sexta-feira, 30 de setembro de 2016

GENTO, VENCEDOR DE 6 TAÇAS DE CAMPEÃO EUROPEU

Originário da Cantábria, Francisco 'Paco' Gento foi um dos jogadores mais famosos do seu tempo. Chegou ao Real Madrid em 1953, em proveniência do Racing de Santander e rapidamente se apoderou da camisola nº 11 atribuída, ao tempo, aos extremos esquerdos. Gento caracterizava-se pela sua estonteante velocidade com a bola nos pés (disse-se dele que corria 100 metros em 10 segundos !) e por ser um lutador indómito. Sagrou-se, com a camisola dos 'merengues', 12 vezes campeão de Espanha e -coisa surpreendente e única- 6 vezes Campeão Europeu de Clubes. Foi, igualmente, 43 vezes internacional. Hoje, com quase 83 anos de idade, Gento, essa lenda viva do futebol espanhol e mundial, assume a função de Presidente de Honra do clube mais famoso do planeta; que, entretanto, já conquistou mais 5 taças de campeão continental. As fotografias aqui anexadas mostram 'Paco' Gento com os 6 troféus europeus que ajudou a conquistar para o Real e (em baixo) segurando, com o guarda-redes Antonio Betancort, uma dessas prestigiosas taças, depois de uma final vitoriosa disputada na década dos 60.


O NOSSO MUNDO É BELO (84) : VENEZUELA

LISBOA É COISA BOA

Estupenda vista aérea do castelo de São Jorge (um dos monumentais emblemas da capital portuguesa) e da baixa pombalina. Lisboa está a ganhar visitantes do mundo inteiro, que todos eles reconhecem a doçura do seu clima, a importância do seu património, a excelência da sua gastronomia, a hospitalidade das suas gentes. Do ponto de vista turístico, a chamada 'Princesa do Tejo' foi, este ano, a quinta capital da Europa a receber mais visitantes... (clicar com o rato sobre a imagem, para melhor a admirar em todos os seus detalhes).

ATIRADORAS DE ELITE

Estas fotos (coloridas à mão) datam dos anos 40, dos tempos da Segunda Guerra Mundial, conflito designado na antiga URSS e na Rússia dos nossos dias por Grande Guerra Patriótica. As fotografias em questão mostram três atiradoras de elite do Exército Vermelho. Que, com a sua pontaria certeira e com a ajuda de armas especialmente concebidas para o efeito, liquidaram milhares de combatentes (especialmente oficiais, seu alvo privilegiado) das forças invasoras. É verdade que, também muitas dessas corajosas mulheres sucumbiram ao fogo do inimigo nazi, num conflito terrível e sem quartel, que dizimou muitos milhões de pessoas na Europa e no mundo. Tempos difíceis -dominados pelo horror absoluto- que a Humanidade espera nunca mais viver. Mas aqui fica a minha humilde homenagem a essas jovens combatentes (hoje quase esquecidas), que ajudaram a repelir a 'peste cinzenta' do nacional-socialismo hitleriano.

ARTE AMERÍNDIA

'Parrot and Raven». Estas peças únicas foram inspiradas pela cerâmica tradicional dos índios Pueblos, uma comunidade nativa originária do sudoeste dos actuais Estados Unidos da América. O seu autor é o escultor barrista Autumn Borts-Medlock; que é, ele próprio, um ameríndio. Bonito !

A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS


PAISAGEM

Entardecer... capim nas costas
do negro reluzente
a caminho do terreiro.
Papagaios cinzentos
explodem na crista das palmeiras
e entrecruzam-se no sonho da minha infância,
na porcelana azulada das ostras.
Alto sonho, alto
como o coqueiro na borda do mar
com os seus frutos dourados e duros
como pedras oclusas
oscilando no ventre do tornado,
sulcando o céu com o seu penacho
doido.
No céu prepassa a angústia austera
da revolta
com suas garras suas ânsias suas certezas.
E uma figura de linhas agrestes
se apodera do tempo e da palavra.

** Manuela Margarido (1925 - 2007) foi uma poetisa são-tomense. Militante da causa independentista e dos direitos dos trabalhadores das roças do café e do cacau, cuja miserável condição ela denunciou nos seus versos, Manuela Margarido estudou em Paris, na Sorbonne. Já depois de instituída a república de São Tomé e Príncipe, foi embaixadora do seu país em Bruxelas e assumiu várias outras funções de cariz diplomático junto de instâncias internacionais. Encontrava-se em Lisboa, quando faleceu com 82 anos de idade **

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

ABETARDA, UMA AVE AMEAÇADA

A abetarda é a maior de todas a aves nidificando em Portugal. Que é um dos raros países da Europa onde ainda existem algumas colónias destes passarões, sobretudo na zona de Castro Verde, Baixo Alentejo. Mas a verdade é que é uma espécie ameaçada e que, como tal, deve ser rigorosamente protegida. A abetarda é ainda abundante em certos países do Magrebe, sobretudo na Tunísia, onde está, no entanto, em risco de desaparecer, devido à caça intensiva. Aqui há tempos, os jornais e movimentos ecologistas internacionais denunciaram a matança (no referido país do norte de África) destas inofensivas aves por um príncipe saudita, um imbecil, que, no espaço de poucas horas, terá abatido 200 dessas majestosas aves. Ah ! Se os burros voassem, essa criatura seria, sem dúvida, chefe de esquadrilha.

EFEMÉRIDE

Comemora-se hoje o 75º aniversário do massacre de Babi Yar. Uma das primeiras grandes matanças de civis judeus organizadas durante a Segunda Guerra Mundial pelos nazis. O crime ocorreu em 1941, aquando do avanço dos exércitos germânicos pelo território ucraniano, perto da cidade de Kiev.  Cerca de 34 000 hebreus -de ambos os sexos e de todas as idades- foram aniquilados, em apenas 2 dias, pela soldadesca fascista. Que começou a cumprir, assim, o plano concebido pelo tenebroso Adolf Hitler, de suprimir o povo judeu da face da Terra. Não esqueçamos a barbárie e honremos os mártires. Porque é esse o dever de todos nós. De todos os homens livres.


A besta imunda em acção...


...e a 'obra' realizada


Um dos monumentos erguidos à memòria das crianças judaicas assassinadas em Babi Yar, em 1941

PÁGINAS ESQUECIDAS DA NOSSA HISTÓRIA


Este monumento -conhecido pelo nome de obelisco de Algalé- foi erigido no preciso lugar onde foram fuzilados 26 oficiais do exército liberal, depois do desaire do vale de Algalé (perto de Alcácer do Sal), frente às tropas miguelistas. Passou-se esse episódio durante a guerra civil (1832-1834), que opôs as forças do absolutista D. Miguel aos exércitos de D. Pedro, seu irmão e adepto de uma monarquia constitucionalista. A batalha de Algalé travou-se no dia 2 de Novembro de 1833 e constituiu uma vitória incontestável dos miguelistas, cujo exército -comandado pelo general José António de Azevedo Lemos- conseguiu empurrar o inimigo para uma zona lodosa, onde este, atascando-se, não pôde manobrar e sofreu as consequências do seu erro táctico. Não se sabe qual foi o número de vítimas desta batalha também chamada de Alcácer do Sal, mas, referem alguns historiadores, que as perdas dos liberais foram mais do que as sofridas pela mesma facção em todos os outros combates da guerra civil; conflito também chamado Guerra dos Dois Irmãos. Reza ainda a História, que os 26 oficiais sumariamente executados em Algalé, foram vítimas de vingança pelo que ocorrera -a 14 de Agosto de 1833- em Panóias (Ourique), após um combate travado entre os dois exércitos e levado a melhor pelos liberais; que, no final da peleja, exerceram atrocidades sobre os seus rivais. O acima referido monumento -o obelisco (ou cruzeiro) de Algalé- situa-se numa propriedade particular, num local de acesso reservado. O que dificulta, naturalmente, a visita de estudiosos e de simples curiosos. Para além de mencionar os nomes dos oficiais sacrificados, contém esta comovente inscrição : «Aqui, de tua pátria defensores tragaram do martírio inteira taça. Viandante leva as lágrimas e as flores. Lê só, dobra os joelhos, adora e passa».

CINÉ-NOSTALGIA (53)


A película «ATRAIÇOADOS» («Betrayed») teve realização de Costa-Gavras -reputado cineasta greco-francês- e foi estreada em 1988. Aborda um tema candente da sociedade norte-americana, que é o do ultra-racismo militante. A história contada é a de Cathy, uma novata agente federal, à qual o FBI entrega a responsabilidade de investigar um assassínio cometido na pessoa de um radialista de Chicago, conhecido pelas suas emissões algo ousadas e provocadoras para a mentalidade do ianque médio. A investigação leva a jovem agente da polícia a conhecer um antigo combatente da guerra do Vietnam (viúvo, com dois filhos), que agora veste a pele de um pacífico fazendeiro. Cathy acaba fascinada pela pessoa de Gary Simmons, pela qual ela acaba, inesperadamente, por se enamorar. Até porque o julga inofensivo e incapaz de ter promovido o hediondo crime que o FBI mandou investigar. Mas, o contacto de proximidade que ela mantém com o ex-sargento, vai, finalmente, reservar-lhe grandes surpresas no que respeita o pensamento ideológico de Gary. E revelar a sua autêntica natureza e a sua inimaginável frieza perante aqueles que considera inimigos da causa extremista que, secretamente, ele perfilha. Que não é, obviamente, a esperada por Cathy, enquanto mulher e enquanto defensora das leis que vigoram nos Estados Unidos. Este excelente filme de cariz político -tema a que Costa-Gavras tanto se devota- teve distribuição internacional da United Artists. É uma fita colorida e com uma duração superior a 2 horas. No topo do cartaz figuram os nomes de Debra Winger, de Tom Berenger, de John Heard e de John Mahoney. Actores que aqui fizeram a cabal demonstração do seu talento e do seu reconhecido profissionalismo. Não sei se este filme alguma vez mereceu, em Portugal, a atenção dos editores de DVD's. O que sei é que é pena, se tal não tiver sido o caso.

AS HEROÍNAS DA CAMPINA ARDENTE


Num mar loiro de abundância,
despontam as rubras papoilas...
Como p'ra contar a quem já não lembre
as lágrimas de sangue vertidas pelas ceifeiras.
Ceifeiras do Alentejo,
outrora mártires da ardente e heróica campina
e do poder despótico dos latifundiários.



Este magnífico painel de azulejos é da autoria do artista Costa Araújo. Representa três ceifeiras do Alentejo e foi executado em 2001.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O NOSSO MUNDO É BELO (83) : SÃO MARINO

«SEARA DE VENTO» VAI SER FILME

Sérgio Tréfaut já está a rodar no Alentejo -como não podia deixar de ser- o filme que se intitulará «Seara de Vento»; que deve estrear no próximo ano. Trata-se de uma co-produção luso-franco-brasileira (dispondo do confortável orçamento de 1,2 milhão de euros), inspirada pela obra homónima de Manuel da Fonseca. Obra dramática, que é um romance neorrealista, sobre o drama de vida e a morte de um rural alentejano, assassinado por um militar da GNR. Refiro, a título de curiosidade, que o actor Nicolau Breyner deveria fazer parte do elenco artístico desta película. O inesperado falecimento de Breyner (actor que o realizador achou não ser substituível) levou a modificações importantes no guião. Aguardamos, todos, com impaciência, a feitura do filme; que desejamos agarre a essência de um livro incontornável para quem queira compreender o Alentejo e o espírito do seu povo. Li o livro inspirador de Manuel da Fonseca há muitos anos. Gostaria de o reler proximamente, o que talvez faça nas próximas semanas...

LEITURAS QUE SE RECOMENDAM


O livro intitulado «Caravelas - O Século de Ouro dos Navegadores Portugueses» é da autoria de um jornalista e escritor francófono, Olivier Ikor, que há mais de 15 anos fixou residência em Portugal. País onde também tomou um conhecimento mais aprofundado da nossa História, nomeadamente daquela ligada à gesta das Descobertas. Daí resultou a escrita da supracitada obra (originalmente editada em língua francesa), que já tem meia dúzia de anos, mas cujo tema não perdeu, obviamente, interesse. É evidente que o autor não trás novidades àqueles portugueses que se interessam pelo tema, mas é reconfortante saber que alguém do exterior, um estrangeiro, apostou na divulgação de páginas da nossa História, que lá fora, nunca tiveram a propagação que mereciam. Diga-se que o exemplo de Ikor vem, desde há alguns anos a esta parte, a ser repetido, felizmente, por autores de várias outras nacionalidades. Esperamos assim, que, com o seu contributo, as névoas (de ignorância) que envolvem o nosso glorioso passado, rapidamente se dissipem e dêem -na Europa e no mundo- uma imagem mais positiva da nossa pátria e do nosso povo, do que aquela do Portugal da crise, dos resgates do FMI, dos políticos e banqueiros corruptos, do desemprego e da pobreza. É por essa e por outras razões que eu recomendo a leitura deste livro. Que também faz bem ao ego e que contribui para nos devolver a auto-estima que estamos a perder.

A PROPÓSITO DO 'DAUPHINE'...

Automóvel quase lendário : o Renault 'Dauphine'; que aqui se vê estacionado (repare-se ma matrícula da província de Quebeque) na rua de uma localidade canadiana. Localidade que, pela arquitectura, me parece ser a mais antiga cidade do país... Digo isto, porque estive lá (na histórica cidade do Québec) em 1995, durante uma visita turística ao Canadá que jamais esquecerei... A propósito, ainda, deste automóvel, estou a lembrar-me que esta viatura foi o primeiro carro da minha família (adquirido em 1965/66) e que nos prestou serviços -tanto no campo do lazer, como na vida de todos os dias- bastante úteis. Era um carro de mecânica simples, sóbrio (se comparado com outros modelos do tempo) e relativamente confortável quando transportava 4 pessoas, condutor incluído. Mas, em matéria de segurança -e visto à distância de 50 anos- era um carro como os outros do seu tempo. Quer dizer, potencialmente perigoso, pois, nessa época, não havia cintos de segurança, 'airbags' e outros apetrechos salva-vidas, que hoje são, felizmente, obrigatórios. Beber um copo a mais (e por incrível que isso pareça) também não era problema naqueles recuados tempos. O principal era não ser apanhado, pela polícia, com a boca na botija...

PÁSSARO DE ÁFRICA

O Turaco de Livingstone ('Tauraco livingstonii') é uma vistosa ave da África subtropical, cuja área de repartição se espalha do Burundi até à África do Sul, passando pela Tanzânia, pelo Malauí, por Moçambique e pelo Zimbabué. Pertencente à família dos Musofagídeos, alimenta-se de frutos e apresenta-se com uma esplêndida  plumagem colorida, na qual predominam os verdes. O Turaco de Livingstone é, pela certa, um dos pássaros mais bonitos da avifauna africana.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

COISAS DO PASSADO

Esta fotografia data do ano de 1940. Mostra um avião de transporte civil da companhia Aero Portuguesa a receber reparações dos operários especializados da OGMA. Trata-se de um aparelho Junkers Ju-52 (3 m) que, ao tempo, ostentava as cores da companhia Aero Portuguesa e assegurava a carreira regular Lisboa-Tânger. Versões militares deste avião também foram adquiridas na Alemanha nazi pela aeronáutica nacional; que os utilizou no transporte de material e de tropas, nomeadamente paraquedistas, até aos primeiros anos das guerras coloniais. Altura em que -completamente obsoletos- foram substituídos por aviões de origem francesa, os Noratlas, de mais moderna tecnologia. Eu ainda me lembro, quando era cachopo, de ver voar os antiquados Ju-52, que se caracterizavam pelo seu voo lento e pela chapa ondulada das suas fuselagens...

É TRIGO LOIRO, É ALÉM TEJO

É trigo loiro, é Além Tejo
O meu país neste momento
O sol o queima, o vento o beija
Seara louca em movimento...

LEMBRAM-SE DESTE NAVIO ?

Lembram-se deste navio ? -Trata-se do malfadado «Atlântida», o derradeiro digno desse nome, construído pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Navio que foi joguete de uma incrível 'combinazzione', que lesou o seu construtor e o estado português em muitos milhões de euros e que, praticamente, ditou o fim da supracitada e indispensável unidade fabril do norte de Portugal. Com um valor mercantil de 40 milhões de euros, este navio novo chegou a ser vendido  por 8,7 milhões, num negócio com contornos que estão, ainda hoje (segundo os jornais), por esclarecer. Depois desse 'negócio' altamente lesivo para os interesses do país, o antigo 'ferry' acabou por ir parar às mãos de um conhecido armador norueguês pelo preço quase simbólico de 17 milhões. Esse seu novo proprietário renovou o navio -equipando-o e decorando-o ao gosto nórdico- e colocou-o, este Verão, numa linha que percorre toda a costa do chamado país dos fiordes. Mas, para a próxima campanha do navio -que agora se chama «Spitsbergen»- foi previsto que faça cruzeiros de luxo (com um máximo de 335 passageiros) nas águas da Islândia, da Gronelândia, do Árctico canadiano e dos arquipélagos Feroé e Shetland. Assim, aquilo que não serviu para os nossos compatriotas dos Açores, está agora a ser explorado comercialmente por uma companhia estrangeira. Companhia de um dos mais ricos países do mundo, com um índice de exigência extraordinariamente elevado. O que me leva a pensar que nós somos assim, pedantes, perdulários e inimigos de nós próprios. Ou então, temos à frente 'disto tudo' decidores tremendamente incompetentes e completamente irracionais.

LEMBRANDO PAULETA, O 'CICLONE DOS AÇORES'

Pedro Miguel Carreiro Resendes, natural de Ponta Delgada, cidade onde se iniciou a jogar futebol, foi um dos praticantes portugueses da modalidade que mais me fascinou; embora eu tenha de confessar, que nunca o vi evoluir, num estádio, ao vivo. Tendo recebido a alcunha de seu pai, também ele futebolista (amador), Pauleta encantou os seus fãs pela sua 'arte', mas igualmente pela sua atitude naturalmente modesta, que contrasta com a de outros ídolos do futebol, que parecem ter 'um rei na barriga' e que adoptaram, na vida, uma atitude que, muitas vezes, os desvirtua aos olhos dos amantes da disciplina desportiva mais popular do mundo. Paradoxalmente, Pauleta nunca jogou num clube nacional de primeiro plano. E a sua nomeada começou a desenhar-se no estrangeiro, quando esteve ao serviço do Salamanca, do Deportivo da Corunha e dos clubes Girondins de Bordeaux (vulgo Bordéus) e Paris-Saint Germain. Onde fez uma brilhantíssima carreira e onde deu nas vistas para aceder à chamada 'selecção das quinas'. A sua vida futebolística esteve repleta de sucessos e de golos. Neste último capítulo, refira-se que, na selecção, chegou a bater o recorde do fenomenal Eusébio ! Mas nunca fez alarde dessa sua veia goleadora, devido a uma quase timidez natural, muito louvada pelos seus admiradores; que apreciavam, muito particularmente, essa sua virtude de homem simples, que nunca esqueceu as suas raízes de rapaz pobre. Rapaz humilde do bairro periférico de São Roque, que os deuses do futebol, rendidos ao seu talento, quiseram prendar com uma energia e com uma habilidade invulgares na prática do desporto-rei; desporto que tanta paixão e tanto gozo proporciona às multidões que, semanalmente, enchem os estádios e torcem pelos seus clubes e pelas respectivas vedetas. Foi um prazer dedicar estas linhas a um homem, a um desportista, que nunca esqueceu a sua ilha de São Miguel e que -por cada tento marcado- a evocava (assim como o resto da terra açoriana), imitando o voo majestoso do açor. Bem-hajas Pauleta, por teres sido um dos grandes futebolistas do teu tempo e um homem destituído de presunção. Que tenhas uma vida feliz.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016