domingo, 31 de julho de 2016

VESTÍGIOS PRÉ-HISTÓRICOS

Portugal é um país muito rico em monumentos megalíticos; que abundam por todo o nosso território continental. Este menir, por exemplo, encontra-se no concelho de Vila do Bispo, no Algarve e é um desses veneráveis testemunhos deixados pelos avós dos nossos avós.

O NOSSO MUNDO É BELO (72) : SUDÃO

CADERNETA DE CROMOS

Muito populares entre os jovens, quando eu próprio era um miúdo, as cadernetas de cromos reuniam colecções ordenadas por diferentes temáticas. Que iam, como esta que aqui mostro, das estrelas do cinema mundial até à História de Portugal, passando pelo universo das vedetas do futebol (como não podia deixar de ser), dos transportes, da conquista do oeste americano, dos monumentos, das ciências (raças humanas, fauna e flora), das bandeiras e trajes tradicionais, esquadras de guerra, etc, etc. Eram, simultaneamente, um passatempo não muito custoso e educativo. Contrariamente àquilo que eu presumo ser, hoje, a bizarra caça aos pokémons. Mudam-se os tempos...

sábado, 30 de julho de 2016

PLANETA TERRA

«Fala-se muito na necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta»

(Anónimo)

JOGO DE MEMÓRIA

Lembra-se do título deste filme estreado, por cá, em 1959 ?

1- Foi realizado por Andre de Toth;
2- Pertence ao género western;
3- Teve como principais intérpretes os actores Robert Ryan, Burl Ives e Tina Louise;
4- Foi filmado a preto e branco;
5- Conta a aventura de um bando de foras-da-lei que investe uma aldeia desprotegida e que exerce violência sobre os seus habitantes. Até que um deles decide reagir, sacrificando a sua própria vida para salvaguardar os interesses da comunidade;
6- Excelente filme, já é considerado um clássico do cinema norte-americano.

Repito a pergunta. Lembra-se desta película e do título que lhe foi dado em Portugal ?
Não ? -Saiba então que se trata do filme «HOMENS DE GELO» («Day of the Outlaw»); que no Brasil se chama «A Quadrilha Maldita».

UMA HORTA DE CHEIROS EM CASA... OU PERTO DELA

Fácil de cultivar em casa (num vaso ou numa velha lata), a hortelã é daquelas ervas aromáticas que é bom ter sempre à mão de semear... E de colher, quando a necessidade se faz sentir. Aliás como muitas outras espécies, como a salsa, os coentros, o mangericão, o tomilho, a sálvia, etc. Basta semear, regar e dar tempo à natureza para fazer o resto...

RISO CAVALAR

Mas que raio de anedota terão contado a esta besta, para lhe provocar o riso cavalar que a fotografia reproduz ?

COM O «GIL EANES» NOS MARES BOREAIS

Estes esforçados remadores são marinheiros da guarnição do velho «Gil Eanes», navio-hospital (avistado, em segundo plano, fazendo frente a um icebergue) que -durante muitos anos- deu apoio sanitário (mas não só, como se verá) à nossa frota bacalhoeira a operar nas frígidas águas da Terra Nova e da Gronelândia. Nas suas campanhas anuais, este navio também transportava para essas lonjuras correio e apoio logístico aos lugres : isco, víveres, água potável e até carburante para os veleiros que dispunham de motores auxiliares. A recepção de telegramas e a sua distribuição pelo pessoal dos dóris, ajudava, igualmente, a manter o moral de homens que trabalhavam meses a fio, em condições duríssimas, quase desumanas. O «Gil Eanes» (primeiro do nome) foi, pois, um navio de grande utilidade material e moral para os denodados 'trabalhadores do mar'. Eu ainda conheci este antigo navio (que foi um dos inúmeros mercantes alemães arrestados no Tejo, em 1917, pela Armada) por tê-lo visto, muitas vezes, fundeado no mar da Palha. Isso, por meados dos anos 50 do passado século. Já lá vai tanto tempo...

SOBRE O VINHO...

«No vinho estão a verdade, a vida e a morte. No vinho estão a aurora e o crepúsculo, a juventude e a transitoriedade. No vinho está o movimento pendular do tempo. No vinho se espelha a vida»

R. Betsch (1888-1945), escritor alemão.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

FLORIRAM (...) TODOS OS CAMPOS EM POUSIO


Frustração

Foi bonito
O meu sonho de amor.
Floriram em redor
Todos os campos em pousio.
Um sol de Abril brilhou em pleno estio,
Lavado e promissor.
Só que não houve frutos
Dessa primavera.
A vida disse que era
Tarde demais.
E que as paixões tardias
São ironias
Dos deuses desleais.

Miguel Torga, in «Diário XV» 

O NOSSO MUNDO É BELO (71) : URUGUAI

SER HOMEM É SER SOLIDÁRIO

Apesar da brutalidade da guerra (de todas as guerras) há momentos em que o lado humano dos militares se sobrepõe a ódios e a diferendos. Esta fotografia é disso a prova flagrante. A dita foi tirada durante a Guerra Russo-Japonesa de 1904-1905 e mostra-nos um enfermeiro do exército nipónico transportando, às cavalitas, um soldado inimigo ferido durante um combate. O homem pode ser 'o lobo do homem', mas se não perdeu a faculdade de pensar, de reflectir sobre a sua própria condição, pode protagonizar belos momentos de solidariedade como este. Bem hajam todos aqueles aos quais a guerra não é suficientemente forte e extrema para os separar da compaixão !...

PERDIDA NAS MONTANHAS...

Com pouco mais de 100 habitantes permanentes, a aldeia de Amieva anicha-se entre as altaneiras montanhas dos Picos da Europa. As principais actividades da população local decorrem do turismo, da agricultura, da criação de ovinos e de caprinos (essencialmente) e da decorrente indústria dos queijos. A acessibilidade a este 'pueblo' serrano das Astúrias não é das mais fáceis (como pode imaginar-se) e os visitantes ainda são em número limitado. Como é razoável imaginar...

APPOMATOX, 9 DE ABRIL DE 1865

Esta sugestiva ilustração mostra um momento crucial da Guerra Civil americana : o general Robert E. Lee, comandante-chefe de todas as forças militares da Confederação dos Estados do Sul, rende-se a Ulysses S. Grant, seu homólogo unionista. Este dramático frente a frente teve lugar a 9 de Abril de 1865, em Appomatox (uma localidade da Virgínia), logo após a derradeira batalha da também chamada Guerra de Secessão. Uma guerra fratricida que causou muitas centenas de milhar de mortos, um número elevadíssimo de feridos, prejuízos materiais incalculáveis e um trauma, uma fractura humana que perdura até aos nossos dias. Considerado um fino estratega e um militar de grande prestígio, Lee -o general rebelde de quem se disse que, intimamente, era a favor da libertação e da emancipação dos escravos- não foi preso depois da derrota sulista, nem sequer chegou a sofrer castigos de outra qualquer natureza, a não ser a interdição de votar. Morreu em 12 de Outubro de 1870, em consequência de um AVC, que o acometera alguns dias antes.

COISAS BOAS DA VIDA

Esta comida da Bretanha é feita, essencialmente com 'galettes' de trigo-mourisco e com tudo quanto tivermos à mão para recheá-las. Acompanhadas com um ou dois copos de cidra fresca, é uma das coisas simples e boas da vida, que todos deveríamos provar antes de morrer. Eu cá já fiz a minha obrigação...

O LADO BONITO DA VIDA

Esta natureza morta intitula-se «Frutos e Porcelana Imperial». É um quadro a óleo (25 x 30 cm) do artista moscovita Andrei Bachirov, que é, pretendem os entendidos, um dos mais talentosos pintores da chamada Escola de Moscovo. Bachirov, nasceu em 1957, estudou Belas-Artes em São Petersburgo e tem obras espalhadas por vários museus da Rússia e nas mãos de muitos coleccionadores de arte estrangeiros.

terça-feira, 26 de julho de 2016

O HORROR DO DIA

O horror do dia (26/07/2016) foi o que, esta manhã, ocorreu em Saint Étienne-du-Rouvray, uma localidade de 27 000 habitantes situada na área urbana de Rouen, capital histórica da Normandia. Chocou-me particularmente o facto do padre assassinado ser um ancião de 80 anos (que barbaridade !), mas também porque o lugar desse crime abjecto se situar a escassos 3 km do meu domicílio de Grand Quevilly e de eu próprio ter trabalhado (durante vários anos) numa agência bancária implantada em frente ao edifício da Câmara Municipal de Saint Étienne-du-Rouvray, cuja entrada serviu, hoje, de palco ao presidente François Hollande para o discurso de circunstância e de plataforma de onde foram transmitidas todas as reportagens televisivas e radiofónicas sobre tão horroroso acontecimento. Saint Étienne alberga uma fortíssima comunidade muçulmano-magrebina, nomeadamente no bairro de Château Blanc; que até há relativamente pouco tempo convivia (sem, todavia, se misturar) com a colónia portuguesa local (também ela numericamente importante), com franceses e com gente oriunda dos mais diversos países. As pessoas coexistiam ali, respeitando o espaço devido aos outros e sem se hostilizarem. Sempre assim foi. É de crer que, com a malfadada aparição do radicalismo islâmico, as coisas mudaram para (muito) pior e que as regras de outrora deixaram de o ser. Que se terá passado, entretanto, para que este drama atroz -cometido de sangue frio por dois rapazolas de 20 anos- viesse agravar uma situação já bastante complicada ? -E que fazer para reverter esta intolerável onda de loucura que avassala a França ? -Responda quem souber...


O padre Jacques Hamel -um octogenário- foi a vítima designara de dois jovens facínoras sem fé, nem lei. Que foram prontamente abatidos pela forças policiais, porque ameaçavam a vida de outros reféns. Coisa curiosa e paradoxal : o padre Hamel fazia parte de uma organização interreligiosa, que pugnava por uma boa relação entre cristãos e muçulmanos.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

OBRA RARA REEDITADA

«Os Descobrimentos Portugueses» é a obra maior de Jaime Cortesão (1884-1960). Considerada um marco importante da historiografia portuguesa, teve a sua primeira edição nos anos 50 e há muito, muito tempo que não se encontrava à venda nas livrarias; sendo até rara nas estantes dos alfarrabistas. O «Expresso» teve a excelente ideia de a publicar agora, com o concurso da Aletheia -numa colecção de 8 pequenos volumes- para a oferecer aos seus leitores. O tempo dessa promoção (chamemos-lhe assim) já terminou, mas ainda é possível encomendar essa obra ao semanário supracitado e de dispor da soma de estudos sobre os Descobrimentos feita e passada a livro por um dos grandes nomes da nossa literatura do século XX. Aceite um bom conselho : aproveite a ocasião e adquira -por um preço quase simbólico- esta grande obra !

DE CAMPEÃO ADULADO A SINISTRO AGENTE DA PIDE


Vi ontem, graças àquela extraordinária e tão útil técnica do 'replay', o 9º episódio da excelente série documental da RTP intitulada «A PIDE antes da PIDE»; que nos esclarece sobre as diferentes polícias de repressão que -desde o 28 de Maio de 1926- cerceou liberdades, perseguiu, prendeu, torturou e assassinou milhares de portugueses. Não vou, obviamente, contar o conteúdo desse episódio da série realizada por Jacinto Godinho e com coordenação científica da historiadora Irene Pimentel. Vou apenas evocar um facto (relatado na série) que eu desconhecia completamente e que diz respeito a uma grande figura do futebol luso dos anos 20 do passado século. Estou a referir-me a António Roquete, o melhor guarda-redes do tempo, que alinhou pelo Casa Pia Atlético Clube e pela selecção nacional. E que brilhou, internacionalmente, nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, realizados naquela cidade dos Países Baixos em 1928. Pois, pelo que soube ontem, com grande surpresa confesso, este ídolo (que, afinal, tinha pés de barro) era um tipo de baixo estofo moral e de cruéis instintos, que chegou a inspector da sinistra PVDE (antecessora da não menos assustadora PIDE). Nomeado, em 1933, para o posto da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado de Valença do Minho, aquele que foi um dos maiores futebolistas do seu tempo, ganhou ali fama de zeloso torcionário do salazarismo. Ali e do outro lado da fronteira, na Galiza, onde um jornal local 'falou' assim do pide-guarda redes : «En Valença tiene habido muchos jefecillos de policia más o menos hipocratas, pero ninguno tan grosero y impertinente como el antiguo jugador de futbol. Educado en la escuela de dar patadas, a penas sabe hacer otra cosa...». Parece que Roquete terminou a sua pidesca carreira na então colónia de Moçambique, onde participou na criação da antena local da polícia repressiva do Estado Novo. Mais tarde tornou-se empresário de exportação de caju. Morreu em 1995.

domingo, 24 de julho de 2016

sábado, 23 de julho de 2016

MAR E VENTO

O «Sea Cloud», construído num estaleiro da Alemanha e que navega desde 1931, é um dos mais belos veleiros que, actualmente, sulcam mares e oceanos. Depois de ter sido iate privado de milionários e de um ditador sul-americano, navio guarda-costas da armada dos Estados Unidos e escola de alunos marinheiros, esta belíssima barca de 4 mastros foi convertida em unidade de cruzeiros de luxo. Recebendo, agora, a bordo, em camarins de sonho, gente endinheirada; que não hesita gastar numa semana de férias uma soma equivalente a 2 ou 3 anos de salários mínimos nacionais. Coisas da vida : uns matam-se a trabalhar, recebendo em troca do seu árduo e produtivo labor meia tigela de mel coado; outros não vergam minimamente a mola, mas usufruem de condições de vida incompatíveis com as riquezas que acumularam sem nada ter produzido. Estou a lembrar-me que um político mafioso da nossa praça, que acumulou milhões com o tráfico de influência e com outras 'habilidades' que a imprensa revelou e que todos nós conhecemos, não hesitaria em chamar-me invejoso. Assim como uns banqueiros manhosos, que roubaram muitos milhares de milhões dos próprios bancos, 'desvios' que nós, Portugueses, continuaremos a pagar até ao fim das nossas vidas. Já estou como o outro, chamem-me invejoso, chamem-me tudo o que quiserem, mas ladrão e calão é que não !...

FÁBRICA DE LICORES

A Fábrica de Licores Âncora -fundada no século XIX- era, ainda nos anos 50/60 da passada centúria, uma marca prestigiosa e com uma produção de bebidas alcoólicas vasta e diversificada. Nomeadamente no que respeita a oferta de espirituosos 'estrangeiros' (de sua lavra), tais como o cognac, o gin, o ponche, o absinto, o curaçau, o triple seco, o bitter, o limoncello e até a vodca. Coisa que agora não seria fácil de realizar, devido às denominações de origem reservadas. Vem isto a propósito da garrafa aqui apresentada (cuja imagem encontrei num site Internet), que é igualzinha a uma que tive em casa, há mais de 50 anos, na garrafeira de meu falecido pai. Lembro-me perfeitamente do 'design' da botelha (bastante original) e da etiqueta que reproduzia a águia bicéfala da Rússia Imperial. Também me recordo de ter provado um cálice da beberagem, acto que se tornou dissuasivo para novas experiências. Já compreenderam porquê : não gostei. E ainda hoje, no que respeita a ingestão de vodca, só a bebo socialmente e em casos verdadeiramente excepcionais. E, sempre, misturada com sumo de laranja e muitos cubos de gelo. Ah ! A Fábrica de Licores Âncora terá desaparecido nos anos 80, quer dizer há umas boas três décadas... Ficaram as recordações.

«MUITO PRAZER EM CONHECER VOCELÊNCIAS»

Este estupendo cartaz da autoria do artista João Abel Manta mostra-nos um oficial de Abril apresentando ao povo -explorado e inculto- algumas das grandes figuras da História da Humanidade. Entre as quais se reconhecem facilmente Einstein, Beethoven, Orson Welles, Picasso, Tolstoi, Camões, Leonardo da Vinci, Freud, etc. Acontecia isto logo após o 25 de Abril de 1974, nos tempos das campanhas de alfabetização e de esclarecimento promovidas pelo Movimento das Forças Armadas no interior do país; onde, então, o analfabetismo imperava e o nível de conhecimentos dos Portugueses menos favorecidos rondava o nível zero. Hoje, passadas quatro décadas sobre a instauração do regime democrático, tudo mudou e os nossos jovens continuam a aproximar-se -em matéria de educação- dos melhores patamares europeus. Pena é que as más políticas continuem a fazer estragos no nosso país e que os nossos diplomados da Universidade tenham que partir para o estrangeiro para encontrar um emprego compatível com as suas competências e razoavelmente bem remunerado.

BRILHO DE OUTRORA

Este cartaz ilustrado data de meados do século XX e mostra os doze paquetes que a Cunard Line ainda mantinha activos, por essa época, na carreira transatlântica. Número que permitia à prestigiosa companhia de navegação britânica reivindicar -muito justificadamente- o título de «maior frota de passageiros sobre o Atlântico». Dessa grandeza passada já praticamente nada resta; porque a aviação comercial há muito que destronou os luxuosos, lentos e caros paquetes que, outrora, singravam orgulhosamente o espaço líquido que separa a Europa das Américas. Agora só a indústria dos cruzeiros (em franco crescimento) mantém à tona de água os navios da histórica Cunard e da concorrência... Espera-se que por muito, muito tempo !

INGLATERRA : MUNDIAL DE FUTEBOL DE 1966


Estas duas selecções nacionais (imagens de topo) protagonizaram -no Campeonato do Mundo de Futebol de 1966, disputado em Inglaterra- um dos mais vibrantes, um dos mais emocionantes, um dos mais extraordinários jogos da História da modalidade. Foi na tarde de 23 de Julho (faz hoje 50 anos), que as formações representativas de Portugal e da enigmática Coreia do Norte se afrontaram num duelo de 'vida ou de morte', cujo resultado haveria de sorrir aos nossos atletas; que, decorridos 25 minutos de jogo, já perdiam por 0-3 em Goodison Park, um estádio de Liverpool, onde haviam acorrido mais de 40 000 espectadores. Muitos dos quais eram italianos, que, imprudentemente, haviam comprado bilhetes para um próximo jogo da 'squadra azzurra'; que, afinal, acabaria por ficar pelo caminho, eliminada pelos surpreendentes futebolistas do Extremo-Oriente. Nessa tal disputa com os coreanos do norte, o equilíbrio e a superação vieram com 4 golos sucessivos de Eusébio e com um quinto e derradeiro tento de José Augusto. Depois dessa memorável partida, sabemos o que se passou : a Inglaterra -anfitriã do Mundial- mudou as regras a seu bel-prazer (e no seu próprio interesse) e a selecção portuguesa foi perturbada por viagens feitas à última hora, para ir jogar em campos que não estavam previstos para os seus jogos. E a Inglaterra acabou mesmo por vencer, imerecidamente, um desafio contra os atletas lusos, que provocaram o ressentido (e quase histórico) choro do 'Pantera Negra'. Restou-nos como 'prémio de consolação' o facto de sabermos que a selecção de Portugal foi a que melhor futebol praticou nesse campeonato e que o seu 3º lugar na classificação foi um esbulho. E também o facto de -com 9 golos averbados- Eusébio ter sido o melhor goleador da competição. Notas : as ilustrações aqui anexadas (acima) são-nos oferecidas por duas páginas de uma caderneta de cromos publicada, nesse ano de 1966, na Alemanha. Que falha por conter algumas gritantes lacunas. E já agora (e para memória) aqui ficam também os nomes dos futebolistas coreanos que, por três vezes, desfeitearam o guarda-redes de Portugal : Pak Seung-zin (que marcou no 1º minuto de jogo), Li Dang-woon (22º minuto) e Yang Seung-kook (25º minuto). A nossa selecção de 'Magriços' alinhou, na realidade, com José Pereira (Belenenses), João Morais (Sporting), Vicente Lucas (Belenenses), Alexandre Baptista (Sporting), Hilário (Sporting), Coluna (Benfica), Jaime Graça (Vitória de Setúbal), José Augusto (Benfica), Eusébio (Benfica), Torres (Benfica) e Simões (Benfica). Ausente do nosso país, eu não pude ver a transmissão que a RTP terá feito em directo. Mas lembro-me de ter conhecido o resultado e as peripécias do jogo no próprio dia. Já vi, no entanto, extractos desse memorável desafio no 'Youtube', nomeadamente uma belíssima reportagem (com todos os golos) proveniente da televisão russa. Curiosidade : a selecção de Portugal voltou a encontrar-se com a sua congénere norte-coreana em 2010, num jogo disputado no Mundial de Futebol da África do Sul. Que os lusos venceram por uma expressiva goleada de 7-0.