domingo, 29 de março de 2015
BONITO !
Grãos de poeira no verde e vasto oceano Atlântico, as Berlenga situam-se a escassos quilómetros da costa portuguesa. Bem em frente da cidade de Peniche. Área natural protegida, a maior dessas ilhas recebe, no Verão, um número limitado de turistas (sujeito à obediência de regras pré-estabelecidas), atraídos pela beleza singular do sítio. A foto aqui apresentada (de autor que eu desconheço) mostra o bairro da comunidade piscatória que por lá vive e trabalha e o seu minúsculo porto. Bonito !
«POIS EU GOSTO DE CRIANÇAS» ('EN TOUT BIEN TOUT HONNEUR')
quinta-feira, 26 de março de 2015
FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (34)
França, ano indeterminado (1944 ou 1945 ?) da ocupação nazi. Um membro das F.F.I. (Forças Francesas do Interior) afronta -com um sorriso nos lábios- o pelotão de execução. As F.F.I. resultaram da fusão (em Fevereiro de 1944) dos principais movimentos de resistência à ocupação alemã. Chegaram a reunir um efectivo de 400 000 combatentes, que causaram danos materiais e perdas importantes nas fileiras fascistas. Para além das suas operações secretas, os FFI's também participaram na guerra aberta contra as tropas de ocupação, muito especialmente nas batalhas de Glières, Vercors, Mont Gargan. Mont Mouchet bolsa de Saint Nazaire e libertação de Paris. Representaram um papel tão importante na preparação do Dia D (desembarque na Normandia), que o general Eisenhower disse que a sua acção teve uma importância equivalente à da participação de 15 divisões regulares. Depois da libertação da França, 114 000 membros das F.F.I. integraram as fileiras do 1º Exército Francês -que se encontrava sob o comando do general De Lattre de Tassigny- e prosseguiram a guerra na Alemanha, até à queda do 3º 'Reich'. Segundo alguns historiadores, as F.F.I. perderam 20 000 combatentes, incluindo 3 000 vítimas de execuções sumárias. Como a do herói anónimo desta foto.
MARAVILHA DA NATUREZA
Esta imagem mostra-nos um bonito trecho do lago McDonald, situado no estado de Montana (EUA), perto da fronteira com o Canadá. De origem glaciar, este espaço lacustre encontra-se a cerca de 1 000 metros de altitude e ocupa uma superfície de mais de 27 km2. É o maior lago do espantoso Glacier National Park e a sua beleza atrai, todos os anos, muitos amigos da Natureza; mas também pescadores, que lá vão com o intuito de ferrar exemplares de várias espécies de trutas, entre as quais se encontra a apetecida 'Arco Íris'. Este lago (integrado no território administrativo de Flathead County) está rodeado por densas florestas de abetos e de outras coníferas, que abrigam várias espécies de animais selvagens (protegidas), tais como os impressionantes e perigosos 'grizzlies'. Daí que os passeios turísticos sejam desencorajados pela administração do parque. Repare-se no fundo do lago (que pode atingir profundidades superiores a 100 metros), semeado de seixos multicolores.
quarta-feira, 25 de março de 2015
O TANQUE DO FUTURO JÁ ESTÁ AÍ !
Este tanque -o Armata 2 do exército russo- é considerado pelos peritos em armamento como o melhor carro blindado da actualidade. E, pela sua concepção e poderio, o protótipo dos tanques que, futuramente, equiparão as unidades blindadas dos exércitos modernos. Muitas das características do Armata 2 ainda se mantêm secretas, mas sabe-se, desde já, que este moderníssimo engenho de 50 toneladas está protegido por uma blindagem particularmente eficaz e que a sua artilharia convencional (1 canhão de 125 mm) e o seu sistema de lança-mísseis estão inteiramente robotizados. A sua tripulação (de apenas 2 homens) está protegida numa cápsula de alta segurança, separada das reservas de munições e de carburante. O Armata 2 dispõe de um poderoso motor diesel de 1200/1500 h.p., que lhe confere uma velocidade horária, em estrada, da ordem dos 65/75 km. O exército da Federação Russa já recebeu os 20 primeiros exemplares deste novo tanque e espera completar os seus efectivos (2 300 unidades) até 2020. Outra novidade : este carro de batalha tem a faculdade de poder transformar-se em veículo inteiramente automatizado.
BONECOS DO ALENTEJO
A ingenuidade destes 'bonecos de Estremoz' em nada lhes retira valor. Nem artístico, nem simbólico. Antes pelo contrário... Hoje, estas peças, são consideradas pequenas obras de arte 'naïve', executadas por gente simples, mas sábia, que apenas quis reproduzir, em barro, cenas da vida quotidiana dos seus patrícios e pessoas de um tempo que já foi tempo... Algumas destas valiosas peças até já pertencem ao espólio de museus e a coleccionadores particulares, que conhecem o valor intrínseco desta arte popular alentejana. As peças mostradas são «O Aguadeiro», personagem citadina, dos tempos em que ainda não havia 'água da parede', como lhe chamava a minha avó Antónia Joaquina. Este boneco é da autoria de José Moreira (1926-1991) e pertence a uma colecção particular. A segunda peça, saída do 'atelier' das irmãs Flores, intitula-se «Cozinha dos Ganhões» e mostra o repasto frugal desses campesinos da terra transtagana. Estas fotos foram extraídas -sem autorização prévia- do interessantíssimo blogue 'Do Tempo da Outra Senhora', cuja visita se recomenda. Espero que o responsável pela edição do dito não leve a mal esta confessada usurpação. Porque a dita só se fez no espírito de valorização do Alentejo, das suas gentes e da sua cultura.
BOCA-ABERTA
Nos dicionários da Língua Portuguesa, o termo 'boca-aberta' é sinónimo de apalermado, basbaque, indolente, papa-moscas, pasmado, pateta, etc. Não é, porém, o caso desta impressionante boca aberta que aqui vemos; e que pertence a um dos animais mais vorazes, mais perigosos, que povoam mares e oceanos : Sua Majestade, o tubarão. Dotadas de mandíbulas poderosas e de fileiras de dentes afiadíssimos, certas espécies deste esqualo podem atingir tamanhos impressionantes (pesando toneladas) e de abocanhar tudo o que lhes passa pela frente. Inclusivamente seres humanos imprevidentes ou que se encontrem, acidentalmente, nas suas áreas de caça. Curiosidade : no dia 30 de Julho de 1945, aquando da Guerra do Pacífico -travada entre as esquadras norte-americana e japonesa- parte substancial da guarnição do cruzador «Indianapolis» caíu ou lançou-se ao mar, depois do seu navio ter sido torpedeado por um submarino nipónico. Desses marinheiros -uns 880, segundo estimativas da US Navy- sobreviveram apenas 317 homens, que foram resgatados 5 horas após o soçobro do seu navio. A maioria dos desaparecidos foi devorada pelos tubarões, que ali acudiram em número impressionante e que atacaram, sem tréguas e durante todo o tempo de espera, os náufragos do supracitado vaso de guerra americano. (Clicar com o rato na imagem para a ampliar).
IMAGENS DO PASSADO
FALECEU HERBERTO HÉLDER
Herberto Hélder (1930-2015) faleceu anteontem na sua residência de Cascais. Considerado, no mundo das letras, como um dos maiores poetas portugueses dos séculos XX/XXI, era uma personagem discretíssima, quase misteriosa, que não dava entrevistas, que era avesso a homenagens (recusou o Prémio Fernando Pessoa...), que não aparecia em público. Fica-nos a sua obra e a certeza de que essa não morrerá. O seu último livro foi publicado no passado ano (pela editora Assírio & Alvim) e intitula-se «Servidões»; a sua leitura constitui uma boa maneira de entrar no mundo deste poeta singular, que agora nos deixou com 84 anos de idade. Herberto Hélder era pai do político e jornalista Daniel de Oliveira, a quem eu apresento pêsames e a minha desinteressada simpatia.
terça-feira, 24 de março de 2015
DIVAGAÇÕES SOBRE O CLUBE DA MINHA SIMPATIA
1ª Liga de Clubes : a perigosa aproximação pontual entre o Benfica e o F. C. Porto, deixa prever um fim de campeonato pouco apropriado para cardíacos. Confesso que aqui há umas semanas atrás, quando as águias imperavam com uns 7 gloriosos pontos de avanço sobre o seu mais temível rival, ainda acreditei na renovação do título pelos encarnados. Hoje, perante os enervantes desperdícios da equipa benfiquista, estou mais céptico... E já não aposto com ninguém sobre qual será o futuro campeão nacional de futebol. Enquanto simpatizante do clube da Luz, quero dizer o seguinte : não se pode transformar a prestigiosa agremiação que é o S. L. B. em comércio de jogadores e, depois de vendidos os seus mais valiosos atletas, pretender ganhar títulos. Diz um conhecido e sábio ditado normando que «Não se pode ter tudo. A manteiga e o dinheiro da venda da manteiga». É uma questão de escolha ! E a meu ver, e correndo o risco do próximo título levar uns anitos a alcançar, o Benfica deveria acreditar mais na sua escola de formação de jogadores. Tal como faz o seu outro rival de Alvalade; que, praticamente só com a prata da casa, montou uma equipa de sonho. Veja-se, por exemplo, o que aconteceu este fim-de-semana no jogo com o Vitória de Guimarães. O Sporting pode não ganhar o campeonato 2014-2015 (o que é o mais provável), mas, geralmente, enche os olhos dos seus sócios e simpatizantes com espectáculos de qualidade... Tenho dito.
CINE-SAUDOSISMO (9)
«DERSU UZALA, A ÁGUIA DAS ESPEPES» é uma coprodução sovieto-nipónica datada de 1975. Foi realizada por Akira Kurosawa, um dos grandes mestres do cinema mundial. O entrecho desta excelente película tem um enquadramento verídico, já que a acção decorre aquando de uma das várias expedições cartográficas que (nos primeiros ans do século XX) o capitão Vladimir Arseniev levou a cabo aos confins da Sibéria. Este filme narra o encontro de dois homens cuja vivência e educação predestinavam a ignorar-se, muito simplesmente; mas que, devido às qualidades humanas de ambos, redundou numa amizade e num respeito profundos entre o oficial europeu (que também foi naturalista e escritor) e o seu guia local, membro de uma tribo considerada primitiva; mas que se revelou ser um íntimo conhecedor da Natureza e dos seus segredos. Filme plasticamente perfeito (graças à competência de três técnicos de fotografia (Asakazu Nakai, Yuri Gantman e Fiodor Dobronravov), que aqui executaram um trabalho admirável), «DERSU UZALA, A ÁGUIA DAS ESTEPES» é, reconhecidamente, uma obra magistral pelo humanismo que dela emana e pela maneira inteligente e subtil de confrontar dois mundos e duas mentalidades. Isto é cinema ! Daquele que se pode considerar imperdível. Com uma duração de 141 minutos, esta fita colorida (produzida conjuntamente pelos estúdios Mosfilm/Toho) recorreu ao trabalho dos actores Yuri Solomin, Maksim Munzuk, Svetlana Danilchenko, Dimitri Korchikov e Suimenkul Chekmorov, que aqui deram vida às principais personagens. Finalmente, direi, a título puramente informativo, que esta belíssima fita de Kurosawa, premiada internacionalmente (nomeadamente em Hollywood, onde recebeu o Óscar do melhor filme estrangeiro), já tem cópia DVD à venda no nosso país. A dita é de origem espanhola, mas dispõe de legendas na nossa língua.
segunda-feira, 23 de março de 2015
BONITA E PERVERSA MIMOSA
As flores da mimosa são anunciadoras da Primavera e enfeitam de ouro -nesta estação do ano- os nossos campos e jardins. A proliferação desta invasora (de origem australiana, tal como o eucalipto) constitui, no entanto, um problema para Portugal (incluindo ilhas), já que a dita planta ameaça seriamente a nossa flora original; que ela, a mimosa, devora literalmente e tende a substituir em regime de quase exclusividade. Lembro-me de, na minha região, ter sido ela a única espécie que sobreviveu aos medonhos incêndios que por cá grassaram há uma dezena de anos atrás... E de agora constituir por aqui núcleos densos e em contínua expansão. Apesar da sua formosura, cuidado, pois, com esta acácia, que se comporta, na nossa terra, como um autêntico e traiçoeiro cavalo de Tróia.
ENTRE AS MAIS BELAS CANÇÕES DE FRANÇA...
Entre as mais belas canções de França -escritas e compostas nestas últimas décadas- é justo destacar «La Langue de Chez Nous», da autoria de Yves Duteil. É uma canção que fala do amor pelo idioma de Vítor Hugo, que galgou mares e oceanos para se implantar em todo o mundo ocidental, estabelecendo, assim, muito longe de Paris e do hexágono, as fronteiras da francofonia. A língua francesa perdeu terreno no contexto internacional, sobretudo, no mundo dos negócios, a favor do inglês abastardado que quase toda a gente papagueia. Mas continua a ser uma língua de cultura e um extraordinário veículo de entendimento entre uma comunidade de centenas de milhões de indivíduos. Tenho longínquas raízes gaulesas e uma vivência de mais de 40 anos passados em França. Tenho, por opção, a dupla nacionalidade -portuguesa e francesa- e a pretensão de falar fluentemente a língua que aqui e agora quero homenagear. Porque que sim !
Para poder escutar «La Langue de Chez Nous», cantada pelo seu próprio autor, aqui vos deixo a possibilidade de o fazer, graças ao 'You tube', onde um apreciador a colocou. Carregue aqui :
https://www.youtube.com/watch?v=XknXllpuXCY
Para poder escutar «La Langue de Chez Nous», cantada pelo seu próprio autor, aqui vos deixo a possibilidade de o fazer, graças ao 'You tube', onde um apreciador a colocou. Carregue aqui :
https://www.youtube.com/watch?v=XknXllpuXCY
VELHO E DIDÁCTICO CARTAZ
Este velho cartaz (editado, presumo eu, nos anos 50 da centúria transacta) mostra um mapa dos continentes europeu, africano e asiático e a rota terrestre -utilizada pelas caravanas- entre o nosso mundo e a Índia. Nos finais do século XV, finalmente, os navegadores portugueses de D. Manuel I abriram um caminho marítimo para o Oriente; que apesar de percorrer rotas mais longas (e também aqui assinaladas), eram comercialmente mais rentáveis e, quiçá, menos perigosas. Neste cartaz também se podem ver silhuetas dos navios de Vasco da Gama, ler os nomes dos ditos e dos respectivos capitães. Coisitaa que a maioria dos jovens portugueses ignora. Lastimavelmente !...
NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO «PORTUGAL» !
O paquete «Portugal» era um navio de 8 000 toneladas pertencente à frota da companhia francesa Messageries Maritimes. Durante a Grande Guerra, foi transformado em navio-hospital e emprestado à Rússia Imperial, nação pertencente à coligação que combateu a Alemanha do 'kaiser' Guilherme II e seus aliados. Mas, no fatídico dia 30 de Março de 1916, o «Portugal» foi interceptado no mar Negro por um submarino alemão (o «U-35»), que o torpedeou e afundou. Isso, apesar do navio aliado estar perfeitamente identificado como uma unidade de acção humanitária (não-beligerante) e de se encontrar desarmado. Na tragédia deste navio estrangeiro que levava o nome do nosso país, pereceram 115 pessoas : marinheiros russos e franceses e muito pessoal do corpo sanitário russo, nomeadamente enfermeiras. A propaganda apoderou-se deste triste caso, para lançar o opróbrio sobre os 'boches' e sobre a sua maneira bárbara de violar as convenções internacionais. A imagem anexada mostra o «Portugal» partido ao meio pelo torpedo alemão; que afundou o navio-hospital em menos de 2 minutos... (Clicar com o rato na imagem para a ampliar).
CAJUEIRO, CAJU
O cajueiro ('Anacardium occidentale') é uma planta originária do Nordeste brasileiro. Dele existem, na Natureza, duas espécies distintas : o cajueiro comum (que pode atingir uma altura de 12 metros) e o chamado cajueiro anão (que não ultrapassa 1/3 desse tamanho). O seu fruto -de grande valor económico- é a castanha-de-caju, que curiosamente, tem a forma de um rim e que se desenvolve no exterior do fruto. De grande importância nutritiva, o caju (nome usado correntemente) é particularmente rico em vitamina C (muito mais do que a laranja, por exemplo), em proteínas, em lípidos e em carbo-hidratos. Contém cálcio, ferro, zinco, fósforo, magnésio e fibras e é excelente para diminuir os níveis de colesterol no sangue. Foram os Portugueses que, em meados do século XVI, introduziram os cajueiros nas suas possessões da Índia e que, pouco depois, o transplantaram para África; continente de onde irradiaria para outros lugares do mundo, propícios ao seu cultivo. A actual produção mundial de castanha-de-caju já ultrapassa 4 milhões de toneladas, que rendem receitas importantes aos principais países produtores. Que são o Vietnam, a Nigéria e a Índia. Entre os 10 primeiros figuram também a Guiné-Bissau e o Brasil. O caju saboreia-se, no planeta inteiro, como aperitivo. Mas tem outras aplicações, sobretudo no domínio da culinária.
domingo, 22 de março de 2015
ABERRAÇÃO !
Parece que, nos Estados Unidos da América, os ovos de chocolate 'Kinder' estão proibidos à venda; porque, contendo no seu interior brinquedos minúsculos (susceptíveis de serem engolidos pelas crianças) são considerados potencialmente perigosos. Em contrapartida, e considerando que no país de Rambo há cada vez mais pais a comprarem -no comércio livre das armas de fogo- espingardas e pistolas para oferecerem aos filhos, certos armeiros estão a personalizar as armas destinadas aos pequerruchos, adornando-as com cores de circunstância : cor de rosa para as meninas ou azul-céu para os 'guerreiros' de 6 anos. Depois admiram-se das carnificinas que, periodicamente, ensanguentam as escolas, transformando-as em réplicas das ruas de Tombstone e/ou de Dodge City de finais do século XIX...
CORAÇÃO E COLIBRI
«CORAÇÃO»
O coração é o colibri dourado
Das veigas puras do jardim do céu.
Um – tem o mel da granadilha agreste,
Bebe os perfumes, que a bonina deu.
O outro – voa em mais virentes balças,
Pousa de um riso na rubente flor.
Vive do mel – a que se chama “crenças”,
Vive do aroma – que se diz “amor”.
O coração é o colibri dourado
Das veigas puras do jardim do céu.
Um – tem o mel da granadilha agreste,
Bebe os perfumes, que a bonina deu.
O outro – voa em mais virentes balças,
Pousa de um riso na rubente flor.
Vive do mel – a que se chama “crenças”,
Vive do aroma – que se diz “amor”.
JESUS CORREIA, UMA LENDA DO DESPORTO NACIONAL
Natural de Paço d'Arcos (na periferia de Lisboa), António de Jesus Correia cometeu a proeza de praticar, simultaneamente e com sucesso, dois desportos de alta competição : o futebol, no Sporting Clube de Portugal, onde integrou a famosíssima linha avançada denominada 'Os 5 Violinos', e o hóquei-em-patins no Clube Desportivo de Paço d'Arcos. Na primeira dessas modalidades e com as equipas sportinguistas, Jesus Correia conquistou 7 campeonatos nacionais, 3 Taças de Portugal e 13 internacionalizações. Uma das suas vitórias mais memoráveis foi alcançada contra a famosa equipa do Atlético de Madrid, num jogo em que os leões ganharam por 6-0, graças a... seis golos de Jesus Correia ! Como já aqui foi dito, também brilhou no hóquei-em-patins ao serviço do Paço d'Arcos, o clube da sua terra, com o qual conquistou 8 campeonatos nacionais. A sua classe impressionou a tal ponto os responsáveis pela prática internacional dessa modalidade, que estes o seleccionaram 128 vezes. Com a camisola das quinas ganhou por 6 vezes o Campeonato da Europa e outras tantas o Campeonato do Mundo ! Jesus Correia, que nascera em 1924, faleceu no dia 30 de Novembro de 2003 (com 79 anos de idade), deixando-nos grandes recordações, tanto desportivas como humanas. Ele foi, indubitavelmente, uma das grandes figuras do desporto português e europeu do século XX.
sábado, 21 de março de 2015
A FÉ OU O DINHEIRO. -O QUE VALE MAIS ?
Aqui há dias, numa localidade do norte do país, foi a enterrar «como um cão», no dizer de alguns dos seus conterrâneos e amigos, que falaram para a televisão, um idoso lá da terra. Que, por razões ligadas à sua minguada pensão de reforma -que não dá para tudo- não pôde ou não quis pagar a côngrua (40 euros) ao pároco da aldeia. O bispo da diocese, abordado por vários fiéis, revoltados com a escandalosa insensibilidade do padre, disse-lhes que não estava ao corrente da situação, mas que, visto o motivo que a provocou, era muito possível que a dita se repetisse... Nem mais, nem menos ! Serve este palavreado para lembrar que Judas, ao aceitar os 30 dinheiros para trair o Mestre, não agiu com menos crueldade. Pois, a meu ver, um padre que, em semelhantes circunstâncias, age em função do dinheiro que possa ou não encaixar, não é digno de se intitular pastor de Cristo. E o melhor que tem a fazer é sair da terra onde, com a sua atitude, enxovalhou todos os crentes, toda a população. E depois diz a Igreja Católica não conhecer as razões que determinam a deserção de tantos fiéis; que depois passam, na sua maioria, a engrossar as hostes das Testemunhas de Jeová, dos Adventistas do Sétimo Dia, da Igreja Maná e de tantas outras entidade religiosas que por cá proliferam... O que dirá o papa Francisco deste e de outros casos idênticos, que por cá se vão passando ?
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
«AMO O CAMINHO QUE ESTENDES»
Ignoro se um pássaro morto continua o seu voo
Se se recorda dos movimentos migratórios
E das estações.
Mas não me importo de adormecer no teu colo
De dormir ao relento entre as tuas mãos.
Daniel Faria, in "Dos Líquidos".
Daniel Faria é um poeta luso de finais do século XX. Natural de Baltar (concelho de Paredes), morreu prematuramente em 1999, com apenas 28 anos de idade e quando tinha ainda muito para oferecer às letras portuguesas. Deixou-nos vários livros de poemas e alguma prosa...
BEM-VINDA SEJAS PRIMAVERA !!!
sexta-feira, 20 de março de 2015
MONUMENTOS INSÓLITOS DA EUROPA (2)
Esta estátua de bronze -que faz parte de um conjunto que compreende 9 outras obras similares- intitula-se «Les Voyageurs» ('Os Viajantes') e esteve exposta (em 2013, durante uma mostra temporária) num dos cais do porto de Marselha. Que é o maior porto de França e um dos mais importantes da Europa. Marselha foi, outrora, no tempo em que a França dispunha de um vasto império colonial, lugar de partida de passageiros para a Ásia, para África e para a América ou provenientes desses continentes. As ligações eram particularmente intensas com a Argélia e com Marrocos, que se situam do outro lado do mar Mediterrâneo. Marselha já não tem, hoje, linhas marítimas regulares de passageiros (que foram destronadas pelas ligações propostas pela aviação comercial), mas continua a ser uma escala-chave nas ligações da Europa do sul com o mundo; onde mercadorias diversas convergem de todos os lugares do planeta e de onde é expedida parte consistente das exportações gaulesas. «Les Voyageurs» é uma obra alegórica e espantosa do escultor francês Bruno Catalano, um artista contemporâneo de grande talento.
COFRES CHEIOS, BOLSOS VAZIOS
Gabou-se ontem a ministra das Finanças -diante de uma assembleia de jovens do PSD- que os cofres do Estado estão cheios. E isso fez-me lembrar o caso do antigo regime (aquele que os Portugueses atiraram abaixo em Abril de 1974), que acumulou inauditas reservas de ouro, enquanto o povo vivia numa miséria franciscana, sem paralelo na Europa ocidental. Esqueceu a senhora ministra de dizer, que os cofres estão cheios, porque os bolsos dos nossos compatriotas estão vazios. Esqueceu-se de dizer que, essas reservas de que fala de maneira tão embevecida, foram constituídas à custa daquilo que falta na mesa da esmagadora maioria da nossa gente (vítima de cortes selváticos nas suas pensões de reforma e ordenados), foi acumulada à custa das somas que faltam na saúde, na educação e na segurança de todos nós. Sem falar no facto de que muito desse dinheiro provém de empréstimos contraídos pelo seu (des)governo e cujos juros são pagos pelos contribuintes nacionais. Juros que, só no passado ano e segundo o «Diário de Notícias» de hoje, nos custaram mais de 8 milhões de euros. A fanfarronice tem, pois, um preço, que a senhora ministra omitiu referir.
UMA BOA IMAGEM TAMBÉM SE COMPRA...
Está a decorrer a rodagem daquele que será o 24º filme da série dos James Bond, o tal agente 007 dos livros de Ian Fleming. Escritor inglês que, como é sabido, até foi um verdadeiro espião, com actuação em Portugal nos conturbados tempos da 2ª Guerra Mundial. O enredo da película em questão passa-se no México, país actualmente com grandes problemas de segurança pública causados, essencialmente, pela violência exacerbada dos cartéis da droga, da corrupção política e policial, da pobreza quase generalizada, etc, etc. Surgem agora notícias (propagadas inclusivamente pelos nossos jornais) de que os mexicanos (do governo ?) pagaram aos produtores da fita a avultada soma de 20 milhões de dólares para que a imagem do país não saísse aviltada. Assim, a nova 'Bond girl' será uma beldade do país dos Aztecas, e, entre outras coisas, o mau da fita será tudo o que se quiser... menos mexicano. Porque no México 'no hay muchachos malos'. E esta, heim ?
FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (33)
Em boa verdade, esta fotografia da Lisboa ribeirinha não evoca qualquer acontecimento marcante da nossa História. Nem da História do Mundo. Mostra apenas uma realidade que só já é lembrada por pessoas da minha idade; por pessoas que andem na casa dos 70 anos de vida. O que mais salta à vista nesta foto é a falta da ponte -agora chamada do 25 de Abril- e a presença, no estuário do Tejo, de fragatas e varinos, embarcações à vela hoje desaparecidas. Também é reconhecível, nesta imagem (que deve datar dos anos 40 ou 50 do século transacto e que foi captada por autor que me é desconhecido), o vapor «Alentejo», da CP, atracado na estação do Sul e Sueste (situada em frente do Ministério das Finanças) e um dos antigos 'ferries', que asseguravam a ligação com a Outra Banda. Pode observar-se, ainda, a torre poente do conjunto de edifícios que envolvem a Praça do Comércio, onde funciona o Ministério da Marinha. Esta foto também é evocadora da minha juventude, cujos anos decorreram entre o Barreiro (onde eu residi muitos anos) e a atractiva capital portuguesa. Cidade onde se tinha a impressão que tudo se passava...
ECLIPSE, ECLIPSES
Uma obstrução natural da luz solar está prevista para daqui a poucos minutos. A eclipse esperada está a despertar grande curiosidade nas pessoas (mercê das notícias da TV), mas muito poucos serão os portugueses que poderão desfrutar plenamente de tal fenómeno; pelo facto de não haver a possibilidade de adquirir, por cá, os óculos adequados a uma observação sem riscos. É assim em Portugal, país que pouco liga à ciência... País onde não se espicaça a curiosidade do povo para eventos naturais raramente observados durante uma vida. Mas que, no entanto, movimentam, no estrangeiro -culto e civilizado- muitos milhares de curiosos. A propósito, foi precisamente nesta data do ano de 71 da nossa era, que a Grécia mergulhou, durante uns minutos, em profunda escuridão, devido a um fenómeno idêntico. O que levou Plutarco (historiador e moralista helénico) a escrever que o eclipse «permitiu ver claramente muitas estrelas em todo o céu e causou um arrepio de frio». Coincidências... E, já agora, um conselho : durante o eclipse, não arrisque olhar o sol sem óculos apropriados. Porque a observação a olho nu é extremamente perigosa.
quinta-feira, 19 de março de 2015
'LARGA O OSSO !'
Quem sabe ainda que a expressão popular portuguesa 'larga o osso !' (com a qual se interpela alguém que assedia, insistentemente, outra pessoa) tem a ver com Vasco da Gama, herói português das Grandes Descobertas ? -Pois é verdade ! Quando o navegador que achou o caminho marítimo para a Índia faleceu, em 1524, os seus restos mortais foram sepultados na Vidigueira, da qual ele tinha o senhorio. Muitos anos mais tarde, quando foi decidido transladá-los para o Mosteiro dos Jerónimos, os habitantes daquela vila alentejana, desagradados com a transferência do 'seu' herói para a capital, assediavam os membros da comissão governamental mandatada para o efeito, com a frase : «larga o osso !». O que não deixa de ser curioso. Não acham ?
Túmulo de Vasco da Gama, conde da Vidigueira, no Mosteiro dos Jerónimos.
Túmulo de Vasco da Gama, conde da Vidigueira, no Mosteiro dos Jerónimos.
RIO DE OURO
Este postal ilustrado mostra o sítio preciso onde as águas do rio Douro se misturam com as do oceano Atlântico. Antes da construção dos diques (visíveis na foto), a entrada da barra era problemática e as tempestades punham em risco a segurança de navios e respectivas equipagens. Com a construção do porto artificial de Leixões, o acesso ao rio e à cidade do Porto passou a ser limitado a embarcações de porte modesto, muito em particular a unidades de vocação turística. Que, da Cidade Invicta, rumam às regiões vinhateiras do Alto Douro; que constituem o destino por excelência de muitos milhares de visitantes, tanto nacionais como estrangeiros. Turistas que, geralmente, de lá voltam encantados com as paisagens, as tradições, o binómio gastronomia/vinhos, etc, etc.
DISSE A FLOR...
PUXA !!!
Aqui há dias, antes de submeter o meu modesto e velho carro (que tem 15 anos de vida) a um exame técnico, tive de pagar cerca de 200 euros por um par de pneus. O que muito me doeu. E olhando para esta impressionante imagem, perguntei-me : quanto me custariam dois pneus, se eu fosse o proprietário de um engenho destes ? -Provavelmente o valor da minha pensão de reforma durante 10 anos... ou mais.
PROFISSIONAIS INDIGNOS
Confesso que fiquei estupefacto e agastado com a linguagem de um dos advogados de José Sócrates, quando, há poucos dias, saindo de uma audiência que, pelos vistos, correu mal ao seu cliente, insultou de maneira torpe, de maneira indigna, uma jornalista do C.M. (mandando-a 'ir lavar-se, porque cheirava mal') e tratou o conjunto dos periodistas presente à saída do tribunal de 'canzoada'. Mas quem é que entrega carteiras profissionais a sarandalhos destes ? -E quais serão as consequências de actos desta natureza para o desbocado causídico ? As perguntas ficam no ar...
RECORDANDO «O FUGITIVO», SÉRIE TELEVISIVA DOS ANOS 60...
«O Fugitivo» foi uma das excelentes séries americanas que -durante anos a fio- prendeu a atenção dos telespectadores do mundo inteiro; inclusivamente dos portugueses. Foi, efectivamente, com grande interesse e expectativa, que todos nós seguimos a fuga -através do território dos Estados Unidos- de um médico, o Dr. Richard Kimble, acusado de ter assassinado a sua própria esposa, perseguido por um polícia federal arguto e incansável; do qual, naturalmente, nenhum de nós gostava... É pena que esta série TV de qualidade, como outras tantas desse tempo (anos 60), só tenha permanecido na nossa memória, quando era fácil ter-se procedido à respectiva edição videográfica. Isso já ocorreu, aliás, no país de origem e eu espero que num futuro não muito longínquo o mesmo venha a acontecer por cá. «O Fugitivo» surgiu em 1963, nos canais ABC, e prolongou-se (graças aos seus 120 episódios de 50 minutos cada um) até fins de 1967. As vedetas da série em questão (que teve 4 temporadas) foram David Janssen (no papel do médico perseguido), Barry Morse (no do infatigável tenente de polícia Philip Gerard), Jacqueline Scott, Bill Raisch e Diane Brewster. Para além de muitas estrelas convidadas. Que saudades destes bons momentos de televisão...
FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (32)
Um caça-bombardeiro P-47 'Thunderbolt' da 12th. Air Force (uma unidade combatente da força aérea dos Estados Unidos) sobrevoa, a baixa altitude, as ruínas de imóveis situados nas imediações de Berchtsgaden (Alpes da Baviera), onde Hitler tinha o seu famoso 'ninho de águia'. Esta foto foi tirada já depois da Alemanha ter assinado o armistício de 8 de Maio de 1945 e, assim, reconhecido a sua derrota definitiva perante as forças militares das nações aliadas. Estas operações de polícia tornaram-se indispensáveis para liquidar os últimos bandos de nazis irredutíveis, que ainda não acreditavam na morte física do 'fuhrer' e no fim do regime mais odioso que o planeta Terra conheceu. (Clique na imagem com o rato para ampliar a fotografia).
quarta-feira, 18 de março de 2015
A PRISÃO E A LIBERDADE
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