da antiga URSS, que nunca conseguiram sequer fazer vacilar aquela amálgama de tribos e de clãs, cujos membros sempre viveram da guerra e para a guerra. Gente, agarrada a tradições ancestrais, que ela julga (por razões civilizacionais) melhores do que os hábitos que estrangeiros infiéis lhe quer impingir à força de dólares e pela força das armas. A eles ! Que oferecem aos seus filhos varões um punhal tradicional, quando completam 1 ano de idade e uma ‘kalashnikov’, quando festejam o seu 6º aniversário. Senhor Presidente Obama, cumpra as suas promessas (coisa que só lhe ficará bem) e acabe, voluntariamente, com essas guerras sangrentas e inglórias. Guerras que absorvem, diariamente, somas inacreditáveis, que permitiriam desenvolver o seu país nos campos em que ele ainda apresenta atrasos e lacunas. Como no campo da saúde para todos, por exemplo. O escrevinhador destas linhas acredita que, se não o fizer a curto prazo, é porque, como os seus predecessores, o senhor já está enleado nas teias lançadas pelos poderosos consórcios armamentistas do seu país, que necessitam de guerras como do pão para a boca. Para poderem, como no passado, continuar a acumular biliões de dólares à custa do sangue dos jovens da América do norte e não só. Quanto ao resto –o da necessidade de ver a democracia despontar nesses países- deixe a História (que, obviamente, só se faz e se escreve com tempo) seguir o seu curso natural e os iraquianos e afegãos serem os actores do seu próprio desenvolvimento. Tenho dito.

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