sexta-feira, 25 de junho de 2010
QUE PAÍS PORREIRO, PÁ !
Hoje, uma vez mais, o país vai parar por causa de um jogo de futebol. E eu espanto-me, confesso, com a permissividade com que isso regularmente acontece. Vem cá o papa e há tolerância de ponto, a selecção da F.P.F. (e não do Portugal oficial, como para aí se apregoa) está numa onda ganhadora e a malta exige a ‘compreensão’ dos patrões para que lhe seja concedido meio dia de descanço (ou umas horitas, depende) para que ela (a malta) não perca um segundo do próximo e decisivo desafio das estrelas máximas deste povo : os semideuses do pontapé na bola. Estranha forma de vida esta, que é quase uma institucionalização de vícios.
Eu estranho tudo isto, porque tenho 41 anos de vivência no estrangeiro (em vários países evoluídos da Europa do norte) e nunca vi por lá nada de semelhante. Nunca vi colocar em banho-maria as obrigações profissionais e bloquear, momentaneamente que fosse, a economia de empresas e de nações por causa de acontecimentos desta natureza. É verdade que o exemplo vem de cima, pois já por cá se verificou (em várias ocasiões) o absentismo maciço de parlamentares –pagos a peso de ouro pelos contribuintes- por causa de novelas brasileiras ou devido a jogos imperdíveis do Futebol Clube do Porto.
Outra coisa que eu também não entendo é aquela prática (a que o presidente do município de Faro quer agora por fim) que consiste –para grande parte dos funcionários públicos e não só- em abandonar o seu posto de trabalho e deixar pendurados os utentes que a eles recorrem, para ir (várias vezes por dia) ao café da esquina tomar, tranquilamente, a bica e cavaquear com os amigos. Vivi e trabalhei em França, na Bélgica, na Alemanha e nos dois países da península escandinava e, repito, nunca por lá vi nada de parecido com estas práticas. E, assim, não posso de deixar de perguntar a mim próprio : será que o nosso atraso económico e social não estará, em parte, ligado a esta singular maneira de estar no mundo ? –Que respondam os sociólogos e outros peritos do comportamento humano, porque eu cá não sei o que dizer. Mas que esta nossa sociedade exageradamente permissiva e, por vezes, demasiado irresponsável terá de mudar alguns dos seus hábitos, não tenho dúvidas
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