sexta-feira, 8 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
O PRIMEIRO JACTO DE MÉDIO CURSO DOS T. A. P.
Concebido e construído em França, pela sociedade Sud-Aviation, o 'Caravela' foi um excelente avião comercial de médio cruzeiro, adoptado por inúmeros países da Europa e não só. A nossa transportadora nacional seguiu a corrente e integrou este elegante birreactor na sua frota, onde a dita aeronave foi -graças à rapidez e conforto oferecidos- apreciada, de imediato, pela clientela da companhia
O SORRISO MORTAL DA ANACONDA
Diz-se que as maiores serpentes do mundo vivem na bacia do Orenoco, em território venezuelano. Parece que alguns exemplares dessa espécie de constrictor podem atingir os 12 metros de comprimento, superar os 200 kg e medir 38 cm de diâmetro. Estes 'monstros' podem devorar presas de grande tamanho, inclusivé seres humanos. Como o mostram alguns filmes e fotos (verdadeiramente impressionantes) disponíveis na Internet. As anacondas estão, igualmente, presentes nos rios amazónicos e noutras zonas húmidas da América do sul, estendendo-se o seu 'habitat' até ao norte da Argentina. Devido à força prodigiosa do seu 'abraço', este réptil gigantesco não tem outro predador, além do homem...
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
QUE BOM PETISCO !
O outono já se instalou no nosso país. Que está mais fresquinho e mais molhado, depois de um estio escaldante, que a mim não me deixou saudades. Sem gostar particularmente do frio, creio que o suporto melhor do que os calores exagerados (de mais de 40º) deste último verão. E, com as temperaturas muito mais baixas, voltamos ao tempo de refeições mais aconchegantes, como esta bonita feijoada de leitão que a foto documenta; e que vinha mesmo a calhar para o almoço que se aproxima...
'GEE BEE'
Construído (no início dos anos 30 do século passado) exclusivamente para corridas e provas de acrobacia, o R-1 'Gee Bee' parecia não ter físico para grandes cometimentos. Pura ilusão ! Este 'trambolho' foi, apesar da sua justificada reputação de avião perigoso e de pilotagem difícil, um autêntico campeão, já que, tendo participado em cerca de 2 400 competições, venceu 1 802 corridas.
A primeira grande vitória atribuída a este 'racer' atarracado mas veloz (o seu motor Pratt & Whitney R1340 'Wasp' de 800 cv imprimia-lhe uma velocidade de 470 km/h), foi a conquistada em Cleveland, em 1932, pelo futuro general James Doolittle, o promotor do primeiro bombardeamento de Tóquio
LONJURAS : MONTE CERVINO
Coberto de neves eternas, o monte Cervino (Matterhorn, em alemão) é uma das mais emblemáticas montanhas alpinas; embora culmine a 4 478 m, este pico, situado na fronteira italo-suíssa, é apenas a 12ª mais alta dos Alpes
A beleza estática do Cervino (Cervin, em francês) vista da linha férrea que une as localidades alpinas de Visp e de Zermatt
Chalés de alta montanha junto ao Cervino. Está-se no verão, a estação do ano mais interessante para admirar este autêntico monumento da natureza
CURIA
Já tinha visitado o Luso e o Buçaco, mas confesso que da Curia (ali tão perto, no concelho da Anadia) só conhecia o nome
Tive agora a ocasião (por obra e graça do casamento de uma primita) de visitar esse lugar paradisíaco, onde apetece ficar. Ou regressar...
Pena é que os hotéis (como este, onde eu fiquei uma noite) sejam um bocadinho carotes para o português comum
Português comum, que dentro de muito pouco tempo -vítima das medidas de austeridades agora tomadas pelos (des)governo que temos- vai ser obrigado a ficar em casa, a olhar para a televisão imbecil e anestesiante do «Agora é que conta», do «Quem quer ser milionário», do «Morangos com açúcar», dos mil e um debates sobre futebóis e outras m... Enfim, quem nos garante que não temos aquilo que merecemos ?
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
OLHOS FECHADOS
Fecho os olhos lembro a noite
A noite que então havia
Quando o meu coração
Em vez de noite era dia
Fecho os olhos lembro a noite
Aquela noite primeira
Ninguém diga que é mentira
Não pode ser verdadeira
Fecho os olhos lembro a noite
Que nos salvou e perdeu
O que fomos eu e tu ?
O que somos tu e eu ?
** Pedro Homem de Mello **
BYE BYE TONY CURTIS
Tony Curtis -um dos mais estimados actores hollywoodianos da sua geração- finou-se ontem (29/09/2010), na sua residência do estado do Nevada, com 85 anos de idade. Ficará para sempre na nossa memória, graças a algumas excelentes fitas que protagonizou, a começar pela minha preferida : «Quanto Mais Quente Melhor». Mas também por causa da sua interpretação em «Os Vikings», «Boeing Boeing», «Spartacus», «Trapézio», etc, etc...
Cartaz francês da engraçadíssima comédia de Billy Wilder «Quanto Mais Quente Melhor» (1959), na qual Tony Curtis contracena com Marilyn Monroe e com Jack Lemmon
Cena hilariante da referida comédia, com as três vedetas acima referidas
Suporte publicitário original da grande fita de aventuras medievais «Os Vikings», realizada por Richard Fleischer em 1958. Curtis partilha com Kirk Douglas e com a sua (então) esposa Janet Leigh a cabeça de cartaz
«Boeing Boeing», peça da Broadway levada ao cinema (em 1965) por John Rich, foi outro dos grandes êxitos de Tony Curtis, que aqui contracenava com Jerry Lewis
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
CLASSE 'ZARA'
Estes são os perfis (longitudinais) dos quatro cruzadores pesados da classe 'Zara', construídos para a marinha de guerra de Mussoulini no início dos anos 30. Receberam os seguintes nomes de baptismo : «Zara», «Gorizia», «Fiume» e «Pola». À excepção do segundo da lista, o «Gorizia», foram todos afundados no dia 29 de Março de 1941 -no decorrer da batalha naval do cabo Matapan- pelas forças britânicas do almirante Andrew Cunningham. Que era mais competente e melhor estratega que o comandante da esquadra italiana -almirante Angelo Iachino- e dispunha da vantagem que lhe concedia o facto de dispor de um porta-aviões (o HMS «Formidable») e também de ter os seus velhos navios equipados com sistemas de detecção por radar
O «Gorizia» escapou à carnificina do cabo Matapan (na costa grega), mas não teve um fim mais glorioso do que o dos seus irmãos. Seriamente danificado, em 1943, por um bombardeamento da R. A. F. -quando se encontrava ancorado no porto de La Maddalena- este cruzador foi reparado e juntou-se às unidades da frota italiana que se renderam aos Aliados, após o colapso do regime fascista. Foi desmantelado em 1946
Peças de artilharia de 203 mm (dos reparos de vante) de um dos navios da classe 'Zara'
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
OS FILMES DA MINHA VIDA (48)
«O OIRO DA DISCÓRDIA»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Carson City»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : André de Toth
Ano de estreia : 1952
Guião : Sloan Nibley e Winston Miller
Fotografia (c) : John Boyle
Música : David Buttolph
Montagem : Robert Swanson
Produção : Daniel Weisbart
Distribuição : Warner Bros.
Duração : 87 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Randolph Scott .................................................. Jeff Kincaid
Lucille Norman ………………………………………………... Suzan Mitchell
Raymond Massey ……………………………………………… Jack Davis
Richard Webb ………………………………………………….. Alan Kincaid
James Millican ……………………………………………….... Jim Squires
Don Beddoe ………………………………………………………. Zeke Mitchell
Larry Keating ……………………………………………………. William Sharon
George Cleveland ……………………………………………… Dodson
William Haade ………………………………………………….. Haggerty
Thurston Hale …………………………………………………… Charles Crocker
SINOPSE
Contratado para construir a linha férrea que ligará Carson a Virginia City, o engenheiro Jeff Kincaid é alvo da má vontade de certas figuras públicas da região, em particular da incompreensão do director do jornal «Carson City Clarion» e de Jack Davis, proprietário de uma mina de ouro.
Após o enigmático assassínio de Zeke Mitchell (o patrão do jornal), a ‘vox populi’ acusa os responsáveis pelas obras do caminho-de-ferro de serem os secretos comanditários do hediondo crime e obriga Alan, o irmão de Jeff, e Suzan, a filha da vítima, a romperem as amistosas relações que mantinham com o engenheiro.
Depois de uma avalanche ter bloqueado –num túnel em construção- alguns trabalhadores da via férrea (acidente que acaba por provocar um abnegado movimento de solidariedade por parte dos habitantes de Carson City), Jeff Kincaid vai desmascarar a famosa ‘quadrilha do champanhe’, que está por detrás de todas as malfeitorias cometidas na região : assaltos a diligências, morte violenta do pai de Suzan, derrocada que provocou o enclausuramento dos empregados da companhia ferroviária e o premeditado ataque ao comboio da linha Carson City-Virginia City, que deve transportar, aquando da sua viagem inaugural, um valioso carregamento de ouro.
O MEU COMENTÁRIO
Rodado por André de Toth na melhor tradição do western clássico, «O Oiro da Discórdia» é um bem ritmado filme de aventuras, que tem como ponto de partida a construção de uma linha férrea. Tal como «Aliança de Aço» (realizado por Cecil B. DeMille em 1939), referência obrigatória deste subgénero e paradigma de muitas histórias de ambiente ferroviário.
A acção do filme é presidida por Randolph Scott, que, no melhor da sua forma, protagoniza aqui o herói de um dos incontáveis westerns da sua carreira, dominada, largamente, por películas desta natureza. De notar ainda, na ficha artística de «O Oiro da Discórdia», a presença do canadiano Raymond Massey, um outro figurão do cinema western, que terminou a sua carreira de actor em 1969, desempenhando um dos papéis secundários da fita de J. L. Thompson «O Ouro de McKenna».
Quanto à realização de André de Toth, é sóbria, mas ostenta a marca de um bom profissional da época, que sabia ‘fabricar’ uma fita movimentada e agradável com o orçamento restrito atribuído a toda a fita de série B. «O Oiro da Discórdia» fica-se, no entanto e na minha modesta opinião (isto em termos puramente qualitativos), muito aquém do real valor de «O Caçador de Índios» e de «Homens de Gelo», dois inesquecíveis westerns que este cineasta (de origem húngara) rodou, respectivamente, em 1955 e 1959.
Embora os canais da TV portuguesa tenham difundido (sobretudo o canal RTP Memória) com alguma frequência este agradável filme de comboios (e não de cowboys !), a verdade é que o dito já merecia ter sido editado em DVD no nosso país; como o fez recentemente a vizinha Espanha. Essa falha é lamentável, porque esta fita é uma boa amostra do que era o cinema popular ‘made in Hollywood’ dos saudosos anos 50 do século XX.
(M.M.S.)
Pequeno cartaz promocional da fita «O Oiro da Discórdia» (norte-americano)
O engenheiro Jeff Kincaid (Scott, à direita), que deve dirigir os trabalhos de construção da via férrea Carson City-Virginia City, não é apreciado (assim como o não são os seus operários) por toda a gente da cidade onde vai iniciar-se a obra...
Cartaz francês
...mas, quando uma derrocada o aprisiona num túnel com vários outros trabalhadores dos caminhos-de-ferro, toda a população de Carson City se mobiliza para os salvar
Cartaz italiano
Jeff e Suzan (Lucille Norman) amam-se...
...mas esse amor só é possível, depois da captura da 'quadrilha do champanhe', que matara o pai da jovem (crime maldosamente imputado ao engenheiro), provocara a derrocada e se dedica a assaltar diligências e comboios, provocando a instabilidade na região
Outro cartaz original da película de André de Toth
AS MINHAS LEITURAS
Estou a terminar a leitura de «Corsários e Piratas Portugueses - Aventureiros nos Mares da Ásia», da autoria da Dra. Alexandra Pelúcia, perita (e docente) em História da Expansão Portuguesa e História da Ásia. As minhas primeiras impressões sobre este livro, é que se trata de uma obra de indispensável leitura para todos os amantes de História pátria. Porque, sem ser iconoclasta, veio deitar abaixo muitas das ideias feitas sobre aquelas grandes e intocáveis figuras –que nós sempre considerámos sem medo e sem mácula- que se chamaram Gamas, Cabrais, Albuquerques, etc, etc. Afinal, e a exemplo dos tão criticados Drake, Duguay-Trouin ou Surcouf, também esses nossos heróis, não hesitaram cometer actos de pura pirataria ou actos de ladroagem autorizada pelos reis de Portugal, com os quais eles partilhavam os frutos da chamada guerra de corso. O livro revela-nos, além disso, personagens até aqui completamente desconhecidas (ou esquecidas), como Sebastião Gonçalves Tibau, soldado desertor das armadas da Índia, que -no início do século XVII- chegou a chefiar uma verdadeira república pirata implantada nas costas e mares de Bengala; onde os seus mais de 3 000 homens (e os seus inúmeros e bem artilhados navios) fizeram reinar a violência e o terror. Esta obra foi, recentemente, editada pela ‘Esfera dos Livros’ e, obviamente, recomenda-se
Medalha lembrando a acção do corsário português António Faria nos mares da China
PARA M., COM AMOR
Estas «Rosas num copo de champanhe» (pintadas por Manet em 1882) são para M., a minha amada companheira, que perfez agora 64 anos de idade. São para ela, por tudo o que me deu -sem contrapartidas- ao longo de uma caminhada (a dois) de mais de quatro décadas de vida. Obrigado M., e perdoa-me por nunca ter conseguido dizer-te, verdadeiramente, o infindável carinho que por ti sentia (e sinto), nem ter sabido oferecer-te tudo aquilo que tu sempre mereceste. E que eu continuo a dever-te...
ALTER REAL
ADEUS ANA KIRO
Faleceu -há quatro dias- em Mera, Oleiros (Galiza), a maior e mais simpática cançonetista galega de sempre : Ana Kiro. Era natural de Castañeda, Arzúa, mas iniciou a sua actividade artística em Barcelona, para onde os seus pais emigraram quando ela era menina. Fez uma carreira brilhante, tanto a nível nacional como internacional, tendo gravado uma trintena de discos. O amor que nutria pela Galiza -a sua 'Terra Meiga'- fê-la aproximar-se do torrão natal e a cantar, com grande sucesso, temas folclóricos da sua região. Onde, até ao seu passamento, foi alvo de um carinho intenso e sem precedentes por parte dos seus conterrâneos, que, por várias vezes, a homenagearam publicamente. Trabalhou também na televisão galega como apresentadora e em séries muito populares de produção local, tais como «Pratos Combinados», «A Miña Sogra e Mais Eu» e «Os Atlánticos». Abandonou a carreira em finais dos anos 80 e retirou-se para a sua região de nascimento, onde foi agora vítima (aos 68 anos de idade) de uma doença incurável do foro oncológico. Infelizmente, era pouco conhecida no nosso país (vizinho da sua terra e com tantas afinidades...); mas, eu conheci-a e admirava-a. Por isso, aqui lhe faço uma sentida e admirativa reverência. Até sempre Ana !
terça-feira, 28 de setembro de 2010
À ESPERA DO DILÚVIO
França, anos 40 : dois soldados alemães do exército de ocupação posam diante do monte Saint Michel, a chamada «Maravilha do Ocidente». Sorridentes, juntos de um camião Citroen tomado ao inimigo gaulês, os hitlerianos ainda nem sequer imaginavam que, nessa região da Normandia, onde eles se exibiam para uma 'photo-souvenir', as poderosas forças tudescas iriam sucumbir sob um dilúvio de fogo e de metralha num certo dia 6 de Junho de 1944... E que esse dia (o famoso 'D Day'), seria o princípio do fim da aventura nazi, de triste memória
DIÁLOGO CÉLEBRE
-Romeiro, quem sois ?
-Ninguém...
Este breve diálogo, entre duas personagens do filme «Frei Luís de Sousa», é uma das cenas mais pungentes do cinema português. É travado entre Telmo Pais, o velho criado dos Coutinhos (João Vilaret, à direita) e um romeiro de passagem pelo paço dos ditos fidalgos (Barreto Poeira, à esquerda). O filme foi realizado, como é sabido, em 1950, por António Lopes Ribeiro, que se inspirou, com notável rigor, na obra homónima de Almeida Garrett. Ah, que saudades do bom cinema nacional desses tempos !...
«APENAS O AMOR»
Gosto muito de ouvir cantar Aldina Duarte, que é, já aqui o disse, uma das minhas fadistas preferidas. Faltava-me o seu primeiro cd, que acabei agora por encontrar numa loja de Lisboa. Estou contente com a compra, porque esta sua primeira obra gravada tem a qualidade esperada e que eu já conhecia através dos seus mais recentes trabalhos : «Crua» e «Mulheres ao Espelho». Aldina é a autora de oito das dozes letras de fados contidos no cd «Apenas o Amor». E que bonitas letras são ! Deixo aqui, à apreciação dos amigos (e inimigos) que têm a paciência de visitar este meu blog, um exemplo :
«Lírio Quebrado»
Entreguei ao vento a morte
Para ver se me esquecia
Nem mais som nem movimento
Acalmaram o mau tempo
No deserto em que vivia
Corri praças roubei flores
Em jardins cheios de gente
Cruzei as rosas com lírios
Numa teia de martírios
Quase leve e transparente
A chorar a tua ausência
Adivinho a tempestade
Meu amor sem fantasia
Entristece dia a dia
Porque morre de saudade
(Aldina Duarte canta estes seus versos com música do «Fado Bailado», de Alfredo Duarte. É acompanhada por dois músicos excepcionais : José Manuel Neto, à guitarra portuguesa, e Carlos Manuel Proença, à viola. O cd, editado em 2004 pela EMI, tem apresentação de Carlos do Carmo)
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
NO MOMENTO DO BOTA-ABAIXO
Estados Unidos da América, 1923 : os técnicos e operários de um estaleiro movimentam-se nos minutos que precedem o bota-abaixo de um navio. Tendo estado ligado durante alguns anos à indústria naval (em França, na Bélgica e na Suécia), também eu conheci essa atmosfera de entusiamo e de expectativa que antecede o lançamento à água de mais um navio; fruto do engenho e do labor de muita gente, especialistas em áreas de conhecimento diversificadas. E comovo-me ainda quando vejo, ancorado num porto qualquer do vasto mundo, um desses objectos gigantes que eu ajudei (muito modestamente) a construir. A última vez que isso me aconteceu foi -há muitos anos- em Lisboa, ao ter-me deparado com um navio de guerra da armada real marroquina (um 'batral'), em cuja realização eu havia participado nos extintos estaleiros Dubigeon-Normandie, de Grand Quevilly, em França...
OS FILMES QUE EU VI (OU REVI) ESTA SEMANA :
«HISTÓRIA DE UM DETECTIVE» (tv)
Excelente película dirigida, em 1951, por William Wyler, o cineasta que realizou «Ben Hur». Como há muito anos não punha a vista em cima deste filme (que eu sabia ser muito interessante), aproveitei a ocasião para o ver e gravar aquando de uma feliz programação da nossa televisão por cabo/satélite. E não me arrependi, porque «História de um Detective» é uma daquelas obras indispensáveis na videoteca de qualquer cinéfilo. Tanto mais se o dito for, como eu, um ‘fan’ do cinema hollywoodiano dos anos 40/50. «História de um Detective» é um drama (de raiz policial) que nos conta o percurso de um profissional da polícia -marcado por uma infância difícil- que, de tão intransigente e violento, acabará por se destruir a si próprio. O papel principal foi confiado a Kirk Douglas (então no auge da sua longa carreira), que tem na interpretação do papel do detective James McLeod um dos seus trabalhos mais meritórios. A vedeta feminina da fita é a bela Eleanor Parker, que aqui encarna a figura de uma esposa amante, mas dilacerada pela dureza de carácter do seu marido; cuja inflexibilidade redundará numa irreversível ruptura e num drama tão esperado, quanto redentor...
«W.» (dvd)
Esta fita do categorizado (embora polémico) cineasta Oliver Stone pretende oferecer ao espectador comum uma crónica sobre aquele que foi o 43º presidente dos Estados Unidos da América : George W. Bush. A película alterna episódios da atribulada e irresponsável juventude de ‘Junior’, com factos protagonizados pela controversa personagem, quando já era dona do poder e se viu confrontada com situações que acabaram por marcar uma década de política nacional e internacional do seu país. Esta fita não nos oferece nada de realmente marcante ou de apaixonante, mas é, sem dúvida (como tudo o que fez o seu autor), curiosa e instrutiva. O dvd de «W.» custou-me menos de 2 euros, o que, talvez, não ajude a dignificar a figura invocada. O papel do presidente Bush (filho) foi confiado a um credível Josh Brolin, que aqui contracenou com Richard Dreyfuss, Elizabeth Banks, James Cromwell, Thandie Newton, etc.
'DOLCE VITA' (1944)
Longe da guerra que ensanguentava o planeta, onde já havia causado muitos milhões de mortos e destruições calamitosas, esta família de lisboetas petisca durante um piquenique em Carnide, aquando da realização da feira da Luz... Aproveitando-se do facto do nosso país não ter real importância estratégica no desenrolar do conflito mundial e do jogo diplomático ambíguo de Salazar (que manobrou para agradar a gregos e a troianos) os Portugueses beneficiaram de uma acalmia relativa, 'só' perturbada por carências de toda a ordem e pela acção dos esbirros do Estado Novo
TROFÉU 'RAMÓN CARRANZA'
(Seis elementos da equipa do S. L. Benfica, de 1971, carregam o troféu conquistado contra o forte 'team' do Peñarol de Montevideu)
O valioso troféu Ramón Carranza foi instituído em 1955, como uma das formas de financiar o pagamento do recém inaugurado estádio do mesmo nome, da cidade de Cádiz. Disputa-se anualmento, em finais do mês de Agosto. O primeiro torneio (e respectivo troféu) foi conquistado pelo Sevilla F. C., numa final disputada contra o Atlético Clube de Portugal, que evoluía, então, na 1ª divisal nacional. Além do Benfica, que o conquistou brilhantemente por duas vezes -em 1963 e 1971- só seis outros emblemas estrangeiros (todos do Brasil) cometeram a proeza de o arrancar de Espanha. Eusébio e Gento (ambos com 9 tentos) foram os goleadores mais eficazes deste torneio que se disputa, sem interrupção, há 56 anos. O vencedor da última edição foi o clube Espanyol, de Barcelona
QUE PEIXÃO !!!
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