///////// «Nenhum caminho de flores conduz à glória»
Jean de La Fontaine, poeta e fabulista francês (1621-1695)
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
NOS TEMPOS DA OUTRA SENHORA...
De vez em quando aparecem, na Internet, campanhas que têm -como objectivo fundamental- reabilitar a sinistra figura de António de Oliveira Salazar, o ditador de triste memória, que espezinhou Portugal durante várias décadas. Desta vez, circula por aí uma vinheta avulsa com a imagem e o texto aqui reproduzidos. E que eu quero comentar brevemente, porque tenho uma ideia precisa sobre o homem e o seu regime; que me foram impostos durante 19 longos anos da minha vida. Diz o texto em questão o seguinte : «No meu tempo não havia greves e toda a gente trabalhava...». Pura mentira ! Havia greves, que eram reprimidas com sangue e com muita pancadaria pela antecessora da PIDE, pela GNR e por outras forças militares ou militarizadas, afectas ao regime. Nos anos 50 e 60 do século XX, no Barreiro, onde eu então vivia, toda a gente ainda se lembrava das greves e manifestações populares ocorridas em 1943 e que terminaram com agressões torpes, com prisões de operários da CUF (empresa onde eu trabalharia muitos anos mais tarde) e com despedimentos colectivos. Mas outras greves e protestos ocorreram no país, sobretudo nas vilas e cidades industriais. Quanto ao trabalho para todos, posso dizer que tal afirmação é falaciosa. No Portugal do tempo havia muita fominha provocada pelo facto de não haver abundância de trabalho e de os poucos empregos disponíveis serem miseravelmente remunerados. Também no mundo rural foram organizadas greves de trabalhadoras, tendo sido, muitas delas, esmagadas de maneira brutal. Ocorreram, sobretudo, nos campos do Ribatejo e do Alentejo, onde o sangue correu mais do que uma vez. Diz ainda o panfleto em apreço que «...Havia educação, paz, respeito e ordem». Mentira ! A paz e a ordem eram impostas pelas baionetas e a educação dos Portugueses desse tempo é pura aldrabice. Aliás, como era possível tal estado de coisas num país com 60% de analfabetos ? A maioria dos Portugueses do tempo de Salazar era, isso sim, gente submissa e, regra geral, amedrontada. Porque todos sabiam que, pisando o risco traçado pelas leis fascistas, iriam sofrer as consequências impostas por um regime de terror. Que eu bem conheci e que, por essa razão, me cabe aqui denunciar. Veementemente !
E, já agora, quero também deixar aqui uma amostra (publicada aqui há uns meses atrás nas páginas de um conhecido semanário) demonstrativa daquilo que era o 'paraíso' salazarista. Se ampliar a imagem poderá ler um elucidativo texto sobre as escolas da ditadura nos anos 40.
Para finalizar, quero ainda aqui deixar uma foto de Salazar (à esquerda) com 'aquele abraço' dado ao único amigo que lhe restou, na Europa, depois do fim da 2ª Guerra Mundial e das subsequentes quedas de Hitler e de Mussoulini : Franco, o ditador vizinho; que foi o principal protagonista de uma sangrenta guerra civil, que fez (segundo alguns historiadores) perto de 1 milhão de mortos.
SPORTING TRUNFANTE
Assisti no domingo, pela televisão, ao jogo disputado, em Alvalade, entre o Sporting e o F. C. Porto. E, apesar de ser simpatizante (não-faccioso) do Benfica, não me custa nada afirmar que a equipa orientada por Jardim é a que melhor e mais bonito futebol está a produzir esta temporada. Confesso que me regalei durante todo um jogo que os leoninos só não ganharam devido à diabólica eficácia do guarda-redes do adversário; que foi um digno e heróico suplente de Helton. Espero que a jovem e habilidosa equipa de Alvalade continue assim : a produzir futebol de alta qualidade. Para glória da modalidade e benefício daqueles que neste país -independentemente do seu emblema favorito- ainda gostam (e são cada vez menos, embora não pareça) do espectáculo proporcionado pelo chamado desporto-rei. Viva o Sporting !
MENSAGEM DE FIM DO ANO PARA OS VENDEDORES DE BANHA DA COBRA
«Ó pacóvio, toma lá mais uma dose de produto e dá-me cá o teu voto».
Os costumeiros e desavergonhados vendedores de banha da cobra da política, depois de terem feito deste país aquilo que está à vista de todos (uma terra com centenas de milhar de desempregados, entre os quais já reina a fome e o desespero), prometem-nos agora o paraíso ! Lá para Maio ou Junho, aquando da partida da 'troika'... Ora, toda a gente sabe que isso é pura mentira; que por essa altura Portugal continuará endividado até aos olhos e que os 'nossos' credores não vão, de modo algum, aliviar a pressão sobre o nosso país e as suas legiões de zé-pagantes. Segundo as previsões de economistas independentes e honrados, é quase certo que o ano de 2014 será bem pior do que este que hoje finda. Que os cortes nos salários, pensões e reformas se vão acentuar e que a situação continuará a degradar-se, sempre com os mesmos (os mais pobres) a pagar a factura da incompetência e das negociatas (submarinos, swaps, venda a vil preço de património público, etc) que arruinaram e continuarão a arruinar o país e a impedi-lo, no futuro, de se desenvolver. E eu continuo na minha, dizendo que é urgente e salutar pressionar esses bufarinheiros da desgraça, esses vendilhões de ilusões, a abandonar rapidamente o poder. Para que Portugal não soçobre, irremediavelmente, num abismo de onde leve muitas décadas a emergir. Nessas circunstâncias, exijo -enquanto cidadão livre deste país- que este governo incompetente que temos, se cure definitivamente do 'síndroma do carro preto' (como diria um comentador do Eixo do Mal, notório simpatizante do PSD) e que desampare a loja. Fora !
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
FELIZ NATAL !!!
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
QUIMERA
Eu quis um violino no telhado
E uma arara exótica no banho.
Eu quis uma toalha de brocado
E um pavão real do meu tamanho.
Eu quis todos os cheiros do pecado
E toda a santidade que não tenho.
Eu quis uma pintura aos pés da cama
Infinita de azul e perspectiva.
Eu quis ouvir as Cármina Burana
Na hora da orgia prometida.
Eu quis uma opulência de sultana
E a miséria amarga da mendiga.
Eu quis um vinho feito de medronho
De veneno, de beijos, de suspiros.
Eu quis a morte de viver dum sonho
Eu quis a sorte de morrer dum tiro.
Eu quis chorar por ti
Durante o sono,
Eu quis ao acordar fugir contigo.
Mas tudo o que é excessivo é muito pouco.
Por isso fiquei só, com o meu corpo.
**Rosa Lobato de Faria, poetisa, prosadora e actriz portuguesa (1932 - 2010)**
TELEFILME SOBRE A TRAGÉDIA DO «LACONIA»
Há muito tempo que procurava a cópia videográfica de um telefilme, que, em língua inglesa, se intitula «The Sinking of the Laconia». Depois de ter perdido a esperança de a encontrar em Portugal ou em França (países onde parece nunca ter sido editada), deparei-me (na passada semana) com uma versão 'blu-ray' numa loja de Badajoz, aqui ao lado, na vizinha Espanha. Já visionei a cobiçada cópia e confesso que fiquei muito agradado com a fidelidade histórica que caracteriza esta longuíssima metragem (175 minutos); que evoca um dos maiores e mais pungentes dramas marítimos ocorridos durante a 2ª Guerra Mundial. Trata-se, naturalmente, da tragédia provocada pelo torpedeamento do paquete britânico «Laconia» ao largo das costas da África oriental, ocorrido no dia 12 de Setembro de 1942. Repito, a história está muito bem contada e combina habilmente ficção com a realidade. Esta obra (fruto de uma co-produção anglo-germânica) intitula-se em castelhano «Laconia - El Hundimiento». Recomendo vivamente o seu visionamento, sobretudo àquelas pessoas que se interessam pela História do último conflito generalizado e que não tenham complexos em relação à língua de Cervantes. Que até é de fácil compreensão.
CHUMBO UNÂNIME DO T. C.
O Tribunal Constitucional considerou, ontem, que o chamado 'regime de convergência das pensões', proposto pelo (des)governo CDS/PSD é ilegal. Isso, apesar das pressões que sobre ele têm sido exercidas, de ignóbil maneira, diga-se de passagem, por todos aqueles que -em Portugal e no estrangeiro- querem levar por diante o infame processo de empobrecimento do nosso povo. Mas o (des)governo já se prepara, como aliás ameaçara despudoradamente, para colocar em acção o seu plano B; que consiste em ir-nos aos bolsos de outra maneira, sobretudo através da imposição de mais e mais taxas fiscais. Injustas, naturalmente, porque essas novas medidas de austeridade incidem, muito especialmente, quase em regime de exclusividade, sobre aqueles que menos têm. Deixando de lado os velhos e os novos milionários deste país (que, curiosamente, nestes tempos de crise, nascem como cogumelos em dias de chuva) ao abrigo de desagradáveis surpresas. Quanto a mim, as frequentes e repetidas tentativas de violar a Constituição da República Portuguesa por parte do (des)governo que desgraçadamente temos é revelador do seu carácter pré-ditatorial. E constitui um teste à vigilância do nosso povo e à das suas instituições democráticas. A nós de perceber essa tenebrosa manobras e de fazer sistematicamente barreira à acção nefasta de um grupo de rapazolas que anda a brincar com o fogo. É estranho, mas, por vezes, tenho a desagradável impressão que essa gente gostaria de nos impor a miséria e as regras próprias de um regime que ruiu estrondosamente na Primavera de 1974. Num tempo em que, neste jardim à beira mar plantado, despontavam os cravos...
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
DESCENDO O RIO...
O ROSTO DE LAWRENCE...
Faleceu ontem, num hospital de Londres, com 81 anos de idade, o actor irlandês Peter O'Toole; que foi o inesquecível rosto de Laurence da Arábia num famosíssimo filme realizado, em 1962, por David Lean. Da sua extensa filmografia, recordo ainda -sem consulta prévia de obras referenciais- «A Noite dos Generais», fita dirigida em 1966 por Anatole Litvak; que sem ser (penso eu) uma das suas melhores películas, me impressionou particularmente. Sobretudo pelo seu entrecho policial, que se desenrolava durante a 2ª Guerra Mundial, numa Varsóvia em chamas ocupada pelas tropas nazis. Aqui fica a minha modesta homenagem a este grande profissional formado na Real Academia de Arte Dramática, de Londres. Bye, bye Mister O'Toole !
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
NADIR AFONSO DEIXOU-NOS
O arquitecto e pintor português Nadir Afonso deixou-nos ontem aos 93 anos de idade. Artista de craveira internacional, Nadir Afonso trabalhou e privou com artistas de renome, tais como Le Corbusier e Óscar Niemeyer ou como os pintores Vasarely e Fernand Léger. Nadir Afonso (que expôs nas mais afamadas galerias do mundo) deixou inúmeras obras em museus e colecções particulares. Que prestigiam o seu trabalho e vão perpetuar a sua memória. O seu falecimento constitui, obviamente, uma grande perda para as Artes deste país que é o nosso.
MANOEL DE OLIVEIRA : 105 ANOS DE VIDA CONSAGRADOS AO CINEMA
Completou ontem 105 anos de idade o cineasta português Manoel de Oliveira. E pensam que ele está preocupado com a morte, que infalivelmente o alcançará, como a todos nós ? Desenganem-se. O genial autor de «Aniki-Bobó» está, neste momento e apenas, concentrado na ideia de captar financiamento para a sua próxima película... Que lição de vida ! (fotografia do jornal «O Público»).
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
BRINCOS DE CEREJA
sábado, 7 de dezembro de 2013
DECEMBER 7, 1941. REMEMBER !
Foi há 72 anos -em 7 de Dezembro de 1941- que os japoneses atacaram (de surpresa, sem prévia declaração de guerra) a base aeronaval norte-americana de Pearl Harbour, no Hawai. A mortandade aí ocasionada pelos nipónicos, exaltou os ânimos da população estadunidense e obrigou o governo de Washington a aliar-se às potências europeias, que já combatiam o eixo Berlim-Roma-Tóquio. Essa histórica decisão dos Estados Unidos da América deu à Segunda Guerra Mundial uma nova dimensão, arrastando, nomeadamente para a zona do Pacífico, forças militares de uma importância jamais vista naquelas bandas. A Europa também beneficiou, naturalmente, com a entrada em guerra do gigante americano; que, com o seu poderio industrial (principalmente), constituiu um ajuda decisiva para o reforço dos arsenais das nações (Reino Unido e URSS) que por cá resistiam, praticamente sozinhas, ao avanço dos exércitos hitlerianos. Acho que, no dia aqui assinalado, o império do Japão prestou, involuntariamente, um grande, um enorme serviço aos Aliados, despertando a fúria do titã adormecido. Porque esse acto insensato tornou claro (pela primeira vez deste que o conflito eclodira, em 1939) que alguma coisa iria mudar. E que o nazismo e os apaniguados de Hitler tinham os dias contados.
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
BENÇÃOS
Bem hajas, ó luz do Sol,
Dos órfãos gasalho e manto,
Imenso, eterno farol
Deste mar largo de pranto.
Bem hajas, água da fonte,
Que não desprezas ninguém;
Bem haja a urze do monte,
Que é lenha de quem não tem.
Bem hajam rios e relvas,
Paraíso dos pastores!
Bem hajam aves das selvas,
Música dos lavradores !
Bem haja o cheiro da flor,
Que alegra o lidar campestre;
E o regalo do pastor,
A negra amora silvestre !
Bem haja o repouso à sesta
Do lavrador e da enxada;
E a madressilva modesta,
Que espreita à beira da estrada !
Triste de quem der um ai
Sem achar eco em ninguém !
Felizes os que têm pai,
Mimosos os que têm mãe !
** Tomás Ribeiro, poeta português (1831-1901), in «D. Jaime» **
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
ADEUS MADIBA !...
Faleceu ontem à noite em Joanesburgo -com 95 anos de idade- Nelson Mandela. Que foi uma das figuras mais nobres e mais fascinantes da História Universal dos séculos XX e XXI. Artífice do desmantelamento do odioso regime de 'apartheid' (luta que ele pagou com 28 longos anos de cadeia), Mandela foi também o obreiro da transição sul-africana; que, sem a sua clarividência e a sua generosidade, teria resultado num trágico banho de sangue. Nelson Mandela foi, no seu tempo, um dos raros heróis globais. Obrigado por teres existido e por nos deixares um legado tão prenhe de humanidade. Que o teu exemplo nos inspire (a todos) até ao fim dos tempos.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
RECORDAÇÕES (9)
Quando eu era menino e frequentava a 3ª classe de instrução primária (grau escolar a que corresponde hoje, penso eu, o 3º ano do ensino básico) tomei conhecimento -no meu Livro de Leituras- de um texto que me deixou deveras impressionado. E que eu, ainda agora, sei quase de cor : «O Alcaide do Castelo de Faria». E isso, apesar de, entretanto, terem decorrido 60 longos anos ! O texto em questão (que eu só muitos anos mais tarde vim a saber ter sido inspirado num escrito do grande Alexandre Herculano) exaltava a figura e a atitude de um certo Nuno Gonçalves, alcaide de um castelo «que se ergueu no monte da Franqueira, a pouca distância da cidade de Barcelos», que terá vivido nos perturbados tempos de el-rei D. Fernando de Portugal; e que preferiu, num lance de fidelidade e de heroísmo, que «as lanças dos castelhanos» lhe atravessassem «o corpo com inúmeros golpes», do que incitar o filho a render-se ao inimigo. Esse texto, que ocupava -com um sugestivo desenho- apenas duas páginas do meu «Livro de Leitura da 3ª Classe», foi, sem dúvida, um daqueles que, desde muito jovem, despertaram o meu interesse pela História de Portugal e a minha natural propensão para amar (sem lamechices) este país que é o meu. Que, nesta segunda década do século XXI, tão maltratado é por alguns dos seus próprios filhos. Bastardos que o têm saqueado e desvirtuado, como se nós fôssemos uma qualquer nação, sem memória, sem honra, sem pergaminhos. Estamos num tempo em que os interesses colectivos deste povo são vendidos ao estrangeiro por indivíduos sem pátria, que se põem em bicos de pés para adquirirem, para eles próprios, estatuto e proventos, que não se coadunam, minimamente, com a generosidade de que este povo tem dado provas ao longo dos seus 9 séculos de existência. Gente que se esforça por eliminar da memória dos Portugueses as suas referências históricas e os seus motivos de legítimo orgulho nacional. Atente-se, por exemplo, no que essa gente está a fazer àqueles marcos importantes da nossa História -tais como o 1º de Dezembro e o 5 de Outubro- datas riscadas do calendário por obra e graça de quem gostaria (é por demais evidente) de apagar a própria identidade do país e de dissolvê-la numa amálgama de territórios controlados -política e economicamente- pela Alemanha de Angela Merkel. Não sou antieuropeu (até achei que a ideia e o espírito inicial da CE era uma boa coisa), mas não quero, de todo, o meu país submetido ao 'diktat' germânico. Até porque acho que num Portugal sem corrupção e sem incompetentes é possível viver livre e dignamente. Porque, ao contrário do que para aí se pretende, Portugal não é um país pobre. Pobre é a Suíça ! Só que esse país tem gente competente, trabalhadora e que, praticamente, não sabe o que é vender-se. Em relação às simbólicas datas da nossa História, agora desprezadas e lançadas às urtigas, espero que os governos vindouros as restabeleçam. Como é de sua obrigação !
SEM SURPRESAS : RONALDO É O MELHOR EM ESPANHA
Sem desejar alinhar no polémico confronto «quem é o melhor ?», quero assinalar aqui que o nosso compatriota do Funchal recebeu, esta semana, o troféu -atribuído pela «Marca»- ao melhor futebolista a actuar no campeonato espanhol. É verdade que o seu principal rival está momentaneamente fora de combate. Mas também é certo, que o Cristiano fez (está a fazer) uma das mais extraordinárias épocas da sua carreira de futebolista emérito. O exemplo do jogo Suécia-Portugal foi a demonstração final e perfeita do seu talento na 'arte' de jogar a bola. Portanto, se ele receber, no próximo ano, a cobiçada Bola de Ouro atribuída pela FIFA ao melhor jogador do mundo, ninguém deveria ficar surpreendido com isso. Nem mesmo o arrogantezito presidente da UEFA, um tal Michel Platini, que também adquiriu o (mau) hábito de lançar bocas. A exemplo do que fez (autorridicularizando-se) um seu colega austríaco do mundo dos futebóis...
«IMPUNIDADE»
Estou a ler um livro interessantíssimo sobre os casos de (grande) corrupção que abalaram Portugal nestes últimos 40 anos. Intitula.se «Impunidade» e é da autoria da jornalista espanhola Virginia López, que, nas suas bem documentadas páginas, reúne 15 casos que deveriam envergonhar toda a lusa gente e mobilizá-la para que -uma vez por todas- nos fosse dita a verdade sobre assuntos que dizem respeito a todo e qualquer cidadão. Toda a verdade, sobre assuntos e negociatas protagonizadas pelo poder político e, a maior parte das vezes, pelos figurões do poder económico, cuja acção nefasta tanto tem prejudicado o nosso país. Tanto do ponto de vista financeiro, como da sua imagem perante o mundo civilizado. Portugal, que é uma das nações da Europa ocidental mais marcadas pela corrupção, desceu mais um ponto (segundo os jornais desta semana) na escala assustadora dessa pouca vergonha. Virginia López refere o caso do BPN como um dos casos mais paradigmáticos e revela que, até Dezembro de 2012, só 12 das 300 testemunhas envolvidas nesse processo foram ouvidas pelos tribunais ! É bom lembrar que, no assalto do século (como já alguém lhe chamou), o estado já perdeu muitos milhares de milhões de euros; que o bom povinho português continua a pagar... Enfim, nas 300 páginas do livro em referência são escalpelizados os casos Camarate, do Fax de Macau, dos Hemófilos, do Saco Azul, da Universidade Moderna, da Casa Pia, Freeport, Apito Dourado, Portucale, Isaltino Morais, das Licenciaturas Relâmpago, dos Submarinos, Operação Furacão e Face Oculta, para além, naturalmente, do já citado ruinoso caso BPN. A leitura deste livro -que eu a todos recomendo vivamente- é elucidativa. E indispensável, para quem queira dar-se conta do pântano em que se encontra o nosso país; para onde foi atirado por figuras conhecidas, que deveriam estar -todas elas- atrás das grades. (A obra citada foi editada pel'A Esfera dos Livros e custa menos de 15 euros).
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
VIVA O 1º DE DEZEMBRO !
Apostado em apagar tudo o que cheire a patriotismo, o triste governo que temos decidiu eliminar do calendário de feriados o histórico dia 1º de Dezembro; data em que os Portugueses festejam a restauração do estado fundado em 1128 por D. Afonso Henriques. Indignados com tão espantosa ideia, os nossos compatriotas compareceram, ontem, em massa, na avenida da Liberdade (em Lisboa) para comemorar o evento e honrar os heróis de uma guerra pela independência, que durou 28 longos anos. Gostei ! E se não estive lá fisicamente, estive lá em espírito, com todas aquelas pessoas que não admitem que um bando de gente ignorante espezinhe os símbolos da Nação Portuguesa.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
CITAÇÃO
FUI COLHER UMA ROMÃ...
MAIS UM ATENTADO À ECONOMIA LUSA
////////// Com a extinção dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo -que funcionavam desde os anos 40 do passado século- o (des)governo que temos (que, recordo, se impôs aos Portugueses com promessas falaciosas, que nunca teve a intenção de cumprir) atirou abaixo o que nos restava de uma indústria secular, que começou nos primórdios da nacionalidade; e que se desenvolveu, muito especialmente, no reinado de el-rei D. Dinis (o tal «plantador de naus a haver», como lhe chamou Pessoa) e na época das Grandes Descobertas geográficas. Para além de por cobro, pois, a uma actividade tradicional (e rendosa, se bem gerida), o governo Portas/Passos atira para o desemprego mais de 600 operários e técnicos da acima referida empresa. E, segundo Luís Ceia, presidente da Associação Empresarial de Viana do Castelo, «mata 4 000 postos de trabalho na região». Isto, porque, como é sabido, muitas empresas do Norte, prestadoras de serviços e fornecedoras de bens aos ENVC, estão condenadas a desaparecer e a despedir, por via disso, um número considerável de colaboradores. Enfim, a desgraça continua, já que os senhoritos de Lisboa -que nós próprios pagamos e a quem garantimos tachos- continuam a privilegiar interesses alheios aos do nosso país e aos do nosso povo. Parece que os estaleiros em questão vão ser entregues a uma empresa privada (que depois de ter prosperado, essencialmente, à custa de obras públicas, parece ter agora grandes problemas de tesouraria), que vai alugar as instalações fabris por tuta e meia : 7 milhões de euros, por um período que se estende para lá de 2030 ! Parece que a dita empresa vai necessitar de 400 operários especializados; que ela, infalivelmente, acabará por recrutar entre os novos despedidos -gente de grande competência profissional- que a firma assim premiada pelo (des)governo terá ali disponível e à mão de semear. Resta saber, é quanto é que os homens da construção naval vianense (agora despedidos) vão perder do ponto de vista salarial e social... Enquanto esta escandaleira se desenrola à frente dos nossos olhos, os senhores Portas e quejandos continuam, impantes, a c... postas de pescada em tudo o que é canal de TV. Numa atitude de falta de vergonha desconcertante. Mas, quando é que nós nos vemos livres, definitivamente, desta turba de irresponsáveis, que, tal como os seus predecessores, anda a arruinar Portugal ?
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
«AMICI MIEI», FINALMENTE !
Procuro uma cópia DVD deste filme -realizado por Mario Monicelli em 1976- há muitos, muitos anos. Finalmente, aí está ela numa bem-vinda edição da FNAC. Infelizmente, sem versão legendada em língua portuguesa. Recordo-me de ter visto «Amici Miei», uma única vez, na TV francesa, há mais de 1/4 de século. Mas guardei uma recordação inapagável desta fita, que é -sem a sombra de uma dúvida- uma das grandes películas de Monicelli e uma das comédias mais engraçadas do cinema italiano. «Amici Miei» conta-nos a história de 4 amigos (originários da burguesia italiana, residindo em Florença), que passam os seus tempos livres a divertirem-se como as crianças travessas, que talvez tenham sido. O problema é que o 'quatuor' em questão é formado por cinquentões, que já deveriam ter juízo. Imperdível ! A interpretação é memorável, visto ter sido assegurada por actores com o profissionalismo e com o prestígio de Ugo Tognazzi, Philippe Noiret, Gastone Moschin, Adolfo Celi, Bernard Blier e Duílio del Prete, entre outros. Esta fita, que em francês se intitula «Mes Chers Amis» (a versão que eu vi), está à venda desde início do corrente mês e eu espero adquiri-la muito brevemente. Para matar saudades e para rir um pouco; esperando esquecer a crise que por aqui grassa... e desgraça.
SAUDADE DAS ILHAS
ILHAS DE BRUMA
Ainda sinto os pés no terreiro
Em que meus avós bailhavam o pezinho,
A bela aurora e a sapateia
É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos.
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra.
Se no falar, trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das hortênsias
No coração a ardência das caldeiras.
Trago o roxo, a saudade, esta amargura
Só o vento ecoa mundos na lonjura
Mas trago o mar imenso no meu peito
E tanto verde a indicar-me a esperança.
É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
Tenho verde, tanto verde, tanta esperança.
(Letra e música: Manuel Medeiros Ferreira)
domingo, 24 de novembro de 2013
O FUTEBOL NAS ARTES
Esta belíssima tela, é obra do insigne pintor brasileiro Cândido Portinari (1903-1962). Intitula-se «O Futebol» e mostra um grupo de meninos, de uma região rural, que se entrega á alegria de um jogo que virou indústria nacional. Indústria que 'fabricou' alguns dos heróis populares mais conhecidos e amados do Brasil moderno. Tais como Pelé, Garrincha, Gilmar, Zico, Tostão, Sócrates, Ronaldo, Neymar e muitas centenas de outros mais. Bem se pode dizer que esta obra de Portinari -o mestre pintor paulista- é uma homenagem a todos esses jogadores; que, todos eles, ou quase, começaram a dar os primeiros pontapés na bola, em peladas como esta que a pintura do artista tão bem ilustra.
O FADO DA DÉCADA
«PRINCESA PROMETIDA»
Há um véu no meu olhar
Que a brilhar dá que pensar
Nos mistérios da beleza;
Espelho meu, que aconteceu
Do que é teu e do que é meu
Já não temos a certeza
A moldura deste espelho
Espelho feito de oiro velho
Tem os traços duma flor
Muitas vezes foi partido
Prometido e proibido
Aos encantos do amor
Espelho meu diz a verdade
Da idade da saudade
À mulher envelhecida
Segue em frente na memória
Mata a glória dessa história
Da princesa prometida
Com letra da própria Aldina Duarte -que o canta magistralmente- este fado é, para mim, o Fado da Década. E digo isto com o máximo respeito por tudo o que de belo se fez no domínio de uma canção que agora é mais do que uma coisa nossa e que passou a pertencer ao Património Imaterial da Humanidade. Gostos não se discutem. Aceitam-se e contrapõem-se a outros, que não nos pertencem, mas que também têm o direito de ser defendidos. A música de «Princesa Prometida» (fado que faz parte do álbum 'Mulheres ao Espelho') é o triplicado de José Marques 'Piscaralete' - Pode ouvir-se facilmente no you tube e em vários 'sites' da Internet consagrados ao fado. Mas o melhor, é mesmo comprar o respectivo CD. A artista agradece, com toda a certeza, e a indústria nacional também.
sábado, 23 de novembro de 2013
UM ILUSTRE DESCONHECIDO
De costas voltadas para a imensidão do oceano Pacífico, numa atitude assumida de conquista das terras californianas que descobriu (para o rei de Espanha), João Rodrigues Cabrilho está personificado nesta estátua que domina a baía de San Diego, o mais importante porto militar da costa oeste dos Estados Unidos da América. Onde qualquer miúdo das escolas o conhece e pode resumir as suas façanhas. Contrariamente àquilo que acontece no nosso país, sua pátria, onde este insigne navegador do século XVI é praticamente desconhecido. De miúdos e de graúdos... Curiosidade : uma outra estátua foi erguida em honra de João Rodrigues Cabrilho em San Pedro Bay, no porto de Los Angeles.
O ASSALTO CONTINUA...
O assalto ao bolso dos Portugueses continua. E vai agravar-se, já no início do próximo ano, mercê da infame cumplicidade -com os senhores Portas e Passos Coelho- de toda a direita parlamentar. Direita que acabou de votar mais cortes nos ordenados dos funcionários públicos e nas reformas dos pensionistas do Estado. Isto, enquanto os banqueiros (que se encontram entre os verdadeiros culpados da crise) continuam a ser poupados pela mansuetude do desgoverno que temos. Simplesmente escandaloso e indigno ! Tenho um familiar próximo, aposentado da função pública, a quem foi surripiada (só neste mês de Novembro) a quantia de 1 000 euros em descontos. O que é, sem dúvida, um 'privilégio', visto haver por aí gentinha que fez, no mesmíssimo período, descontos superiores ao da soma que efectivamente recebeu... Será isto justo ? Será isto legal ? Será que o empobrecimento geral das populações contribui para o desenvolvimento do nosso país ? -Eu cá tenho sérias dúvidas sobre isso. Entretanto, sem o dinheiro dos fregueses para assegurar a sua continuidade, o comércio vai definhando e as lojas encerram portas. Assim como as fábricas que alimentam o sector. As empresas vão à falência, aos milhares, mandando para o desemprego legiões de trabalhadores. E o clima de contestação das pessoas vai aumentando. Aqui há dois ou três dias atrás foram as forças policiais do país (também elas na agonia) que manifestaram a sua hostilidade à política de sacrifícios continuados imposta pele troika e pelos seus leais servidores. Os militares ameaçam, também eles, participar numa próxima manifestação. E se isto acabar por dar bronca da grossa ? Quem vai assumir responsabilidades ? A pergunta fica no ar. Enquanto o assalto continua...
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
«WARUM MEIN VATER ?»
Ano de 1944 : após uma ocupação militar humilhante, que durou vários anos, a França foi libertada pelas tropas aliadas (sobretudo norte-americanas, canadianas e britânicas) que -a 6 de Junho- investiram vitoriosamente as praias da Normandia; e que, após violentos combates e o sacrifício de muitos milhares de mortos, fizeram recuar os exércitos nazis até aos confins da Alemanha. De uma Alemanha destruída por terríveis bombardeamentos aéreos e apanhada pela implacável tenaz formada pelas forças ocidentais supracitadas e pelos efectivos do temido Exército Vermelho do marechal Jukov. Que haveriam de conquistar Berlim (no dia 1º de Maio de 1945), a capital do 3º Reich. Depois deste introito, lembro-me que, afinal, do que eu queria falar neste 'post' (muito brevemente, como é óbvio), era de um dos dramas mais pungentes do pós-libertação da França : o da sorte reservada -pela generalidade dos franceses- às mulheres que praticaram aquilo a que eles chamavam, naqueles conturbados tempos, 'la collaboration allongée avec les boches'. Enfim, quero-me referir à violência histérica (e histórica) da qual foram alvo as mulheres que, durante a longa presença alemã, tiveram relações íntimas com os militares inimigos. Nesses dias agitados. essas mulheres (tivessem elas agido por amor, para assegurar a própria sobrevivência, para garantir o bem-estar dos seus em tempos de fome ou por razões menos justificáveis) foram objecto de brutalidades sem nome, por parte de gente que dizia agir patrioticamente e para devolver à França a honra perdida. Esse tempo foi, na realidade, uma época de atropelos à mais elementar justiça, que nunca foi vista nem achada aquando das torturas físicas e morais que foram infligidas às tais mulheres. Às vezes, por resistentes da última hora, cuja legitimidade assentava no simples facto de usaram uma braçadeira de um dos movimentos de partizans e de empunharem uma pistola. Naturalmente que não estou aqui a defender o colaboracionismo e a denegrir aqueles que nunca se vergaram à vontade dos ocupantes. Nem a estigmatizar os franceses em geral. Até porque actos desta natureza -que envolviam espancamentos, tosquiamentos, desfiles de mulheres nuas sobre as quais se lançavam injúrias e escarros, etc, etc- foram comuns a todos os países libertados da opressão nazi. Só estou aqui a dizer -com a frieza de alguém que observa os acontecimentos com um recuo de 70 anos- que esses 'linchamentos' na praça pública foram terríveis e causaram traumas -sobretudo nos filhos inocentes dessas uniões então consideradas pecaminosas e antipatrióticas- que perduram. Vem este meu palavreado a propósito de uma canção de Gérard Lenorman, que acabei de ouvir e da qual eu muito gosto, que se intitula «Warum Mein Vater ?». Cuja letra aqui deixo integralmente. Convém ainda dizer que o artista supracitado, nascido em 1945, é fruto da união (proibida) entre uma jovem francesa e um soldado alemão desconhecido. E que essa realidade marcou o cançonetista para toda a vida. Ao ponto de, com muita franqueza e com muita coragem intelectual, ele ter decidido romper o silêncio sobre as suas origens. Curiosidade : a fotografia anexada é da autoria do famoso repórter de guerra norte-americano Robert Capa e mostra uma mulher (aqui, por sinal, uma verdadeira colaboradora, militante de um partido pró-nazi) envolvida por uma multidão hostil. A foto em questão foi tirada em Agosto de 1945 e é conhecida pelo título «La Tondue de Chartres».
«WARUM MEIN VATER ?» (Pourquoi Mon Père ?)
En février quarante cinq, je suis né
Petit village de province, libéré
La jeune fille en crainte, délivrée
Jeté comme une lettre, un colis de promesses
Sans timbre et sans adresse!
Ma mère s´est débrouillée comme elle pouvait
J´étais les suites d´un homme du passé
Ses petits emplois de bonne, suffisaient
C´était pas la misère
Mais les amis de ma mère,
J´en avais rien à faire
{Refrain)
Warum mein vater
Traîne dans mon cœur
Warum mein vater
Mon enfance pleure
Warum mein vater
Traîne dans mon cœur
Warum mein vater
Mon enfance meurt
Aujourd´hui j´ai un fils blond comme les blés
Le jeu des générations a gagné
Mais resurgissent les questions, oubliées
Auxquelles personne ne répond
Alors je me suis fait un nom
Que mes enfants porteront
{Refrain}
Warum mein vater
Traîne dans mon cœur
Warum mein vater
Mon enfance meure
Mon enfance meure.
«WARUM MEIN VATER ?» (Pourquoi Mon Père ?)
En février quarante cinq, je suis né
Petit village de province, libéré
La jeune fille en crainte, délivrée
Jeté comme une lettre, un colis de promesses
Sans timbre et sans adresse!
Ma mère s´est débrouillée comme elle pouvait
J´étais les suites d´un homme du passé
Ses petits emplois de bonne, suffisaient
C´était pas la misère
Mais les amis de ma mère,
J´en avais rien à faire
{Refrain)
Warum mein vater
Traîne dans mon cœur
Warum mein vater
Mon enfance pleure
Warum mein vater
Traîne dans mon cœur
Warum mein vater
Mon enfance meurt
Aujourd´hui j´ai un fils blond comme les blés
Le jeu des générations a gagné
Mais resurgissent les questions, oubliées
Auxquelles personne ne répond
Alors je me suis fait un nom
Que mes enfants porteront
{Refrain}
Warum mein vater
Traîne dans mon cœur
Warum mein vater
Mon enfance meure
Mon enfance meure.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
SUÉCIA-PORTUGAL OU O DUELO ANUNCIADO ENTRE RONALDO E IBRAHIMOVIC
Assisti, ontem, através da televisão, ao embate futebolístico entre as selecções da Suécia e de Portugal, que teve lugar em Estocolmo. E, tal como milhões de Portugueses, deliciei-me com um 'match' equilibrado, mas francamente a correr melhor aos jogadores lusos; que não deixaram aos nórdicos a mínima possibilidade de vencer o desafio e de ganhar o direito de marcar presença no Mundial do Brasil, em 2014. Ambas as formações pugnaram para que brilhassem as suas duas superestrelas : Cristiano Ronaldo (do Real Madrid) e Zlatan Ibrahimovic (do Paris Saint Germain). Que cumpriram as promessas implicitamente feitas ao público, marcando todos os golos da partida. Que foram 'só' cinco ! Habituado a uma série de jogos medíocres, que a selecção das quinas disputou ultimamente contra formações que lhes eram inferiores, confesso que não estava à espera de tal brilharete. Ainda bem ! Até porque, para além de ter conquistado uma meta importante para o seu historial, os futebolistas nacionais também proporcionaram um espectáculo de grande qualidade técnica. Assim é que é bonito ! Assim é que eu gosto de futebol !
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
O ALENTEJO É BELO
Esta foto (de autor que eu desconheço) mostra uma das belíssimas praias de Vila Nova de Milfontes. No sítio preciso onde as águas doces do rio Mira se confundem com as águas salgadas do oceano Atlântico. Quem disse, quem pretendeu que o Alentejo é uma vasta e desolada charneca, abrasada pelo Sol, no caminho para a costa algarvia ? Certamente gente que desconhece tudo (ou quase) sobre a mais vasta região de Portugal. Que tem para oferecer -a todos aqueles que ousem lançar-se na sua descoberta- maravilhas naturais como esta e como outras, que se estendem da península de Tróia (no concelho de Grândola) até à fronteira do antigo reino mouro de Al Garb. O Alentejo (com os seus areais dourados e com o 'resto') é realmente uma maravilha; onde tudo -paisagens, monumentos, costumes, gastronomia- ainda está por descobrir. Sobretudo pelos nortenhos, que por aqui passam sem parar e sem olhar. Tal atitude faz-me lembrar, curiosamente, os Portugueses dos tempos das Grandes Descobertas, que acharam a África do Sul e que partiam dessa terra da África austral -a abarrotar de ouro e de diamantes- depois de aí fazerem aguada, para demandar as longínquas ilhas das especiarias. De onde muitos não regressariam. Séculos depois da descoberta das terras do cabo da Boa Esperança, outros aproveitariam o que os navegantes lusos desprezaram...
IR A NANTES E VER O ELEFANTE
Passei o último fim-de-semana na região de Nantes (no sul da Bretanha), onde vivem e trabalham a minha filha mais velha, o meu genro e dois dos meus netos. Netos que (como o tempo passa...) já vão a caminho dos 22 e dos 19 anos de idade. Foram uns dias bem passados, apesar das temperaturas serem inferiores de metade àquelas que se fazem sentir neste cantinho à beira mar plantado; que o Verão de São Martinho tem beneficiado com um tempo digno da mais formosa das Primaveras. Nantes, que é a quinta ou sexta cidade de França (no que respeita o número de habitantes), é uma urbe muito dinâmica, tanto do ponto de vista económico como cultural. A propósito desta sua última faceta, quero referenciar um espectáculo a que tive ocasião de assistir no domingo passado, assim como centenas de outras pessoas, ao qual os locais chamam 'o passeio do elefante'. Trata-se da saída de um enorme robot -representando um gigantesco paquiderme- que passeia no espaço outrora ocupado pelos famosos estaleiros navais da cidade. O 'bicho' faz parte de um projecto artístico verdadeiramente inédito, que se inspirou «nos mundos inventados por Júlio Verne (ficcionista natural da cidade), no universo mecânico de Leonardo da Vinci e na história industrial de Nantes». Na prática, trata-se de apresentar, à população local e aos turistas, a cidade de Nantes como «uma metrópole criativa de sonho e de fantasia». A máquina em questão -fruto da invenção dos membros de uma associação chamada 'Les Machines de Île de Nantes'- é realmente sensacional, visto pesar 45 toneladas e medir 12 metros de altura por 31 metros de comprimento por 8 metros de largura. E esta 'coisa' (que pode transportar 50 passageiros) move-se lindamente, ao mesmo tempo que solta urros e que rega os seus admiradores com intempestivos jactos de água vaporizada. Confesso que me entusiasmei como uma criança, o que pode parecer bizarro quando, na realidade, já me aproximo dos 70 anos de idade... Qualquer dia volto lá. Até porque a viagem aérea é assegurada regularmente, de Lisboa a Nantes, por uma companhia 'low cost', que pratica preços verdadeiramente incríveis. Mais baratos, em determinadas ocasiões, do que uma viagem de comboio entre a capital e a cidade do Porto.
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