terça-feira, 30 de abril de 2013
A SERPENTE LIANA VERDE
////////// De seu nome científico 'Ahaetulla nasuta', esta serpente tem o seu espaço natural nas florestas asiáticas, que se estendem da Índia até ao Vietnam. Os seus exemplares de maior porte rondam 1 metro de comprimento máximo e raramente ultrapassam os 2 entímetros de diâmetro. A popularmente chamada serpente liana verde (ou cobra da videira) tem uma cabeça longa e triangular e o seu ventre é chato. É venenosa, mas não é considerada perigosa para o homem. Perito na arte da canuflagem, este réptil arborícola -que se alimenta, essencialmente de lagartos, rãs, pássaros e de outros animais de pequenas dimensões- espera que as suas vítimas passem a uns 40 centímetros de si, para as abocanhar na sequência de um movimento súbito e rapidíssimo. Estas cobras são vivíparas. Há uma espécie semelhante nas florestas das Américas do sul e central, que se distingue da sua congènere asiática pela cor acobreada da sua pele : a 'Oxybelis aeneus'.
O SUKHOI 'PAK FA'
O impressionante avião de caça russo que as imagens revelam, ainda só existe sob forma de protótipo e é conhecido (nesse seu estádio de desenvolvimento) pela designação de T-50. Trata-se, na realidade, do projecto de um avião de combate de 5ª geração e um dos raros aparelhos desse tipo que, na Rússia, são dotados com características 'stealth'. Concebido pela Sukhoi, o 'PAK FA' deverá integrar as unidades da aviação militar russa (e, muito provavelmente, indiana) por volta de 2015/2018. Embora não se saiba ainda muita coisa sobre este avião 'furtivo', diz-se que o T-50 será capaz de descolar 37 toneladas, que mede 22 metros de comprimento por 14,20 metros de envergadura e por 6,05 metros de altura. Sabe-se que é um monolugar, birreactor (2 x Saturn-Lyulka) desenvolvendo uma potência global de 160 kN, com pós-combustão. Este futuro rival do norte-americano F-22 'Raptor' poderá voar à velocidade de 2 527 km/h (Mach 2,5), ter um alcance de 5 500 km e atingir o tecto máximo de 20 000 metros. Armado exclusivamente com mísseis e bombas, o futuro 'PAK FA' apresenta-se, desde já, como uma das grandes plataformas russas de guerra aérea. Espera-se é que o seu programa (e o dos seus rivais ocidentais) não descambe numa nova corrida aos armamentos, como aquela a que assistimos durante o período da Guerra Fria. Situação que, geralmente, priva os povos das superpotências (mas não só) de progredir socialmente e no domínio do bem-estar. Porque quando se estados gastam fortunas colossais em armas, costuma faltar a 'massa' para investir em campos tão essênciais como a saúde, a educação, etc, etc.
domingo, 28 de abril de 2013
UMA PORTA ABERTA PARA QUEM A QUISER FRANQUEAR
Nós temos, em Portugal, uma vasta gama de excelentes produtos ditos 'du terroir'. Que nada têm a invejar aos produtos similares de origem estrangeira. O problema, até aqui, é que não temos sabido promovê-los, de modo a torná-los atractivos nos mercados externos. Onde esses produtos (charcutarias, vinhos, azeites, conservas, mel, doçaria, etc) têm uma clientela potencial inimaginável. E não só no chamado mercado da saudade. Aqui há dias vi na televisão uma reportagem sobre uma empresa do nordeste, que descobriu essa fileira e que está a ter muito sucesso na Internet, com a venda de produtos transmontanos. Há que copiar esse e outros bons exemplos, porque Portugal tem imensas coisas boas que é imprescindível divulgar, para melhor as vender. A saúde das economias regionais deste país que é o nosso, tem muito a ganhar com essa política comercial. Estou a lembrar-me que, aqui no Alto Alentejo, onde eu nasci e agora vivo, temos alguns produtos que, tenho a firme convicção, teriam um êxito estrondoso no mercado global que a Internet abriu. Assim soubessem os empresários que os confeccionam promovê-los (de maneira inteligente e em várias línguas) na teia global. Estou a ver, entre outros, os enchidos da região de Portalegre, os vinhos da serra de Sam Mamede, os queijos de Nisa, as azeitonas de Elvas, os rebuçados de ovos, as sericaias, as amêndoas (de Páscoa), os doces e licores, etc. Mas, para além de saber promovê-los, é imprescindível também, adquir as técnicas de venda e de expedição destes produtos e meter na cabeça a ideia (e isso é muito importante) de que 'escaldar' a clientela com preços exagerados ou com produtos sem qualidade pode ser o fim do negócio. Estas ideias também se poderão aplicar, naturalmente, a produtos de outro género, tais como o artesanato genuíno e de bom gosto, etc. Ah ! Se eu tivesse menos 20 anos e soubesse o que sei hoje...
HITCHCOCK NUMA FOTOGRAFIA CURIOSA
Esta fotografia foi tirada a Alfred Hitchcock -o incontestado mestre do 'suspense' cinematográfico- para servir de suporte publicitário ao filme «Os Pássaros». Que este apreciado cineasta britânico rodou (nos E.U.A.) em 1963, por conta dos estúdios Universal. O guião deste filme inspirou-se numa obra livresca da famosa Daphné du Maurier e as principais personagens da película foram interpretadas por Rod Taylor, Tippi Hedren, Jessica Tanddy e Suzanne Pleshette. Há anos que não vejo «Os Pássaros». E tenho saudades desta fita delirante, na qual os voláteis (milhares de irrequietos e agressivos voláteis) roubam, muitas vezes, o vedetariado aos supracitados actores.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
25 DE ABRIL SEMPRE !!!
////////// Cumpre-se hoje mais um aniversário da Revolução dos Cravos. Que há 39 anos abalou este país, ao fazer ruir a anacrónica ditadura de Salazar e ao devolver ao povo português a liberdade há muito esperada. Revolução que também lhe ofereceu a antevisão de dias melhores e mais justos. Para todos ! Forças pretensamente democráticas, constituídas por senhoritos com as bocas cheias de belos e inflamados discursos, (e que, quase todos eles, enriqueceram à custa da política), desperdiçaram as muitas oportunidades que se apresentaram para transformar este país na nação exemplar que todos desejávamos. Uma nação onde todos tivessem os mesmos direitos e deveres perante a lei e onde todos fossem recompensados pelos seus próprios méritos, pelo seu saber e força de trabalho. Conscientemente ou não, esses tais senhoritos fizeram de Portugal aquilo que hoje temos : o país mais desigual da Europa, um país com as finanças em farrapos, um país endividado para além do que é tolerável. E mais, um país onde há gente com fome, gente sem escola e dependente de um sistema de saúde que, de proficiente, voltou ao velho tempo das filas e a não satisfazer quem dele necessita. Mas, a esperança nunca morre e eu estou profundamente convencido que este povo acabará, um dia, por acordar, por expulsar os vendilhões do tempo e, finalmente, por empenhar-se na construção de uma nova sociedade. Uma sociedade mais fraterna, mais justa, mais respeitosa dos seus direitos e valores. Uma sociedade que substitua 'isto' que agora temos e a que eu recuso, determinadamente, chamar democracia. Até lá, que se mantenha viva a chama do 25 de Abril e que floresçam os cravos vermelhos que simbolizam os dias de esperança que essa data evoca. Para sempre !
quarta-feira, 24 de abril de 2013
«THE LADY EVE»
////////// Embora, politicamente, eu nada tenha a ver com José Pacheco Pereira (e isso é cá comigo), a verdade é que gosto de ver (cada vez que a ocasião se me oferece) a sua emissão dominical «Ponto Contra Ponto»; que tem lugar captivo na SIC Notícias, nas noites de domingo. Gosto dessa emissão, porque é um espaço diferente de tudo o que nos oferece a TV portuguesa, feito de maneira inteligente, onde se aprende sempre alguma coisa. A propósito de «Ponto Contra Ponto», quero dizer que, aqui há umas semanas atrás, me deixei seduzir por um filme que o supracitado recomendou aos telespectadores, passando um curto excerto do dito. Esse filme era «The Lady Eve», uma comédia de Preston Sturges, que a realizou em 1941. Tendo adquirido uma cópia dessa película, confirmo o interesse da dita, que é, realmente, muito divertida, mesmo se os seus principais intérpretes -Barbara Stanwyck e Henry Fonda- nem são, geralmente, associados ao cinema de humor. Cabe-me agora, a mim, recomendar esta fita. Que é mais velha do que eu, mas que também tem -infinitamente- mais graça do que este vosso criado. Não sei se «The Lady Eve» tem edição DVD em Portugal. A cópia que agora consta na minha colecção de clássicos foi comprada em França (sem legendagem em língua portuguesa) através da Amazon.fr.
AS MINHAS CANÇÕES PREFERIDAS : «TODAVIA SOU PASTOR»
que me dá esta alegria
a saudade só me chama
quando a noite se faz dia
As estrelas já eu sei
que são luzes pequeninas
como os ciganos que cantam
dia e noite as suas sinas
Tenho o nome de uma pedra
sou cascalho e vivo só
passei toda a mocidade
em casa de minha avó
tinha fruta no quintal
duas videiras verdosas
um eucalipto crescido
ao pé de um vaso de rosas
Bebi água em muitas fontes
e vi estrelas lá no céu
todavia sou pastor
dum gado que não é meu
Sonhei guitarras e guizos
ouvi poetas nas vendas
cantando a vida dos pobres
com os seus vícios e lendas
Comi uvas, bebi vinho
vi lagartos e lebrões
andei com velhos malteses
assassinos e ladrões
Dormi a sesta nos montes
levei porcos ao Barreiro
andei nas feiras guardando
o meu gado o ano inteiro
Lá nas moitas aprendi
a ser aquilo que sou
um camponês que não pensa
nas coisas que já pensou
Da macela faço o chá
e da esteva faço a cama
a hortelã tira o sarro
aos frutos verdes sem rama
Agarro a névoa aqui perto
nas margens de uma ribeira
é na saudade que sinto
que mato a minha canseira
Montei cavalos de Alter
vi galgos de Montemor
saltei valados e rios
e compuz versos de amor
É na lonjura que eu gozo
o vento que vem do céu
todavia eu sou pastor
de um gado que não é meu
terça-feira, 23 de abril de 2013
SUGESTÃO
///////////// Se há coisa que me irrita muito especialmente, é ver os politicositos que temos (essa cambada de galhordas, que em menos de 40 anos de 'gestão' das contas públicas, atirou este país para a bancarrota) pavonearem-se em automóveis de luxo. Cuja utilização constitui, neste momento em que tantos sacrifícios são pedidos ao nosso povo, uma autêntica provocação, um verdadeiro escândalo. E já que estamos em maré de restrições, eu, cidadão, português, que trabalhou toda a sua vida e produziu riqueza visível, exijo que essa gente irresponsável e sem competência renuncie a essas suas custosas manifestações de vaidade (que tão caras ficam ao erário) e opte por carros mais modestos e mais compatíveis com o dinheiro que temos. Enfim, com a massa que eles ainda conseguem arranjar para essas coisas supérfluas. Porque para aquilo que é essencial -saúde, educação, segurança- já nínguém nos empresta um chavo. E como estou consciente de que cabe, a cada um de nós, apontar soluções para os problemas, aqui deixo a minha sugestão, que até poderá ter incidências positivas na criação dos tão desejados empregos : reactivem-se as linhas de montagem dos automóveis (made in Portugal) Sado 550 (que laboraram nos anos 80 do passado século) e, em substituição das dispendiosas 'bombas' actuais (Mercedes-Benz, B.M.W. e Audis, vendidas por aqueles que nos chamam mandriões), se distribua um desses carros aos senhores ministros, ao senhor Presidente da República e à legião de directores gerais disto e daquilo que por aí há. E que os conduzam eles próprios, porque, que eu saiba, não temos por cá dirigentes manetas. Verão que, se isso não resolve o problema da dívida externa, permitirá, no entanto e pelo menos, fazer economias significativas na despesa do estado. Ora se há que cortar nas gorduras...
BOCAS VENENOSAS A PROPÓSITO DO ÚLTIMO BENFICA-SPORTING
No passado domingo, para poder assistir ao derby lisboeta, ao Benfica-Sporting -jogo determinante na corrida ao título de campeão nacional de futebol- dirigi-me ao 'estádio' mais próximo de minha casa : o Café Alentejano. Onde, tranquilamente, sem medo de levar com uma garrafa (ou outro objecto contundente) na pinha e sem receio de ouvir os mimos bolsados por uma daquelas bestas que enchem os verdadeiros recintos desportivos, pude deliciar-me com um bom momento de bola. Jogo que, ainda não tinha terminado e já estava -como sempre acontece por cá- a levantar o alarido do costume. Parece que o Sporting foi roubado... E, curiosamente, quem mais insiste nessa inverdade (para usar um eufemismo, um termo terno) é mais a gente a um clube nortenho, que está a ver escapar o título que ambiciona, mas que não merece (porque os encarnados têm sido mais regulares e melhores esta época), do que os lagartos da 2ª circular. Parece que «houve» (dizem os portistas) umas três ou quatro grandes penalidades (ou foram cinco ?) não assinaladas aos seus rivais da capital. Enfim, parvoíces que foram repetidas, até à exaustão, pelos papagaios de serviço (e ao serviço dos azuis e brancos) que pululam em tudo o que é estação de rádio e canal de televisão. Eu cá até aceito a ideia de que, num dos ataques dos sportinguistas (que dominaram nos primeiros 20 minutos de jogo) às redes adversárias, o árbitro até pudesse ter apitado, sem que isso me tivesse escandalizado, um 'penalty' contra os da casa. Mas a verdade, verdadinha, é que o Benfica ganhou por ter marcado dois golaços (sem resposta), sendo um eles, o de Lima, um tento de antologia, que surgiu na sequência de uma jogada colectiva do mais belo efeito. Quanto ao resto, é deixar falar... Porque os cães ladram e a caravana (do glorioso S.L.P.) passa ! -Nota final : gostei de ver jogar esta equipa do Sporting. Esteve muito bem no terreno, onde ofereceu um espectáculo de qualidade. Como, aliás, toda a gente viu. Espero, muito sinceramente, que os seus problemas extra-desportivos tenham sido ultrapassados (definitivamente, se possível for) e que, no próximo campeonato da 1ª Liga, este grande clube de Lisboa regresse ao topo da tabela e dispute o título de campeão em pé de igualdade com os maiores. Porque é aí o seu lugar natural e porque é essa a sua vocação.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
TESOUROS NUMA ILHA ESCONDIDOS...
Estas quatro garrafas de generoso vinho da Madeira são representativas de um dos mais autênticos e preciosos tesouros da chamada 'Pérola do Atlântico'. Descoberta em 1419 pelos navegadores portugueses João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, a Madeira já produzia vinhos excelentes em 1445, quando o veneziano Cadamosto (marinheiro ao serviço do infante D. Henrique) por lá passou e achou que o Malvasia local (feito com uvas das cepas importadas de Creta) era «muito bom». Também o escritor açoriano Gaspar Frutuso se referiu -no seu livro «Saudades da Terra», escrito em finais do século XVI- aos néctares da Madeira, dizendo do mesmo Malvasia que o dito era «o melhor que se acha no universo e se leva para a Índia e outras partes do mundo». As regiões de produção dos vinhoa da Madeira abrangem, actualmente, 1 850 hectares, sem contar os 50 hectares utilizados para o mesmo fim em Porto Santo, a outra ilha do arquipélago, que se especializou, sobretudo, na produção de uvas de mesa e de mostos concentrados. Além do Malvasia (doce), Boal (meio doce), Verdelho (meio seco) e Sercial (seco), há nessas ilhas atlânticas vinhos provenientes da fermentação de outras castas, como, por exemplo, Terrantez, Tinta da Madeira, Carão de Moça, Moscatel de Málaga, Rio Grande, Valveirinha, Listrão, etc, cujo cultivo é devidamente autorizado pelo I.V.M. (Instituto do Vinho da Madeira); organismo que controla a qualidade e a quantidade dos vinhos produzidos. Os continentais (certamente por falta de informação) negligenciam estes vinhos de grande qualidade e com prestígio universal. O que é uma pena, porque quem beneficia com isso são os estrangeiros que visitam a ilha ou que por lá se estabeleceram. Chamem-lhes parvos...
TEMPO...
DIA MUNDIAL DA TERRA 2013
Celebra-se, hoje, o Dia Mundial da Terra. Com isso, a Organização das Nações Unidas (e todos aqueles que pugnam pela ideia de proteger o nosso planeta) tentam sensibilizar as pessoas para a necessidade urgente de proteger a casa comum de 7 biliões de seres humanos e de muitos milhares de outras espécies de animais e de plantas; que só poderão sobreviver com um mínimo de harmonia e de respeito entre eles e para com eles. A Terra é património de todos e não dos políticos irresponsáveia e dos mesquinhos fazedores de dinheiro e de desgraça, seus cúmplices; que pensam que o Mundo gira à volta das suas insignificantes e ridículas pessoas...
TORRE DOS CLÉRIGOS
O mais emblemático edifício da Cidade Invicta cumpre, hoje, 250 anos de vida. Parabéns às gentes do Porto, por terem preservado a torre sineira da igreja dos Clérigos (em estilo barroco), obra do arquitecto italiano Nicolau Nasoni; que é monumento nacional desde 1910. Inteiramente construída em granito e mármore, a Torre dos Clérigos foi, com os seus 75 metros de altura e aquando da sua inauguração em 1763, o edifício mais alto de Portugal e é, hoje, um dos monumentos mais visitados do Porto.
quinta-feira, 18 de abril de 2013
SERÁ QUE ESTAMOS TODOS LOUCOS ?
Li ontem nos jornais (ou, talvez, tenha ouvido na TV) que, em Portugal, se desperdiça, anualmente, 1 milhão de toneladas de alimentos. E fiquei chocado ! E perguntei a mim próprio como é que isso é possível num país onde 1/3 da população é pobre ou está gravemente ameaçada de exclusão social... Que mecanismos é que é necessário accionar para que esse escandaloso bota-fora de produtos alimentares não continue a ocorrer ? O que é imperativo fazer para que -em vez de irem parar aos caixotes do lixo- os alimentos cheguem àqueles que (como é do conhecimento geral) são vítimas da crise que se abateu sobre nós, como uma maldição bíblica, e que atinge, em primeiro lugar, as crianças e os idosos ? -Eu não tenho respostas, mas estou intimamente convencido de que haverá soluções. Soluções de nível global, já que o problema é transversal a todas as sociedades humanas desenvolvidas. Ou tidas como tal. Pois, segundo a mesma fonte de informação, 50 % dos alimentos produzidos no Mundo (ou seja, entre 1 e 2 mil milhões de toneladas/ano) são atirados para as lixeiras. Parece, também, que os desperdícios de alimentos dos europeus e dos norte-americanos dariam para alimentar o planeta. Se tudo isto for verdade, é lógico pensar que estamos todos loucos e que entrámos numa espiral que conduzirá, infalivelmente, à nossa perda.
IMAGENS DE UM PORTUGAL DISTANTE
Com quase 70 anos de idade, posso-me gabar de ainda ter conhecido as velhas profissões que a iconografia incluída neste 'post' ilustra. E mais, de até ter conhecido as pessoas que as executaram ao longo da vida. Para ganhar o pão quotidiano e assegurar a sua sobrevivência e a dos seus. Lembro-me muito bem do amola-tesouras, calcorreando as calçadas de cidades, vilas e aldeias, tocando a sua característica gaita, à procura de um freguês, que lhe confiasse uma tesoura, uma faca, uma navalha para afiar ou um velho guarda-chuvas para reparar. E, quando tal acontecia, lembro-me de vê-lo partir, contente, por ter ganho uns magros tostões... Também me recordo das moças da seca do bacalhau (por ter morado perto de uma dessas desaparecidas indústrias), que procediam, diariamente, durante semanas e mais semanas, às tarefas de curar o (então) peixe dos pobres. O tal 'fiel amigo', com lugar cativo no prato dos portugueses humildes e sem condições para comer bife; ou frango, galináceo que, naquele tempo (anos 50 do passado século), era considerado uma iguaria para as populações citadinas. Além do seu trabalho rude, as moças da seca tinham um problema ligado ao cheiro intenso a peixe, que adquiriam no exercício da sua profissão. E que só desaparecia com o uso de muito sabão e de algumas gotas de «Tabú», que era o perfume mais barato da época. Quanto à cozinheira (retratada na imagem inferior), também me lembro dela. Devido às minhas origens rurais, eu visitava, de quando em vez, o Alentejo, região onde esta trabalhadora operava muito especialmente. Sobretudo aquando das ceifas (que, ao tempo, não se faziam de maneira mecânica) de Verão. Às cozinheiras cabia a responsabilidade de preparar as frugais refeições dos demais trabalhadores. O seu equipamento era dos mais rústicos : umas trempes, umas panelas de barro (ou de ferro) e muita lenha, que ela própria se encarregava de recolher durante a manhã. Vidas duras, muito duras, de tempos que já lá vão...
O ESPECTÁCULO DAS OLAIAS EM FLOR
Aqui há coisa de uma semana passei pela estrada que liga Campo Maior a Elvas e fiquei deveras surpreendido com o número e com a beleza das olaias que se podem contar e admirar à beira do caminho. Que magníficas são, neste início (oficioso) da Primavera !... 'Cercis siliquastrum L.', de seu nome científico, estas árvores -que podem atingir uns 10 metros de altura- são originárias do Mediterrâneo oriental e adaptaram-se muito bem à nossa terra e ao seu clima. Muito vistosas, com as suas flores de um cor-de-rosa vivo, as olaias também por cá são chamadas árvores de Judas, árvores da Judeia, ou árvores do amor. Leguminosa de flores caducas, a olaia dá-se muito bem por estas bandas e, com as giestas, tojos e estevas -que também já floresceram- emprestam, nesta estação, à minha região do norte alentejano uma beleza sem par.
terça-feira, 16 de abril de 2013
O QUE A ALEMANHA AINDA DEVE À GRÉCIA
//////////////// A Alemanha, que, convém lembrar, só recentemente reembolsou a dívida relativa aos inauditos prejuizos que causou durante a horrenda 1ª Guerra Mundial (vulgo Grande Guerra), ainda deve à Grécia -um dos países que a senhora Merkel e o seu governo têm tratado com a sobranceria que se sabe- 162 mil milhões de euros ! Esta soma (faraminosa) é relativa à devastação do país dos helenos pelos exércitos de Hitler nos anos 40 do século XX. O reembolso desses prejuízos, causados há menos de 70 anos e dos quais a nova Alemanha se não pode, nem deve alhear -como se não tivesse nada a ver com isso- é exigido pelos gregos, pelo facto dos alemães serem responsáveis pela ruína de 75 % da indústria nacional e pela destruição de 50 % das infra-estruturas do país (estradas, pontes, portos, vias férreas, etc). Malfeitorias cometidas durante os três anos de ocupação de uma nação livre e soberana pelas hostes do odioso 3º Reich. E isso, sem contar o mais importante. Que foi, naturalmente, a morte (durante o mesmo período) de 560 mil gregos e a deportação de 70 000 judeus residindo no país; e que foram, na sua grande maioria, assassinados nos ignóbeis campos de concentração nazis. É necessário que a Alemanha de Angela Merkel não esqueça isto. Porque isto não é matéria histórica negligenciável. Eu cá, se fosse grego, gritava esta verdade aos sete ventos. E, antes que os alemães me exigissem, com a arrogância que os caracteriza, um aperto de cinto, eu teria exigido que pagassem ao meu país tudo o que lhe devem. Pelo mal que lhe fizeram. É por demais evidente, que também não estaria disposto a perdoar aos políticos incompetentes e aos políticos corruptos do meu país, todas as asneiras que cometeram e que penalizaram gravemente a Grécia nestas últimas décadas.
AS MINHAS CANÇÕES PREFERIDAS : «LES CORONS»
////////// «LES CORONS»
{Refrain:}
Au nord, c'étaient les corons
La terre c'était le charbon
Le ciel c'était l'horizon
Les hommes des mineurs de fond
Nos fenêtres donnaient sur des f'nêtres semblables
Et la pluie mouillait mon cartable
Et mon père en rentrant avait les yeux si bleus
Que je croyais voir le ciel bleu
J'apprenais mes leçons, la joue contre son bras
Je crois qu'il était fier de moi
Il était généreux comme ceux du pays
Et je lui dois ce que je suis
{Refrain}
Et c'était mon enfance, et elle était heureuse
Dans la buée des lessiveuses
Et j'avais des terrils à défaut de montagnes
D'en haut je voyais la campagne
Mon père était "gueule noire" comme l'étaient ses parents
Ma mère avait les cheveux blancs
Ils étaient de la fosse, comme on est d'un pays
Grâce à eux je sais qui je suis
{Refrain}
Y avait à la mairie le jour de la kermesse
Une photo de Jean Jaures
Et chaque verre de vin était un diamant rose
Posé sur fond de silicose
Ils parlaient de 36 et des coups de grisou
Des accidents du fond du trou
Ils aimaient leur métier comme on aime un pays
C'est avec eux que j'ai compris.
Nota - «Les Corons», da autoria de Pierre Bachelet e Jean-Pierre Lang, foi um sucesso discográfico em 1982 e, depois dessa data, ganhou um novo estatuto : o de hino oficioso da região Norte, de França, e um novo reconhecimento, que é o de ser uma das 12 ou 15 canções preferidas pelos auditores do mundo francófono. A voz de Pierre Bachelet -falecido prematuramente, em 2005- empresta a esta canção um tom simultaneamente nostálgico e de orgulho de pertença a um universo praticamente desaparecido, o dos mineiros, cuja vida é feita de sacrifício e de luta.
{Refrain:}
Au nord, c'étaient les corons
La terre c'était le charbon
Le ciel c'était l'horizon
Les hommes des mineurs de fond
Nos fenêtres donnaient sur des f'nêtres semblables
Et la pluie mouillait mon cartable
Et mon père en rentrant avait les yeux si bleus
Que je croyais voir le ciel bleu
J'apprenais mes leçons, la joue contre son bras
Je crois qu'il était fier de moi
Il était généreux comme ceux du pays
Et je lui dois ce que je suis
{Refrain}
Et c'était mon enfance, et elle était heureuse
Dans la buée des lessiveuses
Et j'avais des terrils à défaut de montagnes
D'en haut je voyais la campagne
Mon père était "gueule noire" comme l'étaient ses parents
Ma mère avait les cheveux blancs
Ils étaient de la fosse, comme on est d'un pays
Grâce à eux je sais qui je suis
{Refrain}
Y avait à la mairie le jour de la kermesse
Une photo de Jean Jaures
Et chaque verre de vin était un diamant rose
Posé sur fond de silicose
Ils parlaient de 36 et des coups de grisou
Des accidents du fond du trou
Ils aimaient leur métier comme on aime un pays
C'est avec eux que j'ai compris.
Nota - «Les Corons», da autoria de Pierre Bachelet e Jean-Pierre Lang, foi um sucesso discográfico em 1982 e, depois dessa data, ganhou um novo estatuto : o de hino oficioso da região Norte, de França, e um novo reconhecimento, que é o de ser uma das 12 ou 15 canções preferidas pelos auditores do mundo francófono. A voz de Pierre Bachelet -falecido prematuramente, em 2005- empresta a esta canção um tom simultaneamente nostálgico e de orgulho de pertença a um universo praticamente desaparecido, o dos mineiros, cuja vida é feita de sacrifício e de luta.
domingo, 14 de abril de 2013
PARTILHANDO AS RIQUEZAS DO MUNDO...
O sistema bancário, os governos (que é como quem diz, a classe política mandante) e o povo partilhando a riqueza disponível. Riqueza que só o último produz. Talvez as coisas mudem neste país e no mundo, no dia em que o Zé Povinho (e votante) compreender a verdade, tão simples, que emana deste 'cartoon'. (Clicar na imagem para a ampliar).
«OS HERÓIS NÃO SE ENTREGAM»
Contrariamente ao que acontece em Espanha ou em França, é muito difícil encontrar no mercado português de videogramas aqueles filmes que já não se podem ver nas salas de cinema. Pelo facto dos ditos filmes já não suscitarem -por serem velhos- o interesse do público (o que por si só é uma burrice), ou, sobretudo, por já não haver salas de cinema nas regiões do interior do país, afastadas da capital. Nessas circunstâncias, eu vou satisfazendo as minhas necessidades cinéfilas através da aquisição de obras que eu já vi há muito tempo (e gostei) ou que gostaria de ver. O que se torna cada vez mais difícil, devido à malvada da crise, que nos obriga a mobilizar o essencial das parcas pensões de reforma que ainda temos para coisas mais vitais. Ainda assim, consigo adquirir, mensalmente, 3 ou 4 DVD's e ir enriquecendo as minhas colecções. A propósito do que aqui fica escrito, estou a lembrar-me que, no mercado francês, vai ser lançado, no dia 4 do mês de Junho, uma cópia com a gravação de uma película intitulada «Os Heróis não se Entregam» («Counterpoint»). Obra que eu vi há uma infinidade de anos numa sala de cinema e, numa outra ocasião (também já há muito tempo), num canal francês de televisão. Encaro a possibilidade de adquirir a referida cópia. Primeiramente, porque tenho saudades dessa fita de Ralph Nelson (que também realizou o excelente «Soldado Azul»), datada de 1968; e, depois (detalhe importante), porque o DVD de «Os Heróis não se Entregam» só vai custar 9,99 euros. Esta película -que já tem cópia editada no Brasil- tem acção decorrente durante a 2ª Guerra Mundial e conta-nos a história de uma orquestra sinfónica (que se encontra na Europa para oferecer uma série de espectáculos às tropas aliadas) e que é capturada pelo exército hitleriano, aquando da batalha das Ardenas. Ameaçados de fusilamento, os elementos da orquestra são salvos pelo gosto desmedido de um general alemão pela música clássica e pela audácia do maestro americano que os dirige. Os principais papéis deste filme colorido -produzido pelos estúdios Universal- foram distribuídos a Charlton Heston, Maximilian Schell, Leslie Nielsen, Kathryn Hays e Anton Driffing. Suspense e boa música (de Schubert, Wagner, Tchaikovski, Brahms, etc) são as principais características desta película que eu gostarei muito voltar a ver.
«CORRE MONDEGO»
Nasce na Estrela o
Mondego
Vem passar junto à FelgueiraAtravessando Coimbra
Vai parar junto à Figueira
Corre Mondego
DevagarinhoParte em sossego
Vai de mansinho
Se ouvires dizer algum dia
Que um estudante morreuReza-lhe uma Avé-Maria
Que esse estudante sou eu
Corre Mondego
DevagarinhoParte em sossego
Vai de mansinho
///////////////////////////////////////////////////
Quem não conhece este magnífico fado de Coimbra ? -Acho que ninguém. A propósito da sua letra -aqui divulgada- há quem atribua o poema a Lucas Junot. Mas, a verdade é que, dizem os entendidos, não há certezas a esse respeito. Esta belíssima balada coimbrã está no You Tube, onde todos a poderão escutar. Basta, para tanto, ir ao Google e clicar o seu título.
'POULET BASQUAISE' (FRANGO À MODA DO PAÍS BASCO)
Gosto muito do País Basco. Do lado francês, já que do outro lado da fronteira, limito-me a passar por lá... Por falta de tempo, ou melhor, por falta de oportunidades. Há anos, por exemplo, que quero visitar Guernica -a tal que Picasso pintou- mas ainda não consegui realizar esse desejo. E, no entanto, passei muitas dezenas de vezes a escassos quilómetros dessa terra carregada de História. E, reparem que, quando falo de História, não me estou somente a referir ao ignóbil bombardeamento que a tristemente célebre Legião Condor (a aviação dos amigalhaços nazis de Franco) efectuou sobre essa indefesa cidade... Enfim, amo aquela terra, sobretudo a faixa compreendida entre a foz do rio Bidassoa e Baiona. Que oferece as paisagens fantásticas do litoral e as das altaneiras montanhas pirenáicas. Num contraste visual do mais belo efeito. E, depois, aprecio o clima, que, mesmo no inverno, não é rude. Como seria de esperar, à vista das neves eternas que cobrem, com o seu manto branco, picos tão altos e tão vertiginosos, que fazem da nossa Serra da Estrela um simpático outeiro. Estive lá, por obrigação, há três semanas. E lembrei-me de deixar -a quem tem a paciência de visitar este blogue- a mais popular das receitas da cozinha local, a saber a do Frango à Moda do País Basco ou 'Poulet Basquaise'. Ora aqui vai :
Ingredientes para 6 pessoas :
1 frango (do campo) cortado
aos pedaços
3 cebolas cortadas às rodelas
finas
3 dentes de alho (esmagados)
1copo de vinho branco seco
1 ramo de salsa, tomilho,
alecrin
Azeite, louro, sal, pimenta
moída
Preparação da receita :
Aquecer 4 colheres de azeite
(extra virgem) numa panela ou num recipiente similar. Dourar as rodelas de
cebola, os alhos e os pimentos previamente cortados às tiras. Deixar cozer
durante 5 minutos.
Lavar, pelar e cortar os
tomates em pedaços e juntá-los na panela aos restantes ingredientes. Salgar a
gosto e apimentar. Cobrir a panela e deixar cozinhar durante 20 minutos.
Colocar numa frigideira, com
um fundo de azeite, os pedaços de frango, também eles previamente salgados (cuidado
com os excessos !) e apimentados. Deixar dourar.
Juntar o frango aos legumes, adicionar
os cheiros (salsa, tomilho, alecrim, louro) e o vinho branco. Cobrir e deixar
ao lume durante 35 minutos. Findos os quais é servir quentinho, com o
acompanhamento que desejar. O arroz branco é, em geral, um dos preferidos pelos
bascos.
Bom apetite !
Nota Final :
Esta receita autoriza variações.
Pessoas há que juntam 120
gramas de presunto (preferencialmente de Baiona, que é
um produto local) aos ingredientes. E substituem a vulgar pimenta por uma
pitada (geralmente ½ colher de café) de ‘piment d’Esplette’, que é uma
malagueta, reduzida a pó, de cultivo regional. O frango inteiro também pode ser
substituído pelas pernas e coxas de vários galináceos.
sábado, 13 de abril de 2013
JUNTO À FONTE DE JACOB...
A ARTE DE JONATHAN JUNGSUK AHN
O autor destas duas fascinantes telas -intituladas «Tea Ceremony» e «Maiden in Red»- é o artista norte-americano Jonathan Jungsuk Ahn. Nascido em Seúl, capital da Coreia do Sul, onde tem as suas raízes, o referido artista emigrou para os Estados Unidos da América, com a sua família, quando contava apenas 7 anos de idade. Estudou Artes Plásticas em Boston e em Paris. Hoje, vive em San Francisco (Califórnia) e é um pintor universalmente conhecido. Além da pintura (óleo e tinta acrílica), Jonathan Ahn também desenha (lápis e carvão) e faz esculturas. Está representado em vários e reputados museus, galerias de arte e colecções particulares do seu país de adopção e do estrangeiro.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
A INDIGNAÇÃO DE FRANÇOIS HOLLANDE
////////// Embora eu disponha do estatuto de bi-nacional e tenha tido a possibilidade de votar nas últimas eleições presidenciais francesas, confeso que não o fiz. Cá por coisas... Assim, nada devo, pois, a François Hollande -o actual Presidente da República- nem aos seus opositores. Que, nestas circunstâncias, também nada me devem, como é óbvio. Mas confesso que o homem que hoje preside aos destinos desse grande e generoso país que é a França, ganhou a minha estima, quando ontem reagiu (mais uma vez) ao escândalo provocado pelo seu ex-ministro do Orçamento -Jérôme Cahuzac- que o traíu, a ele e a todos os Franceses, ao esquecer dizer-lhes (quando assumiu as suas funções) que era detentor de volumosas contas na permissiva e secreta banca helvética. Para não pagar os devidos impostos, onde e quando devia. No seu discurso de 10 do corrente, Hollande disse em relação ao assunto : «Serei implacável, porque fui eleito com base na vontade de uma República exemplar e acreditem que fiquei ferido, chocado, destroçado, pelo que ocorreu; que foi contra todas as minhas concepções pessoais, contra as minhas exigências políticas e contra os meus compromissos». E eu acredito que ele é sincero. Até porque tomou imediatamente medidas que vão ao encontro das suas promessas de dignificação dos cargos públicos de alto escalão, obrigando os seus detentores a declararem, sistematicamente e desde agora, todo o seu património. Eles e os seus cônjuges. Propôs também que se criasse, imediatamente, um tribunal independente para julgar os políticos nos casos de corrupção e fraude. E, enfim, sugeriu acaloradamente que, uma vez por todas, se acabe com a ignomínia dos paraísos fiscais. Ameaçando até os países europeus (mas não só) que persistem na protecção desse sistema injusto, que empobrece as nações em benefício do gangsterismo fiscal. Vítima de grande impopularidade, em França, por não ter podido satisfazer num ano aquilo que prometera realizar no quinquenato, François Hollande merece, repito, o meu respeito. Embora eu nunca tenha votado no seu partido. Salvo aquando das eleições que, em em Maio de 1981, levaram Mitterrand à presidência. E isso, por razões que, ao tempo, me pareceram óbvias.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
GUERRA AÉREA
///////// Primeira Guerra Mundial : sobre os campos nevados do norte da França (talvez da Flandres) um aparelho da aviação militar gaulesa persegue e ataca um aeroplano inimigo. Nesta visão de artista, podemos observar, com algum pormenor, um SPAD S.VII; avião que surgiu nas fileiras das nações aliadas a partir do mês de Setembro de 1916. E que constituíu um grande trunfo, perante o poder aéreo germânico. O SPAD S.VII foi construído a milhares de exemplares (mais de 5 600 só em França) e foi distribuído, até ao fim do conflito (que decorreu entre 1914 e 1918), pelas aviações militares de França, mas também da Grã-Bretanha, da Bélgica, da Itália, da Rússia e dos Estados Unidos da América. Os seus mais célebres utilizadores foram, sem dúvida, os pilotos da 'Esquadrilha das Cegonhas', que o conservaram e conduziram à vitória até meados de 1917, substituindo-o, nessa altura, por uma versão mais poderosa , a do SPAD S.XIII; e o ás italiano Francesco Baracca, que nunca o quis trocar por modelos mais evoluídos. Avião biplano e monolugar, O SPAD S.VII podia descolar com um peso máximo de 703 kg. As suas principais características eram as seguintes : 6,13 metros de comprimento por 7,77 metros de envergadura por 2,33 metros de altura. Este avião de caça estava equipado com um motor Hispano-Suiza 8A (de 8 cilindros em V, refrigerado por líquido) com uma potência de 150 cv. A sua velocidade máxima rondava os 192 km/hora (a 2 000 metros de altitude) e a sua autonomia era de 2 h 15 m. O SPAD podia voar à altitude operacional máxima de 5 335 metros e estava armado com 1 única metralhadora de tiro sincronizado com a rotação do seu hélice (em madeira) de 2 pás. O aeroplano alemão representado na imagem parece ser, assim à primeira impressão, um L.V.G. C.VI. Ou será um Aviatik C.I. ?
ESPECTACULAR GALATASARAY !!!
////////// Assisti ontem, através de transmissão televisiva, ao encontro de futebol (para a 'Champions') entre o Galatasaray -clube turco de Istambul- e o Real Madrid. E, como toda a gente que seguiu a reportagem oferecida pela TVI, fiquei admirado com a facilidade com que os 'merengues' dominaram o 1º tempo do encontro; durante o qual os madridistas até lograram marcar um golo, com o concurso de Cristiano Ronaldo. Mas o melhor -para quem gosta de futebol sem facciosismo- estava para vir, com uma segunda parte dominada inteiramente pelos jogadores do clube turco, que fizeram a demonstração perfeita de que as eliminatórias só estão ganhas quando o árbitro da partida apita o final do segundo jogo em disputa. Coisa que o Real parece ter ignorado. De qualquer modo, a equipa do Galatasaray -que só por infelicidade não eliminou o seu prestigioso rival- deu, nos últimos 48 minutos de jogo e mercê de muita garra e de saber futebolístico, um lição de eficácia ao 'team' da capital espanhola. Que só não soçobrou completamente, graças a um segundo e oportuno tento (marcado a poucos minutos do fim do jogo) assinado pelo seu fenomenal dianteiro madeirense. Ficou-me, finalmente, a impressão de que, com os seus futuros rivais na disputa do troféu máximo da UEFA, o Real Madrid tem de ser, simultaneamente, mais cauteloso e mais aguerrido. E isso, durante os 90 minutos de cada um dos desafios que por aí vêm. Senão, diante de equipas como o Barcelosa e o Bayern de Munique, nem São José Mourinho lhe poderá valer. E, assim, lá se esfuma o sonho de conquista, em 2013, da 'Décima'...
DESLUMBRANTES ROSAS !
Quem pode contrariar o óbvio ? -As rosas são as mais belas flores que os olhos humanos jamais viram ! Diz-se que vieram da Ásia, onde são cultivadas há mais de 5 000 anos. Mas, na realidade, existem à superfície da Terra -e os fósseis aí estão para o confirmar de maneira categórica- há muitos milhões de anos. Alvo de modificações, obtidas através de cruzamentos, que lhes deram mais pétalas, mais cores e mais cheiro, as rosas têm, actualmente, centenas de variedades. Aqui deixo -para prazer dos olhos e consolo da alma- algumas vistosas espécies. E uma bonita quadra que lhe foi consagrada (à rosa) por uma poetisa dos Açores chamada Maria Francisca Sousa da Silva. Senhora que eu não conheço, mas a quem daqui envio os meus cordiais cumprimentos. «A rosa não tem rancores/Com tanto espinhos que traz;/Ela é toda, em luz e cores,/Uma mensagem de PAZ».
segunda-feira, 8 de abril de 2013
A PROPÓSITO DE «OS MEUS LÁBIOS QUEIMAM»
Confesso que já não me lembrava muito bem desta fita («Don't Bother to Knock») realizada, em 1952, por Roy W. Baker. Cineasta que nela ofereceu à saudosa Marilyn Monroe o seu primeiro papel verdadeiramente importante. Adquiri recentemente uma cópia DVD desta fita em Espanha; pela qual paguei 5 euros ! Merecidíssimos, naturalmente, porque se trata de um filme de qualidade, no qual Marilyn protagoniza a figura de uma jovem destabilizada psicologicamente pela morte trágica do seu namorado, um antigo piloto de guerra. Saída de um hospital psiquiátrico, onde fora internada por ter atentado contra a sua própria a vida, a jovem em questão vai trabalhar para um hotel e transferir o seu interesse para a personagem interpretada por Richard Widmark (a outra vedeta do elenco), que tem algumas parecenças físicas e afinidades profissionais com o aviador desaparecido. Muito bom trabalho dos dois actores, com especial menção para Marilyn Monroe, que, neste papel, desfaz uma lenda (injusta), que pretende que ela triunfou em Hollywood devido, apenas, aos seus evidentes atributos físicos. Gostei desta película, intitulada em Portugal «Os Meus Lábios Queimam» («Almas Desesperadas», no Brasil/«Niebla en el Alma», em Espanha), que inclui ainda a participação de Anne Bancroft, outra excelente actriz. Esta fita produzida pelos estúdios da 20th. Century-Fox, foi filmada a preto e branco e tem uma duração de 76 minutos. O DVD espanhol, a que aqui me refiro, não é legendado em língua portuguesa.
A CORAGEM DOS NOSSOS POLÍTICOS
Tradução : «Quem deixou descarrilar as contas públicas ? -Foi ele! Foi ele ! Foi ele ! Foi ele! Foi ele !... Isto (o desenho) não tem origem no nosso país, mas assenta que nem uma luva nos figurões que, de há 40 anos a esta parte, têm 'administrado' Portugal e o precipitaram na banca rota. Incompetentes, oportunistas, intrujões !!!
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