domingo, 31 de agosto de 2014
FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (15)
Esta fotografia aérea (de autor cuja identidade eu desconheço) foi tirada no já longínquo ano de 1930 e mostra as instalações fabris da CUF do Barreiro e o porto privativo dessa empresa, hoje extinta. Fundada em 1865 (em Lisboa) por Alfredo da Silva, esta firma, que acabaria por tornar-se -algumas décadas mais tarde- no mais importante e diversificado grupo industrial da península Ibérica, trouxe, à então vila da margem sul do Tejo (onde a CUF instalou as suas primeiras fábricas no decorrer da primeira década do século XX), grande incremento e muita gente da província (Alentejo, Algarve, Beiras e Norte); que, longe do campo e das jornadas de sol a sol, ali procurava uma vida mais digna e mais desafogada. A vida dos trabalhadores da CUF nem sempre foi um mar de rosas. Longe disso... Mas, graças à obra social desenvolvida pelo fundador e herdeiros do referido império industrial, foi muito melhor do que a existência proporcionada aos seus empregados por quaisquer outras empresas a laborar no nosso país. De longe ! E eu falo com conhecimento e causa, porque vivi no Barreiro muitos anos, o meu pai e outros familiares foram empregados da CUF e eu próprio trabalhei (quando era jovem) numa das fábricas do grupo durante 26 meses. É também verdade que havia ali algumas restrições à liberdade de dizer e de agir, mas também é certo que, no tempo da ditadura, esses atropelos aos direitos cívicos (e outros) de cada um, se estendiam a todo o país e não somente ao espaço CUF. Eu tive, confesso sem a mínima ponta de hesitação ou de vergonha, um certo orgulho em ter pertencido a uma empresa, que oferecia aos seus colaboradores tudo o que havia de melhor em matéria de serviços sociais e de realização do indivíduo : creches, escolas, colónias de férias, unidades de formação profissional, centros de saúde e hospitais, cultura, desporto, etc, etc. Isto, num Portugal atrasado, retrógrado, pobre e avesso à promoção dos seus filhos, enquanto pessoas. Por tudo isto, considero este cliché digno de ser comentado e integrado nesta secção que eu intitulei 'Fotografias com História'.
sábado, 30 de agosto de 2014
SOBRE VASCO DA GAMA E A SUA PRIMEIRA VIAGEM À ÍNDIA
Incidentes infelizes como o da 'nau de Meca' (que resultou no massacre de inofensivos peregrinos) marcaram Vasco da Gama com o ferrete, pouco honroso, de homem intransigente e cruel. Na realidade, o insigne navegador alentejano era, apenas, um homem do seu tempo. Que reagia perante situações como a referida, com a violência própria da época em que viveu. Porque aqueles anos de transição do século XV para a centúria seguinte, eram tempos manhosos, em que o inimigo (ou, por ignorância, considerado como tal) não podia esperar a clemência dos seus rivais. Contrariamente, pois, àquilo que possam dizer alguns dos seus detractores, Vasco da Gama foi um grande capitão e o protagonista valoroso de uma das mais extraordinárias epopeias da História universal. É uma personagem que, ainda hoje, goza de grande prestígio internacional, pois o seu nome continua a dizer alguma coisa a milhões de pessoas espalhadas pelo vasto mundo, que ele ajudou a descobrr. A propósito da primeira viagem à Índia desse grande navegador luso, quero aqui deixar algumas imagens, colhidas ao acaso das minhas navegações na Internet. A primeira delas representa um mapa materializando as rotas seguidas pelos seus navios. Que também estão representados nesta bonita ilustração, assim como um navio veneziano, daqueles que ligavam a Cidade dos Doges à costa turca, no tempo em que o essencial dos produtos oriundos do Oriente transitavam por terra; onde eram sujeitos a taxas e mais taxas aplicadas ao longo do perigoso caminho. O que, bem entendido, muito encarecia esses produtos, nomeadamente as especiarias. A imagens seguintes mostram, sucessivamente, a largada da esquadra de Vasco da Gama do Tejo, a sua visita a um soberano da costa oriental de África e a sua chegada a Calecut e encontro com o Samorim. No meu tempo de menino e de adolescente, estas 'coisas' ensinavam-se nas escolas. E até nas publicações destinadas ao lazer e à formação da juventude. Era uma época em que, apesar das circunstâncias desfavoráveis, ainda se tinha mais orgulho nos heróis nacionais do que na legião estrangeira de jogadores de futebol que pululam nos nossos estádios. E digo isto, naturalmente, sem sombra de chauvinismo ou de racismo em relação a esses desportistas vindos da estranja.
DOS VELHOS TEMPOS DA OUTRA SENHORA AO PORTUGAL 'EUROPEU'
Lá íamos nós «cantando e rindo, levados, levados sim...». Convencidos -pelo discurso do Toino das Botas- que vivíamos no Paraíso Terrestre. Um paraíso que os próprios estrangeiros nos invejavam, apesar da frugalidade da nossa alimentação, das nossas calças remendadas e do pé descalço, muito em uso nesses recuados tempos. Depois, na Primavera de 1974, veio a Revolução dos Cravos, com a sua mão-cheia de vistosas flores vermelhas e de promessas... Promessas de uma vida melhor que nunca foram cumpridas. Porque, entretanto, soaram as trombetas do 'fartai vilanagem' e uma corja de politiqueiros (todos 'bons rapazes') caiu, tal praga de vorazes gafanhotos, sobre o nosso pobre país. Súcia que, após 40 anos de 'competentes e leais serviços' na governação de Portugal, deixou esta terra como actualmente se encontra : abandonada, abandalhada, depauperada, exausta e sob protectorado estrangeiro. Mas os Miguéis de Vasconcelos estão todos bem. Nunca foram atirados da janela abaixo, viajam (a expensas do povo) em automóveis de luxo e estão todos ricos. Graças a Deus... e à nossa incapacidade de lhes dizer : Basta !
DIVINAL !!!
Uma consistente fatia de 'foie gras' (produzido no Sudoeste de França), um pãozinho ligeiramente torrado e 1 copo (ou 2) de vinho de Sauternes quase gelado... Eis a fórmula mágica que, em escassos minutos, nos pode transportar ao paraíso dos 'gourmets'. Experimente (nem que seja uma única vez na vida) e confirme !
«A BATALHA DE ARGEL» EM DVD
Este excelente filme (ítalo-argelino) dirigido por Gillo Pontecorvo, foi estreado em 1966 e suscitou, desde logo, grande polémica. Sobretudo em França, país onde a sua exibição esteve proibida durante muitos anos. A história contada refere-se a um episódio maior da guerra pela independência da Argélia, colónia francesa até 1962. Baseia-se nos combates sustentados, pelos resistentes da F.L.N. contra os paraquedistas do general Massu e do coronel Bigeard, seu principal operacional. Esta batalha foi uma luta sangrenta e sem quartel entre as duas forças antagónicas, que se saldou num número impressionante de mortos; caídos em combate, vítimas de atentados e de execuções sumárias, desaparecimentos (misteriosos e definitivos) de pessoas, violência à qual nem os civis não-combatentes escaparam. O filme de Pontecorvo reflecte bem a dimensão deste drama da descolonização e constitui um documento indispensável para a compreensão do mesmo. Penso que «A Batalha de Argel» ainda não tem DVD editado em Portugal. Mas aqui ao lado, em Espanha, já foram comercializados videogramas desta película com legendas em língua portuguesa. A aquisição de uma dessas cópias pode ser feita 'on line' em empresas fiáveis como, por exemplo, a DVDgo, que, no ramo, é a mais importante do país.
AUTOCARRO DE OUTRAS ERAS
Este vistoso veículo é um autocarro de marca White, que circulou nos anos 30, nos Estados Unidos. Este exemplar pertenceu à companhia norte-americana Yellowstone Park Cº e transportou milhares de visitantes -nacionais e estrangeiros- até àquele que foi o primeiro parque natural do país e que ainda é, nos nossos dias, um dos mais importantes polos de atracção turística da América do norte. Repare-se nas portas laterais (4 x 2) e no porta-bagagens; que era, este, constituído por uma simples malha elástica, que permitia reter (sobre o tejadilho) as malas e sacos dos utentes. (Clicar sobre a imagem para a ampliar).
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
CINEMA RENASCE COM PROJECÇÃO DE «A DESAPARECIDA»
O Cinema Ideal (ex-salão Ideal, ex-Cine Camões, ex-Cinema Paraíso) reabre, hoje, as suas portas na rua do Loreto, em Lisboa. Isto, depois de um investidor ter (em boa hora !) apostado na sua sobrevivência enquanto espaço consagrado à 7ª Arte e de ter gasto cerca de 1/2 milhão de euros na sua reabilitação. Com capacidade para 200 espectadores, o Cinema Ideal estreia-se com dois filmes : «E Agora ? Lembra-me», do realizador português Joaquim Pinto e «A DESAPARECIDA», obra incontornável do cinema do Oeste, que mestre John Ford realizou em 1956. Lembro que esta última fita -que tem na interpretação dos principais papéis os actores John Wayne, Jeffrey Hunter, Natalie Wood, Vera Miles e Ward Bond- é considerada por muita gente (críticos e cinéfilos) o melhor western jamais realizado e que figura em 7º lugar na lista dos melhores filmes de sempre estabelecida pela revista «Sight and Sound», órgão oficial do prestigioso British Film Institute. Confesso que é nestas ocasiões que eu gostaria de morar na capital. Porque, certamente, não falharia este momento histórico da inauguração de um novo cinema (num tempo de bota abaixo) e a oportunidade de rever uma obra-prima no grande ecrã. Embora «A DESAPARECIDA» seja o filme que eu mais vezes vi na vida (20, 30 vezes ?), desde que, em finais da década de 50 (do passado século, obviamente), fiz a sua descoberta na modesta esplanada de um bairro periférico do Barreiro. E que, apesar da minha pouca idade, me dei conta que estava na presença daquele que viria a ser o filme da minha vida.
ASSIM VAI O MUNDO...
A propósito do conflito ucraniano e numa atitude claramente hostil para com a Rússia, a NATO (esse anacronismo dos tempos da Guerra Fria) e os países que a compõem, tomaram o partido de atirar achas para a fogueira; aplicando sanções de carácter económico contra o mais vasto país do planeta. Que, naturalmente e como era de prever, responde aos 'castigos' decretando um bloqueio à entrada nas suas fronteiras dos nossos produtos industriais e agrícolas. À Rússia é fácil colmatar essa brecha nos seus negócios de 'import-export', trocando os parceiros norte-americanos e europeus por outros, que -na Ásia e na América Latina- estarão ansiosos por substituí-los e por encontrar novas oportunidades num mercado com centenas de milhões de potenciais compradores. Com esta atitude, os 'va-t'en-guerre' do senhor Obama e de 'frau' Angela Merkel, apenas estão a sancionar países pequenos como o nosso, que, na impossibilidade de exportar para a Rússia, perdem anualmente muitos milhões de euros e, porventura, terão grandes dificuldades, no futuro, em reimplantar-se nesse espaço geográfico. E não me venham para cá com choradinhos e com frases feitas sobre a liberdade dos povos de dispor deles próprios e dos coitadinhos dos ucranianos. Sob a égide provocatória dos governantes ocidentais, a Ucrânia (lugar onde -com o evento do reino de Kiev- nasceu a Rússia moderna) está-se a vender por um punhado de euros, provocando desequilíbrios geoestratégicos numa região charneira, onde ninguém de bom senso quer que rebente uma guerra a sério. De modo que o melhor, é mesmo os senhores políticos e diplomatas ocidentais mái-los 'súbditos' de Putin sentarem-se à volta de uma mesa de negociações e tratarem de se comportar como pessoas inteligentes e assisadas. Porque as gentes deste continente estão fartas de conflitos que -na melhor das hipóteses- envenenam as relações entre os povos. E já agora, quero deixar um recado aos ucranianos : se esperam que a senhora Merkel resolva os vossos problemas de identidade e económicos estão muito enganados. Se integrarem a C.E., o que vos acontecerá é perderem soberania e verem agravadas as vossas condições de existência. Se não acreditarem no que eu digo, venham dar uma volta ao meu país (que os vendilhões do templo já há muito entregaram numa bandeja a quem manda na Europa comunitária) e observem. Ou, então, ponham os olhos na Grécia e em Espanha...
Mas que falta de vergonha ! Este (des)governo que temos continua a regozijar-se com a 'descida' dos números do desemprego, fazendo abstração de um facto que todos conhecem e que justifica esse menor número de pessoas inscrita nas listas dos inactivos : a emigração. Fenómeno que, como tem noticiado a imprensa, já atingiu cifras impressionantes, muito próximas das do êxodo dos anos 60. A esta habilidade saloia chama-se pura e simplesmente manipulação. Manipulação cínica e impúdica, que muito diz sobre a qualidade destes aventureiros, que se apoderaram do poder graças às mentiras e às artimanhas que todos os Portugueses conhecem.
Confesso que, enquanto cidadão do mundo, estou muito preocupado com a dimensão que atingiu, em tão pouco tempo, o conflito no Próximo Oriente. Sobretudo na Síria e no Iraque, onde um punhado de jihadistas -os tais fanáticos de uma fé medieval, retrógrada- conquistam territórios e exterminam (por enquanto impunemente) populações inteiras. As últimas vítimas não-anónimas destes assassinos sanguinários foram um jornalista norte americano (cruamente degolado) e cerca de 250 soldados do exército sírio, aprisionados durante o assalto a uma base aérea por uma horda de bárbaros desumanizados. É de perguntar : que pensam fazer os Estados Unidos (que sempre se armaram em polícias do mundo e que deram o pontapé fatal no vespeiro árabe) perante este descalabro ? -E que pensam fazer as nações europeias, que por lá têm centenas de jovens combatentes, atirados para essa triste e letal aventura por desesperança. Por se sentirem descriminados e injustiçados nos seus próprios países ? Ficamos a aguardar uma resposta...
Mas que falta de vergonha ! Este (des)governo que temos continua a regozijar-se com a 'descida' dos números do desemprego, fazendo abstração de um facto que todos conhecem e que justifica esse menor número de pessoas inscrita nas listas dos inactivos : a emigração. Fenómeno que, como tem noticiado a imprensa, já atingiu cifras impressionantes, muito próximas das do êxodo dos anos 60. A esta habilidade saloia chama-se pura e simplesmente manipulação. Manipulação cínica e impúdica, que muito diz sobre a qualidade destes aventureiros, que se apoderaram do poder graças às mentiras e às artimanhas que todos os Portugueses conhecem.
Confesso que, enquanto cidadão do mundo, estou muito preocupado com a dimensão que atingiu, em tão pouco tempo, o conflito no Próximo Oriente. Sobretudo na Síria e no Iraque, onde um punhado de jihadistas -os tais fanáticos de uma fé medieval, retrógrada- conquistam territórios e exterminam (por enquanto impunemente) populações inteiras. As últimas vítimas não-anónimas destes assassinos sanguinários foram um jornalista norte americano (cruamente degolado) e cerca de 250 soldados do exército sírio, aprisionados durante o assalto a uma base aérea por uma horda de bárbaros desumanizados. É de perguntar : que pensam fazer os Estados Unidos (que sempre se armaram em polícias do mundo e que deram o pontapé fatal no vespeiro árabe) perante este descalabro ? -E que pensam fazer as nações europeias, que por lá têm centenas de jovens combatentes, atirados para essa triste e letal aventura por desesperança. Por se sentirem descriminados e injustiçados nos seus próprios países ? Ficamos a aguardar uma resposta...
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
RICHARD ATTENBOROUGH DEIXOU-NOS
Aqui ficam umas palavrinhas para homenagear Richard Attenborough, que faleceu há três dias. Actor, realizador e produtor, o seu nome ficará para sempre ligado a alguns dos mais memoráveis filmes que vimos nas últimas décadas : «Gandhi», «Cry Freedom», «Chaplin», «Elizabeth»... Até sempre 'sir' Richard.
CUIDADO COM OS CARTEIRISTAS !!!
Segundo notícias recentemente publicadas pela imprensa diária, mais de 5 700 queixas foram apresentadas contra os carteiristas nos postos de polícia de Lisboa. Isto só no passado ano de 2013. Estimam os jornais, que as somas roubadas -durante o ano passado- por esses profissionais do gamanço, tenha ultrapassado os 2 milhões de euros ! Principais vítimas dos gatunos : os turistas que nos vêm visitar e que, perante essa situação, levam de cá a pior das recordações e muito pouca vontade de voltar a Portugal. A acção dos carteiristas é, pois, lesiva dos interesses do nosso país, que tira lucros substanciais da visita dos turistas. Ao que parece, nem todos esses 'artistas do furto' são nacionais. Mas todos eles são conhecidos e têm ficha na Polícia, que faz o que pode. O que parece é que a nossa justiça é demasiado clemente com essa gente e que, depois de interceptados, os gatunos são rapidamente postos em liberdade; para poderem voltar, livremente, ao exercício da sua ignóbil profissão... Entretanto, e enquanto não mudam as coisas, o melhor -quando se visita Lisboa e outros sítios que atraem muita gente- é tomar todas as precauções contra a gatunagem profissional. Protegendo ostensivamente malinhas e carteiras dos dedos hábeis dos amigos do alheio.
A SAÚDE PÚBLICA EM PERIGO
Segundo cálculos feitos pela Ordem dos Enfermeiros, terão deixado o país -desde 2013- cerca de 1700 destes profissionais de saúde. Gente que mudou de profissão ou que foi exercer para o estrangeiro. Para países onde lhes são oferecidas melhores condições de trabalho e remunerações mais compensadoras. Os enfermeiros que por cá ficaram -e que têm manifestado o descontentamento da classe, através de greves e de outras manifestações- estão sobrecarregados de trabalho, já que chegam, em diferentes hospitais e centros de saúde, a acumular dezenas de horas de trabalho suplementar, que os vão desgastando física e psicologicamente. E isto, perante a indiferença do (des)governo que temos, apostado em destruir tudo o que de melhor nos trouxe a Revolução dos Cravos : saúde, mas também educação, cultura, etc, etc. O S.N.S. está em perigo ! Compete às pessoas que dele beneficiam estar alerta e manifestar o seu repúdio aos políticos que manobram para nos privar de um bem absolutamente vital. E manifestar a solidariedade devida aos enfermeiros; que defendendo a sua dignidade profissional, estão também a lutar para que os interesses da população portuguesa em matéria de saúde sejam preservados.
sábado, 23 de agosto de 2014
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
«COMOÇÃO RURAL»
Já não há quem queira dar
uma filha a um ganhão…
Senhor Pai, senhora mãe,
que grande desolação.
Já bati a sete portas
por mais de mil e uma vez;
Vá-se embora seu ganhão,
disseram com altivez…
A minha filha é prendada,
não é para qualquer tunante,
sabe ler, sabe escrever
e todo o seu consoante.
O que é que tem um ganhão?
Um azinho dum pau torto;
só vive das tristes ervas,
não tem onde cair morto.
Os olhos já não são olhos,
estão desfeitos em chorar,
porque a um pobre ganhão
já não há quem queira dar
nem mulher para dormir
nem a filha para mulher;
nem quem o ajude a vestir,
nem quem o ajude a morrer.
Ramos secos, estéreis flores,
pedras de arestas cortantes
perdidas num vendaval,
perdidas numa aflição…
Eu já não posso gritar;
Senhor Pai, senhora Mãe,
que grande desolação
nestes matagais com longes,
aonde os anjos se afundam
em humus e punição!
Azinhal Abelho, poeta alentejano (1911-1979)
«O TITANIC» NO CINEMA
Antes do sucesso universal -alcançado em 1997- pelo sensacional filme de James Cameron sobre a tragédia do paquete inglês «Titanic» (com Leonardo di Caprio e Kate Winslet), esse amaldiçoado navio e o seu inesperado naufrágio já haviam servido de tema a várias películas. Estou-me a lembrar de duas delas, que eu vi pela primeira vez (na TV) há muitos anos e das quais possuo belíssimas cópias em DVD's de editor. A primeira dessas fitas é de origem norte-americana, foi realizada (em 1953) por Jean Negulesco, protagonizada por Clifton Webb e por Barbara Stanwyck e intitula-se «Titanic»; a segunda (a minha preferida) é de nacionalidade britânica, foi dirigida por Roy Ward Baker em 1958, teve Kenneth More no papel principal e o seu título é «A Tragédia do Titanic»» («A Night to Remember»). Por pura curiosidade, voltei a vê-las aqui há umas semanas atrás e, mais uma vez, fiquei impressionado com as credíveis reconstituições do naufrágio, que ocorreu a 15 de Abril de 1912. A perda daquele que foi o maior e mais moderno transatlântico do seu tempo e o sacrifício de 1517 vidas chocou o mundo inteiro. E isso, graças à imprensa do tempo, que num tempo recorde fez chegar a funesta notícia a todos os cantos da Terra, mesmo aos mais recônditos. Creio que os dois filmes a que aqui me refiro já têm videogramas editados no nosso país. Daí aconselhar o seu visionamento. Sobretudo do último, que constitui uma excelente amostra das produções Rank e do bom cinema britânico de meados do passado século.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
PRODÍGIOS DA CIÊNCIA
Fascina-me o facto das novas técnicas científicas estarem a revolucionar a ideia que, até há bem pouco tempo, todos nós tínhamos da História e dos seus actores. Sobretudo a nível dos detalhes. Vem isto a propósito dessas técnicas terem permitido identificar -sem margens para dúvidas- os restos mortais do rei de Inglaterra Ricardo III (que viveu entre 1452 e 1485), encontrados, recentemente (em 2012), na sepultura da extinta capela de Grey Friars, em Leicester. E que, hoje, após estudos rigorosos do esqueleto do referido soberano, se possam saber coisas tão extraordinárias como, por exemplo, aquilo que constituía a sua própria dieta. Com efeito, após análises aprofundadas feitas por competentes investigadores da Universidade de Leicester e da British Geological Survey (depois publicadas na imprensa internacional), sabe-se agora que aquele que, segundo Shakespeare, oferecera o seu reino por um cavalo, se deleitava com lautos pratos de caça e abusava da vinhaça. É evidente que estas notícias abrem perspectivas extraordinárias e constituem uma porta aberta para a elucidação de certos mistérios históricos. Que perduram... Eu, no que me respeita, gostaria muito de saber (entre outras coisas mais) que tipo de peçonha foi administrada a el-rei D. João II. Veneno que está na origem da doença que o vitimou, perante a indiferença da sua própria esposa e do seu cunhado, primo e herdeiro.
HEROIS (QUASE) ESQUECIDOS DA NOSSA HISTÓRIA : GONÇALO VELHO CABRAL
///
O navegador quatrocentista Gonçalo Velho Cabral (também chamado Frei Gonçalo Velho, por ter sido cavaleiro professo da Ordem de Cristo) foi um dos companheiros dilectos do Infante de Sagres. Príncipe que, após a descoberta das ilhas açorianas de Santa Maria e de São Miguel, lhe outorgou o título de 1º Capitão Donatário das ditas. Gonçalo Velho terá chegado aos Açores em 1431/1432, depois de ter corrido a notícia do avistamento (em 1427) desse arquipélago atlântico por Diogo de Silves. Foi também Gonçalo Velho Cabral quem procedeu às primeiras queimadas nas ilhas que descobriu, de modo a disponibilizar pastagens para os ovinos (e outro gado miúdo) que ele por lá introduziu; e quem promoveu a instalação dos primeiros contingentes de colonos. Em 1443, a pedido do Infante D. Henrique, seu amigo e protector, o rei D. Afonso V fê-lo Comendador das ilhas dos Açores e isentou-o (assim como aos respectivos povoadores) do pagamento de taxas sobre os produtos que entrassem no Reino em proveniência do arquipélago. Frei Gonçalo Velho pertencia a essa verdadeira 'cavalaria do mar', que, antes de se aventurar oceano adentro, já navegara para além das Canárias e se batera em Marrocos contra os mouros. Infelizmente, o seu nome -tal como o de tantos outros heróis da História de Portugal- é praticamente desconhecido dos nossos compatriotas de hoje. Especialmente dos jovens...
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
FILMES E MAIS FILMES
Durante muito tempo acreditou-se na perda definitiva de grande número de filmes da cinematografia mundial, devido às más condições de conservação das respectivas bobines. Eu próprio admiti isso, mas, hoje, estou convencido que o essencial desse espólio foi preservado e que -num futuro mais ou menos próximo- mesmo as obras mais raras poderão ser recuperadas, remasterizadas e os seus videogramas colocados no comércio, à disposição dos cinéfilos e coleccionadores. Confesso que, por vezes, até pasmo com a catadupa de títulos disponibilizados e... com o seu preço. Foi o que aconteceu esta semana, ao deparar-me com a oferta feita por uma grande firma internacional de comércio 'on line', que me propôs a aquisição de uma caixa contendo 25 filmes clássicos dos estúdios R.K.O. Pictures, por uma quantia inferior a 60 euros. E com a oferta de um outro estojo com 12 filmes de Tarzan, todos protagonizados pelo quase lendário Johnny Weissmuller, em troca de uns míseros 27 euros. Que chatice a crise que nos afecta (e de que maneira !) não deixar aos portugueses, na sua quase generalidade, alternativas entre a compra destes tesouros e a dos carapauzitos e das iscas com que sobrevivem...
domingo, 17 de agosto de 2014
AVÉ JÚLIO CÉSAR
A direcção do Benfica anda empenhadíssima nos negócios que deveriam culminar com a aquisição do guarda-redes brasileiro Júlio César. E muitos dos adeptos do clube da Luz com os quais eu tenho conversado questionam-se : será mesmo aquele porteiro que no recente Campeonato do Mundo de Futebol encaixou sete golos em apenas um jogo ? -É que se é o mesmo, os rivais do Benfica vão certamente festejar a compra desse 'reforço' dos encarnados !...
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
DEFINIÇÃO DE 'JET-SET' POR HITCHCOCK
«Jet-set : os estroinas inúteis desta sociedade decadente». Foi assim, desapiedadamente, que Alfred Hitchcock -o mestre incontestado do suspense- definiu essa cambada de gente frívola, apenas preocupada com a venalidade da vida mundana. Na qual, é sabido, vale mais parecer do que ser. O famoso realizador britânico diz isto no prólogo do episódio «O Legado» («The Legacy»); que pertence à muito apreciada e saudosa série televisiva «Alfred Hitchcock Apresenta».
ASSIM TAMBÉM SE APRENDIA HISTÓRIA
Este álbum de banda desenhada foi editado num tempo em que havia ainda alguma preocupação na divulgação (sobretudo entre os jovens) da História de Portugal. Esta BD -da autoria de José Ruy e editada pela Âncora- divulga a odisseia de Pêro da Covilhã, um viajante português do século XV, que el-rei D. João II mandou ao Oriente, por terra, para ali colher informações susceptíveis de ajudar os navegadores que haveriam de descobrir a rota marítima das Índias. Segundo reza a tradição, Pêro da Covilhã terá atingido Calecute em 1497, passando por Nápoles, Rodes, Alexandria, Cairo, Adem, Ormuz e Cananor. De regresso, passou pela Abissínia (a actual Etiópia, onde se presumia que reinasse o Prestes João), de onde nunca mais saíu. Parece que em 1515 ainda por lá vivia... Pergunta : quais são os jovens portugueses que, nos dias de hoje, já ouviram falar em Pêro da Covilhã ? Estou convencido que é mais fácil encontrar 100 jovens que citem, na íntegra, os nomes dos jogadores das equipas do Paços de Ferreira ou do Belenenses do que um único que fale, com convicção, desta figura da nossa História. Mas, talvez eu seja um pessimista...
FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (14)
Esta fotografia simboliza o fim de uma guerra que durou 30 longos anos... Ilustra a investida de um tanque T-54 do exército norte-vietnamita aos jardins do Palácio Presidencial de Saigão, no dia 30 de Abril de 1975. Nessa data histórica, as forças militares dos EUA -que haviam alimentado este sanguinolento conflito com biliões de dólares, centenas de milhar de militares e sofisticadas armas de destruição maciça- já haviam abandonado o país e os seus aliados sul-vietnamitas à sua sorte. A paz nesta região da península indochinesa foi também motivo de grande regozijo para milhões de pessoas do mundo inteiro (inclusive da América do norte), que, durante anos e anos, manifestaram o seu repúdio por uma guerra desumana e impopular. E isso, independentemente das opiniões políticas de cada uma delas. A Guerra do Vietnam custou a esta nação do sudoeste asiático pesadíssimas perdas humanas e destruições patrimoniais tão vastas como incalculáveis. Os Estados Unidos -para além de terem sofrido a maior e mais humilhante derrota militar da sua História- perderam um enorme prestígio junto da comunidade internacional, gastaram em pura perda (salvo para os 'lobbies' armamentistas) autênticos rios de dinheiro e choraram a morte de mais de 60 000 jovens soldados. Isto sem contar com os problemas causados pelos muitos milhares de estropiados e de gente com traumas de toda a ordem (nomeadamente psicológicos) causados por esta guerra suja. O conflito do Vietnam ensombrou a vida de milhões de jovens do meu tempo, que a viveram (mesmo se de longe) como um verdadeiro pesadelo.
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
GIM : ALENTEJANO, POIS ENTÃO !
O gim é uma bebida destilada feita, essencialmente, com cereais e de zimbro, cujas origens se situam (ao que parece) na Holanda do século XVII. Hoje há centenas de marcas (inclusivamente as mais conhecidas) que se fabricam fora dos Países-Baixos. Então, porquê estranhar que essa bebida (que eu gosto de acompanhar, uma vez por outra, com água tónica bem fresquinha) também seja fabricada no nosso país ? -Na realidade, fabricam-se actualmente em Portugal quatro marcas distintas dessa bebida alcoólica -que convém consumir com moderação- sendo que duas delas são produzidas no Alentejo. A mais recente é comercializada com a marca SHARISH, nome que faz referência ao termo árabe aplicado à antiga vila de Monsaraz. É fruto de um projecto que funcionou, aplicado por um amador de gim que, na sequência de uma experiência de desemprego, se lançou nesta indústria de destilação. Parece que o negócio está a correr às mil maravilhas e que o seu gim 'made in Alentejo' teve uma aceitação inesperada junto dos apreciadores e até já seduziu alguns importadores na Europa e em África. Bom vento !
MAIS LUTO NO MUNDO DO CINEMA
Depois da inesperada e prematura morte de Robin Williams, ocorrida há 3 dias, soubemos, hoje, do falecimento da inesquecível Lauren Bacall. Que formou com Humphrey Bogart -na vida e no cinema- um dos casais mais míticos da História de Hollywood. Para além de ser uma actriz excelente, com interpretações inesquecíveis em «À Beira do Abismo» («The Big Sleep»), «Paixões em Fúria» («Key Largo», «Como se Conquista um Milionário» («How to Marry a Millionaire») ou «Escrito no Vento» («Written on the Wind»), isto para só referir algumas das dezenas de películas que ela protagonizou, Lauren era mulher de uma beleza e de uma elegância tremendas. A intensidade e a luminosidade do seu olhar valeram-lhe a alcunha de 'The Look'. Laren Bacall ia completar 90 anos no próximo mês de Setembro. Adeus princesa !
CRATO EM FESTA
É já no próximo dia 27 do corrente mês que começa a 30ª Feira de Artesanato e Gastronomia do Crato. Que, como se sabe, tem sempre uma atractiva componente musical. Penso dar lá um salto no dia de abertura, porque o programa de 27 de Agosto inclui a participação Gisela João, fadista da qual eu sou fã. Por outro lado, é bom saber que a oferta musical é variada e que o Festival do Crato se prolonga até dia 30 e espera por todos vós.
NOSTALGIA DOS CINEMAS DE LISBOA
Esta fotografia (de autor que desconheço) mostra a fachada do cinema Monumental, sito na Praça Duque de Saldanha. Esta sala de cinema foi a maior e mais prestigiosa do seu tempo. Era nela que, nos anos da minha juventude, se exibiam as grandes superproduções da época, tais como o filme aqui em cartaz : «Ben-Hur». Recordo que esta película -inspirada numa obra de Lewis Wallace- foi realizada em 1959 por William Wiler e que contou com uma plêiade de excelentes actores, tais como Charlton Heston, Stephen Boyd e Jack Hawkins. Este grandioso filme, distribuído pela companhia Metro Goldwyn-Mayer, tem a duração excepcional de 230 minutos. Relata as atribulações de um príncipe hebreu, que, nos tempos de Jesus Cristo, vê a sua vida e família destruídas pelo ódio cego de um dos seus amigos de infância, um aristocrata romano que, entretanto, se tornara governador militar da Judeia... Se o leitor (habitual ou casual) desde blogue for bom observador, poderá aperceber-se que se trata aqui de uma reposição da supracitada fita e não da estreia de «Ben-Hur». Com efeito, olhando para os carros estacionados diante do Monumental, damo-nos conta de que pertencem a modelos posteriores ao ano de 1959.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
NOTAS SOLTAS
Como se sabe, Portugal enfrenta um verdadeiro problema de natalidade. Que, quer se queira ou não, tem muito a ver com as condições de vida proporcionadas à população em geral e à falta de perspectivas quanto ao futuro próximo oferecidas aos jovens deste país. Que continuam a partir em massa para o estrangeiro, agravando assim a situação. Segundo informações -provenientes do Instituto Nacional de Estatística e publicadas nos jornais de hoje- mais de meio milhão de jovens deixou o país nestes últimos 10 anos. E dão-nos conta (essas informações) que, dos que ficaram por cá, 1/4 está em risco iminente de pobreza; apesar de -como também refere a nota do I.N.E.- esses jovens serem cada vez mais qualificados. Alguém tem culpa desta situação, que (segundo certos peritos) pode por em risco a viabilidade do próprio país... Alguém terá, um dia, de prestar contas à nação portuguesa pelas políticas desastrosas que nos conduziram a este impasse. Na realidade, toda a gente está farta da legião de incompetentes e de chupistas que desgovernou o país nestes 40 anos de 'democracia'. Ponho a palavra democracia entre comas, porque a dita é, no conceito dos oportunistas domésticos, coisa que se diz, mas que, sobretudo, não se pratica. Fora com eles ! ///////////// A escandaleira do BES continua a agravar-se. A tal ponto, que, hoje, ninguém é capaz de avaliar a profundidade do buraco causado pelo golpe da família Espírito Santo. Que, neste 'negócio' se comportou como uma autêntica máfia, pilhando o dinheiro que os seus clientes (particulares e empresários) lhe confiaram. Depois da divisão da instituição num 'banco bom' e num 'banco mau', nada ficou seguro (nem mesmo os milhões do Estado) e alguns peritos já vão dizendo que todo o edifício pode ruir amanhã... O que eu pergunto (eu que não tenho no BES 1 tostão partido pelo meio) é o seguinte : e ninguém vai parar com os costados à cadeia por uma vigarice desta dimensão ? -Se assim é, que credibilidade poderão ter futuramente estas instituições, que são despudoradamente assaltadas do interior, pelos próprios administradores ? -Eu não tenho dinheiro (nada), nem ouro, nem outras riquezas; mas se as tivesse, preferia abrir um buraco no meu quintal e enterrar nele um velho tacho com os valores que possuísse. Porque sempre era mais seguro do que confiá-lo aos ladrões de colarinho branco do costume. ///////////// Ainda sou do tempo em que o futebol não estava contaminado pelo dinheiro e que os dirigentes dos clubes e os futebolistas agiam e jogavam por amor à camisola e pouco mais. Hoje, as agremiações desportivas são meras empresas comerciais, que vivem da compra e venda de jogadores e nada mais. Há dirigentes de clubes que não se importam de comprometer a época desportiva do seu emblema, a troco de uns milhões proporcionados pela transação de atletas. Que, eles próprios, como verdadeiros mercenários que são, não têm a mínima estima e consideração pelos clubes e pelas claques, que os recebem no seu seio como autênticos príncipes. Estou farto deste esquema, agora generalizado, que desvirtua aquele a que alguns ainda chamam o desporto-rei. Ora façam o favor de ir -todos- à fava e de não me virem para cá chatear com campanhas de angariação de sócios ! Futebol, para mim, agora só mesmo nos canais abertos da TV. E nem sempre... Porque não tenho massa (nem pachorra) para sustentar malandros.
ADEUS ARTISTA !
Foi com grande surpresa (e mágoa) que soube, esta manhã, da morte do actor Robin Williams. Que foi, sem dúvida, um dos melhores profissionais de cinema da sua geração. Os jornais aventam a hipótese de ele se ter suicidado, depois de tentativas falhadas para vencer a depressão e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas... Fica-nos o seu enorme talento, espelhado em filmes inolvidáveis, tais como «O Clube dos Poetas Mortos», Bom Dia Vietnam», «Papá para Sempre» e tantos outros que prestigiam a sua vasta filmografia. Adeus artista !!!
CURIOSIDADE VEGETAL
LE PAMPRE ET LA GROSEILLE
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
FALECEU YVETTE GIRAUD
Faleceu no passado dia 3 de Agosto de 2014, em Estrasburgo, a conhecida cançonetista francesa Yvette Giraud. Que iria completar 98 anos de idade no próximo mês. Senhora de uma melodiosa voz, esta artista -natural de Paris- foi descoberta, no imediato pós-guerra, pelos britânicos, que a integraram nos espectáculos promovidos pelo exército. Pouco depois, encontrou dois homens que foram decisivos na sua vida e na sua ascensão profissional : Jacques Plante, letrista que escreveu muitos dos seus êxitos e Marc Herrand (cofundador do grupo 'Les Compagnons de la Chanson'), que geriu a sua carreira e com quem se casou. Os seus sucessos estão ainda na memória de muitos; sucessos que ela cantou no mundo inteiro e muito especialmente no Japão, país onde Yvette fez mais de 30 digressões e onde foi considerada a mais popular de todas as vedetas estrangeiras que pisaram os seus palcos. A sua popularidade nesse país do Oriente foi tal, que a artista chegou a ser agraciada pelo próprio imperador Hiro Hito. Alguns dos seus sucessos : «La Danseuse est Créole». «Mademoiselle Hortensia», «C'Est si Bom», «L'Âme des Poètes», «L'Écharpe», «Le Temps des Cerises», «Trente Ans» (dedicado muito especialmente aos seus admiradores nipónicos), e, entre muitos outros mais, «L'Amour qui m'Enchaîne à Toi», que é a versão em francês de «Love me Tender» de Elvis Presley. Dos seus êxitos deixei voluntariamente de fora duas canções de sabor lusitano, que ela cantou através do planeta e que deram a muitos milhares de turistas a vontade de visitar o nosso país : «Les Lavandières du Portugal» e «Avril au Portugal» Aqui deixo, para satisfazer a vossa curiosidade e em homenagem à artista desaparecida, uma gravação desta última canção; que afinal é uma adaptação de «Coimbra», da autoria de Raúl Ferrão (música) e de José Galhardo (letra). Refiro que, depois de Yvette Giraud, esta canção foi popularizada pelos mais prestigiosos e conceituados  artistas do mundo, tais como George Armstrong, Xavier Cugat, Eartha Kitt, etc
https://www.youtube.com/watch?v=a1t0_v4VaFs
domingo, 10 de agosto de 2014
E.U.A. : O LUXO EM 1934
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
BELOS TEMPOS !!!
SACRIFÍCIO SUPREMO
Durante a Segunda Guerra Mundial, as operações navais tiveram uma importância determinante no desfecho do conflito. Assim, no Atlântico norte, entre 1939 e 1945, foi crucial a vitória da 'Royal Navy' contra a frota submarina alemã. E, mais tarde, aquando das operações nos oceanos Índico e Pacífico, também foi a intervenção das marinhas de guerra aliadas -com particular destaque para a formidável armada dos Estados Unidos da América- que fez o essencial do trabalho para levar de vencida as agressivas forças do império nipónico. Durante essas operações, as necessidades do momento e o arrojo de equipagens denodadas sobrepuseram-se, por vezes, a acções previamente elaboradas pelos Estados-Maiores e que estes exigiam que fossem cumpridas à risca. Para benefício colectivo. Estou-me a lembrar, por exemplo, de aviadores que, em desespero de causa, lançaram os seus aviões contra aeronaves ou objectivos inimigos, sacrificando -em ocasiões desesperadas- as suas próprias vidas. Ou do simples soldado de infantaria que se deixava cair sobre uma granada do adversário, para, poupar a vida dos seus companheiros de combate. Coisas que sendo raras, aconteceram, afinal, em várias ocasiões. Vem todo este palavreado a propósito das imagens anexadas, que mostram 'destroyers' das marinhas inglesa e norte-americana atirando-se literalmente para cima de submarinos inimigos como única e desesperada forma de os aniquilar e de, assim, diminuir o perigo letal que eles representavam. Incidentes desta natureza aconteceram realmente. E quando isso ocorria, o desfecho era sempre o mesmo para os submersíveis; que geralmente eram cortados ao meio e mergulhavam -definitivamente- no abismo oceânico com armas e equipagens. Mas, para os 'destroyers' (também chamados contratorpedeiros) o desenlace também podia ser fatal. Com efeito, estes navios eram, geralmente, unidades de pequena tonelagem, que o choque tremendo causado pelo abalroamento voluntário podia abalar e, no pior dos casos, afundar. Daí haver a absoluta necessidade de realçar a coragem dos seus heróicos capitães e marinheiros. É isso que, há distância de mais de 7 décadas, estou aqui a fazer.
domingo, 3 de agosto de 2014
NOTAS SOLTAS
Com mais uma pesada e humilhante derrota frente ao Arsenal (5-1), a nova equipa do Sport Lisboa e Benfica está a fazer a demonstração cabal da sua fraca qualidade e da sua impreparação. O campeonato começa dentro de poucos dias e está mais do que visto que, assim, as Águias têm muito poucas probabilidades de renovar o seu título de campeão nacional e de somar vitórias nas provas europeias. Isto, enquanto os seus principais rivais domésticos têm demonstrado outra atitude e obtido resultados encorajadores. O Sporting soma e segue nos jogos da pré-época e o Porto também me parece estar melhor armado e mais disponível para enfrentar os duelos que o esperam. A ver vamos...
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Título do «Diário de Notícias» de hoje : «Cameron quer NATO pronta para enfrentar a Rússia». Breve comentário sobre as palavras desta besta quadrada : que as primeiras bombas do arsenal de Putine se abatam sobre a casa da sua família. E que, naturalmente, não deixem pedra sobre pedra...
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Segundo os jornais do dia, menos de 2 milhões de consultas foram dispensadas (este ano) aos Portugueses nos Centros de Saúde. Isto terá a ver com a descoberta de uma fonte de águas grátis e milagrosas que tudo curam, ou estará relacionado com o empobrecimento generalizado dos cidadãos ? -Que já não aguentam mais o jejum imposto (a todos os níveis) pelo (des)governo que temos...
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O banho de sangue prossegue na faixa de Gaza, onde, todos os dias, continuam a morrer centenas de pessoas. Falo da morte de não-combatentes, essencialmente mulheres e crianças. E dizer que esta ignóbil matança -indigna de nações civilizadas- se faz com o apoio activo dos EUA, que já reforçaram os paióis de munições de Israel com um 'stock' avaliado em mais de 150 milhões de dólares... O presidente Obama está, afinal, a ter um comportamento igual (ou pior) ao dos seus predecessores mais reaccionários. Quem tal diria ?...
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O buraco nas contas do BES alarga e aprofunda-se cada dia que passa. Já se fala que serão necessários mais de 5 000 milhões de euros para tentar sanar as finanças do banco da família Espírito Santo. O governo prepara-se para intervir (como fez no passado em iguais circunstâncias) e colocar nesse abismo sem fundo o dinheiro dos contribuintes. Porque, no fim de contas, quem pagará as favas deste descalabro -causado pelas vigarices de gente intocável e acima de toda e qualquer suspeita- somos todos nós : os zés pagantes do costume...
sábado, 2 de agosto de 2014
A TRAGÉDIA, DEPOIS DA FESTA
Aqui há uns dias atrás, vi nos escaparates de uma das lojas FNAC de Lisboa um DVD resumindo o histórico jogo de futebol entre o Benfica e o Torino; que terminou com um honroso 4-3 a favor da equipa lisboeta. Digo honroso, porque nessa época -Maio de 1949- os visitantes eram, sem sombra de dúvidas, a melhor equipa europeia de futebol, quiçá a melhor do mundo. Depois do resultado inesperado, arrancado no relvado do Jamor, onde se homenageava o seu prestigioso atleta Chico Ferreira, a euforia do Benfica durou pouco... É que, na manhã seguinte, depois de uma última confraternização entre as duas equipas num restaurante da cidade de Lisboa, a formação do 'Grande Torino' partiu para Itália num avião especialmente fretado para a viagem a Portugal. O que aconteceu já toda a gente sabe : na sequência de uma tempestade, o trimotor FIAT perdeu a rota e foi encastrar-se aos pés da basílica de Superga, a escassos quilómetros de distância do aeroporto de destino. Também se sabe que, infelizmente, todos os jogadores do Torino -glória insuperável do futebol italiano- morreram no desastre, assim como toda a sua equipa técnica e outros passageiros desse malfadado voo. Escusado será dizer que comprei o DVD em referência, que está a ser vendido ao preço promocional de 5 euros. As imagens e testemunhos são impressionantes e instrutivos. Por isso aconselho todos os amantes do desporto-rei a adquirirem este videograma de excepção, que tem o condão de comover toda a gente. Apesar de já terem decorrido quase 70 anos sobre um dos eventos mais dramáticos da História do Futebol.
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