quarta-feira, 5 de setembro de 2012
RIVOLI
Não ! Não é a fachada do Rivoli, mítica sala da Invicta cantada pelo nosso Rui Veloso. Esta situa-se (ou situou-se) algures nos 'states' e exibia (em 1932, ano em que muito provavelmente foi fotografada) cartazes publicitários do filme fantástico «A Múmia», realizado por Karl Freund e com o famoso actor Boris Karloff no papel principal
VOLTOU A PRAGA DOS INCÊNDIOS (DESABAFO)
Portugal já está novamente a arder ! -E a empobrecer... Está mais do que visto, é mais do que sabido, que os fogos florestais são o principal e mais perigoso inimigo da nação portuguesa. À qual faltam meios para combater um flagelo, pernicioso, que ataca simultaneamente em várias frentes, inviabilizando o trabalho abnegado dos bombeiros. Pelo que se vê, faltam-nos meios aéreos (sobretudo aviões de grande capacidade) para combater este malévolo inimigo que, todos os anos nos bate à porta e nos causa prejuízos avultados. E que aqui mata gente. Infelizmente, optou-se (enfim, optou o insigne ministro Portas) pela aquisição de submarinos, armas perfeitamente inúteis e que não nos servem absolutamente para nada. A não ser para nos enfraquecer economicamente ainda mais. E eu pergunto : porque não se vendem essas ruinosas máquinas e (com uma ínfima parte do seu preço) não se constitui uma formação de Canadairs, que minimize os danos causados pelo fogo ? -Isto em vez de termos que solicitar, sempre que necessário (mas tardiamente), o seu empréstimo a Espanha e à França. Parece-me que, neste país que é o nosso, os senhoritos da política sempre pecaram por não saberem avaliar situações e definir prioridades. Que cambada esta !...
LENINE RODRIGUES, UM ARTISTA BARREIRENSE
O artista barreirense Lenine Rodrigues (um antigo companheiro da escola primária da Verderena e ex-colega de trabalho 'chez' Morineau) admirando uma das suas próprias obras : a maqueta do famoso vapor (*) «Évora», que -durante muitas décadas- assegurou viagens entre a então chamada 'Vila Operária' e o Terreiro do Paço.
(*) Vapor era mesmo uma força de expressão das gentes do Barreiro. Porque o veloz «Évora» foi o primeiro navio a operar no estuário do Tejo com motores diesel. Este navio (construído na Alemanha em 1931) ainda existe; embora (infelizmente) bastante descaracterizado. Assegura, agora, viagens turísticas no rio Sado...
CA GANDAS TAMPAS !
Clamava Vasco Santana (em «A Canção de Lisboa», se não me engano) : «Chapéus há muitos, seu palerma !». OK, OK ! Mas, bonés como o deste companheiro de W. C. Filds, haverá assim tantos por aí ? -Eu cá duvido... E boinas XXXL, como a destes Caçadores Alpinos do exército francês. Já viram muitas ?
CURIOSIDADE SOBRE O 5 DE OUTUBRO DE 1910
Este antigo postal ilustrado é testemunha dos acontecimentos que -no dia 5 de Outubro de 1910- levaram à queda da dinastia dos Braganças. Nele se podem ver : as barricadas erguidas pelos populares nas ruas e praças de Lisboa, a manifestação dos republicanos diante da Câmara Municipal da capital, uma prisão de padres, acusados de simpatias monárquicas (e, talvez, de algo mais), os navios da Armada que apoiaram o movimento revolucionário e a partida para o exílio da família real. Este último episódio, ilustrado no canto superior direito desta colorida cartolina, mostra o embarque de D. Manuel II e da sua família nos barcos dos pescadores da Ericeira; que vão conduzir os desterrados ao navio «5 de Outubro», novo nome do famoso iate «Amélia». Navio no qual o rei D. Carlos I (assassinado pela Carbonária em 1908) se entregava a uma das suas actividades preferidas, a oceanografia
«BRINCADEIRAS DE URSO»
Repare-se nas garras afiadas destes ursos pardos da América do norte. Capazes de esfarrapar, literalmente, qualquer adversário que ouse afrontar esta espécie altamente agressiva e perigosa de animais selvagens...
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
«TEJO QUE LEVAS AS ÁGUAS»
Tejo que levas as águas
correndo de par em par
lava a cidade de mágoas
leva as mágoas para o mar
Lava-a de crimes espantos
de roubos, fome, terror,
lava a cidade de quantos
do ódio fingem amor
Leva nas águas as grades
de aço e silêncio forjadas
deixa soltar-se a verdade
das bocas amordaçadas
Lava bancos e empresas
dos comedores de dinheiro
que dos salários de tristeza
arrecadam lucro inteiro
Lava palácios vivendas
casebres bairros da lata
leva negócios e rendas
que a uns farta e a outros mata
Tejo que levas as águas
correndo de par em par
lava a cidade de mágoas
leva as mágoas para o mar
Lava avenidas de vícios
vielas de amores venais
lava albergues e hospícios
cadeias e hospitais
Afoga empenhos favores
vãs glórias, ocas palmas
leva o poder dos senhores
que compram corpos e almas
Leva nas águas as grades
de aço e silêncio forjadas
deixa soltar-se a verdade
das bocas amordaçadas
Das camas de amor comprado
desata abraços de lodo
rostos corpos destroçados
lava-os com sal e iodo
Tejo que levas as águas
correndo de par em par
lava a cidade de mágoas
leva as mágoas para o mar
(Este belo poema de MANUEL DA FONSECA foi musicado e cantado por Adriano Correia de Oliveira)
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