terça-feira, 30 de dezembro de 2014
VIVÓ SPORTING !
Uma equipa de miúdos do Sporting Clube de Portugal foi ontem vencer, por 2-0, o Vitória de Guimarães no seu reduto do Minho. O que, em princípio, deveria deixar todos os adeptos leoninos muito felizes. Mas, alto aí ! A malta anda desnorteada, pois o clube lisboeta anda a braços com problemas internos, que -ao que a muitos parece- têm a ver com o ego desmesurado do senhor Bruno de Carvalho, que agora deu em embirrar com o treinador da equipa principal. Com Marco Silva, um homem com pergaminhos (conquistados aquando da sua memorável e frutuosa passagem pelo Estoril) e que, em matéria de futebol, não tem lições a receber do seu sempre excitado presidente. Que se mete (a meu ver e na opinião de muita gente) em coisas das quais nada percebe. Para bem dos sportinguistas e do clube da sua afeição, seria bom que o seu presidente se acalmasse; que deixasse de vociferar e de bolsar alarvidades sobre tudo e sobre todos, que vão revelando, dia após dia, a sua pequenez. Enquanto dirigente desportivo e enquanto homem. Isto dito, mais uma vez ressalvo a vitória obtida ontem pelo S.C.P. na 'cidade-berço', que é, forçosamente, augúrio de que melhores tempos se avizinham. Com ou sem o presidente em exercício.
DOLOROSA SÉRIE DE DESASTRES
Nas primeiras horas do passado domingo, fomos todos surpreendidos com a notícia do desaparecimento de mais um jacto da aviação comercial malaia. Desta vez calhou a um Airbus A320-200, da Air Asia, que voava -de Surabaia para Singapura- com 162 pessoas a bordo. Convém lembrar que esta companhia é uma 'low cost' reputada pela sua regularidade e pela segurança oferecida aos seus utentes. Isso mesmo, veio dizer à imprensa o seu director Tony Fernandes, um grande empresário originário da chamada comunidade lusa de Malaca, fundada nos tempos áureos do grande conquistador Afonso de Albuquerque. Fernandes lembrou que a sua companhia já transportou mais de 220 milhões de passageiros, sem ter perdido um único viajante. O que é obra ! Então como explicar o inexplicável ? -É a essa pergunta que os peritos em segurança aérea irão tentar responder nos tempos mais próximos. Tanto em relação a este avião (cujo voo poderá ter terminado nas profundezas do mar de Java), como aos dois outros de nacionalidade malaia, que se perderam este ano : o abatido numa zona de guerra, situada algures entre a Ucrânia e a fronteira russa e o desaparecido -sem deixar rasto- quando sobrevoava (ao que se presume) a imensidade do Índico oriental. Aguardemos serenamente pelo desfecho dos inquéritos em curso, pensando nas famílias enlutadas por esta inaudita série de dolorosos acontecimentos. Que podem acontecer a todos, a qualquer momento e em todo o lado.
PAÍS SEM SERVIÇOS DE SAÚDE CONDIGNOS
Toda a gente se lembra da situação ocorrida há uma semana no Hospital Amadora-Sintra, onde houve gente que recorreu à ajuda do respectivo serviços de urgências e que por lá aguardou por consulta durante 24 longas horas ! Situação denunciada justificadamente (pela imprensa), como sendo 'terceiromundista'. Depois disso e para remendar os buracos do seu efectivo clínico, o Ministério da Saúde autorizou o referido hospital a contratar 10 médicos, pagando-lhes acima do máximo previsto por lei : 720 euros diários. Ainda assim, e até hoje, nenhum candidato foi atraído por tal oferta. Porquê ? Se calhar, porque a maior parte dos jovens licenciados em medicina já estão todos a trabalhar no estrangeiro, para onde a política deste (des)governo tem empurrado tanta gente... Ou talvez, porque os médicos eventualmente disponíveis saibam fazer contas e tenham chegado à conclusão de que o que lhes restaria dos tais 720 euros diários seria muito pouco, depois dos funcionários dos impostos lhes terem 'tratado da saúde'. Não sei... O que sei é que os políticos que desgraçadamente temos, que colocaram o país e os Portugueses nesta desesperada situação (em matéria de saúde, mas não só), merecem um formidável pontapé no traseiro aquando das eleições de 2015. Para as quais eles já se andam a fazer, despudoradamente, ao bife. Rua com esta gente, que tem andado a brincar com a nossa dignidade de cidadãos e de seres humanos !
domingo, 28 de dezembro de 2014
«...DO BIGODE ATÉ AO RABO»
CALOU-SE UMA VOZ INSIGNE DO FADO COIMBRÃO
Com a confusão provocada pelos festejos natalícios (eu chamo a esta desenfreada e mercantil época do ano -à qual falta, há muito, a mínima réstia de espírito cristão- a São Comerciante) não dei, infelizmente, pelo passamento do Doutor Juiz Fernando Machado Soares. Um português da ilha do Pico, que foi uma das vozes que mais dignificaram o fado de Coimbra. Aqui fica a minha humilde e sincera homenagem ao autor de «Coimbra tem mais encanto, na hora da despedida», sensível balada que todos nós trauteámos nas mais variadas circunstâncias. O Dr. Machado Soares (que recebera merecidamente, em 2006, o Prémio Tributo Amália Rodrigues) deixou-nos no passado dia 7 de Dezembro com 84 anos de idade. Até sempre senhor poeta !
FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (28)
Não sei em que ano foi tirada esta interessantíssima fotografia. Alguns detalhes apontam para que este instantâneo tenha sido captado (por artista cuja identidade também desconheço) nos primeiros anos do século passado. A foto mostra um numeroso grupo de pessoas concentradas no Terreiro do Paço, em Lisboa. São emigrantes (com destino às colónias de África ou ao Brasil), que esperam o momento do embarque, que se fará, presumivelmente, no cais de Alcântara. Os chapeirões e os barretes dos homens indicam a sua origem rural e a sua condição social modesta. Apesar da vida (económica) dos Portugueses ter evoluído durante os séculos XX e XXI, a verdade é que os fluxos emigratórios nunca se interromperam. Nos anos 60 foi o que se viu, com a partida maciça de famílias -e de mancebos avessos às guerras coloniais- para França e para outros países da Europa. E agora, na inaudita era Passos Coelho/Paulo Portas, o êxodo continua com a partida de muitas dezenas de jovens (mas não só), que procuram na estranja as oportunidades de vida e de carreira que aqui lhes são negadas. Que tristeza este fado do 'portuga' de mala às costas e da saudade que os entristece; que, na realidade, nos entristece a todos... (Amplie a imagem com um clique do rato).
AZEITES NACIONAIS PREMIADOS
Já aqui referi e comentei, por várias vezes, a excelência dos nossos azeites. Que começam a ter reconhecimento internacional e a ver a sua qualidade premiada em prestigiosos certames. No último de que tive notícia, 8 azeites portugueses (de várias marcas e representativos de várias regiões) classificaram-se entre os 50 melhores do Mundo. Essa escolha foi feita pelo especialista Heiko Schmidt (um alemão) com base nos resultados e apreciações do World's Best Olive Oils de 2013/2014. Segundo julgámos perceber, ainda há espaço para os nossos azeites neste certame, ao qual nos apresentamos a concurso há relativamente pouco tempo. Concurso que é, hoje, dominado por espanhóis e italianos, que por lá andam há muitos anos e que por lá já criaram e fidelizaram os seus clientes. Estou certo que, da próxima vez se fará melhor. //////////////
Estes são dois dos azeites recentemente premiados pela World's Best Olive Oils. Para além das marcas Oliveira da Serra (com 3 selecções) e Gallo (com outras tantas), também foram distinguidos azeites da Herdade do Carapeta e do Cabeço das Nogueiras (com 1 cada).
CUIDADO COM AS COMEZAINAS !
Para bem da sua saúde, não caia na asneira de repetir -no 'réveillon'- os abusos que cometeu (se tal for o caso) durante a quadra natalícia. Infelizmente, diante de uma mesa farta em iguarias, há sempre essa tendência para bisar os excessos de há uma semana atrás. O problema é que, nessas circunstâncias, a Natureza nos apresenta sempre a factura dos erros cometidos e a dita paga-se, geralmente, muito cara. Digo-o eu, que fui costumeiro desse tipo de 'brincadeira' perigosa e que agora me vejo com problemas de obesidade, extremamente difíceis de solucionar. Tanto mais, porque levo uma vida sedentária, que me mantém na posição do equilibrista da corda bamba. Lembre isto : a saúde é o bem mais precioso com que fomos prendados. E depende de nós mantê-la e seguir em frente (e em boas condições) pela estrada da vida ou encurtar esse caminho devido aos obstáculos que nós próprios vamos erguendo... Lembre-se que é melhor estar bem vivo, do que morrer como um 'bon vivant'.
FELIZ ANO NOVO !
A todos aqueles que -voluntariamente ou não- visitam este blogue, desejo um ano de 2015 mais feliz do que o que agora finda. Que o Novo Ano vos isente de escândalos, de cortes de salários e de pensões, de injustiças e de tudo o resto que, em 2014, tivemos que gramar por parte de governantes e de privilegiados insensíveis à solidariedade e a todos os outros sentimentos que engrandecem a alma humana. Embora, muito sinceramente, tenha que dizer que não acredito muito na remissão de tal gente. Mas , enfim, deixemo-nos de pessimismos e acreditemos (a quadra é propícia para sonhar...) na assunção de um milagre. Aleluia !
MARVÃO DÁ-VOS AS BOAS-VINDAS
Prossegue até dia 4 de Janeiro de 2015 a Quinzena Gastronómica da Caça de Marvão; que conta com a adesão de vários restaurantes especializados na preparação de pitéus com base nas espécies cinegéticas do Alto Alentejo. Acredito que seja uma boa oportunidade para se descobrirem (ou redescobrirem) os sabores deste recanto da raia transtagana e, também os seus inúmeros e diversificados encantos, naturais e monumentais. Vinde, com a certeza de levaren daqui -todos- gratas recordações do Portugal interior.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
AS MINHAS CANÇÕES PREFERIDAS
«LES CRAYONS DE COULEUR»
Un petit garçon est venu me voir tout à l'heure
Avec des crayons et du papier
Il m'a dit je veux dessiner un homme en couleur
Dis-moi comment le colorier
Je voudrais qu'il soit pareil que moi quand je serai grand
Libre, très fort et heureux
Faut-il le peindre en bleu, en noir ou en blanc
Pour qu'il soit comme je le veux
(refrain)
Si tu le peins en bleu, fils
Il ne te ressemblera guère
Si tu le peins en rouge, fils
On viendra lui voler sa terre
Si tu le peins en jaune mon fils
Il aura faim toute sa pauvre vie
Si tu le peins en noir fils
Plus de liberté pour lui
Alors le petit garçon est rentré chez lui
Avec son beau cahier sous le bras
Il a essayé de dessiner toute la nuit
Mais il n'y arriva pas
Si tu le peins en bleu, fils
Il ne te ressemblera guère
Si tu le peins en rouge, fils
On viendra lui voler sa terre
Esta belíssima balada anti-racista é de origem norte-americana e foi escrita por Marge Barton, que a intitulou «What Color (Is a Man)». Foi cantada e gravada, pela primeira vez, em 1965 por Bobby Vinton, que (ao que julgo saber) é autor dos arranjos musicais. Chegou a França no ano seguinte pela voz de Hughes Aufray e com letra de Pierre Delanoe. Comprei o disco, logo após o seu lançamento comercial, por ter ficado muito sensibilizado com a mensagem humanista que emanava de «Les Crayons de Couleur». Que foi um consolo e um encorajamento para todos os progressistas (ou tidos como tal) que se opunham à opressão de seres humanos. Fosse qual fosse a sua cor, fosse qual fosse a sua fé. Isso, num tempo em que grassavam no planeta guerras de tipo colonial (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau) e/ou de tipo imperialista (Vietnam); e em que, na África austral, se viviam os anos feios do 'apartheid' e nos E.U.A. a segregação persistia em marginalizar a população afro-americana. Ainda hoje a aprecio no seu todo : letra e música. Para ouvir a canção no 'You tube', carregue aqui :
https://www.youtube.com/watch?v=IZOT7xKZpj4
SER CURIOSO...
Sou um indivíduo extremamente curioso. Por natureza. Sempre gostei de saber o porquê das coisas, contrariamente a muita gente que eu conheço, para a qual isso não tem a mínima importância. Mesmo em matéria de linguística... Quando ouço, por exemplo, uma expressão que não me é familiar, costumo perguntar (se o meu interlocutor for pessoa próxima) qual a sua origem. E fico algo frustrado se a pessoa chamada a elucidar-me não sabe responder-me. Enfim, manias ! Aqui há dias topei com um livrinho (publicado pela Planeta), que me apressei a comprar. Trata-se de uma preciosa obra de Sérgio Luís de Carvalho -historiador e romancista consagrado- intitulada «Nas Bocas do Mundo». Que é, segundo legenda inscrita na capa do próprio livro, 'uma viagem pelas histórias das expressões portuguesas'. Confesso que li esta obra com a (quase) voracidade com que um menino 'trata da saúde' a uma caixa de bombons. Magnífico e indispensável livro para os curiosos com os quais (e estou a repetir-me) eu me identifico plenamente. Como tenho a pretensão de falar francês fluentemente (mais de 40 anos passados na pátria de Vítor Hugo, permitem-me essa gabarolice), também -antes- sentira a mesma curiosidade em relação àquelas expressões que os gauleses utilizam quotidianamente, mas sobre a origem das quais pouca gente se interroga. Para poder obter informação fidedigna sobre as ditas, já dispunha de uma obra simular àquela escrita por Sérgio Luís de Carvalho : «Les 1 001 Expressions Préférées des Français». Da autoria de Georges Planelles, editada pelo Livre de Poche, este livro é, como o precedente, algo de inestimável, do qual não me separo. Ou que, pelo menos eu «tenho sempre à mão de semear».
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
SER LIVRE
ASSIM VAI O MUNDO...
Há um pouco mais de meio século, quando os 'Barbudos da Sierra Maestra' investiram a cidade de Havana e puseram cobro à ditadura de Fulgêncio Baptista e à influência (perdoai o eufemismo) dos norte-americanos em Cuba, os Estados Unidos não ficaram contentes com a reviravolta operada na maior das ilhas do Caribe. E tentaram, por todos os meios (inclusivamente militares), destruir as esperanças de um povo oprimido e enxovalhado. Com a imposição de um bloqueio económico e diplomático feroz, os 'states' acabaram por não deixar a Fidel Castro outra alternativa senão a de firmar uma aliança com a União Soviética e com os países do bloco comunista. Que, diga-se de passagem, ajudaram (enquanto duraram) Cuba a sobreviver ao fecho das fronteiras económicas não só dos E.U.A., mas de todos os países vizinhos da América Latina subjugados à vontade de Washington. Apesar de grandes dificuldades, que em certos momentos da sua História radicalizaram e endureceram o castrismo, Cuba resistiu e sobreviveu a todas as barreiras levantadas contra a ilha e contra as legítimas ambições do seu povo. Que desejava, entre outras coisas, viver uma existência material mais desafogada. Parece que, agora, tanto tempo passado sobre a vitória de Fidel, Barack Obama deseja por um termo a essa situação anómala (para não lhe chamar outra coisa), que tem envenenado o clima daquela região do mundo e que chegou a levar o planeta (como estareis lembrados) à beira de uma guerra nuclear global. Isto dito, quero louvar a decisão dos presidentes Obama e Raúl Castro, que anunciaram, para já, o reatamento de relações diplomáticas e a futura extinção do famigerado bloqueio. E felicitar os dois povos vizinhos, para os quais esta política de aproximação é (a meu ver) prenúncio de melhores dias.
O chamado 'Caso dos Submarinos' e das luvas, que tanto dinheiro custou ao erário público (quer dizer, às nossas carteiras) foi arquivado «por falta de provas». Como, aliás, a maioria dos Portugueses já esperava... Afinal, como dizem os jornais de hoje, os investigadores não conseguiram reunir matéria para culpar quem quer que fosse. Em parte, e ao que parece, por não terem tido acesso a documentos constando nos dossiers do BES e a outros. Como é sabido, na Alemanha (país construtor dos submersíveis) houve inquéritos com resultados palpáveis, julgamentos e prisões por subornos ligados ao mesmo negócio. Por cá, e apesar dos membros de uma família de conhecidos banqueiros ter confessado que recebera milhões de euros de luvas por se ter envolvido na famigerada negociata, nada há a fazer... Quanto ao actual vice-primeiro ministro (que tem direito a foto e manchete no jornal «I», de hoje) também vai deixar de ser incomodado (isto, se alguma vez o foi), apesar do seu partido ter encaixado , na época da compra dos 'subs', 1 milhão de euros de proveniência algo duvidosa. Não quero contestar as decisões tomadas por pessoas da nossa justiça, que são, certamente, muito competentes, nem me daria um gozo particular ver personagens públicas atrás das grades; mas que há para aí muita gente que um dia terá de prestar declarações sobre o paradeiro de 'pipas de massa' do Estado, que neste país se dissipam como o fumo, lá isso sei e quero que aconteça.
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (27)
A fotografia de topo (tirada por um profissional da prestigiosa e extinta revista «Life») mostra uma das faces do monte Rushmore, antes de nela terem sido esculpidas as quatro cabeças presidenciais. O monte Rushmore situa-se nas Black Hills, perto da localidade de Keystone, no estado de Dacota do Sul. As monumentais cabeças dos presidentes George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln são da autoria do escultor Gurzon Borgium, que levou cerca de 30 anos a executá-las e que faleceu antes do conhecido monumento ter sido inaugurado, em 1946. Este conjunto escultórico foi inscrito no Registo Nacional de Lugares Históricos (dos Estados Unidos) em 1966 e é um dos sítios turísticos mais visitados dos Dacotas. A sua monumentalidade ficou patente no filme «Intriga Internacional» («North by Northwest»), realizado em 1959 por Alfred Hitchcock. A fotografia abaixo mostra o conjunto do monte Rushmore, tal como ele pode ser admirado nos nossos dias.
«LA DAME DE MONSOREAU»
Lembro-me de ter visto, há mais de 40 anos, uma mini-série da TV francesa (quando esta só tinha 2 ou 3 canais) intitulada «La Dame de Monsoreau». Que era uma história (de capa e espada) inspirada numa obra homónima do grande escritor Alexandre Dumas. Já não recordo muito bem o enredo desta produção televisiva, que foi realizada por um certo Yannick Andréi, mas estou certo de ter gostado e de a dita ter sido alvo de boas críticas e de ter recebido as palmas de um largo público. Enfim, da maioria das pessoas que, então, a viram. Confesso que fiquei muito surpreendido com a edição videográfica (sobre suporte DVD) recente deste bom 'pedaço de televisão'. Espero ter a possibilidade de adquirir a cópia proximamente e de poder desfrutar (mais uma vez) de uma obra que deixou saudades.
DIÓSPIROS, DIOSPIREIROS
O diospireiro ('Diospyros kaki L.') é uma árvore muito comum na minha região. Mas, a exemplo do que acontece com as que produzem citrinos (laranjeiras, limoeiros, tangerineiras, etc), ele quase só serve, por aqui, de elemento decorativo da paisagem. Infelizmente, perdem-se por cá, anualmente, toneladas de todos estes frutos. Que eu acho escandaloso deixar apodrecer nas árvores ou no chão, numa terra onde -há que dizê-lo !- não impera a abastança. Eu confesso não ser apreciador de dióspiros, mas sei que é um fruto com grandes virtudes, havendo até quem afirme que eles são excelentes na prevenção de certas doenças cancerígenas. É impressionante vê-los, já depois da queda das folhas, agarrados aos ramos nus dos diospireiros, resistindo à agressividade do tempo. Que este ano foi manifestamente inclemente. Eu deambulei mais de 40 anos da minha já longa vida pelo estrangeiro; e confesso nunca ter estado numa terra onde se deixe ir por água abaixo tantas das riquezas que a Natureza nos oferece. Será também devido ao nosso desleixo, à nossa incúria, que Portugal é um dos países mais 'pobres' da Europa ? Se calhar até é...
LONJURAS...
O Grande Canyon do Colorado foi um dos mais incríveis espectáculos naturais que alguma vez os meus olhos contemplaram. Sobrevoei-o de helicóptero em 1999 e fiquei impressionadíssimo com o lugar. Falésias vermelhas de altura impressionante, com um fiozinho de água (visto do ar) a correr lá em baixo, é um quadro que jamais sairá da minha memória. Tanto mais, que o ambiente criado em torno desse voo de meia hora foi de arrepiar, já que a visita aérea desse monumento natural se fez ao som daquela música de Wagner utilizada numa conhecida cena do filme «Apocalypse Now» : a do ataque dos hélis do exército ianque à aldeia vietnamita.
O rio Colorado, que nasce nas Montanhas Rochosas, é um dos maiores da América do Norte, pois estende-se por 2 320 km. Atravessa vários estados federais, nomeadamente o do Arizona, onde foi criado o Grand Canyon National Park, que eu tive a sorte de visitar. Mas também me foi dada a oportunidade de o ver correr noutras regiões do Oeste. Em Laughlin, no Nevada (por exemplo), onde eu passei parte de um dia e uma noite, quando me encontrava a caminho da mirífica Las Vegas, uma das capitais mundiais do jogo. Onde eu 'enterrei uma fortuna' nas chamadas 'shot machines' do hotel-casino onde estive hospedado : 1/2 dólar.
O rio Colorado, que nasce nas Montanhas Rochosas, é um dos maiores da América do Norte, pois estende-se por 2 320 km. Atravessa vários estados federais, nomeadamente o do Arizona, onde foi criado o Grand Canyon National Park, que eu tive a sorte de visitar. Mas também me foi dada a oportunidade de o ver correr noutras regiões do Oeste. Em Laughlin, no Nevada (por exemplo), onde eu passei parte de um dia e uma noite, quando me encontrava a caminho da mirífica Las Vegas, uma das capitais mundiais do jogo. Onde eu 'enterrei uma fortuna' nas chamadas 'shot machines' do hotel-casino onde estive hospedado : 1/2 dólar.
NOVIDADE BD
Foi publicado na Bélgica e em França -no dia 4 do corrente mês- mais um álbum (o 23º) da parelha Blacke e Mortimer, personagens criadas, em 1948, por Edgar P. Jacobs. Como é sabido, a colecção original terminou com a morte do autor; mas foi retomada -no ano 2 000- por Ives Sente (guionista) e por André Juillard (desenhador), que já criaram e publicaram vários outros episódios. De entre os quais eu destaco este último (por ser novidade), que se intitula «Le Bâton de Plutarque». A acção decorre durante a Segunda Guerra Mundial, poucas semanas antes dos Aliados desembarcarem nas praias da Normandia. Desta vez, além do guionista e do desenhador já citados, o álbum contou com a participação de Étienne Schréder (co-autor do desenho) e da colorista Madeleine de Mille. Aos interessados, direi ainda que este último álbum relatando as aventuras de Blake e Mortimer já está à venda na Internet (em língua francesa) e que custa à volta de 16 euros.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
DIVINA SURPRESA !
Dois acontecimentos importantes na minha vida particular impediram-me, ontem, de me interessar pelo jogo maior da 1ª liga de futebol. Foi, pois, com grande surpresa, que esta manhã me inteirei da vitória do Benfica no estádio do Dragão. Onde a equipa lisboeta derrotou os seus rivais da 'Invicta' por um redundante 2-0. Confesso que não estava à espera. Primeiramente, porque ganhar no antro dos azuis e brancos não é hábito dos encarnados há muito tempo; depois, porque a qualidade do futebol praticado pelo F. C. Porto (por cá e na 'Champions') me parecia anular todas as veleidades de vitória do Benfica neste combate de gigantes. Ainda não vi imagens do jogo. Só espero que o triunfo do S. L. B. -o clube da minha simpatia- tenha sido «limpinho, limpinho» e não tenha deixado margem para dúvidas. Porque é assim, e só dessa maneira, que eu entendo o futebol.
domingo, 14 de dezembro de 2014
REGALO DOS OLHOS E DO PALATO
Este 'vistoso' paio alentejano goza do prestígio e da qualidade atribuídos -no espaço nacional- às carnes embutidas que se produzem em toda a terra transtagana. Tais como chouriços. cacholeiras, morcelas, farinheiras, linguiças, etc, etc. Os enchidos do Alentejo já merecem uma divulgação que os leve ao conhecimento dos estrangeiros. Porque, tal como produtos similares originários de Espanha, de França e de Itália (que já têm fama universal) os nossos merecem afirmar-se lá fora. Creio que, para tanto, basta lançar campanhas comerciais bem dirigidas. Através da organização de feiras e certames, para as quais se façam os convites certos a potenciais importadores. Enfim, isto penso eu, quando vejo nos escaparates dos nossos supermercados e lojas 'gourmet' produtos de menor valor gustativo em proveniência da estranja, feitos com carnes que não se comparam, nem de longe nem de perto, às do nosso genuíno porco preto.
RISO, LÁGRIMAS E DENÚNCIA
Aqui vemos Charlie Chaplin e Jackie Coogan numa cena do filme «O Garoto de Charlot» («The Kid»), que o primeiro realizou em 1921. Esta película, foi a primeira longa-metragem da formidável carreira de um homem que marcou, indiscutivelmente, indelevelmente, a História do Cinema Mundial. «O Garoto d Charlot» combina -como era apanágio da filmografia de Chaplin- lances de riso e de lágrimas, mas tendo sempre presente a denúncia social de uma sociedade onde o dinheiro e a injustiça se sobrepunham aos valores da solidariedade e da equidade. Os poderosos nunca perdoaram a Charlie Chaplin essas suas tomadas de posição e acabaram por pressioná-lo a abandonar os 'states', onde esse genial homem de cinema desenvolveu o essencial da sua arte.
CITAÇÃO
sábado, 13 de dezembro de 2014
VIDAS QUE SE CRUZAM, AMIZADES QUE PERDURAM...
Ontem à noite vivi um momento de grande emoção. Um momento -que, na realidade, durou uns bons 45 minutos- provocado por um telefonema inesperado, que me foi feito da Suécia por um amigo de longa data, o Teodoro C.. Conhecêmo-nos na Normandia em Janeiro de 1965, num momento emocionante das nossas vidas, ambas convulsionadas pela criminosa acção da polícia política do ditador de Santa Comba; que perseguia, metia na cadeia, torturava e matava por simples delito de opinião. Para evitar esses mimos dos esbirros do fascismo, o T.C. (que era um dos operários especializados do Arsenal) partira clandestinamente para a Europa do norte. Para onde chamaria, mais tarde, a sua família. Ligado politicamente ao P.C.P., não lhe fora dada outra alternativa para além de uma estadia mais ou menos prolongada nos calabouços de Peniche ou de Caxias e da condição de homem marcado. Eu era, quando nos conhecemos, um jovem idealista, militante das J.A.P., um grupo de acção da chamada Frente Portuguesa de Libertação Nacional. Um movimento ecuménico (no sentido político, entenda-se) anti-salazarista. As afinidades criadas pela nossa abominação da ditadura, as conversas que tivemos sobre a nossa ideia do Portugal futuro, o facto de sofrermos com o exílio, determinaram uma amizade e um respeito mútuo que se prolongaram pela vida fora. E isso, apesar do Teodoro (16 anos mais velho do que eu) ter decidido tentar a sua sorte na Suécia, país para onde partiu (com mulher e filha) uns dois anos depois de nos termos conhecido. Desde então (já lá vão uns 46/47 anos...), nunca mais o vi. Durante algum tempo, ainda trocámos correspondência, mas o tempo e as circunstâncias da vida encarregaram-se de por fim a esse contacto epistolar, no qual trocávamos opiniões políticas sobre o momento presente, informação sobre os países onde vivíamos e sobre amigos comuns. Em 1976, fui eu próprio trabalhar (temporariamente) para a Escandinávia, para uma região situada a muitas centenas de quilómetros da cidade de Malmoe, onde o T.C. morava. Comuniquei-lhe esse facto e o meu amigo telefonou a todos os hotéis da cidadezinha (situada na fronteira sueco-norueguesa) onde eu residi 4 meses, na esperança de poder contactar-me. E conseguiu-o ! Foi, pois em 1976 (há 38 anos) que, pela última vez, falaara com ele de viva voz, ao telefone... Daí a minha surpresa ao ouvi-lo ontem, através desse mesmo meio. Falámos de muita coisa... Da situação problemática do nosso país, onde ele esteve pela derradeira vez há 7 anos e onde acha que já não voltará, devido á sua idade avançada (86 anos) e ao seu actual estado de saúde; dos antigos amigos e companheiros de trabalho, muitos deles já falecidos; do tempo que por cá e que por lá faz; da nossa descendência; e até de banalidades. Enfim, foi a conversa de dois velhos, confrontados com as realidades da vida e do mundo. De um mundo que não corresponde em nada áquilo que havíamos idealizado. Apesar de tudo, essa conversa com o Teodoro C. foi um momento grato. O do reencontro de duas vidas que se cruzaram (de maneira efémera), mas que suscitou uma amizade que persiste em manter-se viva. Mesmo através da distância que nos separa e do tempo que tudo desgasta. Obrigado amigo por esse momento irrepetível...
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
COISA BELA...
FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (26)
Esta fotografia passa por ser a última tirada ao paquete «Titanic», antes de deixar águas europeias e de tomar a direcção de Nova Iorque, do outro lado do oceano. Como é sabido, este transatlântico de bandeira britânica (pertencente à frota da casa armadora White Star Line), nunca chegou a atingir o seu destino. Por se ter afundado -aquando da sua viagem inaugural- na noite de 14 para 15 de Abril de 1912. O «Titanic» (que soçobrou por ter chocado com um iceberg) era o maior navio da sua época e gozava da reputação de ser um paquete inafundável. No seu naufrágio morreram, como é sabido, cerca de 1 500 dos 2 200 passageiros e tripulantes que transportava. Essa mortandade foi causada pelo facto de não haver, a bordo, baleeiras em número suficiente para todos. Esse desastre esteve na origem da assinatura da Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (firmada em 1914), que, entre outras medidas de segurança, impôs às companhias de transporte marítimo o uso -nos seus navios- de botes salva-vidas com capacidade para acolher, em caso de naufrágio, todos os passageiros e tripulantes embarcados.
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
O PALÁCIO DA VENTURA
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
** Antero de Quental, in "Sonetos" **
PARABÉNS MANOEL DE OLIVEIRA !
O decano dos realizadores de cinema -o português Manoel de Oliveira- completa, hoje, a bonita idade de 106 anos. Aqui ficam os meus sinceros parabéns a este pioneiro da 7ª Arte, que pôs o nome do seu país (do nosso país) no mapa da cinefilia mundial. Ontem. o embaixador de França agraciou-o com a mais alta condecoração honorífica do seu país. Por cá, para além das honrarias que lhe são devidas, eu gostaria que um editor de DVD's publicasse cópias das suas obras mais emblemáticas. A começar por essa maravilha intitulada «Aniki Bobó»; filme no qual alguém viu uma obra precursora do cinema neo-realista, que floresceu na Itália do imediato pós-guerra como contraponto da estética fascista.
1958 : 1º TRIUNFO MUNDIAL DA CANARINHA
Postal evocativo da campanha vitoriosa da selecção brasileira em 1958, na Suécia. Durante a qual a canarinha se sagrou campeã do mundo de futebol pela primeira vez e conquistou a cobiçada taça Jules Rimet. No postal podem ver-se (ampliando esta incomum peça iconográfica com um clique do rato) todos os protagonistas empenhados naquele que foi, porventura, dos seus maiores triunfos de sempre do desporto brasileiro. O campeonato onde despontou o talento arrebatador do fenomenal Pelé. Que era, então, um garotinho de 17 anos... Notícias dos jornais têm-nos informado dos problemas de saúde de Edson Arantes do Nascimento. Daqui lhe desejamos rápidas melhoras e lhe enviamos o testemunho da nossa admiração.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
FAZ HOJE 76 ANOS...
Sabia que começou no dia 10 de Dezembro de 1938 -faz hoje 76 anos- a rodagem de «E TUDO O VENTO LEVOU» («Gone with the Wind»), um dos mais expressivos sucessos da História do Cinema ? É verdade ! Na altura, o produtor dessa fita, David O. Selznick ainda não tinha escolhido a actriz que iria desempenhar o principal papel (Scarlett O'Hara) desta película... De modo que se procederam às filmagens do incêndio de Atlanta (queimada em 1864 pelas tropas nortistas do general Sherman), que, apesar de ser um dos grandes momentos do filme (inspirado numa obra de Margaret Mitchell), não exigia a presença de qualquer personagem. «E TUDO O VENTO LEVOU» (que foi realizado por Victor Fleming e teve distribuição da M.G.M.) foi apresentado em 1939 e foi consagrado, imediatamente, pelo público e pela crítica. E hoje, passados que são mais de sete décadas sobre a sua estreia, este filme nada perdeu do seu encanto, da sua frescura, da sua magia.
O VIL ASSASSÍNIO DE MULHERES : UMA COBARDIA
Alguma da nossa imprensa diária refere, hoje, que a violência conjugal já por cá matou este ano 40 mulheres ! Cifra infame, que nos coloca no topo dos países (dos povos) da Europa que mais maltrata os indivíduos do género feminino. Uma verdadeira vergonha !... Que desmente o tão apregoado 'slogan' «Portugal, país de brandos costumes». Aqui há poucos dias, quando me entregava ao prazer do 'zapping', topei com um canal generalista do país vizinho, no qual uma jornalista denunciava -durante o telejornal- o massacre de mulheres espanholas, assassinadas nas mesmas circunstâncias; e que, neste final de ano, já se aproxima da meia centena. Arrepiante ! Mas ainda assim, percentualmente muito inferior aos números portugueses. Pois é conveniente lembrar aos mais distraídos, que Espanha tem uma população que supera (segundo o último censo) os 47 milhões de habitantes. Quase 5 vezes superior à deste cantado rincão à beira mar plantado. De qualquer modo, esta realidade pavorosa é sempre (sejam quais forem os números) uma indignidade para qualquer povo que se pretenda civilizado. Eu não sou perito nesta matéria. Mas sei que é urgente, aqui pela velha Ibéria (mas não só), tomar medidas sérias para acabar com este violência; violência que aterroriza as nossas mães, as nossas irmãs, as nossas esposas, as nossas filhas, que morrem às mãos de homens que ainda têm a mentalidade dos cavernícolas.
sábado, 6 de dezembro de 2014
É REMÉDIO SANTO
AS MINHAS LEITURAS : «À CABECEIRA DO REI»
Actualmente ando a ler (e estou a gostar muito) um livro intitulado «À Cabeceira do Rei»; que é uma obra da autoria do historiador Paulo Drummond Braga, editada pela Esfera dos Livros. Nesta sua obra, o autor explica-nos as «doenças e causas de morte dos soberanos portugueses entre os século XII e XX» e dá-nos detalhes preciosos sobre os derradeiros dias (ou instantes) de todos esses nossos governantes. Para além de muita outra informação que espicaça o interesse do leitor. Sabia, por exemplo, quem visita este blogue, que D. Afonso Henriques faleceu a 6 de Dezembro de 1185, com 76 anos (incompletos), num tempo em que a esperança de vida dos seus súbditos rondava os 30 anos de idade ? Ou que el-rei D. João II talvez não tenha sido envenenado -como tanto se tem dito e escrito- mas que poderá ter sucumbido (a dúvida permanece) a uma doença renal ? Ou, ainda, que a rainha D. Maria II faleceu «depois de o seu corpo exausto ter dado à luz 11 filhos no espaço de 16 anos» ? -Enfim, «À Cabeceira do Rei» é um livro de leitura obrigatória para todos aqueles que se interessam pela História de Portugal. Baseada numa investigação inédita, esta obra (com pouco mais de 300 páginas e de acessível leitura) tem muita coisa para ensinar; mesmo àquelas pessoas que, ingenuamente, possam pensar que a vida dos nossos monarcas já não tem segredos para elas. Recomendo vivamente.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
A ONU PREOCUPADA COM AS REMUNERAÇÕES DOS PORTUGUESES
Veio nos jornais : o Conselho Social e Económico da Organização das Nações Unidas (CSE-ONU) pronunciou-se, recentemente, através de um relatório já publicado, sobre a situação delicada dos trabalhadores portugueses remunerados com o Salário Mínimo Nacional; trabalhadores esses, que são parte consistente da massa activa deste país. Declarou esse organismo onusiano, que o último aumento dessa remuneração minimalista «pode não ser suficiente para assegurar uma vida decente» aos referidos trabalhadores e às suas famílias. Por isso, os peritos do CSE recomendam que o nosso salário mínimo seja periodicamente revisto e ajustado em função do custo de vida. Não sei se o dito relatório mereceu alguma atenção ao (des)governo Passos Coelho/Portas. Julgo que não. A situação dessa 'malta' dos 505 euros mensais tem sido (e é), para os senhoritos da política, coisa de somenos importância. Talvez porque nunca lhes foi explicado -como se eles fossem muito burros- o que significa realmente gerir a coisa pública em Democracia. Democracia que é (ou deveria ser) o governo do Povo, pelo Povo e para o Povo.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
ESPERANDO POR «SERENA», COM SERENIDADE
O espectáculo cinematográfico é coisa rara na minha região (distrito de Portalegre). Daí o interesse em publicitar os filmes que por cá se vão exibindo. O Cine-Teatro de Ponte de Sor é uma das raras salas (senão a única) deste recanto do Alto Alentejo, onde se podem ver filmes com regularidade. Para que se saiba, no próximo dia 14, o dito Cine-Teatro vai proceder à apresentação do filme «Serena»; que foi realizado (em 2014) por Susanne Bier e que tem nos actores Jennifer Lawrence, Bradley Cooper e Blacke Ritson os seus principais protagonistas. A história contada é (ao que li na imprensa especializada) a seguinte : um casal de Boston -George e Serena Pemberton- a braços com a crise económica vivida durante a Grande Depressão, vai tentar melhorar a sua vida na Carolina do Norte, onde empreende a exploração de uma empresa do ramo madeireiro. As dificuldades acumulam-se, apesar da capacidade de trabalho de ambos e que se revela surpreendente no que respeita a Serena. Mas toma contornos dramáticos quando esta é informada pelos médicos -na sequência de um parto infeliz- que é estéril e que nunca será mãe. Movida por ciúmes e temendo que o filho ilegítimo de George (nascido de uma efémera e passada paixão do marido) venha a herdar o fruto do seu trabalho, Serena vai arquitectar um plano tenebroso e mandar assassinar o menino... Críticas divididas. Espero poder ir ver esta película.
BATALHA NAVAL MEDIEVA E FOGO GREGO
Esta ilustração (acima) mostra uma batalha naval entre um 'dromon' (pesado navio bizantino) e uma frota de esguios 'drakkars', embarcações usadas pelos escandinavos nas suas longínquas expedições. Aqui, a acção decorre no Mediterrâneo, mar onde os Viquingues não somente se aventuraram, mas onde conquistaram (no século XI) vastos territórios : a Sicília, a Calábria, mas também o litoral tunisino, no norte de África. Voltando à imagem anexada e observando-a bem, pode pensar-se que o navio de Bizâncio está em desvantagem, considerando o número das embarcações inimigas que o assediam. Mas não é certo que sairá derrotado; pois, como se pode ver, ele dispõe de uma arma terrífica e temida por todas as frotas do 'Mare Nostrum' : o fogo grego, que era expelido contra o adversário por engenhos que lembram a artilharia moderna. O fogo grego era uma mistura de produtos incendiários (cuja fórmula foi mantida secreta durante muito tempo), contida em pequenos recipientes de barro, que se estilhaçavam contra os navios inimigos (mas não só) e os incendiavam. Essa mistura de produtos altamente inflamáveis (que já existia na Antiguidade) era algo semelhante ao 'napalm', utilizado (contra as convenções internacionais, diga-se de passagem) nas guerras do século XX. ///////////// 'granadas' de fogo grego.
AS MINHAS CANÇÕES PREFERIDAS
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«A ESTRELA DA TARDE»
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro diaMeu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
Poema : José Carlos Ary dos Santos
Música : Fernando Tordo
Voz : Carlos do Carmo.
Experimente ouvir esta canção de amor -que é, indubitavelmente, uma das mais belas que jamais se fizeram em língua portuguesa- clicando aqui :
https://www.youtube.com/watch?v=dMAHYGa7dvs&list=RDdMAHYGa7dvs#t=10
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro diaMeu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
Poema : José Carlos Ary dos Santos
Música : Fernando Tordo
Voz : Carlos do Carmo.
Experimente ouvir esta canção de amor -que é, indubitavelmente, uma das mais belas que jamais se fizeram em língua portuguesa- clicando aqui :
https://www.youtube.com/watch?v=dMAHYGa7dvs&list=RDdMAHYGa7dvs#t=10
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (25)
Esta fotografia data dos anos 30 do século XX (antes da eclosão da 2ª Guerra Mundial) e mostra o engenheiro Ferdinand Porsche apresentando a Hitler e ao seu séquito uma maquete do futuro 'carocha'. O famoso 'automóvel do povo', que o chanceler pretendeu oferecer a todas as famílias alemãs, graças à 'excelência' do regime nazi. Como se sabe, o pretenso «Reich' -que deveria durar mil anos- desmoronou-se no seu combate de morte contra as democracias e contra a aliança militar que estas estabeleceram com a União Soviética. O popular 'carocha', tão desejado pelo carrasco do povo judeu, pelo homem que desencadeou uma guerra monstruosa, que dizimou dezenas de milhões de seres humanos, sobreviveu, no entanto, à destruição da Alemanha e tornou-se, no pós-guerra, um dos motores (ao lado de outras empresas que colaboraram com o poder hitleriano) de desenvolvimento desse país da Europa do norte. A Volkswagen até é, actualmente e se não estou em erro, a maior empresa do mundo do ramo automóvel. O que vem provar que, por vezes, o crime compensa... É verdade que este grupo industrial germânico já nada tem a ver com o regime criminoso de outrora. Mas o que também é certo, é que não há maneira de escamotear (ou apagar da História) as suas perversas origens.
EMPINAR PARA PASSAR E NÃO APANHAR REGUADAS
Quem se lembra ainda dos métodos de ensino que eram utilizados -nos anos 40 e 50 do século XX- na instrução dos meninos e meninas das escolas primárias ? Se calhar, muita gente... Desconheço se eles eram mais adequados do que aqueles que hoje são programados pelo nosso Ministério da Educação. Mas que eram eficazes, lá isso é que eram ! Uma das suas características (encorajadas por reguadas e outros mimos) era a do 'empinanço', que consistia em decorar textos e toda outra matéria, que convinha saber na ponta da língua para se não sofrer represálias. E a verdade é que a malta (na sua maioria) lá ia aprendendo... Dessa época e desse método de aprendizagem ainda guardo memórias. Como, por exemplo, versos como os de «A Balada da Neve», do poeta Augusto Gil («Batem leve, levemente, como quem chama por mim...»), como a ordem dos planetas do nosso sistema solar, de Mercúrio até ao despromovido Plutão, como a sequência dos reis da dinastia de Avis ou como as estações (todas elas) dos chamados ramais de Cáceres e do Setil. Empinava-se isto, como tantas outras coisas. Que hoje podem parecer futilidades, mas que talvez não tenham sido. Porque, como não se cansavam de dizer os nossos respeitados (e temidos) mestres, «o saber não ocupa lugar».
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