segunda-feira, 25 de março de 2013
UMA PRIMAVERA DISFARÇADA DE INVERNO
A Primavera anda mascarada de Inverno. De triste Inverno, acompanhada com frio e chuva. Muita chuva, daquela que não se limita a molhar parvos. Esta incomoda mesmo e, de tanta ser, já está a prejudicar os agricultores da minha terra. Que, acabrunhados, já não sabem para quem se virar : se para o Deus do papa Francisco -que se tem mostrado surdo e inclemente- se para Manitú ou para qualquer outra divindade exótica. Eu, que nem tenho propriamente uma mentalidade de turista, também já estou a ficar farto deste capricho da Mãe-Natura; que parece andar muito distraída. Ao ponto de não respeitar datas nem horários. Mas, como diz o outro, «aguenta, aguenta», porque podia ser pior e vir para aí um daqueles tornadozitos, que se habituaram a visitar-nos e que tudo devastam. E que também aleijam...E se, a propósito da chuva, lembrássemos a quadra inicial de um conhecido poema de Fernando Pessoa ? Lá vai : «Cai chuva do céu cinzento/Que não tem razão de ser./Até o meu pensamento/Tem chuva nele a escorrer».
domingo, 24 de março de 2013
NO 33º ANIVERSÁRIO DO ORFEÃO DE PORTALEGRE
////////// O Orfeão de Portalegre -que é uma referência do canto polifónico deste país- comemorou, ontem, no Grande Auditório - CAEP (uma magnífica sala de espectáculos da cidade cantada por Régio), os seus 33 anos de existência. Trinta e três anos ! Um terço de século a espalhar encanto e cultura por todo o territótio luso (ilhas incluídas) e por várias outras nações do nosso continente. E comemorou esse aniversário da melhor maneira, ao convidar para abrilhantar a sua festa de anos outros sons desta extensa e diversificada Transtagânia, Terra Nostra. No que me respeita -eu que estive presente, no meio de muita gente, nessa inesquecível comemoração- confesso que assisti, deleitado, ao concerto dado pelos anfitriões (dirigidos, como sempre e com grande competência, pelo maestro Domingos Redondo); verdadeiramente arripiado, perante a prestação dos Ganhões de Castro Verde, lídimos intérptretes desse Cante profundo, que nos perturba e nos inunda a alma com sentimentos que podem ir (segundo os temas escolhidos) da legítima raiva à felicidade pura e bonançosa; e, para terminar a festa, muito apreciei, também, a participação (simplesmente apoteótica) da Orquestra de Harmónicas de Ponte e Sor, que me brindou e aos presentes com a sua alegria contagiante e com o som (perfeito) das suas músicas. Músicas conhecidas do reportório nacional, mas também típicas de Itália, de Espanha ou da América Latina. Enfim, a festa dos 33 anos de vida do Orfeão de Portalegre -ao qual eu desejo muitos mais aniversários e muitos mais êxitos, para bem da cultura da nossa região e deste país que é o nosso- foi um sucesso. Que a todos agradou. Pudera ! Com tal programa... (As fotografias que ilustram este texto foram retiradas da Internet. Aos autores legítimos das ditas peço desculpa por permitirem esta bem intencionada usurpação).
FUTEBOL : ISRAEL - PORTUGAL
////////// Vi, aqui há dois ou três dias atrás, como muitos milhares de compatrioras, a selecção portuguesa de futebol arrancar -num estádio de Telavive completamente cheio- um imerecido empate diante da formação nacional israelita. E arrancar esse resultado num dos derradeiros minutos de jogo. O futebol tem. por vezes, destas coisas, destas injustiças, que é a de beneficiar uma equipa desinteressada, sem imaginação e sem brilho... As supervedetas da F. P. F. desiludiram (o que está a tornar-se um hábito) num jogo decisivo ou quase (embora o seleccionador pretenda o contrário), contra um adversário teoricamente muito mais fraco. Mas motivado, o que faz toda a diferença. Há dias em que eu detesto o espectáculo futebolístico e me dá vontade de dizer à malta da selecção : vão trabalhar malandros ! -P. S. : já agora, recomendo aos jogadores da selecção lusa que acabem, uma vez por todas, com a contestação ao trabalho dos árbitros e com as queixinhas parvas e injustificadas. Porque, para além de serem manifestações perfeitamente inúteis, isso vos torna ridículos e nos envergonha a todos. (Fotografia do jornal desportivo «O Jogo»).
sexta-feira, 22 de março de 2013
SIMPLESMENTE, ESCANDALOSO !!!
///////// Noticiou a imprensa de ontem, que certo figurão -gestor de uma conhecida firma de telecomunicações- recebeu de salários e de prémios por 3 anos de presença na dita empresa, uma soma fabuosa, muito superior a 3 milhões de euros ! -Faraminosa quantia que, segundo as contas feitas por uma jornalista da SIC, equivale a 450 anos de salário mínimo nacional. Num país onde se recusa um aumento de 15 euros mensais aos trabalhadores mais mal pagos, aceitam-se bizarrarias como esta. Que ofendem a dignidade de quem trabalha e produz riquezas. Não há, no governo deste maltratado país, ninguém com um mínimo de bom senso, que estabeleça um salário máximo nacional, dentro dos limites daquilo que é justo e sensato ?
«DO VASTO E BELO PORTO DE LISBOA»
//////////// Esta antiga e belíssima imagem do porto de Lisboa faz parte de uma exposição fotográfica sobre o dito lugar da capital portuguesa, que está a ser mostrada no Museu do Oriente. Limitada às primeiras décadas do século XX, esta mostra -que eu ainda quero ir ver- é composta por 75 fotografias a preto e branco (escolhidas num lote de 6 000) e estará patente ao público naquele precioso espaço museológico até ao dia 27 de Maio do ano corrente. Segundo o catálogo da exposição em apreço, estas fotos «dão a conhecer o porto e Lisboa como um ponto fundamental de relacionamento interoceânico, um porto de escala, de partida e destino para todo o mundo, ou simplesmente entre as duas margens do rio Tejo». Intitulada «Do vasto e belo porto de Lisboa», esta exposição é, naturalmente, um acontecimento cultural a não perder. (Clique sobre a imagem para ampliar a fotografia).
«QUANDO VIER A PRIMAVERA»
///////////
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
(heterónimo de Fernando Pessoa)
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
(heterónimo de Fernando Pessoa)
A TERRA QUE AFONSO NOS LEGOU
EM HONRA DE CABRILHO.
Estas imagens mostram um selo de correio emitido, em 1991, pelos 'United States Postal Services', a administração postal dos Estados Unidos da América. A figura histórica nele representada (e homenageada) é a do navegador luso João Rodrigues Cabrilho, que, no já longínquo ano de 1542, descobriu, explorou e mapeou uma porção da costa oeste daquele país, nomeadamente o litoral de uma terra que hoje se chama Califórnia. João Rodrigues Cabrilho, que era natural do norte de Portugal, aparece aqui mencionado -nesta estampilha de 29 cents- com o nome hispanizado de Cabrillo. Isto, porque na época da sua glória, já muitos portugueses abandonavam este Portugal ingrato (e prenhe de políticos medíocres e sem visão) para vender o seu saber e a sua força de trabalho a potências estrangeiras; que as souberam aproveitar e estimular. Tal como hoje ! Tempo em que a sagacidade duvidosa dos ministros que se venderam à 'troika' continua a privilegiar o abandono da pátria pela melhor juventude desta velha e desrespeitada nação. Que desperdício, senhores !...
quarta-feira, 20 de março de 2013
GISELA JOÃO, UMA DESCOBERTA
Um destes dias tive o prazer de 'travar conhecimento' com uma senhora fadista, muito bonita, chamada Gisela João. Pessoa de quem eu nunca ouvira falar, antes de seguir o excelente programa «Bairro Alto», animado pelo filho de um rapaz do meu tempo chamado Fialho Gouveia. Aproveito a oportunidade para dar os parabéns a essa jovem, originária da cidade de Barcelos, que, para além de ter sido dotada com uma voz muito agradável, sabe, realmente, cantar o fado. Para os ignorantes que, como eu, ainda não conheciam a Gisela, informo que o podem fazer através do 'you tube'. Ou, melhor ainda, podem ouvi-la cantar (ao vivo) na casa de fados lisboeta «O Senhor Vinho», propriedade do casal José Luís Gordo e Maria da Fé.
'QUE SE CALLEN' !!!
Depois da expressão ascorosa (e já célebre) «Ai, aguenta, aguenta !», lançada, aqui há umas semanas atrás, por um dos milionários da 'nossa' banca, que se referia à capacidade dos Portugueses de suportarem por muito mais tempo a política desastrosa dos 'senhores doutores' que estão a arruinar este país, vem agora um outro figurão (também ele a nadar em dinheiro) lançar -através da televisão- a ideia infame de que os muito milhares de desempregados desta maltratada nação que é a nossa, se «divertem» à brava nas manifestações de repúdio ao governo conjunto do PSD/CDS e da 'troika'. Mas porque é que esta gente ignóbil não fecha a matraca e não continua (num silêncio prudente) a usufruir, enquanto pode, das fortunas que acumulou com a especulação de capitais e com o fruto do suor, das lágrimas, do sangue e do desespero daqueles que essa ralé endinheirada explorou e explora até à medula ? -Eu tenho a certeza de que esta acumulação de injustiças e de vexames a que os povos de Portugal (mas não só) estão a ser submetidos terá um fim. Um dia. E que, nessa altura, veremos (se cá estivermos) quem acabará por perder a arrogância e por pagar a factura !... Entretanto, seria bom que esses 'empreendedores' (que comeriam merda, sem o esforço colectivo dos seus trabalhadores) fossem mais discretos e que (de vez em quando) se servissem da sua massa cinzenta para reflectirem sobre o estado em que ajudaram a por este país que se chama Portugal. Um país que é suficientemente rico para dar a este povo aquilo que ele merece, que é uma vida condigna. Um país que desde o Marquês de Pombal só tem tido no governo gente incompetente ou gente corrupta. Enfim, gente tonta e sem visão.
segunda-feira, 11 de março de 2013
A PROPÓSITO DA MINI-SÉRIE «VERMELHO BRASIL»
Na passada noite quis ver -no 1º canal da RTP- o segundo episódio da mini-série «VERMELHO BRASIL», inspirada num romance do escritor Jean-Christophe Rufin, galardoado com o prémio Goncourt 2001. E vociferei, e praguejei durante 50 minutos contra a imbecilidade dos 'responsáveis' desse canal público de televisão. Então não é que essas bestas incrustraram no ângulo superior direito do ecrã -durante quase toda a exibição do episódio em questão- a descomuninal fotografia de um Fiat 500 e o número de telefone utilizável para o poder ganhar num concurso da casa ? -Simplesmente vergonhoso !!! - A RTP não tem o direito moral de sabotar uma obra (seja ela qual for !) que ela transmite, com publicidade parva como esta. Já nos basta o também indesejado logo do canal. Que quanto a mim, também não tem que figurar e desfear obras de natureza artístico-cultural. Sejam elas quais forem. No que me diz respeito, acabou aqui o meu desejo de ver os restantes episódios desta mini-série. Que é uma co-produção franco-canadiana-luso-brasileira e que relata um episódio pouco conhecido da História colonial do Brasil : a tentativa de ocupação da baía da Guanabara pela expedição do francês Nicolas Durand de Villegaignon. Personagem de meados do século XVI, que dali acabou por ser escorraçado, rapidamente, pelos Portugueses. Esta mini-série, que tem -num dos principais papéis- o nosso compatriota Joaquim de Almeida, merecia melhor sorte do que aquela que lhe reservou a RTP. Televisão estatal, que não tem que comportar-se (de modo algum) como se comportam os canais privados e comerciais do nosso mundo televisivo. Repito, no que me diz respeito prefiro investir 17 euros na compra da dita mini-série (é o seu custo no 'site' Amazon.fr) do que ter que suportar as asneirolas de quem pode manda na RTP.
quarta-feira, 6 de março de 2013
ALFREDO RODRIGUEZ PINTA OS NAVAJOS DE MONUMENT VALLEY
Esta belíssima tela é da autoria de Alfredo Rodriguez, conceituado artista mexicano a residir na Califórnia. Mostra-nos dois membros (um ancião e uma menina) de uma família Navajo de Monument Valley (Arizona) pastoreando um rebanhos de ovelhas e de cabras. Tive a oportunidade de visitar este povo nessa sua reserva de MonumentValley, onde ele se entrega, efectivamente à pastorícia; mas, também, ao fabrico de tapetes e de jóias. Embora viva, essencialmente, do turismo, indústria que ali atrai, anualmente, muitos milhares de visitantes.
FRANCISCO GEORGE NO CANAL BENFICA TV
Não tenho o hábito de focar a minha especial atenção no canal Benfica TV. Aconteceu, porém, que hoje, na sequência de um habitual exercício de 'zapping', me foi dada a oportunidade de ver uma emissão desse canal denominada «Zona de Decisão». E confesso que não perdi o meu tempo, porque um jornalista da casa entrevistava ali o Dr. Francisco George, director do nosso Serviço Nacional de Saúde. Que, me interessou pela sua história de vida e pelas lições (de foro profissional e muito pedagógicas) que ele ministrou a quem teve a sorte de ouvi-lo. Assinante, durante muitos anos, do «Diário do Alentejo», habituei-me a seguir as interessantes crónicas que esse senhor ali semanalmente publicava. E tinha dessa personagem da nossa vida pública uma excelente impressão. Esta entrevista ao canal de televisão dos benfiquistas, veio confortar-me na ideia de que Francisco George é, sem dúvida, um grande contador de histórias e um clínico de alto valor. Nota final : a sua passagem pela antena dessa televisão clubística teve a ver com a sua simpatia pelo S.L.B. e, também, pelo facto de seu sogro ter sido, simultaneamente, um atleta do clube em questão e o arquitecto que construíu, nos anos 50 do passado século, o estádio da Luz.
MANCHESTER UNITED-REAL MADRID
Segui pela televisão, com muito interesse, o jogo que ontem opôs o Manchester United ao Real Madrid. Jogo da Liga dos Campeões, que a prestigiosa equipa espanhola venceu por 1-2. E lamentei, como toda a gente que assistiu a esse grandioso espectáculo desportivo, a desastrosa decisão do árbitro, quando, inesperadamente e sem razão, decidiu expulsar o nosso compatriota Nani. Acto injusto, que desvirtuou o jogo e penalizou amplamente a melhor equipa em campo. Se o Real Madrid conquistar, este ano, o seu 10º troféu europeu, bem pode dizer obrigado a um árbitro muito distraído com aquilo que se passava à sua volta...
ADIÓS PRESIDENTE. HASTA SIEMPRE !
Faleceu o presidente da República Bolivariana da Venezuela, general Hugo Chavez. E eu, por achar que ele era um homem sincero e leal ao seu povo, associo-me à dor que atinge a maioria dos venezuelanos, mas também de muitos milhões de outros latino-americanos. Chavez (que também demonstrou ter grande simpatia por Portugal, que ele visitou quatro vezes) era, sobretudo, um político vertical, que jamais se dobrou perante a sombraceria (por vezes ultrajante) dos gringos. Que, ainda hoje, estão convencidos de que todos os territórios sitos a sul do rio Bravo constituem o quintal dos 'states'.
segunda-feira, 4 de março de 2013
ALEXANDRA, UMA HEROÍNA DE SELMES
Ouvi hoje a tua história de
vida no canal SIC e quero dizer-te, com muita sinceridade, que tu és uma heroína.
Uma heroína a sério, de verdade ! Porque teres lutado toda a vida contra os preconceitos e
contra a ignorância daqueles que te rodeiam, faz de ti alguém de excepcional, de
admirável. Se eu fosse teu avô (tenho uma neta da tua idade, quiçá mais velha)
teria orgulho, muito orgulho na tua pessoa e na maneira firme e valorosa como
encaras a adversidade. Coragem Alexandra ! Continua assim e realizarás,
forçosamente, os teus sonhos de menina. Tenho a certeza que, um dia, serás psicóloga
e serás feliz. Como desejas e como mereces. Um grande beijo para ti.
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