segunda-feira, 30 de novembro de 2009
OS FILMES DA MINHA VIDA (6)
«HOMENS DE GELO»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Day of the Outlaw»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : André de Toth
Ano de estreia : 1959
Guião : Philip Yordan
Fotografia (p/b) : Russell Harlan
Música : Alexandre Courage
Montagem : Robert Lawrence
Produção : Sidney Harmon
Distribuição : United Artists
Duração : 90 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Robert Ryan …………………………..……… Blaise Starrett
Burl Ives …………………………………….…. Jack Bruhn
Tina Louise ……………………………….……. Helen Crane
Alan Marshall …………………....……….... Hal Crane
Nehemiah Persoff ……………………..… Dan
Venetia Stevenson …………………..…… Ernine
Robert Cornthwaite …………….………. Tommy
Jack Lambert ……………….….……….…… Tex
David Nelson ………………………….…..….. Gene
Frank de Kova ……………………….….……. o mestiço
SINOPSE
Wyoming, inverno de 1880. Num modesto povoado das Rochosas, o ganadeiro Blaise Starrett e o agricultor Hal Crane estão em vias de se afrontar a tiros de revólver, pelo facto de defenderem interesses antagónicos em matéria de ocupação e aproveitamento das terras da região. Mas, também, porque o primeiro cobiça a mulher do seu adversário, com a qual já mantivera, aliás, uma íntima e pecaminosa relação.
É neste explosivo contexto que, inesperadamente, por ali faz irrupção a quadrilha de Jack Bruhn, que pilhara 40 000 dólares às autoridades federais e que, por essa razão, trás no seu encalço um pelotão de cavalaria.
Bruhn não tem, como é óbvio, a intenção de se demorar na povoação. Apenas parara ali para dar um momento de repouso às montadas e, sobretudo, para que o médico do lugar (que é, na verdade, um veterinário) lhe extraia uma bala que recebera no peito.
Entretanto, os homens do bando de malfeitores –habituados à disciplina de ferro imposta pelo chefe- aproveitam-se do estado de fraqueza de Bruhn para importunarem os habitantes da terreola, muito especialmente as mulheres.
Solidário, por uma vez, com aqueles que o haviam hostilizado, apoiando os pontos de vista do seu rival, o rancheiro Blaise Starrett oferece-se para guiar os bandoleiros através de uma imaginária pista de montanha, afastando-os, assim, da localidade ameaçada pela sua indesejável presença.
Esperando escapar aos seus perseguidores, a quadrilha de Jack Bruhn segue Starrett, que, astuciosamente e com risco da sua própria vida, os vai transformar –com a letal cumplicidade do rigoroso inverno do Wyoming- em homens de gelo.
O MEU COMENTÁRIO
Tendo passado praticamente despercebida (salvo, talvez, aos westernófilos mais atentos) aquando da sua estreia, em 1959, a fita «Homens de Gelo» é hoje considerada, unanimamente, como uma obra-prima do chamado cinema de série B e como uma das melhores películas da farta filmografia de André de Toth.
Apesar de ter disposto de meios financeiros limitados para executar este trabalho, o chamado ‘4º zarolho de Hollywood’ soube criar, com a cumplicidade do brilhante argumentista Philip Yordan, uma excelente obra, que se distingue, essencialmente, pelo ineditismo do tema e pela sobriedade e eficácia da sua realização.
Dotado pelo técnico de câmara Russell Harlan de uma luminosa e belíssima fotografia a preto e branco, o filme «Homens de Gelo» contou com a participação de um lote de categorizados actores. Destaque-se o trabalho de Robert Ryan e de Tina Louise (que já se conheciam do ‘plateau’ de «God’s Little Acre», rodado dois anos antes por Anthony Mann), assim como o do veterano Burl Ives, que, também em 1959 e com um outro western («Da Terra Nascem os Homens», de William Wyler) ganhou o segundo Óscar da sua carreira.
«Homens de Gelo» foi muito apreciado pelos cinéfilos e pelos críticos europeus. O francês Christian Viviani (autor do livro «Le Western», uma das melhores obras editadas no seu país sobre esse género cinematográfico) definiu assim este filme : «…admirável western gelado e ascético, preto de lama e branco de neve, cujo ritmo lancinante é quebrado por uma estranha dança de morte».
Lamentavelmente, mas como já é habitual na nossa terra, também esta excelente película do cineasta húngaro-americano André de Tohn ficou no rol das obras esquecidas pelos editores videográficos nacionais. Nessas circunstâncias, é muito difícil recomendar o seu visionamento aos cinéfilos (e estudiosos) interessados pela descoberta deste western de grande qualidade.
(M.M.S.)
CANÇÃO
Tinha um cravo no meu balcão;
Veio um rapaz e pediu-mo,
-Mãe, dou-lho ou não ?
Sentada, bordava um lenço de mão;
Veio um rapaz e pediu-mo,
-Mãe, dou-lho ou não ?
Dei um cravo e dei um lenço,
Só não dei o coração;
Mas se o rapaz mo pedir,
-Mãe, dou-lho ou não ?
Eugénio de Andrade
Tinha um cravo...
Tinha um lenço...
domingo, 29 de novembro de 2009
A VÉNUS DE WILLENDORF
Esta estatueta em pedra calcárea foi encontrada na Áustria. Recebeu por parte dos arqueólogos o nome de Vénus de Willendorf e representa o ideal de beleza feminina de há 30 000 anos. Longe vão, pois, os tempos em que gordura era formosura. Hoje as preferências dos homens vão (será que vão mesmo ?) para os modelos esqueléticos, para mulheres que padecem de anorexia. Enfim...
BELEZAS DO LITORAL NORMANDO
Abadia fortificada do 'Mont Saint Michel' (depart. Mancha). Monumento mais visitado de França, este conjunto arquitectónico é chamado A Maravilha do Ocidente
Vista sobre a cidadezinha de Étretat (depart. Sena Marítimo) e as suas fotogénicas falésias. Em primeiro plano vêem-se os monumentos erigidos à memória dos aviadores Nungesser e Coli
Porto de pesca da mais setentrional cidade normanda : Le Tréport (depart. Sena Marítimo). Que além da actividade piscatória também vive do turismo local e internacional
HERÁLDICA MUNICIPAL (9)
Este é o brasão de armas de São João, uma pequena freguesia do município de Lajes do Pico. Apesar dos elementos identificativos que contém serem os esperados, não deixam, por isso, de ser interessantes. O açor segurando o escudete com as quinas de Portugal é típico da heráldica açoriana. A montanha negra faz alusão ao pico que dá o nome à ilha onde esta localidade se situa e que tem, além disso, a particularidade de ser a mais elevada montanha do território nacional, pois culmina a 2 351 m. O cetáceo sobre faixas onduladas de verde e prata lembram que os habitantes desta freguesia retiraram outrora parte do seu sustento da caça às baleias que povoaram (e ainda povoam) os mares do arquipélago. Quanto ao cordeiro -que ocupa a posição central do escudo- identifica, tradicionalmente, São João, o santo padroeiro da freguesia; um precursor do Messias, que, segundo o Novo Testamento, baptizou o Cristo nas águas do Jordão e Lhe terá chamado o Anho de Deus. A freguesia de São João tem, actualmente, menos de 500 habitantes. A única indústria digna de menção da localidade é o fabrico do reputado queijo do Pico, uma das maravilhas gastronómicas dos Açores.
Vista parcial de São João, nas Lajes do Pico. A mais alta montanha de Portugal espreita por detrás das nuvens que a envolvem
sábado, 28 de novembro de 2009
RECORDANDO MARISOL
Josefa Flores González, aliás Marisol
Era malaguenha e chamava-se, na realidade, Josefa Flores González. Mas todos os seus admiradores (pequenos e grandes) a conheciam por Marisol, seu nome de guerra. Foi com este apelido que ela surgiu, subitamente, nos ecrans portugueses em 1960, na qualidade de vedeta de um filmezinho intitulado «Um Raio de Luz». A mini-star tinha apenas 12 anos de idade, mas conseguiu conquistar (depois de ter triunfado em Espanha) a generalidade do público nacional, com as suas bonitas canções e com os seus vistosos passes de baile flamenco. Com o seu sorriso e com a sua permanente boa dosposição, também. Naquele tempo Marisol era o pendente feminino de Joselito, o pequeno rouxinol. Mas, como aconteceu com este excelente 'cantante', a aura da irrequieta menina de Málaga desfez-se com maioridade e Marisol perdeu-se na memória dos portugueses. Apesar de ter, já adulta, continuado a ser senhora de uma voz agradável e de ter trabalhado, no cinema, com alguns cineastas de renome, como Carlos Saura. Ah ! Quão transitória é a glória...
SOBRE O ALHO...
O ‘Allium sativum’ -nome científico do alho- é uma planta dotada de propriedades curativas reconhecidas há milénios. Com efeito, já no antigo Egipto se fazia a apologia das virtudes medicinais do alho, como o atesta uma preservada folha de papiro datada de 1 500 anos a. C., que contém a receita de vinte e dois tratamentos à base de alho.
Embora esta planta da família das liliáceas ainda não nos tenha revelado todos os seus segredos, a verdade é que os cientistas que a têm estudado estão cada vez mais convencidos de que o alho -além de ser um óptimo desinfectante e de prevenir, com reconhecida eficácia, as doenças cardio-vasculares- dispõe, igualmente, de propriedades susceptíveis de reduzir o risco de cancro no estômago. Certos pesquizadores pensam, com efeito, que os poderosos compostos organossulfurados do alho podem travar a proliferação das bactérias estomacais e, assim, reduzir quantitativamente as nitrossaminas cancerígenas produzidas pelas referidas bactérias a partir dos alimentos. Diga-se, a esse propósito, que já em 1858 Louis Pasteur havia verificado que o alho podia matar certas bactérias; e que, mais perto de nós (em 1983), o bioquímico Sidney Belmam descobriu que a simples essência de alho aplicada na pele de cobaias do seu laboratório novaiorquino permitia parar o desenvolvimento de determinados tumores. Algumas experiências laboratoriais posteriores permitiram detectar efeitos similares no ser humano.
Refira-se, ainda, que alguns estudos bioestatísticos realizados em certas regiões da Europa, deixam legitimamente pensar que alguns grupos humanos, cujos regimes alimentares passam pelo consumo frequente e abundante de alho (habitantes das ilhas de Creta e da Sardenha, por exemplo), são mais poupados pelo cancro do estômago do que os europeus do norte, de cuja culinária essa liliácea foi, infelizmente e definitivamente, banida.
Por outro lado, o investigador norte-americano John Pinto (doutorado em bioquímica) revela que, nos trabalhos que desenvolveu, pôde comprovar que a essência do ‘Allium sativum’ atrasa o desenvolvimento de várias outras células malignas, nomeadamente os tumores cancerígenos da mama, da próstata, do esófago, do cólon, do recto e da pele.
Enfim, aqui fica demonstrado, nestas breves e despretenciosas linhas sobre o assunto (inspiradas, todavia, por leituras que nos pareceram sérias e bem documentadas), que esse indispensável condimento de açordas, de bacalhoadas e de outros sápidos pratos da nossa cozinha tradicional é também óptimo para preservar a saúde. Assim sendo, não hesitem , meus caros amigos, em comer alho. Quanto ao problema do mau hálito, lembrem-se que com uma boa pasta dentífrica e com a posterior masticação de uma maçã o assunto fica praticamente resolvido.
(M.M.S. – texto elaborado em 1999)
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
INFANTE D. HENRIQUE
Sabe quem é a personagem representada na nossa Foto-Enigma, que, apesar das suas fartas barbas brancas e do seu ar de ancião sábio e austero, tinha apenas 58 anos de idade quando foi retratado ? –Eu ajudo : Nasceu em 1825 numa das mais conhecidas cidades do hemisfério sul. Reinou numa vasta nação americana, antes de ser deposto, em 1889, por um movimento republicano. Culto e progressista, desenvolveu o seu país, abrindo-o à imigração europeia, promovendo a educação pública, decretando leis contra a escravatura, flagelo que foi definitivamente banido da sua terra em 1888. Por causa de algumas destas medidas, foi alvo da hostilidade da igreja católica e dos latifundiários, senhores de escravos, que haviam prosperado à custa de uma mão-de-obra acorrentada à sua ignóbil condição. Também sustentou guerras com dois estados, seus vizinhos. Esteve exilado na Europa até à sua morte, ocorrida em Paris, no ano de 1891. Os seus restos mortais foram solenemente transladados para o seu antigo império e sepultados, com pompa e circunstância, na catedral de uma cidade que ele próprio havia fundado. É, obviamente, D. Pedro II, o último imperador do Brasil.
Bandeira do Brasil durante o 2º Império : 1831 (1840) - 1889
Os restos mortais de D. Pedro II repousam na catedral de Petrópolis desde 1939
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
VERDES ESMERALDAS
(...)
Verdes, os astros no alto abrem-se em verdes chamas;
Verdes, na verde mata, embalançam-se as ramas;
E flores verdes no ar brandamente se movem;
Chispam verdes fuzis riscando o céu sombrio;
Em esmeraldas flui a água do verde rio,
E do céu, todo verde, as esmeraldas chovem...
(de «O Caçador de Esmeraldas», Olavo Bilac)
ESMERALDAS E CRENÇAS
A esmeralda sempre exerceu um extraordinário fascínio sobre o ser humano. A tal ponto, que o homem começou, desde muito cedo, a atribuir-lhe virtudes, tais como a de proteger o seu possuidor contra a fatalidade e de lhe conferir dignidade, magnanimidade, tacto, eloquência e perspicácia. Segundo a mesma antiga crença, os generais em campanha tinham interesse em não se separar dessa preciosa pedra, já que a esmeralda os protegia de pérfidas emboscadas e, infalivelmente, lhes assegurava a vitória nos campos de batalha.
Oferecida como prenda de casamento, a preciosidade verde conferia àqueles que a recebiam a perenidade do amor juvenil. E em matéria de saúde, a esmeralda constituía a parada segura contra ataques de epilepsia, além de curar os males do sistema ocular.
No Egipto dos faraós, a esmeralda estava associada ao culto de Ísis, a deusa da fecundidade e suprema protectora do lar. Por essa razão, os sacerdotes encorajavam as mulheres grávidas (e ricas, obviamente) a usar um amuleto feito com essa maravilhosa pedra e a colocá-la, depois do parto, no berço dos recém-nascidos.
Hernando Cortez, o conquistador do império Asteca, fez referência a uma enorme esmeralda existente num tribunal do México, pedra que, segundo os indígenas, tinha a faculdade de ajudar a determinar o grau de culpabilidade dos suspeitos em instâncias de julgamento. Nem mais, nem menos !...
O CHARME DA PUBLICIDADE DE OUTRORA : VINHOS & ESPIRITUOSOS
Este reclamo do período de 'entre duas guerras' mostra um marselhês bronzeado e bem humorado servindo a si próprio um pastis, o aperitivo (à base de anis) mais popular de França. Ao fundo, vê-se o velho 'pont transbordeur', concorrente do barquito de Escartefigue, uma das impagáveis personagens de Pagnol. Conheço muitas marcas de pastis, mas a Olive não. Presumo que já tenha desaparecido
Neste cartaz (que não conseguimos datar) promovendo os vinhos do Porto da casa Ramos-Pinto, Cupido serve um cálice do precioso néctar a dois futuros namorados. Bela e inteligente iniciativa, pois as ferroadas (mesmo as do anjinho) magoam...
E que tal um brandy Veterano, proposto pelas caves Osborne de Puerto de Santa Maria ? - Estamos em crer que tem a força e o carácter do touro bravo de estirpe espanhola que o cartaz mostra
O champanhe Golden Sable -promovido neste cartaz de 1929- teria problemas nos nossos dias. Porque essa designação pertence agora, exclusivamente, aos famosos vinhos franceses. Este, produzido na Califórnia, em Napa Valley, contentar-se-ia com a designação de espumante 'fórmula champanhesa' ou qualquer coisa do mesmo género
Adoro o estilo retro desta bonita publicidade ao álcool mentolado Ricqlès. A acreditar no cartaz, a marca vai a caminho dos 200 anos de existência. Sei que perdura em França como bebida refrigerante sem álcool, de gosto muito intenso. Repare-se na informação : preservativo contra as epidemias. Ah, se ao menos o álcool de menta tivesse durado até aos tempos da gripe A...
HISTÓRIA (quase) SEM PALAVRAS
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
«NO TRILHO DO SOL»
Mais de cem anos passaram
Eu ainda recordo
Os tambores que ao longe
Um dia me chamaram.
Trouxe a águia a mensagem
Que o corvo leu
Liberada pelo vento
Aos filhos do sol.
Vós podeis matar-me o corpo
E condenar-me a alma.
Devo eu pintar a face
Ou fumar a paz.
Eu já dei a minha pena
À semente da terra
Que os teus hão-de chorar
No ciclo da vida.
(Quinta do Bill - comp. João Portela)
ANDANÇAS & FOTOS
A primeira imagem mostra o bloguista e a sua companheira em Bryce Canyon, um dos sítios naturais mais extraordinários (e mais visitados) do estado norte-americano de Utah. A atracção principal deste fantástico Parque Nacional são as suas monumentais formações geológicas de rocha vermelha, que se assemelham a gigantesca estalagmites. São centenas (quiçá milhares), que causam espanto a quem as vê pela primeira vez. A segunda fotografia, tirada pelo autor destas linhas, dão uma pálida ideia da grandiosidade de tão insólito lugar. A terceira imagem ilustra o carro de combate de tipo ‘Sherman’ (usado pelas tropas Aliadas durante a 2ª G.M.) que coroa um pequeno morro situado em frente da praia de Arromanches, na Normandia. Na água ainda se vêem restos do porto artificial construído em previsão do famoso desembarque de 6 de Junho. Desembarque decisivo nas operações de combate ao nazismo e na derrocada de Hitler e do seu hediondo regime. A quarta foto (um postal) mostra a ponte sobre o Svinesund, braço de mar que separa os territórios da Suécia e da Noruega. Em 1976, atravessei esta ponte centenas de vezes, com a mesma facilidade com que hoje se passa, em Lisbos, da rua Augusta para a rua da Prata. Sem formalidades fronteiriças, nem outras chatices… Trinta anos depois, não sei se continua a ser assim.
O Parque Nacional de Bryce Canyon (Utah) estende-se por 175 km2 do estado fundado e colonizado pelos Mórmones no século XIX
O porto artificial de Arromanches (construído no sul de Inglaterra) era constituído por elementos prefabricados em betão, que foram rebocados e afundados na praia dessa cidadezinha normanda. Por ele -que foi, durante algum tempo, o maior porto de França- transitaram milhões de toneladas de material de guerra, munições, mantimentos, soldados...
A ponte sobre o Svinesund foi construída (ao que me disseram) pelos suecos e pelos alemães, quando estes últimos ocupavam (nos anos 40, do século XX) o território norueguês. Uma nova ponte (que eu não conheço) une actualmente os dois países, a jusante daquela que se vê na fotografia
O Parque Nacional de Bryce Canyon (Utah) estende-se por 175 km2 do estado fundado e colonizado pelos Mórmones no século XIX
O porto artificial de Arromanches (construído no sul de Inglaterra) era constituído por elementos prefabricados em betão, que foram rebocados e afundados na praia dessa cidadezinha normanda. Por ele -que foi, durante algum tempo, o maior porto de França- transitaram milhões de toneladas de material de guerra, munições, mantimentos, soldados...
A ponte sobre o Svinesund foi construída (ao que me disseram) pelos suecos e pelos alemães, quando estes últimos ocupavam (nos anos 40, do século XX) o território norueguês. Uma nova ponte (que eu não conheço) une actualmente os dois países, a jusante daquela que se vê na fotografia
L'ALBATROS
Souvent, pour s’amuser, les hommes d’équipage
Prennent des albatros, vastes oiseaux des mers
Qui suivent, indolents compagnons de voyage
Le navire glissant sur les gouffres amers
À peine les ont-ils déposés sur les planches
Que ces rois de l’azur, maladroits et honteux
Laissent piteusement leurs grandes ailes blanches
Comme des avirons trainer à côté d’eux
Ce voyageur ailé, comme il est gauche et veule
Lui, naguère si beau, qu’il est comique et laid
L’un agace son bec avec un brûle-gueule
L’autre mime, en boitant, l’infirme qui volait
Le poète est semblable au prince des nuées
Qui hante la tempête et se rit de l’archer
Exilé sur le sol au milieu des huées
Ses ailes de géant l’empêchent de marcher
Charles Beaudelaire («Les Fleurs du Mal»)
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
AO SABOR DOS DIAS...
Foi no dia 23 de Novembro de 1921 –faz hoje, pois, 88 anos- que Warren C. Harding, presidente dos Estados Unidos da América, assinou a chamada ‘Lei Willis Campbell’, que proibia os médicos de todo o país de receitar cerveja, aguardente e outras bebibas alcoólicas para fins… terapêuticos. Esta decisão apareceu na sequência da instauração da famosa ‘Lei Seca’ e teve como resultado por cobro a uma prática clínica que facilitava, anualmente, a venda legal de 4 milhões de litros de uísque em todo o território nacional.
Foi o presidente Warren Harding -em primeiro plano na fotografia- quem acabou com a concorrência desleal entre as farmácias e os alambiqueiros
Médico : Toma lá ! -São 2 copinhos depois de cada refeição, para limpar o catarro...
domingo, 22 de novembro de 2009
IGUARIAS DE LUXO
Chamar petisco a um bom 'foie gras' do Périgord é uma heresia. O mínimo que se pode dizer desta maravilha da gastronomia francesa é que se trata do divinal pelúdio para um grande repasto, que também pode ser escolhido nos cardápios gastronómicos do Sudoeste gaulês. A degustação de um 'foie gras' de qualidade exige o acompanhamento adequado. Como aquele que a foto 2 ilustra. Mas muito cuidado na escolha, porque a opção por este Sauternes Château d'Yquem pode arruinar-vos. É que a garrafinha aqui mostrada custa entre 600 e 1 000 Euros ! Eu já tive a oportunidade de provar uma vez este néctar dos deuses. Mas, confesso, à custa da generosidade de um amigo. Porque tais somas são, naturalmente, incompatíveis com a minha modesta pensão de reforma...
O ADEUS DAS CARAVELAS
AO SABOR DOS DIAS...
Foi assassinado há 46 anos, em Dallas (Texas), o presidente dos Estados Unidos da América John F. Kennedy. As causas da sua morte nunca foram plenamente esclarecidas e o nome do seu assassino ainda hoje não é consensual. Kennedy -membro do Partido Democrata- fora eleito em 1960 e o seu governo caracterizou-se por uma forte expansão dos projectos públicos (‘Golden Sixties’), mas também pelo aumento significativo dos orçamentos militar e espacial. (A fotografia mostra o Presidente momentos antes da sua morte).
«CASA DE PAIS»
o gavionense Francisco Ventura, autor de «Casa de Pais» (peça em 3 actos, apresentada como um 'drama popular de filosofia familiar')
/////////////
Obrigado ao A'Venturarte - Grupo Cénico de Gavião pelas 2 horas de teatro proporcionadas à população do concelho. Daqui se incentiva também esse actores amadores (mas com vontade e talento) e os outros responsáveis pela montagem da peça «Casa de Pais» a prosseguirem e a partilharem a sua paixão pela arte de Talma. Calorosos aplausos para todos eles !
BRECHT TINHA RAZÃO...
Hoje comecei o dia mal disposto. Talvez porque, ao ter ligado a televisão (logo de manhãzinha) para me inteirar do que se vai passando pelo vasto mundo, me vi confrontado com o espectáculo do costume : com notícias (que já o não são) de políticos (ou ex-políticos, agora infiltrados no mundo dos negócios) a serem alvo da desconfiança da justiça e do povo em mil e um casos de vigarices, de roubalheira descarada, de enriquecimento súbito e ilícito. Este país está a tornar-se -definitivamente- num pântano de águas turvas e fedorentas. Que mete nojo. Por exclusiva culpa de tais figurões ! Direi, no entanto, que o relato ou a evocação dessas malfeitorias a que as páginas dos periódicos e as aberturas dos telejornais dão eco, me fazem cada vez mais pensar na nossa própria responsabilidade. O nosso comodismo, o nosso desinteresse pela política do bem comum teria que, infalivelmente, gerar tal cambada. Bertold Brecht afinal tinha razão, quando dizia coisas tão cruas e tão verdadeiras como estas :
…O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E entufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
Da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e internacionais.
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