sábado, 31 de dezembro de 2016
O ANO 2016 ESTÁ A ACABAR
Um novo ano está a chegar. E a aventura da Humanidade continua... Faço votos para que os últimos momentos de 2016 terminem -para todos- com serenidade e em beleza. Que deixemos o ano velho animados pela esperança de melhores dias... Muitas felicidades e até para o ano.
O CAFÉ DE VAN GOGH
Esta tela (topo) foi pintada por Vincent Van Gogh em Arles, em Setembro de 1888, sete meses após a sua saída de Paris para se fixar na Provença. O artista intitulou-a «Terrasse du Café le Soir». O café em questão ainda hoje existe e é conhecido pelos nomes de Café Van Gogh ou Le Café la Nuit. A fachada do estabelecimento actual está pintada de amarelo, numa homenagem ao artista neerlandês, que o utilizou como cor predominante nas muitas telas que pintou no sul de França. O Café Van Gogh é, obviamente, uma das atrações turísticas de Arles (e alvo constante das máquinas fotográficas dos visitantes), uma antiquíssima cidade situada a curta distância de Marselha. A famosa obra de Van Gogh está actualmente exposta no Museu Kröller-Müller, de Otterlo, nos Países Baixos.
ANOS 60 : SAUDOSO R8 'GORDINI'
Decorriam os anos 60 do passado século e, no país onde eu passei parte da minha vida de pré-adulto, este era o carro desportivo mais cobiçado pela juventude. Embora com a aparência de um Renault 8 normal, esta viatura -a R8 Gordini- escondia por debaixo do capot-motor (na rectaguarda) um engenho mais poderoso e mais nervoso, que lhe permitia uma condução desportiva e a sua participação em ralis. Distinguia-se pela sua cor azul enfeitada com duas riscas brancas, pintadas do lado do condutor. O cobiçado R8 Gordini teve produção limitada : cerca de 11 500 veículos. Afinal pouca coisa, se comparada com a produção total do Renault R8 de todos os outros modelos, que ascendeu a 1 3000 000 unidades.
NO INVERNO...
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
O BARQUINHO DO RIO MINHO
O chamado Barquinho do Rio Minho foi usado pelas populações ribeirinhas daquele curso de água, que separa território do norte de Portugal de chão galego. Era uma embarcação comprida, esguia, que podia transportar, entre margens e/ou ao longo do rio, um máximo de 30 pessoas. Carregava, quando necessário, mercadorias variadas : pipas de vinho, areia, madeira e outros materiais de construção, etc. Também era usado, com alguma frequência, na faina piscatória. Esta embarcação tipicamente minhota (com casco quase sempre pintado de negro) era de fundo chato e sem quilha. Arvorava 1 único mastro (implantado à vante e removível), que hasteava uma vela quadrada ou de espicha. Mas o seu principal sistema propulsivo era a força humana, quando os seus esforçados barqueiros recorriam, nos troços pouco profundos do rio, ao uso da vara. O Barquinho do Rio Minho desapareceu na primeira metade do século passado, sendo suplantado pelo melhoramento da rede viária, pela construção de pontes e pelo subsequente progresso do tráfego rodoviário. Desenho do arquitecto Telmo Gomes.
FRUTOS ULTRABRILHANTES
Toda a gente já reparou que, nos supermercados (mas não só), os frutos que actualmente compramos apresentam, muitas vezes, um extraordinário e suspeito brilho. Daí a que se tivesse receado que os ditos frutos (maçãs, pêras, citrinos, etc.) fossem tratados quimicamente após colheita. Perante o desconforto de muitas pessoas, a DECO (organização de defesa do consumidor) veio agora desfazer dúvidas, informando que a substância que dá o tal estranho brilho aos frutos é, simplesmente, cera de abelha. Um produto natural inofensivo e um aditivo alimentar devidamente autorizado pelas União Europeia. Haverá, no entanto, indivíduos que possam fazer uma alergia ao produto em questão; nesse caso, não se deve hesitar : descasquem-se os frutos antes de os consumir. Eu confesso que o tal brilho não me incomoda, mas que quando quero botar uma casquinha de limão no meu vermute, prefiro que a dita provenha de um limão colhido no meu quintal; porque estou seguro de que a casca não leva a tal cera e que os meus citrinos não recebem qualquer tratamento feito com produtos não-biológicos.
«HOSPITAL REAL», EXEMPLO A SEGUIR
Aqui há dias, por puro acaso, topei -na televisão- com um episódio da série «HOSPITAL REAL»; cuja programação num canal da nossa TV me passara totalmente despercebida. O que muito lamento, pois, pelo que vi, pareceu-me que essa série galega é de altíssima qualidade; tanto do ponto de vista técnico, como interpretativo ou reconstitutivo. Tentei saber mais sobre o assunto e tomei nota de que se trata de uma história de amor e de mistério, que nos conduz em pleno século XVIII, ao chamado 'Hostal' dos Reis Católicos (de Santiago de Compostela), onde, entre muitas outras coisas mais, podemos assistir aos êxitos e insucessos da medicina do tempo. Pelo que pude ver (e foi pouco), estamos perante uma obra de grande fôlego e de imenso valor, que é uma excelente alternativa às fastidiosas telenovelas oferecidas (em doses cavalares) pela produção nacional. Os canais portugueses de televisão têm aqui, neste «HOSPITAL REAL», um excelente exemplo daquilo a que é costume chamar serviço público. Senhores guionistas, inspirem-se também na nossa História -tão rica e tão emocionante- para colherem matéria para as produções da TV. Basta de cretinices ! Para além dos muitos motivos que me seduziram nesta série, destaca-se o facto dela ser falada em língua galega. Perfeitamente entendível para quem queira fazer um pequeno esforço. Senão, existem as legendas em idioma português; que, por sinal, até é filho dos falares do Noroeste peninsular...
NAVEGANDO AO LONGO DAS COSTAS DA CALIFÓRNIA...
Em finais do século XVI, Filipe II (que viria a falecer em 1598) reinava -graças à união das duas coroas ibéricas- sobre toda a península Hispânica. Para além de ser, obviamente, o senhor de imensos territórios coloniais pertencentes aos dois reinos. Para controlar os ditos, o filho do imperador Carlos V, não teve outra alternativa senão a de recorrer aos serviços de homens experientes oriundos de todos os seus domínios. Inclusivamente aos préstimos de cidadãos lusos : capitães de armadas, soldados. administradores ultramarinos, etc. Sebastião Rodrigues Soromenho foi um deles. Pensa-se que terá nascido em Sesimbra (em data incerta), pelo facto de, no seu testamento, ter deixado metade dos seus bens à Santa Casa da Misericórdia dessa vila piscatória, situada entre Setúbal e Lisboa. Pois, em 1594, Soromenho foi colocado à frente de uma expedição encarregada de explorar, por conta do rei de todas as Espanhas, lugares da costa californiana, que pudessem servir de pontos de apoio aos navios da rota de Manila. Tendo terminado essa missão (que se prolongou pelo ano de 1595) com sucesso, Sebastião Soromenho inscreveu o seu nome na lista de navegadores portugueses que, desde Cabrilho, contribuiram para um melhor conhecimento da costa ocidental da América do norte e dos mares e rotas do Pacífico. Ainda em relação a este navegador quinhentista, há quem diga que a rica Califórnia se chama assim, pelo facto de existir na terra natal de Soromenho uma praia com esse nome. Mas isso necessita, naturalmente, de confirmação. Importante é mesmo não deixar o nome de Sebastião Rodrigues Soromenho (e de outros varões lusos da mesma qualidade) no anonimato. Não acham ?
LUTO EM HOLLYWOOD
A actriz Carrie Fisher (a famosa princesa Leia de «A Guerra das Estrelas») faleceu, inesperadamente, no dia 27 deste mês de Dezembro. Contava 60 anos de idade e era uma actriz muito amada pelos seus numerosos fãs e nos meios profissionais da chamada 'Meca do Cinema'. Logo no dia seguinte -a 28 de Dezembro- morreu sua mãe (com 84 anos feitos), a actriz e cançonetista Debbie Reynolds, vitimada por um acidente vascular cerebral provocado pelo choque causado pela notícia do passamento de Carrie... O mundo do cinema está de luto e emocionado com a perda de duas figuras que marcaram o espectáculo fílmico do seu tempo. Debbie Reynolds foi, lembro, a inesquecível intérprete de «Serenata à Chuva», uma das mais extraordinárias comédias musicais 'fabricadas' pelos estúdios de Hollywood. Bye, bye...
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
AI, AI OLEDO
CANTIGA DE OLEDO
Nasci nos campos de Oledo
Por lá mondei, guardei gado
Não há leira nem penedo
Que já não tenha pisado
Ceifei os campos de Idanha
Ganhando amargo sustento
P'ra além dos confins de Espanha
Voava-me o pensamento
Ai, ai Oledo !
Namora-me à noite
Que eu guardo segredo
Ai, ai Oledo !
Só dormes um sono
Levantas-te cedo
O meu amor abalou
E foi para terras de França
Em Oledo me deixou
Minha alma aqui não descansa
Oh minha andorinha negra
Só uma coisa de peço :
Que tragas em tuas asas
O meu amor de regresso.
*******************
Letra : Luís Simão
Música : Arlindo de Carvalho
CONHECE O 'VIBURNUM OPULUS' ?
O 'Viburnum opulus' -arbusto de folhas caducas da família das caprifoleáceas- é chamado comummente Viburno nos países de expressão portuguesa. Goza da reputação de ser uma planta com algumas virtudes terapêuticas (é adstringente, analgésica, anti-inflamatória, anti-espasmódica, tónico-sedativa, etc), mas o seu uso deve ser reservado aos especialistas, pelo facto de ser tóxica. As suas bagas vermelhas não são comestíveis cruas. Cresce por toda a Europa a altitudes inferiores a 1 600 metros. No leste do nosso continente Rússia, Ucrânia e Bulgária, por exemplo), planta e bagas desempenham um papel importante na tradição local. A tal ponto, que, no primeiro desses países, a pequena baga do viburno ('kalinka') deu o nome àquela que é, porventura, a mais popular de todas as melodias folclóricas russas. E que, ainda hoje, faz parte do reportório de grandes cantores e grupos corais.
CAMPEÃO 1955-56
Esta equipa de futebol do F. C. Porto disputou e venceu -com glória- o Campeonato Nacional da 1ª Divisão na época de 1955-1956. Foi um dos mais notáveis 'teams' de sempre da grande agremiação desportiva nortenha; com jogadores que eu vi actuar e cujos nomes ainda retenho na memória : Pedroto, Monteiro da Costa, Arcanjo, Hernâni, Jaburu, Virgílio, Pinho e tantos outros... Foi mais ou menos por essa época que eu, ainda menino, comecei a ver futebol a sério (nos campos dos primo-divisionistas Barreirense e CUF) e a interessar-me por uma modalidade atlética, que hoje arrasta milhões de pessoas em todos os recantos do planeta Terra. Com uma vantagem para o 'desporto-rei' de tempos passados : o dinheiro ainda não pervertera os jogadores e a sua 'entourage', que não sendo mercenários, davam tudo por amor à camisola que envergavam. Agora o futebol é um 'negócio da China' que movimenta, anualmente, muitos milhares de milhões de dólares. E, podem crer, já não é bem a mesma coisa...
SONHAR É FÁCIL...
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
SIMPLESMENTE IMPRUDENTE !
A imprensa nacional refere hoje, de maneira unânime, que -neste período de Natal- os Portugueses andam a gastar (em prendas, viagens e folguedos) qualquer coisa como 210 milhões de euros por dia. Como se vivêssemos no Eldorado ou como se a crise fosse coisa do passado... Eu não quero armar-me em crítico desta atitude que, afinal, é (desde tempos imemoriais) muito nossa. Não me quero armar nem em crítico, nem em moralizador. Mas a verdade é que o que vejo nas grandes superfícies (onde vou, quando necessário) é que se desbarata dinheiro à fartazana, só para cumprir um ritual, que a mim me parece desadequado e injustificado. Desadequado, porque continuamos a viver (ao que me parece) muito acima das nossas reais possibilidades, gastando no Natal o dinheiro que nos fará falta nos próximos meses. Injustificado, porque o espírito de Natal -que deveria ser de solidariedade para com os nossos irmãos mais desprotegidos, sobretudo com as suas crianças- continua a ser pervertido, com esbanjamento de dinheiro em futilidades. E, com isto, não quero dizer que adoptemos uma atitude miserabilista nesta quadra festiva. Mas... Na minha região e por esse Portugal fora, conheço pessoas que, quando estão com a corda na garganta, solicitam ajuda a instituições apropriadas para poderem sobreviver. Ajuda que lhes é negada, porque aquando da visita preliminar a suas casas dos agentes sociais, estes observam que, se ali não há pão, não faltam, no entanto, os computadores, as televisões, os telefones de última geração e outro material electrónico sofisticado e caríssimo. O que indicia que, em muitos casos, a falta de meios das pessoas tem a ver com uma gestão pouco correcta do dinheiro das famílias. Acho, sinceramente, que muitas famílias portuguesas necessitam -com urgência- de lições de economia doméstica; que lhes ensine a viver com os meios de que dispõem neste país de injustiças flagrantes. Porque gastarmos, como está a acontecer neste Natal (e segundo referem os jornais), milhares de milhões de euros suplementares é verdadeiramente extraordinário. E, sobretudo, imprudente. Lembrai-vos disto : o pai-natal é mau conselheiro. Mandem-no à fava !
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
NATAL TRÁGICO
Em proveniência de Moscovo, rumo à Síria, um trirreactor Tupolev Tu-154 despenhou-se no mar Negro, uns 2 minutos depois de ter descolado do aeroporto de Sochi, onde havia efectuado uma escala técnica. Tratava-se de um aparelho de transporte militar (já antiquado), que levava a bordo o Alexandrov Ensemble, famoso grupo musical, composto por 60 artistas (cantores, músicos, bailarinos) de reputação mundial. Ainda não se conhece o motivo do 'crash' fatal, que poderá ter sido motivado por falha técnica do aparelho, por erro humano ou até por um acto de terrorismo. Uma comissão de inquérito -tutelada pelo ministro russo dos transportes- já se encontra no local do desastre para investigar as causas deste trágico acidente; que para além de ter provocado a morte dos supracitados artistas vitimou outras pessoas, num total de 92 passageiros e membros da tripulação. Estou a evocar este desastre não só por ter feito importante número de mortos, mas também pelo facto de eu ter assistido (por 3 vezes) a espectáculos destes artistas. Em França e num tempo em que eles ainda eram conhecidos pelos Coros do Exército Vermelho. Quando já protagonizavam espectáculos inesquecíveis, marcantes, arrepiantes. Por isso, aqui lhes presto sentida homenagem, que estendo, com muita compaixão, aos seus companheiros de infortúnio. A Rússia e o mundo perderam artistas de alta craveira.
domingo, 25 de dezembro de 2016
HÁ NATAL E NATAIS...
QUANDO UM HOMEM QUISER
Tu que dormes à noite na calçada do relento
numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que dormes só o pesadelo do ciúme
numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
e sofres o Natal da solidão sem um queixume
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas e comboios de luar
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo, és meu irmão
José Carlos Ary dos Santos, in «As Palavras das Cantigas»
Tu que dormes à noite na calçada do relento
numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que dormes só o pesadelo do ciúme
numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
e sofres o Natal da solidão sem um queixume
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas e comboios de luar
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo, és meu irmão
José Carlos Ary dos Santos, in «As Palavras das Cantigas»
NAUS PORTUGUESAS DO SÉCULO XVI VISTAS (OU IMAGINADAS) POR ARTISTAS DE CIPANGO
Estas naus portuguesas do século XVI foram pintadas (em biombos característicos da arte Nanban) por pintores nipónicos da mesma época. Os aventurosos navegadores lusos que primeiro aportaram àquelas longínquas paragens de Cipango -no ano de 1543- teriam sido Francisco Zeimoto, António Peixoto e António da Mota. Isto, segundo refere António Galvão no seu «Tratado dos Descobrimentos». Já outras fontes indicam os nomes do acima referido Zeimoto, de Fernão Mendes Pinto e de Cristóvão Borralho. De qualquer modo, foi em meados de Quinhentos que os mareantes portugueses chegaram ao mais distante e hermético país da Ásia. Onde não foram recebidos de braços abertos, mas onde despertaram uma imensa curiosidade. Daí existirem, no país dos samurais, várias pinturas e relatos que descrevem os nossos compatriotas, por vezes chamados pelas populações locais como 'os Bárbaros do Sul'. Apesar da animosidade ter presidido aos primeiros contactos, a verdade é que os nipónicos se interessaram pelos nossos navios, pelas nossas armas (de fogo, nomeadamente, que eles viam pela primeira vez), pelas nossas roupagens e pelos nossos costumes. Esse interesse deu lugar a um pacífico período de trocas comerciais, que levou ao estabelecimento -pelos portugueses, na ilha de Kyushu- de um entreposto de negócios, que está na origem da fundação da cidade de Nagasáqui. A tal cidade que, em Agosto de 1945, foi alvo de uma das terríficas bombas atómicas norte-americanas...
A chamada arte Nanban floresceu durante 1 século, entre os anos 1500 e 1600 e foi inspirada pela chegada dos Portugueses. Os exemplares que sobreviveram ao tempo, sobretudo as telas, mostram cenas da vida dos primeiros europeus que demandaram aquelas exóticas paragens.
A chamada arte Nanban floresceu durante 1 século, entre os anos 1500 e 1600 e foi inspirada pela chegada dos Portugueses. Os exemplares que sobreviveram ao tempo, sobretudo as telas, mostram cenas da vida dos primeiros europeus que demandaram aquelas exóticas paragens.
DE KÁDÁR
Esta belíssima aguarela intitula-se «Figuras numa Praça» e é da autoria de Béla Kádár (1877-1955). Kádár era natural da Hungria e tinha raízes judaicas. Nascido no seio de uma família rural e pobre, foi aprendiz de ferreiro na sua mocidade. Dedicou-se muito cedo às artes plásticas e a sua obra sofreu muitas e variadas influências, tais como as das escolas Blau Reiter, Cubista, Futurista, Neo-Primitivista, etc. Transferiu-se para a Europa ocidental relativamente cedo, onde começou a mostrar as suas telas em exposições organizadas nas principais cidades. Tem obras expostas em prestigiosos museus internacionais e nas mãos de ricos coleccionadores.
sábado, 24 de dezembro de 2016
MOSCATEL DO DOURO
Referenciado -tal como o de Setúbal, seu rival no mercado doméstico- como um dos melhores vinhos moscatéis do mundo, este néctar tem coleccionado (assim como o vinho da península sadina) prestigiosos prémios internacionais. Que colocam a nossa vitivinicultura entre as melhores do planeta. E os nossos vinhos produzidos com a famosa casta entre os melhores licorosos de sempre. As festas de Natal e do 'réveillon' até podem servir de teste... Para beber, todavia, com moderação.
JÁ OUVIU PRONUNCIAR O NOME DE ANTÓNIO GALVÃO ?
Provavelmente nunca ! -Embora esse homem tenha sido uma figura de particular relevo na épica História de Portugal do século XVI.
Presumem alguns historiadores que António Galvão tenha nascido na Índia por volta de 1490. Mas também há quem diga que era natural de Lisboa. Certo é que era filho do cronista e diplomata Duarte Galvão, autor da «Crónica do Mui Alto e Mui Esclarecido Príncipe D. Afonso Henriques, Primeiro Rei de Portugal». De qualquer modo, António Galvão passou muito anos no Oriente, onde os seus conhecimentos e experiência da região contribuíram para que fosse empossado no cargo de capitão e governador das ilhas Molucas. Pacificou esse território, do qual foi bom administrador, e ali mandou erigir -a expensas suas- muitas igrejas. Facto que lhe valeu o epíteto de «Apóstolo das Molucas». Veio para a Europa sem um tostão no bolso (em estado de profunda miséria, dizem alguns), vivendo da caridade alheia; que ele retribuiu servindo, durante 17 anos (os últimos da sua vida), no Hospital Real de Todos os Santos, em Lisboa. Escreveu o «Tratado dos Descobrimentos Antigos e Modernos Feitos Até à Era de 1550»; obra que, apesar de encerrar alguns erros. se tornou notável pela vasta e importante informação transmitida nos domínios da botânica, da zoologia, da geografia, da antropologia e da etnografia. Livro tão importante, que foi traduzido em língua inglesa logo no ano de 1601. António Galvão -que, mesmo entre nós, continua a ser um ilustre desconhecido- faleceu na capital do reino a 11 de Março de 1557.
'CORACIAS GARRULUS'
O rolieiro-europeu (de seu nome científico 'Coracias garrulus') pertence à família dos coracídeos e é -sem dúvida- uma das mais belas aves do nosso continente. Dürer ilustrou-a em 1512 e a espécie foi descrita e classificada, em 1758, pelo naturalista sueco Lineu. Tem a cabeça e o ventre azuis-esverdeados, o dorso coberto de plumagem castanha-avermelhada e as asas apresentam dois tons de azul. Tem uma envergadura média de 65 centímetros e um comprimento superior a 30 centímetros. É uma ave migratória que pode observar-se, no Verão, em toda a península Ibérica (mas não só) e que voa, no Inverno, para regiões sub-saarianas. O rolieiro-europeu alimenta-se de insectos, de batráquios, de pequenos répteis e de pequenos roedores, que ele captura na sequência de voos picados. Os rolieiros nidificam no mês de Maio em troncos de árvore ocos, onde as fêmeas põem 4-7 ovos. As crias nascem após 19 dias de incubação e com 28 dias de vida estão prontas a voar. É uma espécie ameaçada e, por essa razão, protegida em vários países da Europa.
A CRISE NO SPORTING
O desbocado J. J., treinador do clube que, anteontem, venceu (graças a um 'milagre' de ultíssimo minuto) o Belenenses, já andava de orelhas murchas por causa dos lenços brancos e de outras manifestações mal-humoradas dos adeptos sportinguistas; que começam a perceber que ele é um logro e o querem ver pelas costas. A última desculpa do referido e provocador técnico é a seguinte : «a crise do Sporting chama-se Jorge Sousa». Isto, numa tentativa desesperada de transferir para o árbitro do penúltimo 'derby' lisboeta as culpas do seu mau trabalho, das suas más escolhas. O Benfica está actualmente no topo da classificação da 1ª Liga por mérito dos seus jogadores (que trabalham num clima de serenidade que não existe em Alvalade) e do seu técnico, que está farto de provar que é muito mais competente e muito mais esperto que o tal Jesus. E que é (o Rui Vitória), sobretudo, um homem mais razoável e discreto do que o seu rival. Se o segundo 'salvador' da nação sportinguista (o primeiro é, obviamente o excitadinho do cigarro electrónico) não perceber isto, então é porque as ameaças que, a médio termo, pairam sobre a sua pobre cabeça lhe andam a toldar o juízo. Há efectivamente crise no Sporting, mas foi engendrada por um ser bicéfalo (mas, ainda assim, sem miolos) que se chama Bruno Jorge de Carvalho Jesus. Disso não tenho eu dúvidas.
Agremiação secular e com indesmentíveis pergaminhos no desporto nacional (no seu todo), o Sporting Clube de Portugal é, também, uma das potências do futebol europeu. Não me lembro de ter visto jogar a famosa formação dos 'Cinco Violinos', mas ainda me recordo de ter visto evoluir -nos campos do Barreiro- o Vasques, o Travassos e o Albano (e outras vedetas do Sporting desse tempo), já depois de extinta aquela que foi uma das mais temíveis e eficientes linhas avançadas do futebol português e mundial; que eu continuo a admirar. Por essa e por outras razões, sempre senti muito respeito pelo grande S. C. P.. E enquanto adepto de um clube rival, sempre recusei alinhar na 'guerra suja' que os divide e que muito contribuiu para contaminar o futebol luso. Muito especialmente com ditos e mexericos, que me agoniam. Mas o que aqui acima escrevi é sincero. Estou convencido que os visados são, ambos, responsáveis pelo clima detestável que envenena o nosso futebol e pelo declínio desportivo dos leoninos.
Agremiação secular e com indesmentíveis pergaminhos no desporto nacional (no seu todo), o Sporting Clube de Portugal é, também, uma das potências do futebol europeu. Não me lembro de ter visto jogar a famosa formação dos 'Cinco Violinos', mas ainda me recordo de ter visto evoluir -nos campos do Barreiro- o Vasques, o Travassos e o Albano (e outras vedetas do Sporting desse tempo), já depois de extinta aquela que foi uma das mais temíveis e eficientes linhas avançadas do futebol português e mundial; que eu continuo a admirar. Por essa e por outras razões, sempre senti muito respeito pelo grande S. C. P.. E enquanto adepto de um clube rival, sempre recusei alinhar na 'guerra suja' que os divide e que muito contribuiu para contaminar o futebol luso. Muito especialmente com ditos e mexericos, que me agoniam. Mas o que aqui acima escrevi é sincero. Estou convencido que os visados são, ambos, responsáveis pelo clima detestável que envenena o nosso futebol e pelo declínio desportivo dos leoninos.
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