terça-feira, 25 de março de 2014
1 EM CADA 5 ESTÃO EM (GRANDES) DIFICULDADES
Segundo estatísticas recentemente vindas a lume, 2 milhões de Portugueses vivem na pobreza. O que já não é novo e continua a contrastar, naturalmente, com os discursos triunfalistas dos nossos (des)governantes. Esta negação da verdade só vem confirmar, parece-me a mim, aquilo que o padre José Maia disse, hoje, à jornalista Alberta Marques Fernandes no programa Antena Aberta, da RTPN : «A (nossa) classe dos políticos é constituída por políticos sem classe». E está tudo dito !
domingo, 23 de março de 2014
RECORDAÇÕES (9)
Esta foto data de 1967 e mostra a equipa principal da U. S. Quevillaise (vulgo U. S. Quevilly), uma das melhores equipas de futebol amador de França. Todos os seus atletas (ou quase) trabalhavam numa empresa metalomecânica de nome Lozay (que também me empregaria duas décadas mais tarde) localizada em Petit Quevilly, uma cidadezinha normanda dos arrabaldes de Ruão. Com a qual eu tenho outras afinidades, pois foi lá que nasceram as minhas filhas e tambem onde ajudei a fundar (com outras pessoas da numerosa comunidade lusíada da região) uma colectividade sócio-cultural-recreativa : a A.C.L.P.A.R.. Que, passado meio século, ainda existe, apesar de se encontrar em franca decadência. Conheci pessoalmente alguns dos jogadores fotografados, nomeadamente o Poplin (o último de pé, á direita), que chegou a ser meu chefe, na supracitada empresa. Tudo isto se passou há muitos anos... Mas a equipa dos canários (assim chamada pelo facto dos seus desportistas vestirem de amarelo, mas também porque o emblema do clube mostra duas dessas aves canoras) continuou a dar cartas no mundo do futebol não-profissional. Se bem me lembro, a U. S. Quevilly consagrou-se, por mais de uma vez, campeã nacional da sua categoria e foi a duas finais da Taça de França. A última dessas vezes ocorreu há 3 ou 4 anos, quando jogou com a temível e profissionalizada equipa do Lyon e se inclinou (no grandioso 'Stade de France') pela margem mínima : 0-1.
UM EXEMPLO DA ARTE PICTÓRICA PORTUGUESA DO SÉCULO XVI
Esta obra (óleo sobre madeira) intitula-se «São Vicente» e á da autoria de um grande pintor maneirista português do século XVI : Diogo de Contreiras. Artista pouco conhecido, mesmo dos especialistas em artes picturais, Contreiras (identificado, durante muitos anos, como 'Mestre de São Quintino') só há relativamente pouco tempo começou a ser estudado de maneira aprofundada. Esta peça representando o santo padroeiro da cidade de Lisbos, mostra o mártir de corpo inteiro, rodeado dos atributos que lhe granjearam fama junto dos seus devotos : a nau e os corvos. Este óleo foi uma das obras (quase confidenciais) que, em 1971, foram mostradas pela Fundação Gulbenkian numa apreciada e recordada exposição, que se intitulou «Pinturas dos Mestres do Sardoal e de Abrantes».
SAUDADES DO TEMPO DE BUCHA E ESTICA
Qual é a pessoa da minha idade que nunca se 'demanchou' a rir com as facécias de Bucha e Estica ? Esses actores cómicos da época gloriosa do cinema hollywoodiano, aos quais os brasileiros chamam, muito prosaicamente, o Gordo e o Magro; mas que, na realidade, respondiam pelos nomes artísticos de Oliver Hardy e de Stan Laurel. Belos e felizes tempos esses, em que o cinema norte-americano (que eu adoro !) não necessitava de recorrer à pornografia e à violência exacerbada (que caracterizam, hoje, grande parte da sua produção) para atrair espectadores...
NA LISBOA DE OUTRAS ERAS...
Este antiquado veículo de tracção animal circulou em Lisboa há mais de 100 anos. Chamavam-lhe o 'americano'... É o antepassado dos modernos eléctricos da Carris, que tantos bons serviços prestam à população de Lisboa e aos muitos milhares de turistas que, anualmente, visitam (encantados) a 'Raínha do Tejo'. O 'americano' da fotografia está exposto no Museu da Carris. Museu que espera por si, para lhe dar uma ideia precisa sobre a evolução dos transportes públicos lisboetas.
sexta-feira, 21 de março de 2014
CONTRA A ESCRAVATURA
BARREIRO DA MINHA MENINICE
Esta magnífica foto é da autoria do conhecido e saudoso artista barreirense (fotógrafo e operador de câmera) Augusto Cabrita. Que nela fixou um instante de prazer dos banhistas e velejadores da praia do Clube Naval. Para além do delicioso detalhe do chapéu de palha, podemos ver, ao fundo, as fumegantes fábricas da CUF. Que fizeram do Barreiro (enquanto laboraram) um dos mais poderosos centros industriais de toda a península Ibérica. Esta foto talvez date de meados da década de 50 do transacto século...
MALOGRADO «ANDREA DORIA»
Este paquete foi um dos mais belos transatlânticos dos anos 50 do século passado. Chamava-se «Andrea Doria», içava pavilhão italiano e ligava, regularmente, o porto de Génova à cidade de Nova Iorque. Na noite de 25 de Julho de 1956, quando -debaixo de nevoeiro cerrado- se aproximava das costas americanas, entrou em colisão com o paquete sueco «Stockholm», que navegava em sentido inverso. Do abalroamento entre esses dois gigantes dos mares, resultaram o afundamento do «Andrea Doria» e estragos de monta no seu congénere escandinavo, que se manteve, todavia, à tona de água. Morreram 47 pessoas a bordo do transatlântico italiano e 5 outras no navio sueco. O número de vítimas deste desastre marítimo foi considerado negligenciável, ao saber-se que só o paquete italiano levava a bordo, aquando dessa sua fatídica viagem, 1 706 passageiros. Com o naufrágio do «Andrea Doria» perdeu-se, igualmente, um espólio valiosíssimo. Para mais detalhes sobre esta catástrofe, o leitor pode consultar o meu outro blogue ALERNAVIOS; que, para além desta história verídica, traça o perfil de mais de 1 330 outros navios. De todos os tempos, desde a antiguidade até aos nossos dias. (Clique com o rato na imagem, para poder apreciá-la mais detalhadamente).
PAI, DÁ-NOS A FORÇA
ASSIM VAI O MUNDO...
O Benfica e o F. C. Porto estão de parabéns ! Não só pelo facto de se terem apurado para os quartos de final da Liga Europa, mas também, e sobretudo, pelo que os 'encarnados' fizeram (bravo !) no jogo da 1ª mão contra os ingleses do Tottenham e pelo que ao 'dragões' realizaram (que grande proeza !) no jogo da 2ª mão contra o Nápoles. Vi esses dois desafios (na TV, obviamente) e fiquei simplesmente deslumbrado com o futebol praticado pelos dois clubes portugueses. Aos quais desejo boa ventura para o seu futuro internacional. Quanto à sorte dos dois clubes na Primeira Liga nacional, parece já estar traçada. Se nada de muito surpreendente se passar nos desafios que restam (o que não está garantido), o Benfica deve conquistar mais um título, para grande alegria dos seus adeptos e simpatizantes. Quanto ao Futebol Clube do Porto, para o ano fará melhor (estou certo disso) do que esta época, marcada por maus passos inacreditáveis, que estão na origem de inesperados insucessos.
Segundo a imprensa publicada nestes últimos dias, o estado português desbaratou mais de 1 500 milhões de euros nos estudos dos jovens que estão a emigrar nestes tempos de desgraça. Tanto dinheiro deitado à rua, em pura perda ! Não para todos, naturalmente, visto os países estrangeiros que os recebem lucrarem com o saber que por cá lhes foi ministrado e pago por todos nós. Com os sacrifícios que se conhecem... Não critico, bem entendido, esses jovens que viram costas a Portugal, para procurarem lá fora uma existência feliz. Na verdade, eu sei que eles têm razão, quando se exilam com a legítima e humana ambição de construírem, fora de portas, o futuro que merecem e que a pátria lhes nega. E sei também quem deveria de ter vergonha, por assistir a este novo êxodo impávido e sereno. Sem remorsos. Diz também a imprensa nacional, que 81 000 licenciados estão desempregados no nosso país há mais de 1 ano. Que falta de pudor a desta gente que nos (des)governa e que, de toda evidência, não tem sequer competência para gerir uma pacata mercearia de bairro. E que, por vaidade, se agarra ao poder que alcançou, graças às mentiras e habilidades costumeiras dos carreiristas da política. Creio que, em relação à emigração, voltámos a velhos tempos já evocados por Eça de Queirós em finais do século XIX : «Em Portugal a emigração não é, como em toda a parte, a transbordação (sic) de uma população que sobra; mas a fuga de uma população que sofre».
Passadas quase duas semanas sobre o desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines, que levava a bordo 239 pessoas de várias nacionalidades, adensa-se o mistério que envolve esta moderna aeronave; que voava de Kuala Lumpur para a Pequim. Que raios ! -Com toda a tecnologia existente em matéria de instrumentos de detecção e da colaboração internacional (que engloba a participação de vinte e tal países) ainda não foi possível encontrar o mínimo vestígio desse avião ? Nem quero imaginar o sofrimento das famílias dos passageiros e tripulantes do voo em questão... Que devem continuar desesperadas com uma situação indefinida e sob a pressão de 'notícias' contraditórias : que ora dão o 777 caído nas profundezas do mar da China ou do oceano Índico ou desaparecido na densa selva de algumas regiões sobrevoadas eventualmente pelo aparelho extraviado. Espero, para descanso de todos, que os próximos dias sejam realmente decisivos na elucidação deste inaudito caso, que constitui já um dos grandes enigmas da aviação comercial do nosso tempo.
Segundo a imprensa publicada nestes últimos dias, o estado português desbaratou mais de 1 500 milhões de euros nos estudos dos jovens que estão a emigrar nestes tempos de desgraça. Tanto dinheiro deitado à rua, em pura perda ! Não para todos, naturalmente, visto os países estrangeiros que os recebem lucrarem com o saber que por cá lhes foi ministrado e pago por todos nós. Com os sacrifícios que se conhecem... Não critico, bem entendido, esses jovens que viram costas a Portugal, para procurarem lá fora uma existência feliz. Na verdade, eu sei que eles têm razão, quando se exilam com a legítima e humana ambição de construírem, fora de portas, o futuro que merecem e que a pátria lhes nega. E sei também quem deveria de ter vergonha, por assistir a este novo êxodo impávido e sereno. Sem remorsos. Diz também a imprensa nacional, que 81 000 licenciados estão desempregados no nosso país há mais de 1 ano. Que falta de pudor a desta gente que nos (des)governa e que, de toda evidência, não tem sequer competência para gerir uma pacata mercearia de bairro. E que, por vaidade, se agarra ao poder que alcançou, graças às mentiras e habilidades costumeiras dos carreiristas da política. Creio que, em relação à emigração, voltámos a velhos tempos já evocados por Eça de Queirós em finais do século XIX : «Em Portugal a emigração não é, como em toda a parte, a transbordação (sic) de uma população que sobra; mas a fuga de uma população que sofre».
Passadas quase duas semanas sobre o desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines, que levava a bordo 239 pessoas de várias nacionalidades, adensa-se o mistério que envolve esta moderna aeronave; que voava de Kuala Lumpur para a Pequim. Que raios ! -Com toda a tecnologia existente em matéria de instrumentos de detecção e da colaboração internacional (que engloba a participação de vinte e tal países) ainda não foi possível encontrar o mínimo vestígio desse avião ? Nem quero imaginar o sofrimento das famílias dos passageiros e tripulantes do voo em questão... Que devem continuar desesperadas com uma situação indefinida e sob a pressão de 'notícias' contraditórias : que ora dão o 777 caído nas profundezas do mar da China ou do oceano Índico ou desaparecido na densa selva de algumas regiões sobrevoadas eventualmente pelo aparelho extraviado. Espero, para descanso de todos, que os próximos dias sejam realmente decisivos na elucidação deste inaudito caso, que constitui já um dos grandes enigmas da aviação comercial do nosso tempo.
quarta-feira, 19 de março de 2014
OS CINÉFILOS PORTUGUESES CONTINUAM À ESPERA DE UM DVD COM CÓPIA DE «A CAVALGADA HERÓICA»
Claire Trevor (no papel de Dallas, a prostituta com um coração do tamanho do mundo) e John Wayne (que encarna a figura de Ringo Kid, um pistoleiro procurado pela justiça) formam o par vedeta e inesquecível de «Cavalgada Heróica» («Stagecoach», 1939), uma das obras de referência de mestre John Ford. Obra que veio renovar e dar consistência e credibilidade ao cinema western, até então apontado como um género menor. Também esta película -hoje considerada, a justo título, como um clássico dos cinemas norte-americano e universal- não tem edição videográfica em Portugal. O que é, pura e simplesmente, lamentável ! Será que teremos de esperar, ainda muito mais tempo, até que alguém, ligado ao mundo dos editores de DVD's, se lembre de dar esse incomensurável gosto aos cinéfilos deste país ? Aqui fica a pergunta...
DUAS LENDAS FRENTE A FRENTE
Creio que esta fotografia foi tirada em 1966, aquando do jogo Portugal-URSS, disputado para apurar o 3º lugar no pódio do Campeonato do Mundo de Futebol. Campeonato durante o qual os 'Magriços' foram escandalosamente roubados (e, porventura, despojados do título máximo da modalidade), não pelos soviéticos, mas pelos 'nossos amigos' britânicos. Na foto aqui publicada podemos ver duas lendas do futebol mundial, encarnadas pelas pessoas de Lev Yachine, um dos melhores guarda-redes de sempre, alcunhado «a Aranha Negra». Isso, porque se vestia sempre de preto e porque o tamanho das suas pernas e dos seus braços faziam lembrar as patas de um gigantesco aracnídeo. E de Eusébio Ferreira da Silva, chamado a «Pantera Negra», pelo facto da sua agilidade e perigosidade fazerem lembrar as do esguiu felino da sua África natal. Belos tempos ! Tinha eu 21 anos de idade (talvez a melhor idade da vida) e a ilusão de viver num mundo que caminhava para o progresso... Sejamos precisos : a sigla CCCP usada na camisola dos 'russos' não significava Cu Curu Cucu Paloma (como comicamente dizia o malogrado Coluche), mas, isso sim, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Em letras do alfateto cirílico, obviamente ! Que correspondem às nossas letras SSSR. (Clique na imagem para a ampliar).
«O TAMBOR»
«O Tambor», de Volker Schlöndorff, é, sem favor, uma das obras da moderna cinematografia alemã que eu mais aprecio. Foi realizado em 1979, com argumento colhido no livro «Die Blechtrommel» de Gunther Grass. Servido por uma pleiade de grandes actores (David Bennent -no fabuloso papel de Oskar- Angela Winkler, Mario Adorf, Daniel Olbrychski, Charles Aznavour, Andréa Ferreol e outros), «O Tambor» é um filme inesquecível, mas que, ainda assim, queremos ter por perto, na nossa DVDteca. Para, naturalmente, podermos partilhar o seu visionamento com amigos cinéfilos. O problema é que não existe dele cópia videográfica no mercado português. Como aliás não existem, no nosso país, cópias de alguns dos títulos essenciais do cinema europeu. Antigo ou moderno. Parece que essa indústria (tão florescente em Inglaterra, em França ou em Espanha) não está motivada para a edição de obras que possam contribuir para a formação e prazer dos aficionados do cinema de qualidade; e daí virar-se, em exclusivo, para aquele desinteressante cinema comercial norte-americano do chuto e da estalada. Que pena... No entanto e para informação de quem gosta de outra coisa que se distancie da rotineira produção ianque (que tem magníficos filmes, mas não os propostos pelos nossos editores), aqui deixo uma informação sobre esta fita de excelência, cujo enredo aborda meio século de História da Alemanha e se estende entre os anos de1899 e 1945. História vista através do olhar de uma criança, que, perante o cinismo dos adultos que o rodeiam, decide deixar de crescer. Tal informação tem a ver com o facto da DVDgo -conhecida empresa espanhola do ramo- estar a propor, neste momento, uma cópia (sobre suporte 'Blu-ray') deste monumento do cinema germânico. Ao convidativo preço de 9,95 euros. Refiro ainda que esta cópia (intitulada «El Tambor de Hojalata» em Espanha) é legendada em língua portuguesa e que pode ser encomendada pela Internet.
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
SAN GABRIEL
Inútil ! Calmaria. Já colheram
As velas. As bandeiras sossegaran,
Que tão altas nos topes tremularam,
-Gaivotas que a voar desfaleceram.
Pararam de remar ! Emudeceram !
(Velhos ritmos que as ondas embalaram)
Que cilada que os ventos nos armaram !
A que foi que tão longe nos trouxeram ?
San Gabriel, arcanjo tutelar,
Vem outra vez abençoar o mar,
Vem-nos guiar sobre a planície azul.
Vem-nos levar à conquista final
Da luz, do Bem, doce clarão irreal
Olhai ! Parece o Cruzeiro do Sul !
*Camilo Pessanha (1867-1926), in «Clepsydra»*
CAMILLE PISSARRO EM RUÃO
O francês Camille Pissarro (1830-1903) foi um dos co-fundadores da escola impressionista e um dos artistas mais representativos dessa corrente pictural. Era de origem judeo-portuguesa (alguns dos seus antepassados eram transmontanos) e esteve várias vezes na cidade de Ruão (capital da Normandia), onde pintou várias telas. Uma delas foi esta, que ele intitulou, muito naturalmente, «Le Port de Rouen». Esta obra parece ter sido pintada por volta de 1883 e representa um dos cais do Sena; que eu também conheci, quase um século mais tarde, quando, esporadicamente, por lá exerci funções profissionais ligadas à construção e reparação naval... Esta ilustração mostra um auto-retrato do artista executado no final da sua vida.
CITRINOS, CITRINOS
São deveras curiosas as formas que podem tomar alguns citrinos. Nomeadamente, e muito em particular, aquele fruto a que chamam Mão-de-Buda, que todos reconhecerão, na fotografia anexada, graças aos seus múltiplos 'dedos'. Francamente, nunca provei essa espécie de desusada forma; que, também muito sinceramente, eu não saberia comer. Os citrinos restam (a par das cerejas) os meus frutos preferidos. No terreno que envolve a minha casa plantei algumas das árvores que os produzem : laranjeiras, tangerineiras, limoeiros, 1 toranjeira, 1 'limonella' e 1 qumquateiro. Das quais estou, naturalmente, muito orgulhoso, pois quase todas elas são produtivas. Nomeadamente as minhas laranjeiras, que me dão as melhores laranjas do mundo. E disso não tenho dúvidas...
SÍMBOLO DE PROSPERIDADE DE OUTROS TEMPOS
Este soberbo Buick 'Wells Fargo' data dos anos 60 do passado século e pode considerar-se um dos símbolos de prosperidade de uma época em que -em certos países do Ocidente, nomeadamente na América triunfante e referencial- reinava o bem-estar material e a confiança. Muita coisa mudou desde esse tempo, não tão longínquo quanto isso. A população dos 'states', tal como as pessoas da maioria das nações da Europa ocidental, viu os seus países regredir economicamente e o seu nível de vida recuar drasticamente. Para quando o regresso ao passado ? -Talvez quando cessarem as práticas vergonhosas do capitalismo selvagem, mundialista e acaparador; talvez quando os nossos políticos tiverem vergonha e se mentalizem -uma vez por todas- que o poder lhes é dado (ou melhor, emprestado) para servir os povos e não para eles favorizarem os ricos. Talvez...
LEMBRANÇA DE UM MASSACRE GENERALIZADO
1914-2014. Este ano fará 1 século que se dispararam os primeiros tiros daquele conflito que ficou registado na História da Humanidade com o nome -ao mesmo tempo simples e terrível- de Grande Guerra. No qual perderam a vida perto de 20 milhões de pessoas (segundo as estimativas mais fiáveis) e se destruíram centenas de cidades, vilas e aldeias, onde se perdeu um espólio -nomeadamente artístico- insubstituível. De quem foi a culpa ? -Certamente da loucura dos homens, que, passados tantos séculos de civilização, ainda não conseguiram controlar a sua irresponsabilidade, os seus instintos de malvadez, a sua doentia sede de poder. Em homenagem àqueles que sofreram na carne as agruras da vida nas trincheiras (já todos mortos, obviamente) aqui deixo este instante de sofrimento. Que é bom recordar. Para se poder prevenir !
quarta-feira, 5 de março de 2014
POR FAVOR, DEIXEM-ME SONHAR COM USHUAIA
Situada entre o histórico estreito de Magalhães -que um nosso ilustre compatriota descobriu (no século XVI) para proveito e glória do imperador Carlos V- e o quase lendário e tempestuoso cabo Horn, a cidade argentina de Ushuaia representa para mim um sonho inacessível. Atraído por agrestes 'fins do mundo', sempre desejei visitá-la. E confesso que ainda hoje (com quase 70 anos de idade) ousaria fazer essa longínqua viagem, se a sorte me bafejasse, por exemplo, com um prémio chorudo do Euromilhões. Prémio de um jogo de prognósticos ao qual (para agravar as coisas) eu raramente me habilito. Daí a utopia desse périplo à Terra do Fogo permanecer e roçar mesmo a impossibilidade absoluta. Assim, vou olhando para filmes e para fotos, que mitigam a minha fome de um exotismo sem palmeiras e sem praias douradas. Para as quais, francamente, nunca me senti lá muito atraído. Ushuaia, que é a cidade mais austral do planeta Terra, situa-se numa margem do canal de Beagle, tem cerca de 30 000 habitantes e é a capital administrativa de uma província denominada pomposamente Terra do Fogo, Antárctida e Ilhas do Atlântico Sul. A sua economia desenvolve-se à volta da criação de ovinos, das indústria cárnicas, do turismo estival e das actividades geradas pelo porto comercial e pela presença de uma base naval militar. É de Ushuaia que, geralmente, partem as expedições que rumam às regiões polares da Antárctida, onde a Argentina mantém bases científicas permanentes. Os invernos em Ushuaia são gélidos, naturalmente, e invalidam passeios turísticos, mas os breves verões permitem visitar as magníficas montanhas (e glaciares) que rodeiam a cidade, à excepção da sua zona costeira. Como o sonho comanda a vida (como dizia o poeta Gedeão), ainda não expulsei totalmente do meu imaginário a ideia de uma ida a este 'fim do mundo'; que dista de Buenos Aires uns 3 000 km...
terça-feira, 4 de março de 2014
HIPOTÉTICA REFORMA
A aquisição de uma merecida pensão de reforma, após muitas décadas de trabalho produtivo, está a preocupar, cada vez mais, os Portugueses. Que já não vislumbram nessa etapa da sua vida a recompensa do seu esforço, nem têm a certeza de poderem sobreviver com as migalhas que governos incompetentes e perdulários lhes queiram 'dar'. A tal ponto, que muita gente deste país começa a secundarizar essa situação, para se inquietar, apenas, com o presente. O 'cartoon' que aqui vos deixo expressa fielmente essa ideia. Bravo ao seu autor !
AINDA SOBRE O SALAZARISMO DE TRISTE MEMÓRIA
Esta imagem reproduz um título de jornal submetido ao apuro zeloso dos famigerados funcionários da censura salazarenta. O dito referia-se à chegada à capital portuguesa do general Humberto Delgado, durante a campanha eleitoral de 1958/59. O texto proposto pelo jornalista rezava assim : «O regresso a Lisboa do sr. general Humberto Delgado deu lugar a entusiásticas manifestações de simpatia, que originaram diversos incidentes e protestos calorosos de adeptos do sr. Presidente do Conselho». E o resultado final foi o texto amputado das palavras 'entusiásticas' e 'de simpatia'. O que, evidentemente, mudava tudo. Lembro que o regime brutal do Toino de Santa Comba ganhou fraudulentamente essas eleições e condenou o «general sem medo» a uma pena de separação de serviço (por se opor ao governo), que o obrigou a exilar-se. Mais tarde, a 13 de Fevereiro de 1965, este valoroso rival do ditador Oliveira Salazar foi atraído a uma localidade espanhola próxima da fronteira portuguesa e barbaramente assassinado (assim como a sua secretária brasileira Arajaryr Campos) por agentes da PIDE.
Esta fotografia mostra a praia da Costa da Caparica, quando essa popular estância balnear ainda tinha areia. Nela se notam, entre outras coisas, homens com fato de banho integral, quer dizer com camisola de cava e/ou corpete, para lhes esconder o peito. Quando por toda a Europa os homens já se banhavam em calções e as senhoras usavam bikinis, por cá as falsamente púdicas leis salazaristas impunham estes ridículos disfarces. O que não impedia os mirones (por vezes de fato, como a foto documenta) aparecerem na Costa e noutras praias portuguesas com um único fito : 'apreciar' as pernas das fêmeas. E dizer que anda por aí gente com saudades disto e de outras aberrações do chamado Estado Novo...
Esta fotografia mostra a praia da Costa da Caparica, quando essa popular estância balnear ainda tinha areia. Nela se notam, entre outras coisas, homens com fato de banho integral, quer dizer com camisola de cava e/ou corpete, para lhes esconder o peito. Quando por toda a Europa os homens já se banhavam em calções e as senhoras usavam bikinis, por cá as falsamente púdicas leis salazaristas impunham estes ridículos disfarces. O que não impedia os mirones (por vezes de fato, como a foto documenta) aparecerem na Costa e noutras praias portuguesas com um único fito : 'apreciar' as pernas das fêmeas. E dizer que anda por aí gente com saudades disto e de outras aberrações do chamado Estado Novo...
4 DE MARÇO DE 1777, DATA TRISTE DA NOSSA HISTÓRIA
Faz hoje anos que a rainha D. Maria (primeira do nome) exonerou o esclarecido ministro de seu pai Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal e conde de Oeiras; que também ela (a soberana) condenou ao desterro, depois de lhe ter instaurado um processo. Assim terminou, de maneira abrupta, mas esperada, a carreira política de um dos vultos maiores da nossa História. De um homem que, apesar de alguns erros que cometeu na sua vida de estadista, foi, sem dúvida, uma das figuras mais brilhantes da portugalidade. O marquês desenvolveu, como nunca antes se vira, o comércio e a indústria do nosso país, apesar do terramoto que arrasou Lisboa, cidade-capital que ele reconstruiu exemplarmente. Quanto à sucessora de el-rei D. José I, a coitadinha morreu louca, em 1816, no Brasil, depois de ter sido obrigada a ceder o trono de Portugal a seu filho, o futuro rei D. João VI.
ASSIM VAI O MUNDO...
Segundo a «Forbes», a revista dos milionários, a fortuna pessoal dos três portugueses mais ricos -Amorim, Soares dos Santos e Belmiro- subiu (neste tempo de penúria e de grandes sacrifícios para muitos) de 7,7 mil milhões de euros, ou seja mais 24% em relação ao que eles tinham em 2012. Enquanto isso, milhões de compatriotas nossos, vítimas do desemprego e de outras injustiças gritantes, debatem-se com dificuldades económicas e sociais insuperáveis. Milhares deles até já passam fome ! Facto que, por incrível que pareça, não apaga o sorriso da cara dos 'nossos' governantes. Simplesmente escandaloso !
Aqui há anos atrás, a diplomacia da C.E. apoiou a independência do Kosovo, por via do seu desmembramento de uma das antigas repúblicas federativas da Jugoslávia. Essencialmente pelo facto de, após anos de emigração forçada, esse território já conter mais albaneses do que sérvios. Hoje, a mesma C.E. -que continua a demonstrar a sua incapacidade em resolver os problemas que atormentam os europeus da comunidade- lança o anátema contra os russos da Crimeia (ali em número bem superior ao dos ucranianos), porque estes reclamam o regresso dessa região ribeirinha do mar Negro ao seio da Rússia. Talvez seja necessário lembrar que a península em questão saiu, nos anos 50 do passado século, no tempo da governação de Khrutchev, da república soviética da Rússia para integrar o território da Ucrânia vermelha. Isto, num tempo em que o supracitado líder comunista acreditava piamente, como é óbvio, numa União Soviética eterna, una e indivisível. O que justificará a dualidade de posições da Comunidade Europeia ? Eu cá tenho a minha ideia...
O Futebol Clube do Porto -depois de anos e anos de invejáveis triunfos- começa agora a parecer-se mais com uma equipa de meio da tabela. Eu cá penso que isso se deve ao facto do clube estar muito mais interessado no negócio de jogadores do que na manutenção de uma equipa vencedora, recheada de valores desportivos confirmados. Atletas que, no mercado internacional de futebolistas, rendem bom dinheiro (ao que se diz) a alguns figurões da SAD. Sobretudo em comissões, coisa que os sócios do clube nortenho nem sequer imaginam que exista... Como diz um velho ditado normando : «não se pode guardar a manteiga e o dinheiro da venda da dita». Que é como quem diz : não se podem arranjar os milhões provenientes da venda de Moutinho, de Falcão e de James e continuar a brilhar, sem eles, nos jogos da 1ª Liga. Qual treinador, qual treta !
O mau tempo persiste e continua a causar danos de monta em toda a costa portuguesa. Dizem os jornais que os custos desses estragos causados pela fúria dos elementos já ascendem a muitos milhões de euros. Mas, afinal de quem á a culpa ? Da Natureza, que tem as suas próprias leis, ou do homem que as viola sistematicamente, ao tentar ocupar espaços que pertencem ao mar ? Assunto para reflectir. E para tirar ilações.
Aqui há anos atrás, a diplomacia da C.E. apoiou a independência do Kosovo, por via do seu desmembramento de uma das antigas repúblicas federativas da Jugoslávia. Essencialmente pelo facto de, após anos de emigração forçada, esse território já conter mais albaneses do que sérvios. Hoje, a mesma C.E. -que continua a demonstrar a sua incapacidade em resolver os problemas que atormentam os europeus da comunidade- lança o anátema contra os russos da Crimeia (ali em número bem superior ao dos ucranianos), porque estes reclamam o regresso dessa região ribeirinha do mar Negro ao seio da Rússia. Talvez seja necessário lembrar que a península em questão saiu, nos anos 50 do passado século, no tempo da governação de Khrutchev, da república soviética da Rússia para integrar o território da Ucrânia vermelha. Isto, num tempo em que o supracitado líder comunista acreditava piamente, como é óbvio, numa União Soviética eterna, una e indivisível. O que justificará a dualidade de posições da Comunidade Europeia ? Eu cá tenho a minha ideia...
O Futebol Clube do Porto -depois de anos e anos de invejáveis triunfos- começa agora a parecer-se mais com uma equipa de meio da tabela. Eu cá penso que isso se deve ao facto do clube estar muito mais interessado no negócio de jogadores do que na manutenção de uma equipa vencedora, recheada de valores desportivos confirmados. Atletas que, no mercado internacional de futebolistas, rendem bom dinheiro (ao que se diz) a alguns figurões da SAD. Sobretudo em comissões, coisa que os sócios do clube nortenho nem sequer imaginam que exista... Como diz um velho ditado normando : «não se pode guardar a manteiga e o dinheiro da venda da dita». Que é como quem diz : não se podem arranjar os milhões provenientes da venda de Moutinho, de Falcão e de James e continuar a brilhar, sem eles, nos jogos da 1ª Liga. Qual treinador, qual treta !
O mau tempo persiste e continua a causar danos de monta em toda a costa portuguesa. Dizem os jornais que os custos desses estragos causados pela fúria dos elementos já ascendem a muitos milhões de euros. Mas, afinal de quem á a culpa ? Da Natureza, que tem as suas próprias leis, ou do homem que as viola sistematicamente, ao tentar ocupar espaços que pertencem ao mar ? Assunto para reflectir. E para tirar ilações.
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