«Há homens que lutam um dia, e são bons;Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos; e são muito bons;
Porém, há os que lutam toda a vida,
Estes são os imprescindíveis».
** Bertold Brecht **
Segundo notícias divulgadas recentemente pelos jornais, os livros escritos pelo também jornalista José Rodrigues dos Santos, já facturaram mais de 100 milhões de euros. Agora compreendo o facto do homem ser tão criticado pela 'inteligentzia' doméstica. Muita inveja... Por acaso eu até sou insuspeito em relação ao autor; porque não o conheço (a não ser da TV, naturalmente), nem alguma vez li os seus livros. Mas, está prometido, qualquer dia faço-o. E se calhar até gostarei, como muitos dos seus leitores...
Com sorrisos glamorosos, música e... vinho quinado da casa Ramos Pinto, tentam estas desnudadas ninfas seduzir um santo homem. Eu já vi criaturas caírem no 'pecado' por muito menos que isto... Que benditos sejam os prazeres da vida !
No passado ano de 2016, os correios do Reino Unido editaram este bonito conjunto, onde figura uma série de 6 selos editados para comemorar os 500 anos de distribuição postal no país. Ideia feliz, que vem confirmar -para além do seu lado lúdico- o interesse histórico e cultural da filatelia. (Clicar com o rato na imagem, para a ampliar).
Segundo os jornais :
O peixe-palhaço ganhou celebridade graças a um recente filme de desenhos animados; fama essa que não o protegeu, antes pelo contrário. A sua popularidade fez disparar as vendas (e consequentes capturas) para satisfazer os caprichos dos amadores de aquarofilia. Conclusão : a popularidade nem sempre é coisa boa.
O presidente dos EUA não perde uma oportunidade para fazer a demonstração pública da sua 'imensa coltura'. Aqui há dias, durante uma recepção a líderes africanos, gabou o sistema de saúde da Nâmbia (nome de um suposto país do Continente Negro), que citou por duas vezes. Na transcrição do discurso de Donald Trump pelos serviços de tradução da Casa Branca, lá se emendou 'aquilo' para Namíbia; cujo presidente, Hage Geingob, se encontrava entre os presentes, mas que não protestou, nada disse que pudesse contrariar o Senhor do Mundo. E porque tal atitude seria tomada, certamente, por um acto ofensivo, um acto hostil para com o sucessor de Obama. Esta manifestação de azelhice só tem paralelo com a pergunta que, um dia, ao receber um político brasileiro de alto nível, Bush Jr. lhe fez : «-No Brasil também há pretos» ? Hilariante !!!
Estas tropas de elite do exército brasileiro pertencem ao 2º Batalhão de Infantaria de Selva e foram investidas na missão de defender a Amazónia. Território sensível da mais vasta nação de toda a América Latina (e também do hemisfério sul) e o quinto país mais extenso do mundo. Esta unidade é também conhecida pelo nome de Batalhão Pedro Teixeira (outra das suas designações oficiais), em homenagem ao capitão-mor do mesmo nome; um militar português, natural de Cantanhede, que chegou ao Brasil em 1607 e por lá serviu e por lá morreu. Pedro Teixeira ilustrou-se, muito particularmente, na luta contra os Franceses e Holandeses (que chegaram a ocupar o norte do Brasil, aquando da União Ibérica) e, sobretudo, por ter chefiado a mais importante expedição que alguma vez explorou territórios amazónicos. A dita viagem, que o levou até Quito (no actual Equador, mas, ao tempo, integrada no vice-reino do Peru) à cabeça de uma coluna de mais de 2 500 elementos -essencialmente índios- durou dois anos e percorreu mais de 10 000 quilómetros de rios, trilhas e floresta nunca antes desbravados. Foi Teixeira quem praticamente desenhou as fronteiras do Oeste brasileiro, contribuindo, assim, para dar (como, aliás, o movimento bandeirante) a esse país-irmão a sua dimensão continental. Pedro Teixeira foi nomeado Capitão-Mor do Grão Pará e recebeu (por serviços prestados) o título de marquês de Aquella Branca. Faleceu a 6 de Janeiro de 1641 na cidade de Belém (do Pará), onde foi solenemente sepultado. É pena que os Portugueses continuem a ignorar este grande homem, este construtor de impérios. Ou, pelo menos, não o conheçam tão bem como os brasileiros. Sobretudo os da região do Amazonas.
Esta fotografia foi tirada em ano indeterminado(*) de finais da década de 30 (do século transacto, obviamente) e mostra-nos o chanceler da Alemanha Adolf Hitler na companhia do seu ministro da propaganda Josef Goebbels, da esposa (deste) e de alguns dos seus filhos; que foram, se a memória não me falha, seis. Este retrato fez-me lembrar daquele filme alemão «A Queda : Hitler e o Fim do Terceiro Reich» (realizado por Oliver Hirschbiegel, em 2004). Um filme que relata os últimos dias do ditador nazi, entrincheirado no seu 'bunker' e rodeado pelos seus derradeiros fiéis, entre os quais se contavam os esposos supracitados. Ora, na cena, quiçá, mais dramática dessa excelente película, inspirada por factos atestados como sendo absolutamente verídicos -por testemunhas presenciais do drama e pelos historiadores- assiste-se ao suicídio colectivo de toda a família Goebbels, inclusivamente ao frio envenenamento (com pastilhas altamente venenosas) de todos os seus filhos pela mãe Magda. Uma sequência de horror, mas muito em conformidade, afinal, com a natureza daquelas monstruosas criaturas, que foram capazes -como é do conhecimento geral- de planear e de perpetrar o martírio de milhões de seres humanos nos campos de extermínio nazis. Que isto seja dito e recordado para que o género humano não esqueça. Nunca mais !



Esta é uma das sumptuosas salas da Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra; que, funciona no 4º piso da ala nascente do famoso convento mandado erigir, naquela vila, pelo rei D. João V de Portugal. Ocupa um dos espaços mais nobres e de maior volume do monumento, que, fisicamente, é uma peça em forma de cruz, de tecto abobadado e com as seguintes dimensões : 85 metros de comprimento por 9,50 metros de largura por 13 metros de altura. O dito espaço é, todo ele, pavimentado em pedra lioz(*) de várias cores e, nas suas estantes -em estilo Rococó- conservam-se 36 000 volumes, sendo alguns desses livros de grande raridade, tal como uma segunda edição de «Os Lusíadas». Esta é, sem dúvida alguma, uma das mais belas bibliotecas do nosso país. Que vale a pena ser visitada.
-Sabia que, algures nos areais da costa alentejana, entre o istmo de Tróia e a lagoa de Melides, repousam (enterrados) os restos do galeão espanhol «Nuestra Señora del Rosario», que por ali se afundou (na sequência de forte temporal) em 7 de Dezembro de 1589 ? Pois acredite, que é verdade. Como autêntico é esse navio do século XVI transportar, no momento do seu naufrágio, 22,7 toneladas de ouro ! Este acontecimento é atestado por arqueólogos internacionais (nomeadamente portugueses), que, para chegarem a resultados credíveis, se têm socorrido de documentos existentes nos arquivos do país vizinho, que consultaram exaustivamente. O problema para desenterrar esse fabuloso tesouro é, primeiramente, localizá-lo numa área de costa relativamente vasta e, depois, conseguir os meios (técnicos, entre outros) para poder resgatar navio e carga; que poderão, devido ao movimento das marés e dos fundos marinhos, estar sepultados a grande profundidade. Há um projecto (que, provavelmente, não será único) para tentar encontrar o famoso 'galeão do ouro', que é coordenado pelo arqueólogo português Alexandre Monteiro e apoiado pelo Instituto de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Nova de Lisboa, pela Câmara Municipal de Grândola e pela Universidade do Algarve; que trabalham sobre o assunto. Mas que, só por milagre (feito, por exemplo, pela patrona do galeão castelhano), obterá resultados a breve ou médio prazo. E é até possível que, na tentativa para encontrar o «Nuestra Señora del Rosario» e o seu fabuloso espólio, as equipas arqueológicas acabem por descobrir o rasto de uma outra velha embarcação. De um dos mais de 15 navios que, naquela costa, se perderam entre 1551 e 1650. O que não seria de todo improvável...
Termina hoje, ao que me foi dito, a série «Madre Paula» transmitida pelo 1º canal da RTP. Confesso que apreciei esta quase-ficção, que foi interessante em muitos aspectos. Espero é que aqueles que se interessaram pela figura do magnânimo (leia-se o leviano e o perdulário) rei D. Pedro V, sejam espicaçados na sua curiosidade e queiram saber algo mais sobre esse soberano do século XVIII; que, para além de ter dilapidado os milhões proporcionados pelo ouro e pelos diamantes do Brasil (com a Igreja, nomeadamente, que lhe comeu os olhos), construído o faraónico convento de Mafra, etc. também fez alguma coisa útil. Como, por exemplo, ter mandado erguer o aqueduto das Águas Livres, que permitiu matar a sede aos lisboetas. Se quiserem aceitar um conselho desinteressado, leiam «O João V, o Homem e a sua Época», da autoria de Mário Domingos; um livro fácil de ler e repleto de informações sobre essa figura polémica da nossa História e sobre o Portugal do seu tempo.
-Sabia que, aquando do consulado de Marcelo Caetano -o delfim de Salazar, deposto pela Revolução do 25 de Abril- esteve em circulação, em Portugal, uma moeda de 1 tostão (ou seja de 10 centavos de Escudo), à qual o povo dava, indiferentemente, o nome de 'marcelinho' ou de 'caetaninho' ? Pois é verdade. Essa moedinha era também designada pelo depreciativo nome de 'moeda flutuante', porque era tão insignificante, tão ligeira, tão ligeira que, quando colocada, de face, à superfície da água (ou de qualquer outro líquido) não se afundava. Nota final : na imagem anexada, os 'marcelinhos' são as moedas de topo.

Esta minha crónica, baptizada «QUANDO OS ZEPPELINS BOMBARDEAVAM A INGLATERRA...», foi publicada na revista «M. A.» (órgão oficial da F.A.P.), em Março/Abril de 1990. Reproduzi-mo-la aqui na íntegra.
A broa (ou boroa) de milho foi, no nosso país e durante séculos, o alimento-base das famílias pobres. Que lhe preferiam (por vezes sem lhe poder chegar) o alvo pão de trigo. Lembro-me que, em casa da minha avó materna, já lá vão mais de seis décadas, se cozia semanalmente uma fornada de pão. Essencialmente de pão de trigo, mas que incluía sempre algumas das famosas broas de milho. E da minha antepassada desafiar o meu avô a degustá-las, porque, segundo ela e daquela vez, tinham saído «mesmo boas» ! Ao que o meu avô João respondia, invariavelmente, o seguinte : -Pois é Alice, é precisamente quando elas estão «mesmo boas», que eu prefiro comer pão branco. Recusando, assim, meter o dente numa broa que lhe havia sido imposta (devido, pela certa, a constrangimentos económicos) durante toda a sua juventude. Eu cá gosto de broa, sobretudo quando a dita é bem confeccionada e ainda nos é proporcionada quentinha, a sair do forno. Mesmo que este seja eléctrico. De vez em quando compro uma para matar saudades e para quebrar a monotonia do pão nosso de cada dia, feito com farinha de trigo... Utilizo-a, também e por vezes (a broa de milho), esfarelada para colocar sobre uma posta de bacalhau, de polvo ou de qualquer outro petisco que aceite bem essa união. Que, aliás, eu acho deliciosa !
Este selo postal grego (com um valor facial de 5 dracmas) mostra-nos o «Argo», um navio da mitologia helénica que, segundo a lenda, terá levado Jasão e os seus companheiros (os argonautas, está bem de ver) a uma terra longínqua e misteriosa -a Cólquida, que, ao que parece, corresponde à actual Geórgia- em busca do Velo de Ouro. Ou da Tosão de Ouro, como também é conhecida essa presa. Argo era, igualmente e segundo a tradição, o nome do construtor e piloto do fabuloso navio, capitaneado por Jasão, o herói.
Este autocarro dos Claras -conhecida empresa de transportes colectivos com sede em Torres Novas- ainda operava nos anos 50 do passado século. E eu ainda os conheci a calcorrear as poeirentas e esburacadas estradas do país. Devido ao estado lamentável da rede viária nacional, era impossível exigir conforto a veículos, que, naquelas circunstâncias, se degradavam rapidamente. Mas, ainda assim, tomar a 'carreira' (dos Claras ou das empresas concorrentes) era um 'luxo' muito apreciado pelas populações, nomeadamente de origem rural; para as quais o comboio nem sempre constituía uma alternativa...
Ontem à noite, no seu desafio contra a equipa monegasca, o F.C. Porto venceu (por 0-3) e... convenceu. Esperemos pelos próximos jogos dos tripeiros, que, no estádio Luís II, parecem ter confirmado a sua grande forma e, afirmado, indirectamente, a sua firme intenção de se lançar em voos ambiciosos, nomeadamente no que respeita aquele que poderá levar à conquista do mais ambicionado troféu do futebol português. O próximo jogo em Alvalade, com os donos da casa, será a prova real, cujo resultado se espera para confirmar (ou não) a forma exuberante e ganhadora do seu jogo. De qualquer forma, e a continuarem assim, será muito difícil ao Sporting e ao Benfica baterem tal equipa. A ver vamos...

Esta obra de arte, que permite a travessia do rio Garonne, em Bordéus (rio que, a partir dali, e até à foz, passa a chamar-se Gironda), foi concebida pelos engenheiros de obras públicas Deschamps e Billaudel e abriu à circulação em 1822. Foi a primeira obra do género a servir a cidade de Bordéus (no seu espaço urbano) e assim se manteve durante mais de 130 anos. Para realizar e financiar as obras dessa ponte de 17 arcos e com um comprimento de 486 metros, foi constituída a Compagnie du Pont de Pierre, cujos accionistas foram reembolsados do capital investido pelo estabelecimento de portagens. De qualquer modo, esta ponte (que apresentou grandes dificuldades de construção, devidas às fortes correntes do rio) trouxe à cidade um incremento (nomeadamente industrial) notável, assim como à sua região. Eu ainda conheci esta ponte (nos anos 60 do passado século) como meio singular para atravessar aquele obstáculo natural constituído pelo Garonne. Situação incómoda para quem vinha para Portugal (por exemplo) e que era ali obrigado (sobretudo nos meses de Verão) a pacientar, com os seus carros, em longas filas, antes de atingir -por vezes, horas mais tarde- a margem esquerda do referido rio. Até que, em finais dos já referidos anos 60, foi aberta à circulação automóvel a moderna ponte suspensa ('Pont d'Aquitaine') e, pouco tempo depois, as autoestradas e respectivas alcântaras, que permitiram dar mais fluidez ao trânsito. Que, desde então, deixou de ser problemático, à excepção (obviamente) das horas de ponta. Actualmente, suporta também o metro de superfície local.

Raramente nos lembramos do facto de Portugal ter nascido (com o nome de Condado Portucalense) no contexto do movimento das Cruzadas. 1096 foi, com efeito, o ano em que o nobre cavaleiro borgonhês D. Henrique recebeu (por vontade do rei Afonso VI de Leão) as terras de Entre-Douro-e-Minho, em recompensa pelos serviços prestados à cristandade aquando da Reconquista. Por outro lado, também data desse ano, o início da 1ª Cruzada contra os 'infiéis'. E lembramos que foram os cruzados, vindos do norte da Europa (Ingleses, Normandos, Flamengos, Alemães e outros) quem, em diversas ocasiões, ajudou os nossos primeiros reis a conquistar castelos, vilas, cidades e a dilatar o nosso território nacional. Que, rapidamente, se estendeu até Coimbra. Há, no entanto, referências (e é útil lembrá-las) datando do ano de 868, que atestam a fundação e administração -por Vímara Peres, um chefe de guerra galego- de um território denominado Portugália. A nossa nação é, pois, muito mais antiga -enquanto entidade política autónoma- do que o Tratado de Zamora, que reconheceu, em 1143, a realeza de D. Afonso Henriques. Figura que a História consagrou como primeiro soberano deste Reino.
Logo à noite vou ver -na TV- o jogo de futebol que se vai disputar entre as equipas da A.S. Mónaco e do F.C. Porto. Acontecimento que, hoje, enche (e que amanhã, certamente, encherá) páginas inteiras de jornais e ocupa e ocupará um tempo exagerado nas programações dos nossos canais da rádio e da televisão. De tal modo, que é fácil estar de acordo com esta 'sentença' do humorista brasileiro Millôr Fernandes, que um dia disse : «O futebol é o ópio do povo e o narcotráfico dos média». Pelo menos no seu país e em Portugal, isso é uma verdade incontestável !