sábado, 31 de outubro de 2015

A RAINHA DOS MARES DA ÍNDIA

«Frol de la Mar» ('Flor do Mar'). Foi um dos maiores e mais poderosos navios de guerra do seu tempo. Entre as muitas campanhas que fez, em longínquas plagas do Oriente, com a bandeira de el-rei de Portugal, esta gandiosa nau esteve na conquista de Malaca (em 1511), com o valoroso e mui temido D. Afonso de Albuquerque, o 'Marte Português'. Ou o 'Leão do Oriente', como também lhe chamaram, respeitosamente, os seus adversários.

ZINGAMOCHO PORTISTA

Modelo de cata-vento adaptável aos telhados do norte de Portugal. Decorado com um 'dragãuem', como aquele que encima o emblema do Futebol Clube do Pinto da Costa. Carago !... (Sem ofensa para os tripeiros).

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

AQUELA QUE DEPOIS DE MORTA FOI RAINHA...

 

Linda Inês

Choram ainda a tua morte escura
Aquelas que chorando a memoraram;
As lágrimas choradas não secaram
Nos saudosos campos da ternura.

Santa entre as santas pela má ventura,
Rainha, mais que todas que reinaram;
Amada, os teus amores não passaram
E és sempre bela e viva e loira e pura.

Ó Linda, sonha aí, posta em sossêgo
No teu muymento de alva pedra fina,
Como outrora na Fonte do Mondego.

Dorme, sombra de graça e de saudade,
Colo de Garça, amor, moça menina,
Bem-amada por toda a eternidade!
 
** Afonso Lopes Vieira (1878-1946), in «Cancioneiro de Coimbra» *


SURPREENDENTES CAPRICHOS DA NATUREZA

Quando madre natura nos quer surpreender, oferece-nos bichos como esta lagarta; que após a natural metamorfose se transformará em borboleta. Fantástico !

GALO DE FRANÇA

Sua Majestade, o galo gaulês. Símbolo oficioso da velha França, o galo é uma das mais vistosas aves do mundo. Que só sofre comparações -no que respeita a beleza da sua plumagem- com certos pássaros de regiões exóticas. Em França, o dito é tão ou mais popular que o nosso galo de Barcelos, estando representado em monumentos (aos mortos das grandes guerras, por exemplo), em selos de correio, moedas, em equipamentos desportivos e em muitas marcas comerciais.
Aqui ficam algumas imagens para ilustrar o fenómeno.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

CINE-NOSTALGIA (35)

«O HOMEM QUE NÃO QUERIA MATAR» («From Hell to Texas») é um excelente western com a assinatura de Henry Hathaway. Estreou em 1958 e foi considerado -por muito boa e considerada gente do mundo do cinema- como um dos melhores filmes do seu género desse ano. Ano que foi, diga-se de passagem, particularmente pródigo em excelentes 'coboiadas', passe o termo. Tais como «Da Terra Nascem os Homens», «Como Nasce um Bravo», «Forte Massacre», «Vício de Matar», «Duelo na Cidade Fantasma», «O Irresistível Forasteiro», «Terror no Texas» e muitos outros mais.  A história contada é a de Tod Lohman, um jovem, humilde e pacífico vaqueiro, que, para defender a sua própria existência, mata, de maneira acidental, o filho do ganadeiro que o emprega. Perseguido pelos irmãos da vítima e por um bando de cowboys, intimados a entregá-lo -vivo ou com o corpo crivado de balas- ao poderoso rancheiro, o vaqueiro acossado resiste e evita causar mais mortos. Mas o ódio à sua pessoa é acérrimo e a caça ao homem continua, desta vez com perseguidores prostrados pelos tiros certeiros da carabina do acossado... No seu aventuroso percurso em busca da salvação, Tod vai cruzar-se com um abastado 'haciendado' da raia mexicana e com a sua bonita e atrevida filha; que, tendo simpatizado com ele, o colocam sob a sua protecção. Mas, ainda assim, a persistente e feroz caça ao homem não termina. O desfecho terá lugar numa terreola fronteiriça, onde, com perigo para a sua própria vida, o homem que não queria matar faz a cabal demonstração da sua boa fé e da sua generosidade, salvando o último filho do seu ex-patrão de uma morte atroz. Depois disso, para Tod Lohman, o herói da história, só haverá lugar para a paz e para o amor... Bonito filme, produzido e distribuído pela 20th. Century Fox. Que embora pareça convencional, brilha pela denúncia da violência e pelo fino estudo psicológico das personagens. Que aqui são encarnadas pelos actores Don Murray (excelente no desempenho do papel da figura central do enredo), Chill Wills, Diane Varsi, Dennis Hopper, R. G. Armstrong, etc. Colorido e com 100 minutos de duração. Desconheço a edição, em Portugal, de cópias videográficas desta película. Tenho uma belíssima cópia DVD do filme proveniente de França; mas que só contém as versões V.O. e francesa do dito.

ATENÇÃO ! A CENSURA ARREBITA AS ORELHAS

Uma juíza decidiu, ontem, que o «Correio da Manhã» não está autorizado a publicar mais notícias sobre determinada figura política. Facto que deixou os Portugueses estupefactos e, naturalmente, algo preocupados. -Então como é, voltámos aos velhos tempos da mordaça ? Dizem os peritos em leis, que a decisão da magistrada (que, por acaso, até foi investida nas suas funções durante o governo do tal político) é inconstitucional. E o matutino visado também já avisou que não tomará em conta a decisão da juíza. E eu quero dizer que, apesar de não ser leitor do jornal em causa, também levanto a minha voz (que é a de um homem livre) contra esta e outras medidas que tentem limitar o direito de informar. Até porque se a informação não for idónea e fundamentada (toda ou em parte) cabe aos tribunais tratar do assunto. Enfim, se não reagirmos a abusos desta natureza, daqui a pouco teremos por cá, outra vez, os sinistros homens do lápis azul...

O NOSSO MUNDO É BELO (8) : RUANDA

CONTRAVENENO

Para contrabalançar os efeitos nefastos das carnes processadas (que tanto alarme estão, actualmente,  a suscitar), há que incluir -todos os dias- nas nossas refeições mais vegetais. A fruta fresca é uma boa e sã opção. Não deveríamos tomar uma única refeição, que não integrasse esta componente. Vamos a isso, não há que hesitar.

OS 4 ZAROLHOS DE HOLLYWOOD

Tal como os 3 mosqueteiros, que, como é sabido, eram 4, assim podemos apresentar os realizadores de cinema de Hollywood, que se distinguiam pelo facto de serem zarolhos; e de, com frequência, usarem uma pala negra para esconder as respectivas mutilações faciais. Eram eles Fritz Lang, John Ford, Raoul Walsh e André De Toth; que foram contemporâneos e que têm em comum uma outra coisa curiosa : todos realizaram westerns. Fritz Lang -o já consagrado cineasta europeu, que chegou às Américas fugido do nazismo- é o genial autor de «O Rancho das Paixões» («Rancho Notorious», 1952). John Ford -o filho de humildes emigrantes irlandeses- é o sublime realizador de «A Desaparecida» («The Searchers, 1956). Raoul Walsh -um dos faz-tudos da Meca do Cinema, também ele com raízes na Verde Erin- é o inesquecível 'metteur-en-scène' de «Golpe de Misericórdia» («Colorado Territory», 1949). E André De Toth -o mais famoso magiar de Hollywood- é o homem que nos ofereceu o surpreendente «Homens de Gelo» («Day of the Outlaw, 1959). Aqui ficam, para memória, as fotografias destes gigantes do cinema, alinhadas por ordem de citação.

FLORES...

Flores : regalo dos olhos, consolo da alma. Que seria a vida na Terra sem a beleza das flores ?

'CUL ET CHEMISE'

Ontem, os estados membros da O.N.U. pronunciaram-se sobre a necessidade de levantar, já, o embargo americano que asfixia Cuba há muitas décadas. Injustamente ! -Dos 193 membros das Nações Unidas, só dois deles discordaram e votaram contra : os Estados Unidos e Israel... -Afinal, quem impede o bom relacionamento e a harmonia entre as nações ? -E porquê ?

A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS


«RETRATO DO ARTISTA QUANDO COISA»

A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.

** Manoel de Barros (1916-2014), poeta brasileiro, natural de Cuiabá, Mato Grosso. Autor, entre outras, das obras «Poemas Concebidos sem Pecado», «Face Imóvel», «Compêndio para Uso dos Pássaros» e «O Guardador de Águas» **

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A VOZ DE OIRO DE ALBERTO RIBEIRO


Dono de uma 'senhora voz', Alberto Ribeiro (1920-2000) foi um dos cantores mais apreciados pelos auditores radiofónicos portugueses dos anos 40 e 50 do século XX. Este artista popular também se exibiu nas mais prestigiosas salas de espectáculos do nosso país e do estrangeiro, gravou discos, fez teatro de revista e participou em vários filmes. Até que, no auge da sua carreira, em plena glória, se retirou da vida artística por misteriosas razões. Tenho saudades (embora só o tenha conhecido muito depois do seu inesperado afastamento e através das gravações que nos deixou) da voz cálida e melodiosa deste artista natural de Ermesinde; que marcou, no seu tempo, a música ligeira portuguesa. Convido todos aqueles que passam por este blogue a ouvi-lo no 'youtube', num extracto do filme «A Canção da Saudade», realizado (em 1964) por Henrique Campos. Alberto Ribeiro canta aqui o famoso «Fado Hilário», que é um clássico da canção coimbrã. Boa audição.

https://www.youtube.com/watch?v=StISVq89DUY

terça-feira, 27 de outubro de 2015

PERNA DE PORCO...

..... Sem comentários.

NAVES MEDIEVAIS

Naves inglesas da Idade Média. Repare-se nos castelos(*) de proa e de popa e nos volumosos cestos da gávea, onde podiam tomar lugar inúmeros homens de armas; que começavam a sua função antes da abordagem, desferindo projécteis de toda a ordem contra as guarnições dos navios inimigos : flechas, dardos, pedras (de funda), etc. Depois, na derradeira fase dos combates navais, quando as embarcações se acostavam, era também essa gente que investia as naves adversas, armada, desta vez, com espadas e machados, com lanças curtas e com outras armas adaptadas ao combate corpo a corpo. Estes recontros terminavam, geralmente, com grande mortandade e depois da rendição de um dos capitães. A pintura de topo é um trabalho do artista Momtague Dawson.



(*) Na realidade, estas plataformas nada tinham a ver com os castelos dos navios de séculos posteriores. Eram, nas naves da marinha medieval, simples estrados, que era possível montar ou desmontar em função das necessidades do momento.



Apesar de parecerem idênticas no seu conceito, a verdade é que as naves das ilustrações de topo e inferior são mais arcaicas do que a representada a meio. É fácil observar, com efeito, que esta (a da ilustração central) já está dotada com um leme axial, que foi inventado no decorrer do século XIV, ao que se presume. As outras são mais antigas, como o provam os lemes de esparrela que ainda usam; que, fixados nos bordos de ré, eram menos precisos e exigiam um maior esforço físico e de concentração por parte dos pilotos.

EVOCANDO SANTA JOANA PRINCESA

Obra-prima da arte tumular portuguesa, o sarcófago de Santa Joana Princesa -filha e irmã de reis- pode ser admirado no antigo mosteiro de Jesus, hoje Museu da Cidade de Aveiro. Com desenho do arquitecto régio João Antunes (do século XVIII), esta arca funerária recebeu os restos mortais da supracitada infanta de Portugal a 10 de Outubro de 1771, quer dizer 78 anos depois de ter sido canonizada pelo papa Inocêncio XII. Ainda a propósito da referida senhora, é bom saber que nasceu em Lisboa em 1452 e que dela se diz que recusou, firmemente, desposar as três cabeças coroadas (de Castela, de França e do Santo Império Germânico), que seu pai (D. Afonso V) e seu irmão (D. João II) lhe quiseram, sucessivamente, impor. Faleceu, ao que parece com 'cheiro a santidade', no mosteiro de Jesus de Aveiro, no dia 12 de Maio de 1490. Tinha 38 anos de idade... Esta belíssima e recatada infanta é, sem dúvida, uma das mais fascinantes figuras da História de Portugal de todo o século XV. Presume-se que a pintura da princesa que abaixo se mostra (e que é de autor desconhecido) seja do século XV e tenha sido realizada ainda em vida da retratada.

O NOSSO MUNDO É BELO (7) : CHINA

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ROSAS BRANCAS


«Quando eu morrer, rosas brancas
  Para mim ninguém as corte.
  Quem as não teve na vida,
  Para que servem na morte ?»

(Da letra de um fado de Coimbra)

PARA QUANDO UMA REEDIÇÃO DVD DE «O CAMPEÃO», DE FRANCO ZEFFIRELLI ?

Depois da invenção dos leitores de videogramas (para uso de particulares), milhares e milhares de cópias de filmes foram lançadas no mercado da venda directa, para uso (e prazer) de cinéfilos e de outros colecionadores de filmes. Pode dizer-se até, sem mentir, que quase todos os êxitos da cinematografia mundial foram editados. E muito em particular aqueles que ostentam a prestigiada marca 'made in Hollywood', que foram os mais vistos pelos portugueses. Contudo, há filmes que persistem em brilhar pela sua ausência. Estou, por exemplo, a lembrar-me de uma película intitulada «O Campeão» («The Champ»), que Franco Zeffirelli realizou, em 1979, para a companhia Metro Goldwyn-Mayer. Uma fita que é, na realidade, o 'remake' de um filme de igual título, realizado umas cinco décadas atrás por King Vidor. Curiosamente, acontece que a versão de 1931 (com Wallace Beery, Irene Rich e Jackie Cooper) é relativamente fácil de encontrar no mercado europeu da especialidade; o que não acontece, infelizmente, com a primeira obra referida, que utilizou os actores Jon Voight (o papá de Angelina Jolie), de Faye Dunaway e de Ricky Schroder, na interpretação dos principais papéis. Confesso que gostaria de rever este filme -um drama dos mais choradinhos- cujo tema incide numa história de separação e de divórcio mal assumidos e cujas dramáticas consequências caiem sobre a pessoa de um menino de 8 anitos, vítima das mentiras dos adultos e da sua incapacidade em protegê-lo. A acção decorre nos Estados Unidos dos nossos dias e insinua-se, simultaneamente, no mundo do pugilismo e das corridas de cavalos. Como já referi, é um drama intenso, que provocou (no mundo inteiro) dilúvios de lágrimas. Mas que merecia ser editado por cá, nos países da Europa ocidental; onde aliás já chegou, se bem me lembro, a ter edições, no tempo já longínquo das cassetes VHS.