terça-feira, 30 de setembro de 2014

CUSTER

O homem aqui fotografado chamou-se George Armstrong Custer. Nasceu em 1839 na pequena localidade de New Rumley (no estado de Ohio) e sonhou ser, um dia, um militar famoso. O que conseguiu, depois de ter passado por West Point e de ter participado na fratricida Guerra Civil (também chamada Guerra de Secessão); que se desenrolou entre 1861 e 1865. Durante esse terrível conflito -que provocou centenas de milhar de mortos- George Custer mostrou ser um oficial de cavalaria agressivo, senhor de uma coragem pouco comum. Por essa razão, o estado.maior dos exércitos unionistas (fiéis ao presidente Abraão Lincoln) graduou-o, temporariamente, no posto de general de brigada. Quando ele tinha, apenas, 25 anos de idade ! Terminado o conflito entre estados, Custer fez tudo o que pôde para continuar num exército que desmobilizou o essencial dos combatentes da guerra civil. Como, aliás, era de esperar. Conseguiu os seus intentos e, no seu novo e definitivo posto tenente-coronel, foi enviado para o Oeste, onde recebeu o comando do recém-formado 7º Regimento de Cavalaria dos Estados Unidos. Inexperiente na guerra contra as nações ameríndias da Grande Pradaria (Sioux, Cheyennes, Arapahos e outras), convenceu-se de que facilmente as poderia vencer e submeter. Não sabia, o presumido oficial, que aqueles guerreiros de aspecto primitivo -montados em nervosos mustangs- constituíam a melhor cavalaria ligeira do mundo e que percebiam mais de táctica militar do que ele próprio, malgrado o seu diploma da academia de West Point. A carreira do 'general' Custer (como ainda lhe chamavam os seus homens) terminou, ingloriamente, no dia 25 de Junho de 1876 num obscuro vale do território do Montana, de nome Little Big Horn. Onde ele, imprudentemente, se encontrou à hora errada. Com o regimento cercado por um milhar de guerreiros -comandados por caudilhos tão famosos quanto o eram Sitting Bull, Crazy Horse ou Gall- as tropas de Custer pouco puderam fazer para conter o ímpeto dos pele-vermelhas, excitados pela presença daquele a quem eles chamavam Longa Cabeleira ou, com desprezo,  'Papoose Killer', por causa de um incidente ocorrido meses atrás e que não vem agora a propósito. Do quadrado formado num morro de Little Big Horn nenhum homem do 7º de Cavalaria escapou com vida nesse fatídico dia. A coluna de socorro que por ali apareceu, horas depois da batalha e após dispersão dos pele-vermelhas, contou 268 mortos. Entre os quais se encontrava o seu presunçoso comandante, George Armstrong Custer. Que acabara por ganhar a fama que tanto desejara. Mas da pior maneira e na mais trágica das circunstâncias. O mito do 'Boy General', alcunha que também lhe foi dada durante a Guerra Civil, foi excessivamente ampliado pela literatura de cordel e, sobretudo, pelo cinema de Hollywood, que lhe consagrou inúmeras películas. Que, diga-se em abono da verdade, nem todas dignificaram a sua pessoa. Mas que, todas elas, ajudaram a construir a lenda.

VEÍCULOS DE OUTRORA

Este magnífico veículo (fotografado, presumo eu, que em Lisboa e na década de 50 do século transacto) é um pronto-socorro do Automóvel Clube de Portugal. É de marca Fargo e era usado, quando solicitado, em proveito dos sócios da referida associação de automobilistas. Nessas circunstâncias, neste veículo de assistência embarcava uma equipa de especialistas (geralmente constituída por mecânicos), que resolvia o problema 'in situ', ou procedia a remoção do veículo avariado (ou acidentado) para as oficinas. Na minha opinião, e depois de alguma pesquisa, parece-me que este veículo é produto da hábil transformação de um modelo de 1941 (o 3/4 1 ton.) fabricado pela Fargo-Canadá para os mercados de exportação. Mas, como não sou perito na matéria, não posso garantir o que aqui afirmo. Refiro que a Fargo foi, entre 1933 e 1978, uma empresa integrada no poderoso grupo industrial Chrysler Corporation, dos Estados Unidos. A fotografia aqui anexada (e que está na origem de todo este paleio) foi 'tomada por empréstimo' ao blogue «RESTOS DE COLECÇÃO», que eu visito assiduamente, por ser um dos mais interessantes que conheço. Convidando, por essa boa razão, toda a gente que me lê a fazer o mesmo. Espero que o seu autor e animador me perdoe esta e outras bem intencionadas usurpações; que são totalmente desinteressadas.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

ASSIM VAI O MUNDO...

A febre hemorrágica Ébola continua a matar em África. Onde o número de mortos já ronda os 3 000. A doença, cuja propagação ainda se encontra na sua fase evolutiva, tem tocado, sobretudo, as populações da Libéria, da Serra Leoa e da Guiné-Conacri. Países desprovidos de meios para controlar o flagelo. Este mal, que constitui «uma séria ameaça à segurança (sanitária) mundial», como referiu recentemente o presidente dos Estados Unidos da América, não tem, no entanto, recebido apoios suficientes da comunidade internacional. Será porque não é considerado AINDA uma prioridade ? Responda quem souber. /// A abertura oficial das escolas já se verificou há várias semanas. No entanto, há ainda estabelecimentos de ensino que não têm o seu quadro de professores completo e muitas crianças e adolescentes que não têm aulas. É a política do ministro Crato em todo o seu esplendor.///// Com o fecho de inúmeros tribunais e com a transferência de milhares e milhares de dossiers -que transitam pelo país inteiro, como se fossem sacos de batatas- está instaurado o caos na Justiça deste país. Que já era aquilo que todos sabemos... A isso vieram juntar-se os caprichos do sistema Citius, que não anda, nem desanda. Coisa que não impressiona especialmente a senhora ministra, que teima em negar aquilo que todos veem (incluindo os profissionais do ramo) e reprovam. Depois de uma luta fratricida (que deixará cicatrizes no partido, embora os 'chefes' digam que não) os militantes e simpatizantes do P. S. escolheram António Costa como novo líder e, quiçá, futuro Primeiro-Ministro de Portugal. António Costa -tal como o seu rival- passou a campanha a fazer promessas e mais promessas. Ora disso estão os Portugueses fartos. Há 40 anos que os partidos que se têm revezado no poder andam a enganar este povo e a cercear as suas esperanças de viver uma vida mais digna e mais desafogada.  Porque se os senhores políticos tivessem cumprido o que prometeram e tivessem governado com decência e a favor de quem por cá trabalha e produz riqueza, o nosso país não teria chegado a este descalabro que todos veem. Eu, no que me toca, não acredito em homens providenciais. Acredito, isso sim, em políticas diferentes daquelas que os profissionais da coisa pública têm seguido há décadas; que só têm servido os poderosos (banqueiros corruptos e grandes empresários ávidos de ganhos fáceis) e que marginalizam todos os outros. No decorrer destas últimas semanas, nunca ouvi aos dois Antónios do P. S. palavras que me fizessem acreditar que, finalmente, essa gente tem um plano para o país, um projecto que dê outro rumo à economia, que crie empregos e que saque Portugal do atoleiro em que os chamados partidos 'do arco da governação' o mergulharam. Estou convencido, pois, que o que para aí vem é mais do mesmo daquilo que já nos foi servido. Infelizmente !!!

O FUTEBOL CLUBE BARREIRENSE DE OUTROS TEMPOS


Esta foi a equipa base do Futebol Clube Barreirense, que disputou o Campeonato Nacional de Futebol da 1ª divisão na temporada 1957-1958. Por essa época, eu (que era, então, um miúdo de 12 anos) assistia a todos os jogos disputados no extinto Campo (pelado) D. Manuel de Mello. Onde entrava, acompanhado por um parente ou por um desconhecido, escolhido ao acaso; e que (como todos os cachopos da vila) eu abordava depois de ter proferido a frase ritual : «Eh vizinho, deixe-me entrar consigo». Ninguém recusava o favor, o que bastante regozijava a malta. Mais tarde, fui sócio do clube, até à minha saída prolongada do país. Conhecia todos os atletas da fotografia aqui reproduzida. Alguns deles até muito bem, porque eram meus vizinhos. Belos tempos futebolísticos, onde o amor à camisola se sobrepunha a todos os interesses, inclusivamente os de carácter pecuniário. Talvez fosse por isso, que o futebol era uma festa. Onde a exaltação clubista raramente superava a compostura...

A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS

///////////////////////////////////////////Terra

Onde ficava o mundo?
Só pinhais, matos, charnecas e milho
para a fome dos olhos.
Para lá da serra, o azul de outra serra e outra serra ainda.
E o mar? E a cidade? E os Rios?
Caminhos de pedra, sulcados, curtos e estreitos,
onde chiam carros de bois e há poças de chuva.
Onde ficava o mundo?
Nem a alma sabia julgar.
Mas vieram engenheiros e máquinas estranhas.
Em cada dia o povo abraçava outro povo.
E hoje a terra é livre e fácil como o céu das aves:
a estrada branca e menina é uma serpente ondulada
e dela nasce a sede da fuga como as águas dum rio.


Este poema foi escrito, em 1941, por Fernando Namora, e faz parte do «Novo Cancioneiro» . Também prosador, Namora (1919-1989), é autor de «Retalhos da Vida de Um Médico» (o título mais conhecido da sua obra literária), onde ele conta as suas experiências de homem -com preocupações sociais- e de clínico.

FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (17)


Esta fotografia data do ano de 1929. O que jorra das janelas deste edifício de Detroit não é água. Mas sim álcool, proveniente de 'stocks' ilegais destruídos pela polícia. Era a época em que vigorava a Lei Seca, situação em que -em todas os Estados Unidos- se viveu uma autêntica guerra entre as autoridades (pelo menos aquelas que se não deixaram corromper) e os inúmeros 'gangs' de contrabandistas e de fabricantes clandestinos de bebidas fortes. Era o tempo de Al Capone e das famílias mafiosas, que dominaram o mercado ilegítimo de álcool e que, para defenderem os seus interesses, não hesitavam matar, inclusivamente os membros de bandos rivais nesse lucrativo negócio. A Lei Seca -que fora estabelecida em 1920, por influência das ligas antialcoólicas e de outros movimentos puritanos- foi abolida em 1933, durante o mandato de Franklin D. Roosevelt. E pode dizer-se que, durante esses 13 anos, nos 'states', ninguém morreu e sede...

A LAGOSTA QUE ESTÁ AO ALCANCE DAS NOSSAS BOLSAS

Há por ai gente com uma imaginação extraordinária. É o caso do autor (que desconheço) desta composição, que ele intitulou 'Lagosta de Pobre'. Que só me merece um pequeno e marginal reparo : a lagosta não tem pinças, tem antenas. Este espécimen será, pois, um lavagante. Ou, então, um híbrido, ao qual eu sugiro que se chame uma lavagosta... Que acham ?

DEVORADORES DE FLORESTAS

Durante as centúrias passadas -sobretudo até meados do século XIX- os navios (de guerra ou mercantes) eram, exclusivamente, construídos em madeira. O que muita gente não sabe é que, até ao aparecimento de navios com casco de ferro, para os realizar, era necessário derrubar florestas inteiras. Tomemos, a título e exemplo, o caso do «Victory», navio-almirante de Horácio Nelson na renhida batalha de Trafalgar. Para construir esse navio emblemático da marinha real britânica -que ainda hoje pode ser admirado em Portsmounth, cidade portuária do sul de Inglaterra- foram abatidas cerca de 6 000 árvores, 90% das quais eram carvalhos. Imagine-se, pois, a hecatombe ecológica a que obrigava a realização de um único navio... E, quando se sabe, que nesses recuados tempos (séculos XVIII e XIX), a Grã-Bretanha era a maior potência naval do mundo, com um efectivo de centenas de embarcações navegando sob a sua bandeira, é fácil deduzir a razia sofrida pelos bosques e matas da Velha Albion. Mas não choremos sobre o leite derramado, porque o progresso -ontem, como hoje- teve e tem um preço.

PORTUGAL CAMPEÃO DA EUROPA DE TÉNIS DE MESA

A selecção portuguesa de ténis de mesa conquistou, ontem (no Pavilhão Atlântico, em Lisboa), o Campeonato Europeu da Modalidade. O opositor dos atletas lusos foi o fortíssimo 'team' da Alemanha (6 vezes consecutivas vencedor do troféu continental e vice-campeão do mundo), que se inclinou por 3-1. Bravo ao trio formado por Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Monteiro, que obtém, assim, a primeira vitória portuguesa num campeonato internacional de 'ping pong'.

domingo, 28 de setembro de 2014

A PROPÓSITO DO LANÇAMENTO (EM FRANÇA) DE «O SENHOR DA GUERRA»

/////// Serão lançadas simultaneamente, no próximo mês, em França, as cópias DVD e 'Blu-ray' do filme «O Senhor da Guerra» (The War Lord»), realizado -em 1965- por Franklin J. Schaffner. Um cineasta que, infelizmente, caiu no esquecimento até dos próprios cinéfilos. Esta sua película é, quanto a mim, uma das melhores obras hollywoodescas tendo por quadro a Idade Média. A acção decorre na Normandia do século XI, e centra-se na figura de Chrysagon, um guerreiro que é encarregado pelo seu suserano de defender uma porção do território ducal das investidas dos Frisões. Mas que, instalado numa torre amuralhada mai-los seus companheiros de armas, acaba por comportar-se como um inimigo, tão odioso quanto os invasores. A situação complica-se, quando o senhor da guerra (aqui magistralmente encarnado por Charlton Heston) decide exercer o seu direito de 'cuissage' (*) sobre uma aldeã que deverá, em breve, contrair matrimónio com um dos seus submissos conterrâneos... Esta fita (em soberbo colorido) conta, igualmente, com a participação de outros bons actores, tais como Richard Boone, Rosemary Forsyth, Guy Stockwell ou Maurice Evans.

(*) esse direito, consagrado pela tradição medieval, consistia -para o senhor- em poder estabelecer uma relação de carácter sexual com as mulheres dos seus súbditos. Em relação às virgens, essa prerrogativa (também chamada 'jus primae noctis') permitia ao senhor feudal desvirginar a noiva na noite de núpcias.

DIXIT TALLEYRAND

A propósito da polémica que se instalou na classe política (mas não só) e que visa a pessoa do primeiro-ministro; que é acusado de (aqui há uns anos atrás) ter esquecido de declarar ao fisco uma soma substancial, só me ocorre dizer isto : «Há uma coisa ainda mais terrível do que a CALÚNIA, é a VERDADE». A verdade que incomoda e que não se diz, naturalmente... Esta citação é de Charles-Maurice Talleyrand (1754-1838), político, diplomata e pensador francês.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

VER E DEFENDER A NATUREZA

Os perigos que pairam sobre o planeta Terra -ameaçado pela ambição desmedida dos homens- e a consciência que já têm dessas ameaças certas pessoas, sensibilizadas para a defesa do bem comum, estão na origem de uma nova forma de fazer turismo. Um turismo muito virado para a vida selvagem e para lugares ainda impolutos, ainda preservados. O turismo ligado ao avistamento dos cetáceos, por exemplo, já tem, em Portugal (sobretudo no estuário do rio Sado e nos mares da Madeira e dos Açores) alguma expressão. O mesmo se passa noutros países, onde acorre muita gente, desejosa de avistar -em liberdade- espécies que foram alvo de uma caça desenfreada, que, por pouco, não as levou à extinção. Neste momento, só o Japão ainda extermina os maiores animais da Criação (baleias e cachalotes) sob o falacioso pretexto da investigação científica. E só a China e outros países da Ásia ainda aniquilam anualmente milhares de tubarões (e outros esqualos) para lhes 'aproveitar' a barbatana dorsal. Abandonando, depois, esses animais a uma morte horrível. Isto, sob a ignóbil escusa, de que tal barbatana (transformada pelos traficantes) constitui um poderoso estimulante sexual. O que é -está cientificamente provado- uma mentira descarada. Neste caso, pode perguntar-se até onde pode levar a ambição do homem ? E se, para fazer dinheiro, é legítimo destruir, por vezes de maneira irreversível, as espécies que partilham connosco a casa comum ?

OS PRESUNTOS BASCOS

Fotografia mostrando um mercado de rua em França. O comerciante que aqui vemos vende presuntos e enchidos originários do País Basco. Nessa região fronteiriça, os presuntos podem ser de Bayonne, de Bigorre ou dos vales pirenaicos de Ossay, de Aure, dos Aldudes, etc. Cada um deles tem as suas próprias características, a sua própria técnica de afinação, o seu próprio sabor. Mas todos eles são confeccionados com pernis de porcos de duas raças regionais : o porco preto local (a não confundir com o seu homónimo ibérico) e o porco 'pie' do País Basco, que como o seu nome indica é bicolor. Ambos se alimentam, essencialmente e durante uma boa parte do ano, de castanhas e de outros produtos naturais das florestas e prados da região. Além (no Inverno) de algumas rações, ricas em cereais. Menos célebres do que os seus congéneres de Espanha ou de Itália, estes presigos são altamente conceituados na velha Gália e até já fora das suas fronteiras. Para apreciá-los em toda a sua pujança, é necessário (como acontece com os seus rivais estrangeiros) recorrer a um bom fatiador, a um mestre na arte do corte, que saiba tirar o melhor partido das suas inegáveis qualidades saporíferas.

PEDRAS PRECIOSAS


Há também quem inclua os topázios no lote (restrito) das pedras preciosas. Mas os puristas dizem que não. Que a esse grupo só pertencem os diamantes, as esmeraldas, os rubis e as safiras, pedras aqui representadas de cima para baixo. Apesar disso, confesso que não me importaria nada de ter um punhado dessas decorativas (e subalternizadas) pedras, que se caracterizam pela sua singular beleza.

UMA FORTALEZA FLUTUANTE


Este poderoso navio é o «Tirpitz», irmão gémeo do couraçado «Bismarck», que o precedeu na marinha de guerra nazi. Foi afundado, a 12 de Novembro de 1944, por bombardeiros pesados da R.A.F. num fiorde da Noruega, sem nunca ter tido uma verdadeira vida operacional. O «Tirpitz» era um gigante de 52 000 toneladas (em plena carga), com 251 metros de comprimento por 36 metros de boca, que estava armado (no que à artilharia principal diz respeito) com 8 canhões de 380 mm, 12 de 150 mm e 16 de 105 mm. Vêmo-lo aqui (num desenho de autor que eu desconheço) navegando nos mares frígidos do norte da Europa -de onde praticamente nunca saiu- sobrevoado por um dos aviões bordo : um hidro de asa baixa e bilugar do tipo Arado Ar-196. Concebido para afrontar a armada real britânica em todos os oceanos do mundo, este navio (com mais de 2 600 homens de guarnição) recebeu um sistema propulsivo que lhe conferia uma autonomia de 8 870 milhas náuticas e uma velocidade máxima de 19 nós. No seu naufrágio pereceram 971 oficiais e marinheiros. «Em memória dos nossos mortos».

AS MINHAS CANÇÕES PREFERIDAS : «LA DERNIÈRE SÉANCE»



«LA DERNIÈRE SÉANCE»                           

La lumièr' revient déjà
Et le film est terminé
Je réveille mon voisin
Il dort comme un nouveau-né
Je relèv' mon strapontin
J'ai une envie de bailler
C'était la dernièr' séquence
C'était la dernièr' séance
Et le rideau sur l'écran est tombé
La photo sur le mot fin
Peut fair' sourire ou pleurer
Mais je connais le destin
D'un cinéma de quartier
Il finira en garage
En building supermarché
Il n'a plus aucune chance
C'était la dernièr' séance
Et le rideau sur l'écran est tombé
Bye bye les héros que j'aimais
L'entracte est terminé
Bye bye rendez-vous à jamais
Mes chocolats glacés, glacés.
J'allais rue des Solitaires
À l'école de mon quartier
À 5 heures j'étais sorti
Mon père venait me chercher
On voyait Gary Cooper
Qui défendait l'opprimé
C'était vraiment bien l'enfance
Mais c'est la dernière séquence
Et le rideau sur l'écran est tombé
Bye bye les filles qui tremblaient
Pour les jeunes premiers
Bye bye rendez-vous à jamais
Mes chocolats glacés, glacés.
La lumière s'éteint déjà
La salle est vide à pleurer
Mon voisin détend ses bras
Il s'en va boire un café
Un vieux pleure dans un coin
Son cinéma est fermé
C'était la dernièr' séquence
C'était la dernièr' séance
Et le rideau sur l'écran est tombé.
 
Letra : Claude Moine (nome de baptismo de Eddy Mitchell)
Música : Pierre Papadiamondis
Voz : Eddy Mitchell
Data de estreia : 1977
 
Esta nostálgica canção presta homenagem aos filmes de outrora e aos cinemas de bairro, hoje praticamente desaparecidos. Evoca também uma popular emissão do canal de televisão francês FR3 -que eu segui interessadíssimo durante muitos anos- que privilegiava a difusão do cinema western e de aventuras dos anos 50. Essa emissão (La Dernière Séance) era animada pelo próprio Eddy Mitchell (pioneiro do rock n' roll em França e actor), que abordava as fitas apresentadas de maneira muito didáctica, de maneira muito interessante. Belos tempos esses !!!

Convido os seguidores deste blog (sobretudo os francófonos) a apreciarem a canção «La Dernière Séance» no 'you tube', onde existem várias possibilidades de audição.
 
 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

UM MUNDO DIFERENTE... AQUI TÃO PERTO

Passei 3 agradáveis dias da passada semana numa cidade espanhola da região autonómica da Extremadura. Na cidade de Mérida, que, geograficamente, se situa mais perto da minha aldeia alentejana do que de Lisboa. Quer dizer, uma terra que está mesmo aqui à mão de semear e que nós, Portugueses, continuamos teimosamente a ignorar. Lamentavelmente ! A primeira vez que lá estive foi em Janeiro de 1965 (há uma eternidade !) e da cidade monumental pouco, então, vi e apreciei. Devido, primeiramente, aos constrangimentos próprios dos tempos do franquismo, mas também ao facto da cidade ainda não oferecer os atractivos turístico-culturais que hoje os seus visitantes tanto apreciam. Porque, nos nossos dias, a antiga capital da Lusitânia romanizada é um gigantesco e riquíssimo museu a céu aberto. Uma cidade histórica com um património monumental impressionante, que faz dela (como diz um bem pensado 'slogan' turístico) «a Roma da Extremadura». São inúmeros e grandiosos os vestígios do seu passado imperial e que, só por si, justificam uma visita mais ou menos demorada à antiga Emerita Augusta. Eu tive a oportunidade de visitar (com um único bilhete de 6 euros; porque tenho mais de 65 anos de idade) o Teatro e Anfiteatro, a 'Alcazaba', a Zona Arqueológica Morería, a Cripta Santa Eulalia, o Circo Romano e a Casa Mitreo e Columbários. Entrei gratuitamente (também pelas mesmas razões) no extenso e valioso Museu Nacional de Arte Romana, percorri parte da famosa e bem preservada ponte -ligando as duas margens do Guadiana- que foi a mais extensa de todo o Império. Dei uma volta completa e panorâmica (por 3,50 euros) à capital da Extremadura e passeei pelas ruas e praças de Mérida, onde fervilha uma vida social e uma animação que nada têm a ver com as das nossas cidades e vilas. Isso devido, com certeza, a uma maneira diferente e mais aberta de encarar a existência e os tempos de crise. Outra componente preciosa dessa minha curta viagem foi a gastronómica. Pois tive o supremo prazer de almoçar nos dois melhores restaurantes da cidade -o «Rex Numitor» e o «Quintaesencia»- que merecem largamente (pelos pitéus apresentados,  pelo serviço prestado e pela simpatia) a reputação que têm. À noite, eu, e os meus três acompanhantes, limitámo-nos a provar as tapas e bebidas locais de circunstância; que também elas raramente desiludiram. O alojamento (2 noites) foi feito num hotel do centro da cidade (o «Rambla Emerita»), que, apesar das suas 2 modestas estrelas nos satisfez plenamente. Tanto a nível de acomodações, como de higiene, como de preço. E, já agora, aqui fica o meu agradecimento ao seu recepcionista Manuel Silva, um profissional competente e sempre amável. Fico cá com a ideia de que, qualquer dia, voltarei à Extremadura. Uma terra generosa e com encantos mil.

FINALMENTE !!!

Finalmente, o 1/2 milhão de Portugueses que 'beneficia' do pagamento do Salário Mínimo Nacional (SMN) conseguiu que a coligação Governo-Patrões-UGT assumisse um compromisso que colocará essa esmola nos 505 euros. Assim, esses trabalhadores vão passar -com os 17,80 euros de aumento mensal- a poder beber mais uma bica por dia. E alargar os benefícios do comendador Rui Nabeiro.  Pessoa que, diga-se de passagem, eu muito admiro pelo seu empreendedorismo e pela sua reconhecida generosidade. A verdade, voltando à vaca fria, é que os patrõezitos deste país foram ajudados -na sua grandessíssima bondade- pelo governo, que decidiu (neste período que já cheira a eleições) abdicar de parte (15%) da receita da TSU e assim aliviá-los de 'tamanho sacrifício'. Enfim, este país está cada vez mais triste e mais cheio de oportunistas, que fazem da exploração dos seus empregados um indecoroso modo de vida. Tenho dito !

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O QUE NOS APETECE (COM ESTE TEMPO)

Começou agora o Outono, mas as condições de tempo que a Natureza nos está a impor assemelham-se mais às que, habitualmente, suportamos no Inverno : chuva abundante, temperaturas frescas (sobretudo quando chega a noite) e algum vento. Enfim, tudo se conjuga para que o nosso estômago reclame pratos mais consistentes e aconchegadores do que aqueles que são próprios da última das estações intermediárias. Como este planturoso 'cassoulet', uma especialidade da culinária francesa do Sudoeste. E uma tarte 'aux pommes', originária, esta, da verde e chuvosa Normandia. Que vos parece ?

ESPECTÁCULO DO PASSADO...


Nas três primeiras décadas do século XX (até vésperas da Segunda Guerra Mundial) não era raro assistir ao belo espectáculo que a ilustração documenta : ver navegar, ao mesmo tempo, navios a vapor e veleiros de grande porte. Estes últimos, sobreviventes de séculos transactos, acabaram, no entanto, por desaparecer completamente. À excepção, todavia, dos navios destinados à iniciação nas artes de marinharia; como aconteceu, por exemplo, no nosso país, com a barca «Sagres» ou com o antigo lugre bacalhoeiro «Creoula». Os vapores também não duraram muito mais tempo, cedendo o passo a navios dotados com outros sistemas de propulsão, mais modernos, mais 'performantes' e, sobretudo, menos poluentes.

UMA CLAUDIA FRANCO-ITALIANA

Contrariamente àquilo que muita gente possa pensar, Claudia Cardinale não é uma actriz italiana. Ou melhor, não o era quando, em 1956, encetou a sua carreira no cinema. Um dia ouvi-a dizer -numa entrevista- que ela só começou a aprender a língua dos transalpinos (que era também a dos seus pais, emigrados na Tunísia) após um primeiro convite para fazer cinema na Cinecittà. A primeira fita 'made in Italy' protagonizada pela belíssima Claudia intitulou-se «I Soliti Ignoti» e a sua voz teve que ser dobrada. Assim como os seguintes filmes rodados na Bota, até que a actriz -que foi educada em escolas francesas- acabasse por adquirir vocabulário e ganhasse um sotaque aceitável. Depois disso, Claudia Cardinale -que hoje tem a dupla nacionalidade- rodou sob a direcção dos melhores cineastas mundiais, nomeadamente italianos. A fotografia anexada a este 'post' mostra-a no auge da sua beleza, numa cena sensual da película «La Viaccia» (de Mauro Bolognini, 1961). A seu lado está Jean-Paul Belmondo, o outro  actor principal do elenco.

IDEIA ERRADA

Quando eu era pequenote usava correntemente (como muitas outras pessoas do meu tempo) a expressão 'roscofe patente' para designar um artigo de fraca qualidade e/ou de procedência duvidosa. Não sei quem me transmitiu essa ideia... Mas foi, certamente, alguém do meu círculo de familiares e amigos, a quem ouvi, repetidamente, esses termos. Hoje, sei que se tratava de uma ideia falsíssima, já que a tal 'roscofe patente' era uma expressão derivada de uma marca (registada) de relógios suíços de alta precisão. Relógios que ainda hoje existem e que são vendidos a preços incompatíveis com a bolsa de um reformado português. A não ser que o dito seja reformado da banca de negócios ou um jubilado da Assembleia da República. Com efeito, um relógio de pulso da marca Roscopf Patent -um dos mais caros do mundo- custa (ao que me disseram) para riba de 10 000/12 000 euros. O que é obra ! Por isso (e aqui fica a dica), quando ouvirem alguém referir-se à 'roscofe patente' não fiquem convencidos de que se trata de um subproduto 'made in China', vendido numa das suas numerosas e populares lojas pelo equivalente a 10 tostões.

SALÁRIO MÍNIMO OU ROUBO DESCARADO ?

Prosseguem (desde há longos meses) as negociações entre parceiros sociais, para tentar passar o salário mínimo nacional (fixado, desde 2010, nuns míseros 485 euros mensais) para um patamar um poucochinho menos ridículo. Até agora sem resultado, porque os patrõezitos portugueses -que se contam, certamente, entre os mais sórdidos do mundo capitalista- teimam em negar mais uma notita de 20 euros aos seus escravos. Por um mês inteirinho de trabalho ! Relativamente a isso, eu cá continuo na minha e a pensar que gente dessa não deveria ser autorizada a abrir e/ou gerir uma empresa. Para mim, quem tem a ousadia de 'oferecer' (nos dias que correm) salários inferiores a 750 euros mensais aos seus empregados, deveria ser assimilado a esclavagista e corrido definitivamente do mundo empresarial. Essa tropa fandanga -que age com a cumplicidade do (des)governo que temos- não merece lidar com pessoas, nem reivindicar o estatuto de patrão. Porque, para ela, os Mercedes e as jantaradas passam antes (muito antes) do que deveria ser o bem-estar dos seus colaboradores. E, cúmulo da pouca vergonha, segundo os jornais que tenho lido nestes últimos dias, os 'patrões' ainda têm o descaramento, a desfaçatez, de tergiversar sobre o pagamento das horas extraordinárias e do labor efectuado aos domingos e feriados. Irra, que é demais !

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

ALERTA : PERIGO !

A poluição (e outras agressões) das águas do rio Amazonas e dos seus tributários constitui uma das grandes preocupações dos movimentos ecologistas brasileiros, em particular, e sul-americanos, em geral. Ao ponto, de um caricaturista (cuja identidade eu, infelizmente, desconheço) ter ilustrado, assim, o problema que já se apresenta : num futuro próximo, e persistindo nos erros, os únicos peixes que poderão pescar (ou caçar) as populações indígenas serão os que o 'cartoon' documenta.

FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (16)

Esta fotografia data da segunda metade dos anos 30 e mostra Herman Goering -um dos delfins de Hitler e chefe supremo da aviação militar do 3º Reich- condecorando elementos da 'Luftwaffe', que se distinguiram na guerra de Espanha. Do lado de Franco, o general fascista que se virou contra a República, naturalmente. Entre os agraciados estariam, certamente, alguns aviadores da Legião Condor que -no dia 26 de Abril de 1937- bombardearam selvaticamente a cidade aberta de Guernica (no País Basco), onde trucidaram centenas de civis indefesos e onde destruíram património histórico e muitas casas de particulares. Este ensaio geral para cometimentos de maior vulto durante a 2ª Guerra Mundial, deu à força aérea dos hitlerianos uma visível vantagem inicial contra os seus adversários Aliados. Que acabaram, no entanto, por esmagar, em 1945, a arrogância e o poderio do regime mais odioso que a Humanidade conheceu. O supracitado marechal Goering foi um dos responsáveis da corja nazi que deveria ser julgada pelos seus crimes no tribunal de Nuremberga. Mas, fugindo às suas responsabilidades, esta ignóbil personagem (que também coordenou, na Europa ocupada, a pilhagem sistemática de obras de arte) suicidou-se na prisão, ingerindo uma cápsula de cianureto.

CHUVA, CHUVA E MAIS CHUVA

Depois de um Verão atípico, com muita precipitação e vento, foi-nos dito pelos senhores do serviço meteorológico que a Natureza nos compensaria, em Setembro, com dias mais amenos. Ora, as nossas esperanças foram traídas; porque o mau tempo persiste, com grossas chuvadas. Na minha região (Alto Alentejo) então é uma desgraça. As chuvas diluvianas não nos dão tréguas. Ontem fomos fustigados por aguaceiros tremendos e, já esta manhã, choveu a potes. Ao ponto de não se poder sair de casa. Será isto consequência dos atentados que todos os dias o homem comete contra a Natureza, ou um dos seus caprichos passageiros ? A ver vamos... Esperando, porém, que -ainda este ano- sejamos contemplados com uma semanas de bom tempo. Porque é bom para o moral dos Portugueses, a braços com difíceis problemas de outra ordem...

terça-feira, 16 de setembro de 2014

«SERENATA À CHUVA» E OUTROS MUSICAIS...

Confesso que não sinto grande apetência por filmes do género musical. Devido, talvez, ao facto de eu ser, em relação à arte de Euterpe, um perfeito analfabeto. Mas sou um analfabeto que tem consciência do seu estado e pena de o ser. E que muito gostaria que aulas de música passassem a integrar o programa escolar obrigatório das nossas crianças. Para que não acabem todas como eu. Que sou nessa matéria, repito, um perfeito ignorante. Para voltar ao tema do cinema musical, quero dizer que há, no entanto, dois ou três filmes do género que eu adoro. Estou a lembrar-me, por exemplo, de «Amor sem Barreiras» («West Side Story»), que eu vi -com muita emoção- aquando da sua estreia em Portugal e do qual conservo (na minha DVDteca) uma magnífica cópia. Mais antigo e, porventura, menos atraente para as pessoas da minha geração, «Serenata à Chuva» («Singin' in the Rain») também exerce no cinéfilo que sou algum fascínio. Mais, talvez, pela sua coreografia do que pela música e canções, que datam dos anos 20 do século passado; embora esta bonita fita de Stanley Donen e de Gene Kelly tenha estreado em 1951. Mas, há outros títulos que, naturalmente, me deslumbraram. Como, por exemplo, «Amadeus», a obra-prima de Milos Forman (1984), filme do qual também possuo uma cópia impecável. Tudo isto para dizer que, mesmo o mais desalumiado dos amadores de cinema pode encontrar uma grande satisfação no visionamento de uma obra pertencente a um género fílmico, que, 'a priori', ele despreza. Muitas vezes por ignorância, como já confessei. Todo este palavreado para dizer, também, que já encomendei um DVD novo de «Serenata à Chuva», para substituir a velha cópia (gravada da TV há muitos anos) que figurava na minha colecção privada. Pelo preço de dois maços de tabaco (que eu não compro, porque felizmente nunca fumei), não vale a pena uma pessoa privar-se de tamanha maravilha.

NOTAS SOLTAS


A ex-minustra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues foi (na passada semana) condenada a uma pena de prisão de 3 anos e meio. Com pena suspensa. Pelo facto de ter feito uma adjudicação directa, sem concurso, da qual terá beneficiado o irmão de um seu colega de partido, também ele, antigo membro do governo. Tomei nota. E agora aguardo que se sentem no banco dos réus os protagonistas de outros 'casos lesivos do interesse nacional', como, por exemplo, o da obtusa venda de submarinos à nossa Armada. Em cujo negócio se volatizaram -como é sabido- milhões de euros em subornos e outras manigâncias. E, confesso, anseio por saber qual a pena de cadeia que lhes será aplicada... /////// Prossegue e agrava-se o confronto entre professores -cuja classe perdeu milhares de postos de trabalho desde que Nuno Crato assumiu funções- e o ministério da (in)Cultura. Pois, porque não há volta da dar-lhe. Um gabinete que fecha escolas às centenas, que semeia o caos no ensino e que se incompatibiliza com os seus agentes, não merece a estima de quem gostaria de ter jovens com uma escolaridade tranquila. Factor indispensável para a aquisição de mais e de melhores conhecimentos. Parece-me que, a este ministro conflituoso e sem visão, basta que os Portugueses saibam soletrar e contar até 20. Para os tornar, como no passado, mais mansinhos e servis ? Aqui fica a pergunta... /////// Segundo os jornais do dia, a NATO levou para a Ucrânia uns 4 000 militares. Que, em conjunto com o exército local, ali vão proceder a manobras militares. Exercícios bélicos que, segundo o porta-voz da Aliança Atlântica, «nada têm a ver com a situação que reina no leste do país». Mas quem é que esta gente quer mistificar ? A presença dos soldados da anacrónica NATO naquela sensível região da Europa oriental é mais uma acha atirada para a fogueira de um conflito que pode degenerar em guerra aberta, com consequências imprevisíveis para a paz e para a segurança no nosso continente. Quem é que ali quer criar uma zona de instabilidade ? E com que inconfessáveis fins ? Uma coisa é certa. Trata-se de um jogo perigoso, que as populações europeias recusam. Duas guerras planetárias e dezenas de milhões de mortos já nos bastam. O tempo é de discussão (pacífica) e de cabeça fria, para que se resolvam os problemas pendentes. No respeito de todos e sem sangue... /////// Os resultados da última jornada da liga de futebol parecem atestar que os chamados grandes não terão, esta época, a vida facilitada. Embora eu cá desconfie de que, no que respeita o título de campeão, será um deles que (como sempre) o conquistará. Porque isto da bola não se faz sem dinheiro, coisa que a maioria das equipas ditas de segundo plano não possui. Parece que os grandes também têm, na realidade, mais dívidas do que dinheiro. Mas beneficiam de crédito junto dos bancos, o que não é dado a todos. Enfim, o futebol é um mundo que cada ano que passa menos me fascina. Porque eu sou um dinossáurio, uma relíquia de um tempo passado, em que os jogadores transpiravam por amor à camisola; e não meros mercenários, que só correm (de um clube e de um país para o outro) atrás do dinheiro. Facto que deu ao chamado 'desporto-rei' uma nova dimensão, é certo, mas que, talvez um dia, acabe com ele...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

AS MINHAS CANÇÕES PREFERIDAS : «DOMINO»


«DOMINO»

Le printemps chante en moi, Dominique,
Le soleil s´est fait beau,
J´ai le cœur comme un´ boite à musique
J´ai besoin de toi,
De tes mains sur moi,
De ton corps doux et chaud,
J´ai envie d´être aimée Domino
Méfie-toi, mon amour, je t´ai trop pardonné
J´ai perdu plus de nuits que tu m´en as données
Bien plus d´heures
A attendre, qu´à te prendre sur mon cœur,
Il se peut qu´à mon tour je te fasse du mal,
Tu m´en as fait toi-même et ça t´est bien égal,
Tu t´amuses de mes peines, et je m´use de t´aimer.

Domino Domino
Le printemps chante en moi, Dominique,
Le soleil s´est fait beau,
J´ai le cœur comme un´ boite à musique
J´ai besoin de toi,
De tes mains sur moi,
De ton corps doux et chaud,
J´ai envie d´être aimée Domino.
Il est une pensée que je ne souffre pas
C´est qu´on puisse me prendre ma place en tes bras,
Je supporte bien des choses, mais à force c´en est trop...
Et qu´une autre ait l´idée de me voler mon bien,
Je ne donne pas cher de ses jours et des tiens,
Je regarde qui t´entoure prends bien garde mon amour.

Domino Domino
J´ai bien tort de me mettre en colère,
Avec toi, Domino,
Je sais trop qu´il n´y a rien à faire,
T´as le cœur léger,
Tu ne peux changer,
Mais je t´aime, que veux-tu?
Je ne peux pas changer, moi non plus,
Domino, Domino,
Je pardonne toujours, mais reviens,
Domino, Domino,
Et je ne te dirai plus rien.

(Letra de Jacques Plante,
Música de Louis Ferrari,
Voz de Lucienne Delyle).

Esta melodiosa canção de amor foi criada, em 1950, por André Claveau. E com ele deu a volta ao mundo. Só mais tarde seria incluída nos reportórios de Lucienne Delyle e de outros artistas, tais como os americanos Bing Crosby e Perry Como. Com quase 65 anos de idade, «Domino» nada perdeu do seu charme.

ouvir aqui :


https://www.youtube.com/watch?v=ddKHDxyBNr0

sábado, 13 de setembro de 2014

DIEPPE NA 'BELLE ÉPOQUE'

Este cartaz deverá datar dos primeiros anos do século XX. Dieppe, estância balnear da costa normanda, já exercia, então, uma grande atracção sobre os turistas nacionais (essencialmente provenientes de Paris e de Ruão) e estrangeiros. Estes eram sobretudo originários do sul de Inglaterra. Dieppe está ligada por 'car ferries', há mais de um século, ao porto britânico de Newhaven.  Navios nos quais eu tive a ocasião de embarcar (a partir da década de 70) para ir passar um dia do outro lado da Mancha : na já referida Newhaven ou na bonita cidade balnear de Brighton. Que saudades eu tenho desse tempo mais ou menos feliz, onde, sem a crise, tudo me parecia mais fácil...

ABACATE COM CAMARÕES

Para saborear todo o ano. Como uma deliciosa entrada de mesa, que se come à colher. Sirva como mostra a fotografia anexada : corte o fruto ao meio e, no espaço do caroço (previamente retirado) encha de maionese simples ou misturada com pedacinhos de gambas ou miolo de sapateira. Corte o cebolinho finamente e regue com sumo de limão. Enfeite com uma gamba grande, descascada e sirva com um copo de vinho branco nacional, frutado e bem fresquinho. Bom apetite !

O CARVALHO DE CALVOS

Já aqui tivemos a ocasião de referir a existência de árvores que são autênticos fenómenos vegetais. O chamado Carvalho de Calvos pertence a essa categoria de árvores excepcionais, que eu continuarei a divulgar. Esta, que cresceu na povoação que lhe deu o nome e que é uma freguesia do concelho da Póvoa de Lanhoso, distingue-se pela sua longevidade (pensa-se que terá mais de 500 anos !) e pelas proporções que atingiu. O Carvalho de Calvos, que é da espécie alvarinho, tem 23 metros de altura, 40 metros de diâmetro médio de copa, o seu tronco tem 7,40 metros de diâmetro e o seu perímetro (à altura do peito de um homem) é superior a 10 metros. Esta árvore gigantesca foi classificada de interesse público em 1997. E, nos terrenos que a circundam (numa área que cobre mais de 17 hectares), construíram as autoridades locais (Junta e Município) um centro interpretativo com várias valências : posto de informação e de venda de recordações, ecoteca, bar biológico, parque infantil, laboratório, auditório, parque de merendas, espaço de exposições, etc. Se um dia passar pela região, não deixe de visitar esta curiosidade natural.

ESQUIMÓ FREQUINHO !

Esta viatura data, muito presumivelmente, dos anos 50 do passado século. Pertenceu a uma empresa de venda de gelados -a Esquimaux- que adoptou o seguinte e sugestivo 'slogan' publicitário : «Prove um; verá que é bom». Disso não temos dúvidas.

FARÓIS DA BRETANHA

O litoral da Bretanha (antiga província francesa da costa atlântica) é um dos mais recortados e perigosos da Europa. Daí a necessidade de, ao longo dos séculos, ali se terem implantado alguns faróis para ajuda à navegação. Que é (e foi) muito intensa naquelas paragens. Alguns desses edifícios são monumentais e a sua construção foi um autêntico desafio a engenheiros e operários. Aqui deixo -para curiosidade daqueles que se interessam por este assunto- a ilustração de alguns desses faróis e a sua localização. (A imagem pode ser ampliada com um simples clique do rato).

A F.P.F. SEM SELECCIONADOR

Depois da humilhante derrota contra a Albânia, em Aveiro, a FPF e Paulo Bento decidiram dar por terminada a sua colaboração. Veremos se os recentes desaires de uma selecção de futebol que chegou a alçar-se aos lugares de honra do 'ranking' mundial, têm alguma coisa a ver com o trabalho do seu responsável no terreno. Ou se o mal que a enfraqueceu é mais grave e profundo e está ligado (como para aí se diz) com as imposições de um conhecido 'mercador de jogadores', que -por razões de ordem mercantilista- tem influído nas escolhas feitas. A ver vamos. Como dizia o cego...

SOBRE A TRÁGICA SITUAÇÃO NO PRÓXIMO ORIENTE

Na crónica 'Segunda Opinião', que assina num dos nossos mais populares títulos da imprensa escrita, Rui Pereira -professor universitário e antigo ministro- diz o seguinte, referindo-se à catástrofe (política, militar e humanitária) que devasta os países de Próximo Oriente : «...temos de aprender uma lição cuja ignorância se tem revelado fatal nos mais variados países e regiões. Os inimigos dos nossos inimigos não são, necessariamente, nossos amigos. Até podem ser inimigos mais perigosos. É muito irresponsável desconsiderar as consequências previsíveis das nossas ações. Derrubar Saddam, por exemplo, para promover o regresso à Idade Média e a caça aos cristãos não parece ter sido boa ideia. Apoiar uma primavera árabe que ameaça transfigurar-se em inverno fundamentalista pode revelar-se ainda pior». ///////  Ena pá ! Os nossos intelectuais descobriram isto agora. É pena não o terem dito ao tempo da segunda guerra do Golfo -quando Bush Jr., imprudentemente, deu o pontapé no vespeiro iraquiano- e aqui há dois anos atrás, quando EUA, Turquia e Europa ocidental se aliaram para destruir o regime sírio. Regime que, durante décadas, garantiu no Levante (e apesar das suas falhas e insuficiências) paz e alguma prosperidade às populações hoje destroçadas ou praticamente abandonadas às mãos criminosas dos jihadistas. Por isso, eu persisto em dizer que os grandes culpados da situação dramática que hoje se vive naquela região do mundo têm nome. E tem responsabilidades gravíssimas que não assumem por inteiro. É aos líderes ocidentais e a mais ninguém, que se deve o descalabro actual. Descalabro que já causou a morte de muitos milhares de inocentes e que ameaça a paz mundial. Que vergonha !