///////// «A felicidade não está na estrada que leva a algum lugar. A felicidade é a própria estrada».
(Bob Dylan)
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
AVIAÇÃO EXÓTICA
Este belíssimo birreactor é um Embraer 195, de construção brasileira. Pertence à companhia Azul, que está sedeada no aeroporto paulista de Viracopos. Esta empresa -fundada no ano de 2008- tem um efectivo de 126 aviões comerciais e serve 104 destinos espalhados por todo o território do Brasil. A decoração deste aparelho, inspirado na bandeira do país irmão, é verdadeiramente surpreendente. Daí a minha vontade de partilhar convosco a imagem anexada; que podeis ampliar com um simples clique do rato.
ELEIÇÕES...
As eleições autárquicas de ontem foram, como diz o outro, mais do mesmo. Porque o bom povo português comportou-se, uma vez mais, com a candura do costume. Quer dizer, dando maioritariamente os seus votos a quem arrastou o país para a miserável situação que se conhece. Eu cá não critico, nem faço outros juízos a não ser o seguinte : se a nossa gente quer continuar a ser a coitadinha da Europa, quer continuar a ter o país mais desigual da C.E., a ver degradar coisas essenciais como a saúde pública e a educação, a ser assistida com resgates e mais resgates, a ter cá a 'troika' a decidir por nós em matéria de política interna, se aceita que lhe vão aos bolsos para pagar as dívidas dos bancos e a incúria dos governos e quer, enfim, continuar a não vislumbrar luz ao fundo do túnel, quem sou eu (cidadão ordinário) para a contrariar ? Que os meus compatriotas (contentíssimos com a sorte que o 'centrão' lhes têm dado ao longo destes últimos 40 anos) continuem, pois, trilhando os mesmos caminhos. Os profissionais da política dos tachos, os responsáveis pela desgraça que nos atinge agradecem.
O DESPORTO PORTUGUÊS VIVE MOMENTOS HISTÓRICOS
Com dois triunfos inéditos no ténis e no ciclismo, o desporto luso está a viver momentos áureos ! Primeiro foi João Sousa, que averbou a primeira vitória de um tenista português num dos grandes torneios da ATP, ao vencer, na final de Kuala Lumpur (na Malásia), o francês Julien Benneteau. Feito memorável que o coloca entre os melhores 50 tenistas do mundo e que muito honra o ténis nacional. Ainda mal refeitos de tão agradável surpresa, surge-nos a notícia de que o ciclista Rui Costa (que este ano já havia vencido a Volta à Suíça e alcançara duas vitórias de etapa no 'Tour') se sagrou Campeão do Mundo de estrada em Florença, Itália; e que, graças a esse título, vai poder envergar a cobiçada camisola arco íris. Estão ambos, naturalmente, de parabéns. Pelos seus êxitos pessoais que projectam positivamente o nome de Portugal além fronteiras. Afinal, é graças a estes jovens (e a mais alguns outros), que o nosso país não é só conhecido lá fora pela grave crise que empobrece o seu povo e que desprestigia a sua classe política...
domingo, 29 de setembro de 2013
UMA TELA DE FREDERIC REMINGTON, PINTOR DO OESTE AMERICANO
Todo o talento do pintor norte-americano Frederic Remington (1861-1909) está patente nesta sua tela intitulada «A Cold Morning on the Range». Tendo viajado demoradamente pelo Faroeste, este artista multifacetado -já que também foi escultor, ilustrador, escritor e jornalista) foi testemunha presencial de cenas da vida quotidiana dos cowboys do século XIX. Como esta, onde se assiste às tentativas de um vaqueiro para domar um cavalo selvagem. Remington foi um dos grandes nomes da arte americana do seu tempo. Os seus trabalhos figuram em muitos e prestigiosos museus e galerias dos E.U.A. e do estrangeiro e abordam, essencialmente, temas de temática western.
UM NAVIO DO SÉCULO XVII
Este magnífico vaso de guerra holandês do século XVII é o «Aemilia». Construído em 1630 nos Países Baixos, foi o navio-almirante de Maarten Tromp na batalha naval das Dunas; que foi travada em 1639, no mar da Mancha, entre as frotas de Espanha e das Províncias Unidas. Passou-se isto num tempo em que as coroas ibéricas pertenciam a Filipe IV (3º de Portugal). De modo que alguns navios da esquadra lusa se viram obrigados a defender os interesses da corte madrilena nessa batalha em que se jogou o destino da Flandres. Assim, dos 43 navios perdidos pela frota peninsular, alguns eram nossos. Assinalo, entre outros, a perda do galeão português «Santa Tereza», de 60 canhões, que, após uma brilhante participação na batalha, foi incendiado por um brulote holandês e afundado. Ao que dizem certos historiadores, o descontentamento dos portugueses foi tal, que este episódio histórico terá precipitado a revolta de 1640, que devolveu a independência ao nosso país. Se se interessa pela temática naval e deseja saber algo mais sobre o «Aemelia», o «Santa Tereza» e 1 250 outros navios (famosos ou nem tanto), aqui lhe deixo um convite para visitar o meu outro blogue : ALERNAVIOS.
sábado, 28 de setembro de 2013
NA INTIMIDADE DAS ESTRELAS DE HOLLYWOOD
Desconheço em que ano foi tirada esta fotografia, que mostra uma família na praia, aparentemente feliz. Não se trata, porém, de uma foto qualquer, nem de uma família ordinária. O chefe de clã é a estrela de cinema Robert Mitchum (facilmente reconhecível), acompanhado, aqui, pela sua esposa Dorothy e pelos seus filhos Christopher (à esquerda, que também ele iria enveredar por uma carreira de actor) e James. Robert Mitchum esteve em Portugal, em 1988, aquando de uma das edições do Festival Internacional de Cinema de Tróia, a cujo júri presidiu. O inesquecível intérprete de «A Sombra do Caçador» faleceu em 1997.
O PLANETA TERRA ESTÁ DOENTE
///////// Um relatório de peritos da O.N.U., divulgado ontem, aponta, inequivocamente, para a acção e responsabilidade do homem nas mudanças climáticas do nosso planeta. E previne, desde logo, para os fenómenos naturais extremos que teremos de enfrentar nestes tempos mais próximos : fortes chuvadas, inundações, tornados, ondas de calor, etc, etc. Segundo cálculos feitos por esses especialistas -que é gente competente ligada à comunidade científica internacional- a subida das temperaturas e das águas oceânicas é inevitável. Os estudos mais pessimistas preveem que, até ao fim do século XXI, o aumento térmico seja da ordem dos 4,8º e que a subida das águas de mares e oceanos possa atingir os 82 cm ! Apesar dos avisos repetidos dos movimentos ecologistas e de muita outra gente sensata, que há anos chamam a atenção para este problema vital, a ambição dos barões da indústria, dos homens da finança e dos políticos que lhes apararam os golpes foi mais forte. Assim, os nossos filhos e netos pagarão uma factura que se adivinha incomportável... Por causa de uma política que ameaça transformar a Terra num deserto estéril e de por fim à grande aventura da Humanidade.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
O ACASO FAZ (POR VEZES) BEM AS COISAS
Confesso que sempre fui um péssimo fotógrafo. Graças ao acaso, consegui, no entanto e em certas ocasiões, obter 'clichés' espectaculares, como este das famosas quedas do Niagara. Esta fotografia impressionante (que nem será de grande qualidade), foi tirada com um modesto Kodak descartável em Maio de 1995; quando, durante uma viagem turística à América do norte, me encontrava a bordo de um helicóptero Bell 'Jet Ranger'.
DITADURA FISCAL
Lido no «Correio da Manhã» de hoje e como se pode verificar na capa (aqui reproduzida) do quotidiano em questão : «IRS tira 30,6 milhões por dia às famílias (...) Imposto que carrega salários e pensões sofre agravamento de 30%». Será possível que, na sequência desta política ruinosa para o país (estas somas colossais subtraídas aos Portugueses penalizam o consumo interno e fecham empresas, lesando o desenvolvimento da nossa economia), os partidos deste governo não sejam duramente penalizados já nas próximas eleições ? Vamos esperar para ver como se comporta, diante das urnas, no momento da verdade, este povo espoliado e empobrecido pela 'troika' e pelos seus vassalos de Lisboa...
FLORES ESPECTACULARES
Tenho, no meu quintal, um vaso grande com flores destas. Que, ao que me disseram, são muito comuns na Patagónia, região onde esta fotografia terá sido tirada. Não sei, infelizmente, o nome delas. Só sei que por cá florescem na Primavera e que são, verdadeiramente, um regalo para quem as contempla. Transvasam abundantemente do recipiente onde foram semeadas (ou plantadas ?), oferecendo um espectáculo colorido, deslumbrante.
O ACHAMENTO DO BRASIL
Não conheço o nome do autor desta sugestiva estampa (o que pouco importa), que ilustra a chegada a Porto Seguro -em terras de Santa Cruz- da armada portuguesa de Pedro Álvares Cabral. Acontecimento que ocorreu no dia 3 de Maio de 1500. Certos historiadores pensam que esta expedição, que rumava ao Oriente, apenas oficializou a descoberta de uma terra que os nossos navegantes quatrocentistas já haviam visitado. Para além das naus cabralinas, fundeadas perto da costa, esta imagem mostra também a 'embaixada' lusa que se dirige para uma multidão de ameríndios, que a aguarda mansamente e com alguma expectativa. Assim começavam (para o bem e para o mal) mais de 5 séculos de relações com o Brasil... Uma das maiores nações do planeta Terra, cujo território os Portugueses dilataram até aos confins da Amazónia, a Oeste, e até às vastas planícies do Sul banhadas pelo rio da Prata. (Amplie a imagem com um clique do rato).
terça-feira, 24 de setembro de 2013
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
////////// A FESTA DO SILÊNCIO
Escuto na palavra a festa do silêncio.
Tudo está no seu sítio. As aparências apagaram-se.
As coisas vacilam tão próximas de si mesmas.
Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas.
É o vazio ou o cimo? É um pomar de espuma.
Uma criança brinca nas dunas, o tempo acaricia,
o ar prolonga. A brancura é o caminho.
Surpresa e não surpresa: a simples respiração.
Relações, variações, nada mais. Nada se cria.
Vamos e vimos. Algo inunda, incendeia, recomeça.
Nada é inacessível no silêncio ou no poema.
É aqui a abóbada transparente, o vento principia.
No centro do dia há uma fonte de água clara.
Se digo árvore a árvore em mim respira.
Vivo na delícia nua da inocência aberta.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
António Ramos Rosa faleceu, ontem, em Lisboa, com quase 90 anos de idade. Ficará para sempre na memória de todos aqueles que gostam de poesia e que o consideram uma figura essencial das nossas letras. Aqui fica a minha homenagem.
Escuto na palavra a festa do silêncio.
Tudo está no seu sítio. As aparências apagaram-se.
As coisas vacilam tão próximas de si mesmas.
Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas.
É o vazio ou o cimo? É um pomar de espuma.
Uma criança brinca nas dunas, o tempo acaricia,
o ar prolonga. A brancura é o caminho.
Surpresa e não surpresa: a simples respiração.
Relações, variações, nada mais. Nada se cria.
Vamos e vimos. Algo inunda, incendeia, recomeça.
Nada é inacessível no silêncio ou no poema.
É aqui a abóbada transparente, o vento principia.
No centro do dia há uma fonte de água clara.
Se digo árvore a árvore em mim respira.
Vivo na delícia nua da inocência aberta.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
António Ramos Rosa faleceu, ontem, em Lisboa, com quase 90 anos de idade. Ficará para sempre na memória de todos aqueles que gostam de poesia e que o consideram uma figura essencial das nossas letras. Aqui fica a minha homenagem.
O MUNDILHO DO FUTEBOL NO SEU MELHOR !
Algumas notícias de capa deste jornal desportivo : «Auto acusa treinador de impropérios e empurrões» (esta é para Jorge Jesus); «Nuno Lobo apanhado em comentários racistas» (o supracitado é presidente da Associação de Futebol de Lisboa); «FC Porto abre guerra no Facebook». Tudo isto (que, naturalmente, não se fica por estes três casos comentados pelo «Record») mete nojo e afasta dos estádios as pessoas que gostam, realmente e sem facciosismos, do chamado 'desporto rei'. É o meu caso... Já não entro num desses recintos desportivos há mais de 30 anos...
ROLAND GARROS, O VENCEDOR DO MEDITERRÂNEO
Fez ontem -dia 23 de Setembro de 2013- 1 século que o aviador francês Roland Garros cometeu uma façanha técnico-desportiva, que deixou o mundo dos aeroplanos (mas não só) boquiaberto : ligou, por via aérea, as cidades de Fréjus, na costa norte do Mediterrâneo, a Bizerta, na Tunísia. Que distam entre si uns 800 km. Para tanto, Garros utilizou um frágil monoplano Morane-Saulnier H, com um motor Rhône de 80 cv, abastecido com 200 litros de gasolina. Foi a primeira vez na História da Aviação (ainda balbuciante), que alguém lograva vencer um obstáculo natural tão vasto... A viagem durou 7 h 53 minutos e quando Garros aterrou no continente africano pôde constatar que no depósito de carburante da sua máquina voadora lhe restavam pouco mais do que 5 litros de gasolina. Com este feito, Roland Garros tornou-se um verdadeiro herói nacional e inscreveu o seu nome, com letras de ouro, na História da Aeronáutica. Quero dizer ainda, a propósito desta personagem (que hoje toda a gente conhece pelo facto do seu nome estar ligado a um famoso torneio de ténis), que Roland Garros morreu na flor da idade durante a Grande Guerra. O façanhoso piloto da primeira travessia aérea do Mediterrâneo foi, com efeito, abatido durante um combate aéreo, que ocorreu no dia 5 de Outubro de 1918 (na véspera de completar 30 anos de idade) no céu das Ardenas. Glória ao herói dos ares !
domingo, 22 de setembro de 2013
UMA OBRA DE PISSARRO
Esta tela representa as torres da catedral de 'Notre-Dame' e o casario de Rouen, uma cidade da Normandia. Foi pintada em finais do século XIX pelo ilustre pintor Camille Pissarro, um dos mestres do impressionismo. Curiosamente, este pintor francês tinha raízes em Torre de Moncorvo (Trás-os-Montes), terra portuguesa de onde era natural o seu progenitor. Aqui fica a minha homenagem a este pincelista de primeiríssima grandeza no panorama artístico gaulês, mas que a lusa gente, na sua generalidade, desconhece.
-ESTÁ LÁ ?...
///////// Refere a imprensa que o novo chefe da Igreja Católica -o papa Francisco- é um grande comunicador e que tem o hábito de agarrar no telefone para encetar conversas, através dele, com os cidadãos comuns. Alguns deles anónimos, designados ao acaso. A esse propósito, disseram-me que uma dessas inauditas chamadas do Sumo Pontífice foi parar, por puro acaso, a um apartamento de Massamá e que a conversa começou assim :
-Está lá ? Bom dia, sou Francisco, o Papa dos pobres...
E que o seu interlocutor, algo surpreendido, lhe respondeu :
-Ah ! Bom dia Santo Padre, daqui é Passos Coelho, um dos seus maiores fornecedores !
Não sei se isto é ou não é verdade, mas poderia ter acontecido...
-Está lá ? Bom dia, sou Francisco, o Papa dos pobres...
E que o seu interlocutor, algo surpreendido, lhe respondeu :
-Ah ! Bom dia Santo Padre, daqui é Passos Coelho, um dos seus maiores fornecedores !
Não sei se isto é ou não é verdade, mas poderia ter acontecido...
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
SAUDADES DA NORMANDIA...
Vivi quatro longas décadas na Alta Normandia e, confesso, tenho saudades dessa terra ímpar, que foi tão generosa para mim. Não porque tivesse feito de mim um homem rico, mas porque me abriu novos e inesperados horizontes e me proporcionou uma vivência e uma abertura de espírito que eu, em Portugal -meu país de nascimento- nunca teria tido. Conheço, praticamente, todos os recantos da Alta Normandia e sempre tive uma particular apetência pelo seu extraordinário litoral; pelo qual me passeei, desde Le Tréport, ao norte, na fronteira com a Picardia, até ao Havre, um dos maiores portos da Europa, que se situa na foz do rio Sena. Aprecio todas as localidades desse litoral, tão bonito e que se distingue pelas suas altaneiras falésias de calcário (idênticas às que se podem admirar nas costas de Inglaterra, do outro lado do canal da Mancha) e pelas suas originais praias de 'galets'. Mas há uma cidadezinha pela qual nutro uma particular afeição : Étretat. Aqui deixo duas fotografias da referida localidade normanda, que é conhecida pelas suas belíssimas falésias furadas pela erosão de ventos e marés. E uma outra mostrando uma bandeja de 'frutos do mar', que é uma das especialidades gastronómicas desta região abençoada pelos deuses.
A BELEZA (ESCONDIDA) DO DESERTO
GUERRA ADIADA ?
Mercê de uma hábil e persistente acção diplomática da Rússia, mas também da China, e da hostilidade manifesta dos cidadãos de muitos países do mundo (incluindo norte-americanos), o senhor Barack Obama parece ter recuado (não se sabe por quanto tempo) nos seus intentos de bombardear a Síria. Cujo regime ele acusa de ter utilizado gazes de combate, sem nos dar a mínima prova tangível desse crime. É verdade que os peritos da O.N.U. pesquizaram no local do morticínio e atestaram (com provas laboratoriais indesmentíveis) que as centenas de vítimas que a imprensa (nomeadamente a TV) mostrou, morreram mesmo devido ao perverso e letal emprego de armas químicas. Mas também é verdade que uma jornalista dos Estados Unidos (já referida num 'post' deste blogue) recebeu testemunhos, no local, de que foram os rebeldes os utilizadores do famigerado gás sarin. De qualquer modo, o futuro dirá (estou certo disso) quem cometeu, realmente, esse crime hediondo contra a população civil síria. Entretanto, o ditador Bachar Al-Assad já aceitou renunciar ao seu arsenal químico. O que é uma boa coisa. Que ainda seria melhor, se um convénio internacional responsabilizasse todas as nações que dispõem de tais armas -estas sim de destruição maciça- e que todos os estados, inclusivamente os grandes, tomassem, sem ambiguidades, a decisão de renunciar, por tratado assinado nas Nações Unidas, à posse das ditas. Confesso que não sei (mas haverá uma razão, que não nos é dita) porque é que os 'states' se empenham tanto em promover a queda do regime de Al-Assad e facilitam a vida (armando-os e dando-lhes apoios de toda a ordem) aos chamados rebeldes. Quando se sabe que a oposição armada ao regime sírio é composto, na sua grande maioria, por radicais islamistas (da Al-Qaeda, da FILS, dos salafistas da Frente Islâmica Síria e, até, por simples bandos de malfeitores organizados), que não garantem futuramente -de modo algum- um mínimo de democracia para esse martirizado país do Próximo Oriente. Repito que não sei porque inconfessadas razões o presidente dos Estados Unidos (sobretudo ele), mas também a França, a NATO, a Turquia, Israel e a Arábia Saudita apoiam esta gente notoriamente conhecida como inimiga da liberdade e do Ocidente. Alguém me quer explicar isto ?...
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
«ABRAHAM LINCOLN, VAMPIRE HUNTER»
Confesso que, na minha qualidade de cinéfilo, não sinto a mínima atracção pelos filmes de horror. Há, no entanto uma essas fitas que eu tenho grande curiosidade em visionar. Trata-se de uma 'coisa' intitulada (no original) «Abraham Lincoln, Vampire Hunter», que foi realizada, em Hollywood, pelo cineasta russo Timur Bekmambetov (2012) e que tem no actor Benjamin Walker o seu principal intérprete. Esta película da 20th. Century Fox, foi co-produzida por Tim Burton, o que lhe confere, à partida, algum crédito. Ao que sei, o guião foi inspirado numa novela da autoria de Seth Grahame-Smith e é, segundo me foi dito, uma hábil mistura de ficção, de História e de horror. Sim, tenho muita curiosidade em ver esta fita, que é mais uma (entre muitas) que se serve da patriarcal figura do presidente Lincoln -uma das personagens da História dos E.U.A. que eu mais admiro- como motor de uma singular aventura cinematográfica. É claro que não estou à espera que assistir a algo com a força de «Young Mister Lincoln», de John Ford; mas, ainda assim, a minha curiosidade foi espicaçada e não descansarei até poder ver esta obra ligada a um género com o qual eu não simpatizo. O 'trailler', que já está no 'You tube', deixa passar a ideia de que se trata de uma fita com muita acção e recheada de efeitos especiais, verdadeiramente espectaculares. Veremos...
AIROSO PEREGRINO
Nos primeiros tempos da navegação a vapor, o «Pilgrim» (nome que significa peregrino, na língua inglesa e que é uma provável alusão aos pioneiros do «Mayflower») ligava a cidade de Nova Iorque à de Boston (na costa leste dos Estados Unidos), com escalas intermediárias em Newport e Fall River. Este navio de rodas laterais pertenceu (no século XIX) à companhia Fall River Line e podia transportar muitas centenas de passageiros. O «Pilgrim» apresentava o garboso aspecto que esta gravura publicitária mostra e que é possível ampliar com um simples clique do rato.
ARROGÂNCIA ESMAGADA (PARA QUE A MEMÓRIA NÃO SE APAGUE)
Durante a última Guerra Mundial, aquando da Operação Barbarossa -desencadeada pelos nazis contra o território da U.R.S.S. em Setembro de 1941- a máquina de guerra hitleriana encontrou uma resistência frouxa. O que lhe permitiu avançar inexoravelmente, imparavelmente através de um vasto e cobiçado território. Onde os alemães cometeram crimes sem nome contra as populações civis autóctones, consideradas por eles como pertencendo a uma raça inferior. Nessa sua vaga inicial de conquistas e de crimes, os cúmplices do tresloucado Adolfo Hitler chegaram a atingir posições situadas -como mostra a foto anexada- a escassas dezenas de quilómetros de Moscovo, a capital do país dos Sovietes. Mas nunca lá puseram as botifarras. Numa contraofensiva que começou com a vitória de Estalinegrado (Fevereiro de 1943) e que prosseguiu com o esmagamento das forças inimigas na batalha de Kursk (Julho do mesmo ano), o exército vermelho logrou romper o cerco ao seu país e encetar uma marcha vitoriosa, que só parou em Berlim. Onde, em 1945, os soviéticos já festejaram o 1º de Maio e contribuíram para o miserável suicídio do arrogante e derrotado líder do 3º Reich e de muitos dos seus sinistros seguidores. Outros comparsas do chanceler foram capturados por toda a Alemanha (em ruínas) e julgados exemplarmente pelo Tribunal de Nuremberga. Que os condenou (muitos deles à morte) por nefandos crimes de guerra.
O DURO LABOR DOS PICA-BILHETES
Cada vez que me é dado ver fotografias destas (ou imagens similares na TV), pergunto a mim próprio : como fazem os revisores das companhias de caminhos-de-ferro indianas para picar os bilhetes destas multidões ? Será que também trepam ao tejadilho das carruagens, para exercerem o seu direito de controlo ?
A SESTA DE LUCKY LUKE
///////// Até Lucky Luke -o tal pistoleiro que é mais rápido do que a sua própria sombra- necessita, por vezes, de um momento de repouso e de serenidade. Os famigerados irmãos Dalton podem esperar... Como, aliás, todos os outros facínoras do Faroeste. Um dia, eles irão cruzar-se, fatidicamente, com este justiceiro das pradarias (e com Joly Jumper, «o cavalo mais esperto do Oeste») e a sua hora soará. Por agora, nada de pressas. La siesta es sagrada, hombre !
PARTILHAR O PÃO...
O QUE ME APETECE COMER (E BEBER) AO ALMOÇO...
Se eu pudesse escolher a minha refeição do meio-dia, hoje faria a opção seguinte :
1) uma entrada de vieiras preparadas à moda normanda; quer dizer cozinhadas com natas;
2) um lombo de salmão fresco, cozido no vapor e acompanhado com legumes preparados da mesma maneira;
3) um 'baba au rhum'.
Tudo isto seria acompanhado (à excepção da sobremesa, que seria saboreada com um chá) por um vinho tinto fresco, já que o branco não convém lá muito aos meus rins, grandes produtores de cálculos. Talvez, neste caso, eu escolhesse um Brouilly, pinga da região do Beaujolais, que suporta bem o fresco e que não é ridículo beber (em público) com marisco ou com peixe.
Este menu nada tem de extraordinário, nem é constituído por produtos que sejam, no nosso país, excessivamente caros. À excepção, todavia, das vieiras -raras em Portugal- que podem causar algum dano nas nossas modestas bolsas. O problema que se põe é, na realidade, o de encontrar tudo isto numa aldeia do interior como a minha. Daí as ganas que, por vezes, me assaltam e me levam a desejar ir viver, 6 meses por ano, numa grande cidade...
1) uma entrada de vieiras preparadas à moda normanda; quer dizer cozinhadas com natas;
2) um lombo de salmão fresco, cozido no vapor e acompanhado com legumes preparados da mesma maneira;
3) um 'baba au rhum'.
Tudo isto seria acompanhado (à excepção da sobremesa, que seria saboreada com um chá) por um vinho tinto fresco, já que o branco não convém lá muito aos meus rins, grandes produtores de cálculos. Talvez, neste caso, eu escolhesse um Brouilly, pinga da região do Beaujolais, que suporta bem o fresco e que não é ridículo beber (em público) com marisco ou com peixe.
Este menu nada tem de extraordinário, nem é constituído por produtos que sejam, no nosso país, excessivamente caros. À excepção, todavia, das vieiras -raras em Portugal- que podem causar algum dano nas nossas modestas bolsas. O problema que se põe é, na realidade, o de encontrar tudo isto numa aldeia do interior como a minha. Daí as ganas que, por vezes, me assaltam e me levam a desejar ir viver, 6 meses por ano, numa grande cidade...
terça-feira, 17 de setembro de 2013
QUE RAIO DE MUNDO É ESTE EM QUE VIVEMOS ?
Todos nós conhecemos os benefícios colossais proporcionados pelo futebol de alta competição. Sobretudo se esse espectáculo atlético for oferecido por clubes de prestígio planetário, como o são o Real Madrid ou o seu rival da capital catalã. Todos nós sabemos que a idolatria dos fãs das grandes vedetas -Cristiano Ronaldo e Leonel Messi, entre outras- suscita negócios (como o da venda de camisolas com os nomes dos craques), cuja dimensão ultrapassa completamente o nosso entendimento. Tudo isso é verdade e é, pois, justo que os jogadores responsáveis por tal paixão, que rende rios de dinheiro aos seus clubes, também recebam alguns dos benefícios que decorrem dessa situação. Mas (há sempre um mas), creio que com a recente transferência de Gareth Bale -ex-jogador do Tottenham- (que se fez por 100 milhões de euros), e com o aumento de ordenado do seu companheiro de equipa -o português Ronaldo- de 13 para 21 milhões de euros anuais, se ultrapassaram todas as fronteiras da decência, se frisou a loucura. Ninguém merece (como CR7) ganhar numa hora o equivalente a 4 salários mínimos nacionais. Sobretudo num tempo de crise como aquela que grassa e que leva -tanto por cá como em Espanha- milhões de pessoas ao desespero. Gente que não sabe, é certo, chutar uma bola de maneira tão potente e tão certeira quanto o galês ou o madeirense, mas gente que transpira e sofre para produzir bens de consumo aos quais ela própria não pode aceder; pelo facto daquilo que recebe, no final do mês, só lhe permitir sobreviver nesta selva de injustiças em que o mundo se transformou. Isto dito, quero deixar aqui bem claro que nem os citados Bale, Ronaldo, Messi e quejandos são culpados desta imoralidade. A verdade é que lhes põem o dinheiro no bolso e eles aceitam, é claro. Como faria qualquer ser humano. Culpado, afinal, é o sistema político vigente que gera situações imorais de desigualdade como as descritas. Se é este o tipo de sociedade (ultracapitalista) que se quer impor globalmente, atropelando todas as barreiras do bom-senso e da dignidade humana, então vou ali e já venho. Mas venho para ajudar, se necessário for, a construir um mundo mais justo. Esta é a minha opinião e, bem entendido (com o seu quinhão de utopia), vale o que vale.
RECORDAÇÕES (5)
Nos primeiros anos da década de 60, do passado século, minha mãe teve um lojeca de roupas e de retrosaria num bairro da periferia do Barreiro; bairro esse que, com a velhinha e histórica Telha, deu origem àquela que já foi a freguesia de Santo André. Freguesia que, apesar de contar com cerca de 12 000 habitantes, foi extinta, este ano, pela coligação presidida pela sinistra equipa Portas, Coelho & Companhia Limitada. Enfim, limitada por notória falta de competência e de sensatez. Para abastecer os 'stocks' da tal lojeca, minha mãe recorria aos armazéns de revenda existentes no Martim Moniz, em Lisboa, e levava-me consigo (nessas suas frequentes idas à capital) para eu alancar (passe o termo) com a mercadoria. O que era bem natural, visto a sua figura de mulher franzina, embora intimorata, a proibir de levantar o peso das compras. Recordo-me, pois, perfeitamente das visitas a armazéns como o «Parque das Malhas», mostrado pela fotografia anexada, e de outros similares da mesma praça. Que era, então, um lugar da Baixa lisboeta mais ou menos degradado, sobretudo na sua parte norte, que apresentava muitos prédios num estado de conservação mais que lastimável, onde se alojavam lisboetas com parcos recursos económicos. Passei por lá há pouco tempo. A paisagem da praça Martim Moniz é, agora, totalmente diferente da desse tempo da minha adolescência. É um espaço amplo, arejado, com fontes e esplanadas, ao qual foi devolvida a dignidade que merece essa zona da cidade. Outra coisa que também mudou foi a minha capacidade física. Naquele tempo eu era, como diz o outro, uma águia que percorria, sem esforço, as ruas, avenidas, ruelas e escadinhas de Lisboa sem me cansar. Agora, com quase 70 anos 'no papo' -a chamada 'idade do condor' (com dor aqui, com dor ali)- e com um preocupante excesso de peso, Lisboa já me fatiga excessivamente. A tal ponto que vou espaçando as minhas visitas àquela que eu considero uma das mais bonitas cidades da Europa. Recordo-me, igualmente e com particular nostalgia, que, naquele tempo das idas frequentes aos armazéns de revenda lisboetas, a parte de que eu mais gostava era a da travessia do Tejo. Que, nesse tempo, se fazia em meia hora a bordo de um dos três 'barcos do Barreiro', que pertenciam à C.P. e que ostentavam os nomes de «Évora» (o mais bonito e o mais rápido), «Alentejo» e «Trás-os-Montes». Geralmente, instalávamo-nos no convés superior, de onde se podia desfrutar de vistas fabulosas sobre o estuário e, ao aproximarmo-nos da capital, de regalar os olhos com o espectacular casario de Lisboa, de onde, ali e acolá, despontavam alguns dos seus mais emblemáticos monumentos; como, por exemplo, a Sé e outras conhecidas igrejas, o castelo de São Jorge, a estátua equestre de D.José I e o Arco da rua Augusta, etc, etc. Apesar dos tempos serem o que eram -os da ditadura salazarenta- lembro-me com saudade dessa época. Sem dúvida pelo facto de ser jovem e de ter (julgava eu...) o Mundo para conquistar.
CITANDO INDIRA GANDHI
PETISCO
Se uma feijoada de búzios pode ser deliciosa, porque não o seria uma feijoada cozinhada com amêijoas ? É questão de se experimentar... Eu estou convencido de que -se a matéria-prima for fresca e de boa qualidade- este prato de feijocas pode proporcionar, a quem o degusta, um verdadeiro prazer. Qualquer dia faço este petisco ! É só esperar que o preço da amêijoa deixe de ser tão caro como a pimenta no século XVI.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
Em Busca
Ponho os olhos em mim, como se olhasse um estranho,
E choro de me ver tão outro, tão mudado…
Sem desvendar a causa, o íntimo cuidado
Que sofro do meu mal — o mal de que provenho.
Já não sou aquele Eu do tempo que é passado,
Pastor das ilusões perdi o meu rebanho,
Não sei do meu amor, saúde não na tenho,
E a vida sem saúde é um sofrer dobrado.
A minh’alma rasgou-ma o trágico Desgosto
Nas silvas do abandono, à hora do sol-posto,
Quando o azul começa a diluir-se em astros…
E à beira do caminho, até lá muito longe,
Como um mendigo só, como um sombrio monge,
Anda o meu coração em busca dos seus rastros…
(José Duro, poeta portalegrense, 1875-1899)
NOTÍCIAS DOS JORNAIS
Vivo numa aldeia isolada da charneca alentejana, onde não há jornais. Pela simples razão de que não há quem os venda, nem, sobretudo, quem os compre. Nessas circunstâncias, só adquiro os ditos quando saio dos 90 km2 de área da minha freguesia e visito uma das vilas mais próximas, que dista da minha terra cerca de 20 km. Mas, graças às novas tecnologias, consigo romper esse isolamento. Assim, através de 'sites' gratuitos da Internet, consigo ler, todos os dias, as primeiras páginas dos quotidianos portugueses. E o que nelas vejo tem, cada vez mais, o condão de me irritar. Porque eu sou feito da mesma massa de que são feitas as outras pessoas e gostaria que neste país houvesse mais justiça e que os meus compatriotas fossem mais respeitados e mais felizes. O que ontem me indignou foi ler, no «Correio da Manhã», duas notícias desse matutino que a imagem anexada reproduz. Uma delas tem a ver com o colossal assalto que o governo que temos se prepara, proximamente, para fazer aos bolsos dos pensionistas da função pública. Que pode chegar até 10% daquilo que eles estão a receber em troca de várias décadas de trabalho e de sacrifícios. Trata-se, pois e quanto a mim, de uma maneira infame de resolver problemas de tesouraria. A partir de agora, mais ninguém poderá confiar num Estado que assinou acordos com os seus funcionários, arrecadou os descontos que estes verteram ao longo da sua vida activa para beneficiarem deles quando se aposentassem e veem, agora, os Passos Coelhos, Portas e outros que tais a esmifrarem somas significativas das suas magras pensões. Ora se isto não é um esbulho (perdoai o eufemismo), é muito parecido. A outra notícia que me revoltou foi ler, na capa do «CM», que «o Estado assume dívida de 3,4 milhões do Boavista». Então que regabofe vem a ser este ? Num país onde não há dinheiro para a educação e para a cultura, onde não há dinheiro para a saúde, onde não há dinheiro para outras coisas de primordial interesse público, há sempre massa para pagar as estravagâncias dos clubes de futebol ? Isto, a ser verdade, é realmente o fim da macacada !!! E a prova provada de que esta gente que nos (des)governa não presta, não serve o país.
domingo, 15 de setembro de 2013
A MODA DAS 'VERRINES'
Aqui há uma dezena de anos atrás, mercê de uma estadia prolongada na Europa do norte, descobri as 'verrines'; que, agora, já fazem parte da Arte da Mesa dessas terras por onde eu andei décadas seguidas. As 'verrines' são recipientes de vidro, de várias formas, feitios e capacidades, nos quais é 'chic' servir as visitas chamadas a partilhar connosco -através da culinária- alguns momentos de convívio ou o tempo de uma refeição. As 'verrines' permitem encontros menos formais, mais descontraídos, o que, nestes tempos de crise, contribui para desanuviar o ambiente e colocar de lado as contrariedades. E são tão saborosas... Nas 'verrines' pode servir-se tudo e mais alguma coisa : entradas, sobremesas, frutos, saladas e, pasme-se, até pratos completos. A arte consiste em preparar a comida de maneira a que ela caiba naqueles copinhos de capacidade mais ou menos reduzida. Acho que as 'verrines' espicaçam a inventividade de quem convida (uma criatividade que não tem limites) e desperta a cobiça daqueles visitantes que temos gosto em receber nas nossas casas. Aqui deixo algumas sugestivas imagens de 'verrines', nas quais é possível (porque não ?) introduzir umas minúsculas doses de pratos tradicionais portugueses. Como, por exemplo, um bacalhau à Brás, uma canja, umas favinhas com chouriço, um caldo verde, um arroz de marisco, etc, etc. Para além. naturalmente, de deliciosas guloseimas, tais como o leite creme, o arroz doce, gelados e 'tutti quanti'... Bom apetite !!!
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