domingo, 27 de junho de 2010

OS FILMES QUE EU VI (OU REVI) ESTA SEMANA :


«SACANAS SEM LEI» (tv)

Impressionante filme de guerra com a assinatura de Quentin Tarantino. A acção decorre na Europa ocupada pelas tropas nazis e ilustra as proezas (sanguinolentas) de um comando de elite do exército norte-americano, que se auto-intitula ‘the inglourious basterds’ e que tem por missão dizimar não os soldados inimigos comuns, mas os hitlerianos assumidos que pululam nas hostes adversas. Particularmente bem feito, explendidamente bem interpretado -por uma pleiâde de bons actores, encabeçada por Brad Pitt- «Sacanas sem Lei» não se recomenda, todavia, aos espectadores mais sensíveis a cenas particularmente violentas. Das mais violentas que alguma vez se viram em fitas do género.


«O HOMEM QUE LUTA SÓ» (tv)

Esta é uma das grandes obras de Budd Boetticher, realizador pouco conhecido no nosso país, mas que é, de facto, um dos mestres do cinema western. «O Homem que Luta Só» conta-nos a história de um ex-xerife, apostado em vingar a morte de sua esposa, que fora assassinada por um dos facínoras que, em tempos, ele havia capturado e enviado para a cadeia. O herói da fita é aqui (como em tantas outras fitas de Boetticher) encarnado pelo impávido e sereno Randolph Scott. Há muito que conheço este excelente western, mas quis voltar a vê-lo aquando da sua recente exibição no canal Hollywood, que já nos havia oferecido (no decorrer destas últimas semanas) «Emboscada Fatal» e «Entardecer Sangrento». E, anteriormente, «A Marca do Terror» e «Têmpera de Herói». Esperemos que esse tal canal continue a divulgar a obra deste singular cineasta, programando outras das sua películas que, penso eu, são inéditas na televisão portuguesa. Estou a pensar precisamente em «As Asas do Gavião» (1953) e em «Sete Homens para Matar» (1956); embora este último já tenha a sua edição DVD em vários países do mundo e esteja, assim, ao alcance da generalidade dos cinéfilos.


«EICHMANN, O EXTERMINADOR» (tv)

Esta película foi realizada com base na documentação recolhida pela polícia do estado hebraico durante os interrogatórios feitos ao criminoso de guerra alemão Adolf Eichmann. Sinistro indivíduo que foi capturado -como todos se lembrarão- na Argentina em 1960, aquando de uma ousada operação dos serviços secretos de Israel; país para onde o ex-oficial das SS foi levado para ser julgado pela sua participação na famigerada ‘solução final’. Embora o tema seja apaixonante, a verdade, porém, é que este filme de co-produção anglo-húngara de Robert Young (que o realizou em 2007) me pareceu monótono, não correspondendo, de todo, às minhas expectativas. Paciência…


«SALAZAR – A VIDA PRIVADA» (dvd)

Segundo o realizador do filme, Jorge Queiroga, o ditador terá sido um irresistível sedutor; e isso, desde os tempos do seminário, quando, no intervalo das aulas, ele ia de visita à sua família no Vimeiro. Localidade onde as beldades locais não ficavam indiferentes ao charme discreto do sr. António. Já no poder, o sombrio presidente do Conselho de Ministros terá mantido romances com várias mulheres da alta sociedade lisboeta, além da apregoada ligação com uma jornalista francesa, que por cá passou para fazer a biografia do ‘homem prividencial’; o homem que manteve este país manietado e amordaçado durante várias décadas. Real ou falso ? –A verdade é que o homem sempre me aparecera, até aqui, vestido com a capa da austeridade e da misoginia e vê-lo, agora, nesta película, assumir a posição de um Don Juan me deixou perplexo. A mim e, provavelmente, a muitas pessoas da minha geração, que viveram durante o longo consulado do ‘pai’ do Estado Novo e desconheciam a faceta de Salazar que aqui nos é apresentada. Isto dito, refiro que vi o filme de Jorge Queiroga com muita curiosidade. Os papéis principais foram distribuídos a Diogo Morgado, Soraia Chaves, Margarida Carpinteiro, Catarina Wallenstein, Helena Nogueira e Ana Padrão. Que, na generalidade, estiveram bem na pele das personagens que encarnaram.


«O CORREIO DO INFERNO (dvd)

Magnífico suspense realizado por Henry Hathaway em 1950. Visto vezes sem conta e agora uma vez mais, para testar a qualidade do DVD lançado há poucos dias em França. DVD que eu adquiri, para substituir na minha colecção uma cópia VHS muito gasta pelo uso. A acção do filme -que já é um clássico- decorre no faroeste, numa estação de muda das diligências da linha Saint Louis-San Francisco. Quatro criminosos evadidos da sinistra prisão de Huntsville querem apoderar-se de um carregamento de ouro californiano, destinado à casa da moeda de Nova Iorque. Mas os seus planos serão contrariados pelo responsável da estação e por uma jovem e corajosa passageira da mala-posta… Os papéis destas duas personagens são (bem) interpretados pelos saudosos Tyrone Power e Susan Hayword. Mas o grande papel do filme, aquele que marcou verdadeiramente esta película, é o de Travis, um assassino psicopata, magistralmente encarnado pelo actor secundário Jack Elam. Atribuo cinco estrelas a «O Correio do Inferno». E isso, sem a sombra de uma hesitação !

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