Muito tempo antes que Amália se tenha tornado na grande estrela do fado e o tenha cantado nos palcos mais prestigiosos do mundo, houve uma sua predecessora que bem merece o título de primeira vedeta internacional daquela que é, eu não tenho dúvidas, a canção portuguesa por excelência. De seu nome completo (e verdadeiro) Ercília Botelho Farinha Salgueiro, adoptou o apelido de Costa para homenagear a terra onde nasceu -a Costa da Caparica- no seio de uma família de humildes pescadores. Alcunhada, indiferentemente, a 'Santa do Fado' (por cantar de mãos postas), a 'Sereia Peregrina do Fado' ou a 'Toutinegra do Fado', Ercília Costa -senhora de uma voz melodiosa como poucas- atingiu um índice invejável de notoriedade, que a levaram a cantar nas melhores casas de fado da capital; mas não só. Também fez revista, teatro, rádio e cinema, actividades que contribuíram (e muito) para acentuar a sua popularidade junto de um público que a adorava. Foi a estrela de maior fulgor na década de 30 e de início dos anos 40, chegando a fazer digressões por França, Espanha, Brasil, Uruguai e Argentina, onde encantou plateias e colheu excelente crítica. Também esteve nos Estados Unidos da América, nomeadamente em Hollywood, onde privou com estrelas tão conhecidas como Bing Crosby, Cary Grant, Leo Carrillo e Carmen Miranda. Durante a sua carreira, em Portugal, foi sempre acompanhada pelos melhores guitarristas, tais como Nery ou Armandinho; com os quais partilhava uma mútua admiração. Diz-se que, quando o último deles morreu e que o seu cadáver repousava em câmara ardente, Ercília pediu à sua viúva autorização (consentida) para lhe beijar as mãos. Infelizmente, a fadista da Caparica retirou-se prematuramente do mundo dos espectáculos, para casar e dedicar-se à família. Faleceu na sua residência de Algés a 3 de Agosto de 1985, com 83 anos de idade. Dos seus dotes vocais escreveu o «Diário Português», do Rio de Janeiro, o seguinte : «A sua voz é um fio de prata, cristalino, um murmúrio doce e terno, que entra na nossa alma como o orvalho matinal, para adoçar as queimaduras das nossas vidas». Bela e sentida homenagem para quem tão bem interpretou uma canção da qual ela dizia isto, numa das suas criações, o «Fado Dois Tons» :
«Junto aos marcos da fronteira
Há um letreiro gravado,
Que nos diz : entre quem queira,
Mas só quem goste do fado».
Infelizmente, o nome de Ercília Costa já não diz nada aos nossos compatriotas mais jovens. À excepção de alguns deles que -por curiosidade ou por obrigação estudantil- se debruçam sobre a História do Fado e sobre os seus mais ilustres intérpretes. É pena...
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
AMANHECENDO NAS ROCHOSAS
Num esconso vale das Montanhas Rochosas, no meio de verdejante paisagem por onde corre o fiozinho de água de um cristalino regato, lá está o esconderijo dos fora-da-lei. O dia está a nascer, mas, na rústica cabana, a luz já está acesa e a chaminé fumega. Talvez por já ali se preparar o reconfortante café da manhã. À volta do abrigo, pastam cinco folgados cavalos. E, encostado ao tronco morto de uma árvore, uma sentinela mantém-se alerta, com as armas ao alcance da mão e a montada selada. Pronto para o que der e vier, inclusivamente para alertar os seus comparsas, no caso de 'farejar' a presença de intrusos. O ataque ao banco de Placidtown, uma cidadezita da região, está marcado para as 10 da manhã. Dizem-no rico nesta época do ano, altura em que a gente dos ranchos e quintas das proximidades, ali vão depositar os benefícios das últimas vendas de gado e das colheitas. Sem contar, obviamente, com as receitas de comércios prósperos como o 'saloon' ou como a venda de John Waggner; que detém o monopólio regional no negócio de víveres, roupas, ferramentas, e de mil e uma coisas mais. A ver vamos, se tudo se vai passar como projectado pelo 'boss', que estudou o assalto até aos seus mais ínfimos detalhes. A ordem é para dispersar imediatamente após o golpe e para que todos se encontrem, mais tarde, no refúgio do vale esconso, à sombra das montanhas. Se tudo correr como planeado, será fácil escapar à patrulha recrutada pelo velho xerife Luke Cassidy e constituída por gente bisonha, pouco aguerrida, sem predisposição para afrontar o bando de Josh Lancer (um veterano da Guerra Civil) composto, ele, por meia dúzia de profissionais, procurados em vários estados da União, onde têm as cabeças a prémio. Mas há os imponderáveis, naturalmente. Disso todos os bandoleiros têm consciência. Como todos têm a certeza de que o mínimo falhanço da sua parte lhes garante uma corda de cânhamo passada à volta do pescoço e um mergulho, de pés, do patíbulo para a eternidade...
Esta descrição do que poderia representar esta aguarela do artista Fred Olfield, é, afinal, algo de recorrente no cinema western; género onde se afrontam os temíveis 'badboys' do Oeste selvagem e as populações pioneiras que -com a sua coragem, o seu saber e o seu labor- lançaram, nos confins da América do norte, os alicerces de um mundo novo.
Esta descrição do que poderia representar esta aguarela do artista Fred Olfield, é, afinal, algo de recorrente no cinema western; género onde se afrontam os temíveis 'badboys' do Oeste selvagem e as populações pioneiras que -com a sua coragem, o seu saber e o seu labor- lançaram, nos confins da América do norte, os alicerces de um mundo novo.
domingo, 30 de agosto de 2015
CINE-SAUDOSISMO (27)
«NÃO HÁ PAZ ENTRE AS OLIVEIRAS («Non C'è Pace Tra Gli Ulivi») é uma película de produção italiana (Lux Film) com realização -em 1950- de Giuseppe de Santis. O desempenho dos principais papéis coube a Raf Vallone, Lucia Bosè, Folco Lulli, Maria Grazia Francia e Angelina Chiusano. Esta fita tem fotografia a preto e branco e uma duração de 100 minutos. Não lhe conheço videogramas editados fora de Itália e com dobragem e/ou legendas em língua estrangeira. Só o vi uma única vez, há muitos anos, numa transmissão televisiva fora de Itália. Acusado de cultivar o melodrama popularucho, o realizador de Santis afirmou que não concebia o cinema para meia dúzia de espectadores elitistas e que o seu maior desejo era ser compreendido por todos. Também lhe foi reprovado (provavelmente por ser notoriamente conhecido pelas suas simpatias comunistas) o facto de, na sequência final desta sua fita, ter elaborado um «discurso de propaganda à glória da solidariedade de classe». Enfim, políticas !... A acção decorre numa zona rural da Ciociaria, situada ao sul de Roma, onde Francesco, há pouco desmobilizado do exército, vai encontrar a sua família despojada dos seus bens (nomeadamente dos seus rebanhos) pelo novo rico Bonfiglio; que também pretende roubar-lhe Lucia, a mulher que ele ama e deseja desposar. A rivalidade entre os dois homens descamba em violência aberta, quando a irmã de Francesco é violada e as relações entre eles começa a tornar-se uma questão de honra. Que, naquele tempo e naquele lugar é importante, é indispensável lavar com sangue... Mais do que um banal drama de faca e alguidar, «NÃO HÁ PAZ ENTRE AS OLIVEIRAS» é um filme bem documentado sobre os costumes rígidos de uma sociedade rural que, passado meio século, já não é, naturalmente, aquilo que foi outrora. Outro dos seus méritos é beneficiar de um elenco constituído por actores de grande classe, encabeçado pelo trio constituído por Vallone, Lucia Bosè (ex-miss Itália que, em 1956, trocaria o cinema pelo casamento com o toureiro espanhol Luis Miguel Dominguín) e Folco Lulli. Arriscando repetir-me, quero dizer, para terminar estas linhas, que acho insano o facto desta película continuar coisa incógnita para os jovens cinéfilos. Por não haver por aí um editor de videogramas que queira arriscar na sua divulgação.
HERÁLDICA E HISTÓRIA DA AVIAÇÃO
Estes dois brasões pertencem, respectivamente, à cidade da Amadora e a Vila Nova da Rainha; que, com Lisboa e o Porto (já veremos porquê), foram os berços da aviação em Portugal. No que respeita a capital portuguesa, convém saber o seguinte : o primeiro aeroplano a voar por cá foi pilotado pelo francês Armand Zipfel. A marca e o tipo da máquina são-me desconhecidos, mas o que é público é que o voo -de apenas 200 metros- foi realizado no hipódromo de Belém, em 1909. Novo voo foi executado a 27 de Abril do ano seguinte, no mesmo local, por outro intrépido aeronauta gaulês, Julien Mamet, que, nessa ocasião, tripulou um Blériot XI, em tudo semelhante àquele que, pela primeira vez, transpôs o canal da Mancha por via aérea. Este aparelho com 70 kg de peso, dispunha de um motor com uma potência de 50 cv e, segundo a imprensa do tempo, fez uma brilhante demonstração das suas capacidades diante do príncipe D. Afonso (o famoso 'Arreda', muito dado aos desportos mecânicos) e de 10 000 outros espectadores entusiasmados. Depois, coube a vez à 'Invicta' e aos portuenses levantarem os olhos aos céus, para poderem ver evoluir os 'mais pesados que o ar'. Foi, com efeito, no ano de 1912 que o francês Tréscartes ali se exibiu, pilotando um biplano Farman; que acabaria por ser adquirido pelo jornal local «Comércio do Porto». Quanto à Amadora, viu o seu nome ligado à aviação, quando a 26 de Janeiro de 1913, um domingo, o francês (sempre eles !!!) Alexandre Sallès foi aterrar num prado da antiga Porcalhota. O piloto deslocara do já referido campo de corridas de cavalos de Belém e (por convite de uma associação da terra, a Liga dos Melhoramentos da Amadora), sobrevoara os arrabaldes da cidade de Ulisses e, pela primeira vez em Portugal, efectuou um voo entre duas localidades. Daí essa cidade estremenha (uma das mais populosas do nosso país) ostentar orgulhosamente no seu brasão de armas elementos -uma manga de aeródromo e um hélice de avião- que recordam esse feito sem precedentes. Sinais que também aludem, como é óbvio, ao facto de, posteriormente (em 1919), ali ter sido instalada a base do Grupo de Esquadrilhas de Aviação República. No que respeita Vila Nova da Rainha (localidade do concelho da Azambuja), a sua relação com a aviação -simbolizada na base do seu escudo com um par de asas douradas- deve-se ao facto de ali ter sido criada a primeira escola portuguesa de pilotos militares. Esse acontecimento data de 1915 (estava-se, então, em plena Guerra Mundial) e tinha como principal objectivo formar por cá os pilotos nacionais, que, anteriormente, se formavam em França. Essa unidade, centro de formação de pilotos militares, sobreviveu até 1920, ano em que foi dissolvida e encerrada.
sábado, 29 de agosto de 2015
TERROR SALAZARISTA
Foi no dia 29 de Agosto de 1933 (faz hoje anos), que foi instituída no nosso país a famigerada PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), antecessora das não menos sinistras PIDE e PIDE/DGS. Destinadas, todas elas, a controlar pessoas e organizações que pusessem em causa o poder absoluto e despótico de António de Oliveira Salazar, estas verdadeiras 'gestapos à portuguesa', nunca hesitaram em recorrer aos meios mais violentos e desapiedados -prisão sem culpa formada, chantagem, tortura, assassínio- para atingirem os seus fins : tirar ao povo português toda veleidade de resistência e imposição de total submissão à ditadura do chamado Estado Novo.
OS NOSSOS PETISCOS DE AMANHÃ
Diz a Bíblia (Novo Testamento) que, numa das suas peregrinas incursões pelo deserto, S. João Baptista sobreviveu, nesse meio hostil, comendo gafanhotos e mel de abelhas selvagens. Há também, ao que me foi dito, referências ao consumo desse insecto em certas regiões da Europa da Idade Média, sob forma de pasta. Com a qual se barraria o pão negro desse tempo, como se fosse manteiga... O que é certo é que, ainda hoje, esse bicho -que nós, ocidentais, achamos repugnante- é muito apreciado no Extremo Oriente, onde é cozinhado de mil e uma maneiras. Segundo fontes emanando de conceituados nutricionistas e de peritos de instâncias internacionais encarregadas de encontrar soluções para alimentar uma população mundial que está a crescer exponencialmente (parece que a população da Índia vai, proximamente, superar a da China), os gafanhotos e muitos outros insectos constituem reservas alimentares a ter em conta. Com 75 % de proteínas, não é, pois, de admirar que eles entrem em linha de consideração, numa altura em começa a escassear o peixe nos oceanos (veja-se o que está presentemente a acontecer em Portugal com a sardinha) e que são atribuídos aos bovinos (e outros animais destinados à alimentação humana, tais como porcos, ovinos, etc) ou melhor à sua criação intensiva, responsabilidades na poluição atmosférica. Na opinião dos especialistas da FAO (organização da ONU para a alimentação e agricultura), a criação intensiva de gado destinado à produção de carne é uma actividade mais poluidora do que o sector dos transportes; para além de também ser responsável pela desmatação irracional de vastas áreas de floresta, como acontece na Amazónia, por exemplo. Por estas e por mais razões, não será, pois, de admirar que, num futuro próximo, também nós comecemos a orientar as nossas necessidades alimentares para estes bichos. Que hoje apenas (e ainda) só são 'comida de chinês'...
PORTUGAL NA IBÉRIA DO SÉCULO XII
Este mapa político da Hispânia do século XII, mostra que o território do reino de Portugal já se estendia até Lisboa (conquistada por D. Afonso Henriques a 21 de Outubro de 1147) e à península de Setúbal. Nele também se pode observar que parte da Beira Baixa e todo o Alentejo e Algarve permaneciam na posse dos muçulmanos e faziam parte do império Almóada; que rivalizava em extensão e poder com Leão e Castela. Do território peninsular e ilhas próximas, no Mediterrâneo, ainda faziam parte três outras entidades políticas : os reinos de Navarra e de Aragão e o arquipélago Balear, este ainda sob autoridade dos Almorávidas. Portugal só ganharia os seus contornos definitivos em 1249, no reinado de D. Afonso III, com a conquista do Algarve, levada a cabo por D. Paio Peres Correia e os cavaleiros da ordem de Santiago da Espada. Vários e pouco significativos ajustes de fronteiras foram feitos mais tarde, sobretudo no reinado de D. Dinis, que resolveu, de vez, o assunto com Leão e Castela, aquando do tratado de Alcanizes, firmado em 1297. Já em 1801, aquando da chamada Guerra das Laranjas(*), a cidade e o concelho de Olivença passaram para mãos espanholas. Um tratado posterior devolveu-os a Portugal. Mas a sua letra nunca foi respeitada pelos nossos vizinhos, que continuam a administrar -à revelia das leis internacionais- essa parcela de território nacional. Sem estados de alma. Que eles reservam, exclusivamente, para o 'espinhoso problema' de Gibraltar...
(*) Finalmente, quem ganhou com a Guerra das Laranjas, que se estendeu à América do Sul, onde é chamada Guerra de 1801, foi o Brasil. É que, se Portugal perdeu esse conflito na Europa, venceu-o do outro lado do Atlântico, aproveitando para alargar substancialmente o território do actual estado do Rio Grande do Sul. Com prejuízo evidente para os espanhóis e para a futura República do Uruguai.
(*) Finalmente, quem ganhou com a Guerra das Laranjas, que se estendeu à América do Sul, onde é chamada Guerra de 1801, foi o Brasil. É que, se Portugal perdeu esse conflito na Europa, venceu-o do outro lado do Atlântico, aproveitando para alargar substancialmente o território do actual estado do Rio Grande do Sul. Com prejuízo evidente para os espanhóis e para a futura República do Uruguai.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
SPORTING : ADEUS 'CHAMPIONS'
O Sporting foi ontem afastado -pelo clube CSKA de Moscovo- da 'Champions', a mais importante competição interclubes organizada, anualmente, pela UEFA. E, pela mesma ocasião, disse adeus a 14 milhões de euros, que era o chorudo prémio atribuído ao vencedor desse encontro; que a formação lisboeta perdeu, lastimavelmente, por 3-1. Lastimavelmente, porque o S.C.P., que iniciou o desafio de maneira brilhante, chegando ao intervalo a ganhar por 0-1, foi, na segunda parte, a sombra de si mesmo, deixando a iniciativa do jogo a uma equipa forte, sim senhor, mas que estava perfeitamente ao seu alcance. Embora a arbitragem tenha sido francamente penalizadora para o clube de Alvalade, atribuindo ao adversário um golo metido com o braço e negando ao Sporting um golo limpinho, limpinho, marcado por Slimani, após a execução de um pontapé de canto, a verdade é que o treinador dos leões também cometeu (e essa é a opinião generalizada de todos os comentadores desportivos) erros de palmatória, sobretudo na gestão dos suplentes. Que foram utilizados de maneira desatempada, numa altura em que parte dos titulares da primeira hora já apresentavam alguns inconfundíveis sinais de cansaço, de usura. Agora, como diz o outro, aguentem-se. Talvez tenham melhor sorte na Taça Europa...
PETISCO
O lingueirão (também chamado lingueirão-de-canudo, linguarão, longueirão, faca, navalha, navalheira, canivete, etc.) é um molusco bivalve de forma alongada, que responde pelo nome científico (será que responde mesmo ?) de 'Solen marginatus'. Outrora muito abundante nas nossas águas, sempre foi considerado, por cá, um petisco de estalo, apesar de, por vezes, apresentar alguma dureza e resistência no acto da mastigação. Geralmente, é apreciado assado numa chapa (temperado muito simplesmente com uns grãos de sal), mas também preparado à Bulhão Pato, de tomatada ou, ainda, como componente de uma cataplana ou de um arroz malandrinho. Muito sensível aos graus de salinidade do meio onde vive (fundos arenosos e arenovasosos), é facilmente apanhado, pelos mariscadores de domingo, com uns grãos de sal, que se vertem por cima dos buracos onde se escondem. É também muito apreciado em Espanha, país onde os seus nomes mais comuns são 'navaja' e 'longuerón'. Os pescadores à linha dos dois países também se servem do lingueirão como isco.
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (48)
Esta verde e repousante paisagem faz parte do vale de Horseshoe Ridge, no estado da Geórgia. Onde se travou -de 18 a 20 de Setembro de 1863- a mortífera batalha de Chickamauga, que terminou com a vitória das tropas confederadas comandadas pelo general Braxton Bragg. Frente a frente estiveram 66 000 homens, do lado dos sulistas, e 59 000, nas fileiras dos federais, cujo chefe era o general William Rosecrans. No final dos combates, jaziam 4 000 mortos no terreno, para além de 25 000 feridos. Milhares de outros combatentes foram dados como desaparecidos, presumindo-se que boa parte deles tenha abandonado a luta, desertando. A Guerra Civil americana (também registada nos livros de História como Guerra de Secessão) terminou no dia 7 de Abril de 1865, depois do general Robert E. Lee -comandante supremo dos exércitos da Confederação dos Estados do Sul- se ter rendido ao general Ulysses S. Grant (seu homólogo nortista) em Appomattox, na Virgínia. Para além das devastações causadas por uma guerra sem quartel, estima-se que o número das vítimas mortais do conflito se contaram às centenas de milhar. 600 000 a 1 milhão, segundo os historiadores e estudiosos, que se debruçaram sobre o assunto. Essa guerra fratricida deixou sequelas na memória colectiva do povo norte-americano, que ainda hoje -152 anos mais tarde- se manifestam nas relações entre as gentes do sul e os seus compatriotas do norte do país.
terça-feira, 25 de agosto de 2015
AFONSO VI CONQUISTA TOLEDO
Este sugestivo painel de azulejos (que, curiosamente, pode ser admirado em Sevilha) mostra Afonso VI, rei de Leão e Castela -cognominado o Bravo- às portas da cidade de Toledo, que ele conquistou a 25 de Maio de 1085. Vêmo-lo aqui, a cavalo, recebendo as chaves dessa importante praça (até então sob domínio muçulmano) das mãos de Yahia-al-Kadir, o governador vencido. Aqui representado de joelhos, em posição submissa. Afonso VI viveu entre 1047 e 1109 e foi uma das grandes figuras da Espanha medieval e da Reconquista. Afonso VI -que foi proclamado, a partir de 1077, Imperador de Todas as Espanhas- era pai de D. Teresa, futura condessa de Portugal e foi, por consequência, avô materno do nosso primeiro rei : D. Afonso Henriques; que herdou dele o nome e a veia de batalhador.
OS 'YELLOW CAB'
Curiosidade : foi no dia 25 de Agosto de 1910 (faz hoje 105 anos), que foi fundada, em Chicago, a famosa companhia de táxis Yellow Cab; cuja actividade rapidamente se estendeu a outras grandes cidades dos Estados Unidos da América. A História guardou os nomes dos seus criadores, que se chamaram Walden W Shaw e John D. Hertz. O nome actual da companhia é posterior à data de aparecimento dos característicos táxis amarelos.
NO TEMPO DAS MALAS DE CARTÃO...
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Esta fotografia foi tirada na estação de caminhos-de-ferro de Santa Apolónia em ano incerto da década de 60. Este instantâneo colhido pelo consagrado artista Eduardo Gageiro, mostra um emigrante com destino a França, onde ia trabalhar duramente para tentar garantir um futuro decente à sua família. Era o tempo do regime salazarista, com o seu rosário de misérias : desemprego, guerras em África, muita fominha e expatriação com a consequente separação das famílias. Passado mais de 40 anos, voltámos ao ponto de partida. Hoje já não se embarca em Santa Apolónia -onde correram muitas lágrimas de tristeza e de raiva- porque as pessoas utilizam prioritariamente o avião, para partirem para países distantes à procura de melhor sorte. Mas a mágoa na hora da partida é sempre a mesma. Toda a Europa da C. E. está em crise ou quase, mas só de Portugal é que continuam a sair legiões de pessoas (sobretudo jovens) em cujos olhos brilha a magoada esperança de encontrar lá fora uma vida melhor. Mas que raio de políticos temos nós, nesta terra que é a nossa, que não têm um mínimo de competência (ou de apetência) para resolver os problemas que afligem o povo que somos ? -Políticos que parece só estarem preocupados em salvar tachos e privilégios. E que têm o descaro de, em vésperas de eleições, fazer promessas iguaizinhas àqueles que já nos fizeram e que, desavergonhadamente, nunca cumpriram. É tempo para os Portugueses de irem maciçamente às urnas e dizerem que acabou o regabofe, a falta de honestidade e o oportunismo que tem caracterizado a acção dos políticos do chamado arco da governação. É tempo de dizer a essa tropa fandanga que todos estamos fartos deles e das suas mentiras. Fora com essa tralha inútil, fora com esses aldrabões !
Emigrantes portugueses da mesma sofrida época (anos 60), que eu tão bem conheci, desembarcando na famosa estação ferroviária de Austerlitz (Paris).
Emigrantes portugueses da mesma sofrida época (anos 60), que eu tão bem conheci, desembarcando na famosa estação ferroviária de Austerlitz (Paris).
BENFAZEJA SESTA
Esta tela intitula-se «A Sesta» e tem a marca facilmente reconhecível de Van Gogh. Numa paisagem de searas, dois ceifeiros entregam-se ao prazer inexcedível de uma boa, de uma descansada sorna. Até eu, que não me exponho aos duros trabalhos do campo, gosto de uma sossegada e benéfica sesta. Sobretudo no Verão, quando o calor aperta e apela irresistivelmente à lazeira...
UMA FORÇA DA NATUREZA
A ferocidade do urso pardo da América do norte é bem real. No Canadá e no oeste dos Estados Unidos (sobretudo no Alasca) é frequente ocorrer a morte de humanos, que, de maneira imprudente, se aventuram nos territórios onde ele tem o seu habitat natural. Onde ele, o urso, é rei e senhor. Dotado de físico imponente e dispondo de uma força verdadeiramente hercúlea, este plantígrado dispõe de garras (as suas mais intimidantes armas) às quais nenhum outro animal da sua região pode resistir. Inclusivamente o homem. impossível, para mim, evocar este animal feroz da América setentrional, sem pensar no filme «O Urso», que Jean-Jacques Annaud realizou em 1988 ou na película «Um Homem na Solidão», de Richard C. Sarafian (1971).
CINE-SAUDOSISMO (26)
«NUNCA AO DOMINGO» («Pote tin Kyriaki») é um filme grego com realização (em 1959) de Jules Dassin. Um cineasta norte-americano que, havia pouco, se instalara na Europa, por causa da 'caça às bruxas' -promovida pelo senador fascista McCarthy- que se abatera sobre todos os Estados Unidos e com particular incidência sobre Hollywood. Esta fita, que foi um sucesso público mundial (ou, pelo menos, nos países onde não foi censurada), conta-nos a história de Homer Thrace, um filósofo amador (é assim que ele se define no filme) que desembarca na Grécia para tentar descobrir, ali, a verdade sobre o declínio desse país (berço da civilização) e do mundo ocidental. A 'cobaia' das suas experiências vai ser Ilya, uma prostituta do Pireu, que abdica de 'trabalhar' nos domingos, para consagrar esse dia aos amigos e, pasme-se, para assistir a sessões de teatro antigo. Tragédias que ela interpreta de bem curiosa maneira. Homer (que está secretamente apaixonado por Ilya) convence-se que, através da educação e da cultura (que ele quer, de maneira obsessiva, transmitir à meretriz), vai poder arrancá-la, definitivamente, da sua condição de mulher pública. A experiência falha. Ou melhor, não tem o resultado desejado pelo turista ianque, que a vê partir de braço dado com um charmoso ítalo-grego, operário do porto do Pireu... Diga-se, em abono da verdade, que houve críticos que não gostaram muito de «NUNCA AOS DOMINGOS». Talvez pelo facto do seu puritanismo, em relação ao tema da prostituição (flagelo social é certo, mas realidade do mundo em que vivemos) se ter sobreposto a tudo o resto. Mas a verdade é que esta película (filmada a preto e branco e com 90 minutos de duração) foi um dos grandes sucessos -de sempre- do cinema grego. Para esse êxito contribuiu um leque de actores particularmente competente, a começar por Melina Mercouri e pelo próprio Jules Dassin, que aqui assumiu o principal papel masculino. Mas também (e ressalte-se) a música de Manos Hadjidakis e a canção «Os Meninos do Pireu», que correu mundo. Não sei se existe cópia videográfica desta película editada em Portugal. Sei é que já há edições da dita comercializadas em vários países do continente.
OS ASSALTOS CONTINUAM...
Há seis anos que o preço do petróleo não estava tão baixo nos mercados internacionais. Mas o preço do litro de gasolina vendido, nas bombas, aos Portugueses continua a ser um dos mais altos praticados na Europa. Porque os industriais da distribuição de carburante não querem perder 1 tostão com a crise (antes pelo contrário, querem multiplicar os seus benefícios) e o governo não se contenta com menos de 61% de taxas sobre o combustível. Simplesmente escandaloso ! Assim, o 'boneco' que aqui deixamos para ilustrar esta prosa continua a não perder actualidade.
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
«CHANSON D'AUTOMNE»
- De l'automne
- Monotone.
- Tout suffocant
- Et blême, quand
- Sonne l'heure,
- Je me souviens
- Des jours anciens
- Et je pleure;
- Et je m'en vais
- Au vent mauvais
- Qui m'emporte
- Deçà, delà,
- Pareil à la
- Feuille morte.
- * Paul Verlaine (1844-1896), in «Poèmes Saturniens» *
OS TEMPLÁRIOS
Tropas de elite da cristandade no tempo das primeiras cruzadas, os cavaleiros da Ordem do Templo -fundada aquando do Concílio de Troyes, no ano de 1129- foram alvo de uma guerra injusta e feroz por parte de Filipe IV, o Belo, rei de França, que levou ao seu extermínio, ao saque do seu património e à desintegração dessa poderosa entidade militar-religiosa. Só em Portugal a ordem sobreviveu, por obra e graça d'el-rei D. Dinis, que se viu constrangido, no entanto, a alterar-lhe o nome e o estatuto. Os Templários portugueses passaram (em 1319) a ser designados pelo nome de Cavaleiros de Cristo e, no tempo do Infante D. Henrique, que foi seu Grão Mestre, prestaram estimáveis serviços ao país, participando activamente (e financeiramente) na saga das Descobertas. O emblema da ordem passou a decorar as velas das caravelas e naus portuguesas que, durante os séculos XV e XVI partiram à conquista de todos os oceanos do planeta. A ilustração de topo mostra um cavaleiro Templário da Idade Média, do tempo em a sua ordem participou na reconquista do território nacional.
O castelo de Almourol é a mais emblemática fortaleza construída pelos Templários no nosso país. Erigido numa ilhota do Tejo, perto de Tancos, este castelo é um dos chamarizes turísticos do Ribatejo oriental.
O castelo de Almourol é a mais emblemática fortaleza construída pelos Templários no nosso país. Erigido numa ilhota do Tejo, perto de Tancos, este castelo é um dos chamarizes turísticos do Ribatejo oriental.
OFERECER GATO POR LEBRE
Segundo notícias dos jornais, os turistas estrangeiros estão a deixar em Portugal uns 800 milhões de euros mensais. O que é, naturalmente, uma coisa excelente para a nossa economia. Salvo se meia dúzia de chicos espertos não comprometerem o negócio, explorando descaradamente aqueles que nos visitam, metendo-lhes a mão nos bolsos ou vendendo-lhes gato por lebre. Uma das minhas sobrinhas, que é francesa, alugou recentemente um quarto num hotel de Lisboa; cujas condições nada tinham a ver com as propagandeadas num site da Internet, através do qual ela procedeu à respectiva reserva. Perante a triste realidade, e confrontada com a indignação da miúda, a gerência do hotel 'fez-lhe o favor' de retirar 30 euros por dia à factura apresentada... Mas, pergunto eu : quantos estrangeiros não se sentem lesados sem poder ou querer formular uma reclamação ? -Porventura muitos, que reagirão com outra escolha de país de destino numas próximas férias. E exemplos destes ou parecidos, de pura sabotagem da nossa economia, eu conheço muitos. Só que não me compete a mim estar aqui a denunciá-los. Porque esse é o trabalho de fiscais e de outros reguladores pagos e formados pelo Estado. P.S. : a foto apresentada não tem relação com o facto aqui evocado
CARTÃO VERMELHO PARA OS 3 GRANDES
Depois dos seus rivais -Sporting e Porto- terem empatado na última jornada do campeonato, com equipas geralmente consideradas menores, o Benfica ainda fez pior, ao perder, em Aveiro, com o humilde clube de Arouca. Para mim, a competição máxima do nosso futebol profissional começa bem, porque visivelmente há mais competitividade e, ficou provado, que os três pretensos papões podem baquear, a qualquer momento, diante de 'teams' sem pretensões ao título. Aparentemente já não há 'favas contadas' nos jogos com os pequenos emblemas; que, há falta de milhões, colocam no prato da balança muita garra e muito espírito ganhador. E ainda agora a procissão vai no adro...
CAMPO MAIOR JÁ ESTÁ EM FESTA E ESPERA POR SI
Já começaram, na vila raiana de Campo Maior (no distrito de Portalegre), as incomparáveis Festas do Povo, com a sua tradicional feeria de ruas enfeitadas com milhões de artísticas flores de papel. O espectáculo -que se realiza, geralmente, de 4 em 4 anos- é imperdível. E tem que ser visto pelo menos uma vez na vida. Não falhe este evento (que só não é único, porque já tem muitos imitadores), que pela sua extraordinária beleza e cor jamais será esquecido. Este ano há 100 ruas engalanadas, que necessitaram do trabalho de 6 000 voluntários. As festas de 2015 encerrarão no dia 30 de Agosto. Todos a Campo Maior !
LEMBRANDO OTTO GRIEBEL
Esta impressionante tela intitula-se «A Internacional» e foi pintada, em 1930, pelo artista alemão Otto Griebel (1895-1972). Membro do Partido Comunista (KPD), Griebel inspirou-se na política social e internacionalista propagada pela organização a que aderira em 1919. Foi soldado durante a Grande Guerra e esse tema também está presente na sua obra pictórica. Em 1933, quando Hitler alcançou o poder na Alemanha, a sua obra -então enquadrada na escola Nova Objectividade, também chamada Arte Revolucionária do Proletariado- desagradou obviamente à canalha nazi, que perseguiu (e prendeu) o artista e etiquetou os seus trabalhos como pertencendo à Arte Degenerada. As suas telas foram, então, encafuadas num armazém inacessível ao público e desapareceram, quase todas, durante o terrível (e indesculpável) bombardeamento aéreo (ocorrido de 13 a 15 de Fevereiro de 1945) da cidade de Dresden pelos britânicos. O artista sobreviveu ao nazismo e à 2ª Guerra Mundial e escolheu viver na hoje extinta República Democrática Alemã, vulgo Alemanha de Leste.
domingo, 23 de agosto de 2015
DOIS PROVEITOSOS DIAS DE FÉRIAS
As minhas férias anuais resumiram-se, em 2015, a dois dias. Que passei esta semana no Porto e em Aveiro. Cidades do norte de Portugal, que eu já não visitava há quase 40 anos, no que respeita a Invicta, e há mais de 20, no que concerne a rainha da ria. Graças a um primo que vive na também chamada Capital do Norte e que a conhece muitíssimo bem (quase palmo a palmo), pude aceder aos lugares mais emblemáticos do Porto e constatar -com alguma surpresa- o dinamismo que a habita e que ali chama nuvens de turistas (pelo menos nesta época do ano) originários de toda a Europa, mas não só. A Ribeira, por exemplo, é um lugar de sucesso impressionante e inesperado. Com os seus bares, os seus restaurantes, com o movimento contínuo dos antigos rabelos, agora transformados em transportes turísticos, com as multidões que se exprimem nos mais variados linguajares da Terra, deixou-me literalmente banzado. A mim, que passei 15 anos em Paris, cidade que recebe mais de 1 milhão de visitantes por dia... Enfim gostei da cidade e não me arrependo (apesar das dores de pés causadas pela aventura de subir e descer ruas e ruelas íngremes) de ter voltado a ver uma cidade muito melhor, muito mais viva do que ela era à quatro décadas atrás. Quanto a Aveiro, quero dizer que também ela está mais linda, mais moderna (sobretudo no centro, junto ao embarcadouro dos barcos moliceiros, também eles adaptados para procurar prazer aos visitantes), mais alegre. Tinha lá ido, como já referi, há 20 anos, atraído pelo convento de Jesus (hoje Museu Municipal) e, sobretudo, pela arca tumular de Santa Joana Princesa, uma filha de D. Afonso V e irmã d'el-rei D. João II, que rejeitou matrimónios reais, para responder ao apelo da vida monástica. Foi por essa personagem fascinante e pouco conhecida dos Portugueses (que, infelizmente, desprezam a sua própria História) que eu fui a Aveiro pela primeira vez, há duas décadas; e será também um pouco por ela que espero lá voltar futuramente, porque desta vez não houve tempo para visitas ao passado...
FORMOSA DÁLIA
A dália (nome comum da dahlia) é assim chamada por causa do botânico sueco Anders Dahl, que foi responsável pela sua divulgação no norte da Europa; onde esta flor é muitíssimo apreciada. A dália é originária do México, onde já os Aztecas do período pré-colombino a cultivavam. Existem, actualmente, mais de 3 000 variedades, que se distinguem umas das outras pela forma, pelo tamanho e, sobretudo, pela cor. Que pode ir do branco imaculado até a uma variedade quase preta. Há também variedades que combinam vários tons. A dália parece ter sido introduzida na Europa -no século XVIII- por um director do Jardim Botânico de Madrid, que a adaptou, com sucesso, ao clima temperado do nosso continente. É muito comum no nosso país, onde medra muito bem...
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AS FOLHAS VERDES DO VERÃO
«The Green Leaves of Summer» é uma belíssima canção com música do notável compositor Dimitri Tiomkin e letra de Paul Francis Webster. Interpretada pelo melodioso grupo «The Four Brothers», foi ouvida, pela, primeira vez, aquando da estreia do filme «The Alamo», realizado por John Wayne e estreado no ano de 1960. A canção em questão nada tem a ver (nem de longe, nem de perto) com a temática do filme. Mas marca, no desenrolar da história, um momento de nostalgia; que nos distrai, por um instante, da sua trama dramática, do fim trágico que se adivinha... Aqui vos deixo, escassos minutos, com esta melancólica canção; que, seguramente, vos vai encantar também. Para escutá-la, carregue aqui :
https://www.youtube.com/watch?v=I6ryBrtQtgM
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
FOI HÁ 600 ANOS...
Foi há 600 anos -a 21 de Agosto de 1415- que os Portugueses inauguraram o ciclo de descobertas e conquistas, que fariam do nosso país uma potência planetária. Foi há 6 séculos, com efeito, que el-rei D. João I, alguns dos seus filhos e as gentes de uma armada de 200 navios se apresentaram diante da cidade de Ceuta, na costa marroquina do Mediterrâneo e a conquistaram para a coroa de Portugal. A rota ficava, assim, aberta para os grandes cometimentos da lusa gente; que, ao tempo, deixou a Europa espantada. Foi há 600 anos...
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
RECEITA DE VIDA
EN MÉMOIRE D'ANDRÉE CHEDID
LE CHANT DES VILLES
Je m’attache aux pulsations des villes
A leur existence mouvementée
Je respire dans leurs espaces verts
Je me glisse dans leurs ruelles
J’écoute leurs peuples de partout
J’ai aimé les cités Le Caire ou bien Paris
Elles retentissent dans mes veines
Me collent à la peau
Je ne pourrai me passer
D’être foncièrement :
Urbaine.
* Andrée Chedid (1920-2011), femme de lettres française, née au Caire, d'origine libano-égyptienne. Dans son oeuvre poétique, elle célèbre la vie et, en même temps, elle se pose des questions «sur la condition humaine et les liens entre l'Homme et le monde». L'Orient y est présent, aussi, avec sa sensualité, ses parfums, ses mystères et ses drames, comme, par exemple, la guerre du Liban *
A leur existence mouvementée
Je respire dans leurs espaces verts
Je me glisse dans leurs ruelles
J’écoute leurs peuples de partout
J’ai aimé les cités Le Caire ou bien Paris
Elles retentissent dans mes veines
Me collent à la peau
Je ne pourrai me passer
D’être foncièrement :
Urbaine.
* Andrée Chedid (1920-2011), femme de lettres française, née au Caire, d'origine libano-égyptienne. Dans son oeuvre poétique, elle célèbre la vie et, en même temps, elle se pose des questions «sur la condition humaine et les liens entre l'Homme et le monde». L'Orient y est présent, aussi, avec sa sensualité, ses parfums, ses mystères et ses drames, comme, par exemple, la guerre du Liban *
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
NO QUINTAL DA MINHA AVÓ...
Este texto deve despertar, com toda a certeza, recordações em muito boa gente. Pois fez parte de um livro de leituras da 1ª classe de instrução primária, utilizado pelos meninos deste país há muitas décadas atrás. Não do meu, que, acredito ser ainda mais antigo e cuja edição remonta a 60/70 anos. Ah, nostalgia, quando tu nos agarras...
HÁ QUE ENCONTRAR UM SUBSTITUTO PARA A TRADICIONAL SARDINHA
Os arenques seriam uma excelente alternativa às sardinhas (cujo preço está pela hora da morte) não fosse o facto de não abundarem nas nossas costas, ao que eu julgo saber. E importá-lo dos países do norte da Europa não é solução, 'because' finanças. Sem esse inconveniente, a apetência dos Portugueses por peixinhos grelhados tinha aqui solução à vista. O arenque é, no tempo próprio, um peixe gordo, apetitoso e mais em conta. Só apresenta um inconveniente, que é o de ter mais espinhas do que o nosso clupeída de estimação. Que, com as quotas de pesca a baixarem assustadoramente e o consumo a crescer exponencialmente (no passado mês de Junho os Portugueses devoraram 13 sardinhas por segundo, segundo informação da Docapesca), tem propensão para desaparecer dos nossos pratos. Querem ver que (pergunto) por causa da raridade e do preço elevadíssimo da sardinha, ainda vamos ser 'obrigados' a comer mais pargo, mais cherne e mais tamboril ? -Esperem pela pancada...
A foto arriba é a de arenques grelhados. Que se distinguem das sardinhas pelo corpo mais largo, menos longilíneo.
A foto arriba é a de arenques grelhados. Que se distinguem das sardinhas pelo corpo mais largo, menos longilíneo.
O PRIOR DO CRATO (D. ANTÓNIO) NA CRISE DINÁSTICA DE 1580
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A resistência armada de D. António, prior do Crato, às pretensões do poderoso Filipe II de Espanha é dos episódios menos conhecidos da nossa História. Embora tenha sido rico em peripécias político-militares de grande interesse. O prior do Crato era neto de D. Manuel I e gozava de grande prestígio no Reino, pelo facto de ter batalhado em Alcácer-Quibir e de ser um dos prisioneiros resgatados à moirama. Fez valer os seus direitos ao trono de Portugal, mas não teve forças para se opor aos exércitos espanhóis, que eram, então, os mais poderosos da Europa. Ferido e derrotado pelo duque de Alba na batalha de Alcântara (1580), D. António não desistiu logo dos seus intentos de libertar Portugal do jugo estrangeiro e tentou arranjar, em França, aliados que o apoiassem nesse seu intento. Até que reconheceu que todas as promessas de ajuda haviam falhado e acabou por colocar de lado o seu patriótico projecto. Morreu desiludido e esquecido em Rueil (perto de Paris), no ano de 1595, com 64 anos de idade.
Se tivesse que recomendar 2 livros sobre o supracitado príncipe e a sua acção durante a crise dinástica de 1580, acho que recomendaria «O Prior do Crato contra Filipe II», da autoria do saudoso Mário Domingues, e «Campanhas do Prior do Crato, 1580-1589», de João Pedro Vaz. Experimentem ler. Tenho a certeza que vão apreciar.
Se tivesse que recomendar 2 livros sobre o supracitado príncipe e a sua acção durante a crise dinástica de 1580, acho que recomendaria «O Prior do Crato contra Filipe II», da autoria do saudoso Mário Domingues, e «Campanhas do Prior do Crato, 1580-1589», de João Pedro Vaz. Experimentem ler. Tenho a certeza que vão apreciar.
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