segunda-feira, 21 de novembro de 2011
JANGADAS
Depois da rústica canoa escavada num simples tronco de árvore, a jangada foi, porventura, a primeira construção com a qual o homem primitivo ousou afrontar o elemento líquido. Na imagem, pode-se observar dois dos nossos antepassados pré-históricos utilizando uma dessas rudimentares embarcações, constituídas pela reunião de vários troncos de árvores ligados, entre si, por fibras vegetais transformadas em cordas
América do sul, em finais do século XVI : conquistadores espanhóis usam uma jangada para afrontar as águas -ora calmas, ora revoltas- de um dos grandes cursos de água da bacia amazónica. Imagem do filme «Aguirre, a Cólera de Deus» («Aguirre, der Zorn Gottes»), rodado em 1972 pelo cineasta alemão Werner Herzog
Segunda metade do século XIX, no rio Mississippi : uma jangada de grande porte cruza-se com um moderno vapor de rodas, que aqui navega a contra-corrente
Ganhando a vida : um menino da África ocidental transporta bananas da sua aldeia para um mercado regional, servindo-se de uma jangada; que, muito provavelmente, ele próprio construíu
Jangada típica do Nordeste brasileiro. Equipada com um curto mastro e com uma simples vela triangular, esta tosca embarcação serve na pesca de espécies costeiras e é o ganha-pão de muitas famílias do litoral. Mas, hoje, também já é utilizada para fins turísticos, actividade mais agradável e melhor remunerada
A famosa jangada «Kon Tiki» (hoje exposta num museu de Oslo) percorreu -em 1947, com uma equipagem internacional chefiada pelo norueguês Thor Heyerdahl- a distância que separa o Perú do longínquo arquipélago de Taiti. Isso, para demonstrar que tal viagem era possível com os meios arcaicos de séculos passados e que existiam afinidades culturais entre as populações da costa sul-americana do Pacífico e os homens que povoam a Polinésia
Esta é, certamente, a mais conhecida de todas as jangadas jamais construídas. Foi realizada pelos náufragos do vaso de guerra francês «La Méduse», que, no ano de 1816, encalhou desastrosamente no banco de Arguim. Sumariamente realizada com destroços do referido navio, a jangada foi tomada de assalto por dezenas de homens esperançados em atingir a costa da Mauritânia. O fracasso dessa expedição foi de tal ordem, que se registaram a bordo da frágil embarcação casos de canibalismo. O pintor francês Théodore Géricault (natural da cidade de Rouen) descreveu esse horror numa tela de grandes dimensões, que é uma das jóias do Museu do Louvre
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